"A
ti, senhora, eu trago esta coroa por minhas mãos tecida (...) recebe
amada senhora, das minhas pias mãos, este diadema para os teus louros
cabelos. Dentre os homens, só a mim é dada esta honra: conviver contigo e
contigo trocar palavras, ouvindo a tua voz, mas sem ver o teu rosto."
Hipólito em Eurípides
Chegados aqui e antes de terminar esta longa série de posts vou de forma simples abordar os diferentes tipos de Amarrações. Decidi não colocar no princípio este tema, porque me parecia mais importante em primeiro explicar como se processam e só depois falar dos diferentes tipos.
Se observarem a pertinência de eu ter começado esta saga de posts com a história das Amarrações ou Magia do Amor deve-se ao facto de com base nos conceitos Gregos, em parte donde se dá início a uma sistematização da Amarração ou Magia do Amor, podemos melhor compreender os diferentes tipos.
Comecemos então por observar que os tipos de Amarrações hoje em dia são similares às suas origens Gregas podendo dividir-se os tipos com respeito a duas caracteristícas:
- À finalidade (ou tipo de vínculo a ser trabalhado).
- À força ou meta que se pretende para a finalidade (ou tipo de vínculo).
Então podemos desde já compreender que os tipos de amarração se dividem ao longo dos três conceitos Gregos de Amor (ou relações),
volto aqui a colocar essa informação presente desse post anterior:
- Philia (que pode ser conceptualmente traduzido por Amor de Amizade ou de filiação, desta palavra chega-nos de forma imperfeita na nossa linguagem os conceitos de amizade a algo, como por exemplo: Columbofilia, Algofilia, etc.)
- Eros (que pode ser conceptualmente traduzido por Amor Sexual ou todos os aspectos da sexualidade mas intrinsecamente ligadas ao Amor, como por exemplo a descrição em Língua Portuguesa de Sexo como «Fazer Amor» ou «Relação Amorosa». Este termo está presente na nossa linguagem como: Erotismo, Erótica, etc.)
- Ágape (que pode ser conceptualmente traduzido por Amor Perfeito ou Puro. Neste termo encontra-se o amor de reciprocidade, de uma amor que representa fidelidade, altruismo, entrega total, amor genúino e puro. Infelizmente este termo não se encontra presente na nossa linguagem, e quando aparece está ligado ao contexto religioso cristão, como por exemplo naquele livro pateta que podemos encontrar em qualquer livraria ou na estante da Fnac de um Padre vestido de Franciscano.)
E subdividem-se ao longo do nível de força que é empregue, ou grau final de vínculo, geralmente distinguindo-se três:
- Telestérion (que significa literalmente iniciação e também sala de iniciação) que é a projeção mais fraca de força, visa apenas alcançar pouco «valor» dentro do vínculo final a ser criado.
- Enthousiasmós (que significa literalmente ser «inspirado por Deus» ou «inspirado por Entidades» ou também significa literalmente «possuído») que é um termo grego que nos chega hoje como a palavra entusiasmo. No contexto actual das Amarrações ou Magia do Amor é por assim dizer a finalidade da Amarração mais normal nos dias de hoje. Só por nota, os gregos distinguiam ainda quatro origens, ou quatro caracteristícas:
- Pneumata («sopros»)
- Dynameis («potências»)
- Anathymiaseis («fumigações»)
- Atmoi («vapores»)
- Domínio que teve origem na Idade Média e visa ser um caso especial, não tanto em vínculo mas pela força final empregue. Curiosamente, este tipo de Amarração tem as suas armadilhas, uma delas é que pode ser traiçoeira e difícil de alcançar. Já pela sua natureza requer uma projecção de força maior, mas essa projeção superior não significa necessariamente alcançar melhores resultados em menor tempo ou às vezes o valor inicial pretendido. Além do mais, os Alvos sujeitos a este trabalho costumam ficar mais possessivos e ciumentos.
Em ordem a simplificar e actualizar vamos entender daqui para à frente estes três tipos como:
- Iniciação (ou Leve)
- Normal (ou Média)
- Domínio (ou Forte)
Para sintetizar fiz este simples diagrama para exemplificar as ramificações dos tipos de Amarrações:
Também em ordem a simplificar vamos entender os três grandes tipos de amarração como:
- Para Amizade (Philia)
- Para Erotismo ou Sexo (Eros)
- Para Relação Amorosa Estável (Ágape)
Contudo, como já tive oportunidade de explicar num post anterior, estes diferentes tipos não são estanques entre si. Quando uma Amarração tem como fim último desenvolver o vínculo em Eros acaba também por aumentar o vínculo em Philia e em Ágape. Ou seja, uns puxam os outros, mas aquele que vê o seu expoente máximo é aquele que se tem como objectivo ou meta a alcançar. Para melhor compreender isto, basta perceber que estes diferentes vínculos estão relacionados uns com os outros, pois uma relação não é constítuida por uma só vertente, pode haver uma que subressaia de entre as outras, mas as outras estão lá, como já escrevi:
- Que geralmente uma Amarração em Ágape fornece proporcionalmente o maior aumento tanto em Philia como em Eros, sendo este último o que mais sobe depois de Ágape.
- Que geralmente uma Amarração em Eros fornece proporcionalmente menor aumento do que a anterior em Ágape e Philia, sendo esta última o que mais sobe depois de Eros.
- Que geralmente uma Amarração em Philia fornece proporcionalmente menos aumento do que as anteriores em Eros e Ágape, sendo esta última o que mais sobe depois de Philia.
Agora, com respeito a alguns casos práticos recomendo o seguinte, todavia cada Comendador deve fazer o seu próprio discernimento:
- Manter (ou Salvar) uma relação com um Cônjuge:
- Ágape
- Evitar um Divórcio:
- Ágape
- Reconquistar uma relação onde houve um divórcio:
- Ágape
- Reconquistar um namoro perdido:
- Ágape
- Conquistar uma pessoa próxima:
- Ágape
- Conquistar uma paixão:
- Ágape
- Reconquistar uma Amizade:
- Philia
- Fortalecer uma Amizade:
- Philia
- Realizar um fetiche sexual:
- Eros
- Manter uma relação puramente sexual:
- Eros
Por último, existe ainda um outro tipo de Magia dos Relacionamentos, que curiosamente antigamente entrava dentro deste género de Magia.
As Amarrações ou Magia do Amor, fazem parte de um grupo maior de Magia que é a Magia do Relacionamento. O que distingue estas é que o objectivo é Unir, criar vínculos, criar laços. A outra, que mencionei nos casos especiais, é uma Magia do Relacionamento mas em que o objectivo é exactamente o oposto deste, ou seja, desfazer laços, destruir laços.
Da mesma maneira que se pode criar vínculos também se os pode destruir. E o processo, em verdade, não é muito distinto de todo este, a diferença reside no facto dos objectivos serem proporcionalmente inversos.
Talvez no futuro venha aqui a escrever sobre esse tema, mas por agora não.
Como ainda não tive oportunidade de colocar disponível a Bibliografia que pretendia deixo isso para o próximo post.
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