14.2.13

Amarração ou Amarrações : Feitiço e Magia do Amor - Tudo aquilo que precisa de saber (Parte 8: As duas primeiras fases do processo de Amarração - Magia do Amor)

Tendo novamente em mente o conteúdo dos posts anterior vou desenvolver o conteúdo deste último post.

Como o último post ia longo introduzi uma abstracção a saber um valor quantificável para o vincúlo da relação entre duas pessoas. Agora irei desenvolver esse tema apenas como fim explicativo. Recordo e saliento que estes valores são abstracções com o mero fim de serem metáforas explicativas que ajudem à compreensão do trabalho das Entidades no que diz respeito à Magia, e não representações factuais sobre os relacionamentos intersubjectivos.

No último post referi estes valores como recíprocos, contudo agora podemos avançar na sua compreensão excluindo a reciprocidade. E, tendo em mente a última parte do último post, podemos agora compreender que as relações geralmente não reciprocas. Por exemplo, todos nós já experimentámos ter amigos que incentivavam mais a relação do que nós, ou então também experimentámos desejar fazer uma relação de amizade crescer mais do que o nosso amigo realmente queria. O mundo das relações está cheio de faltas de reciprocidade, mas ao mesmo tempo as relações evoluem porque uma das partes está disposta a investir na relação, e esse investimento tem sucesso e no final efectivamente a relação reforçou-se com um vínculo mais forte. Então vamos agora distinguir novamente três variáveis, e para melhor perceber isso fiz este Diagrama simples:
  1. Vínculo Desejado = Ao vínculo relacional que nós desejamos numa relação com determinada pessoa, tanto pode ser apenas de reforçar uma amizade tornando-a mais forte como pode ser a nível amoroso procurando crescer uma relação de amizade até amorosa, ou ainda pode ser a nível sexual.
  2. Vínculo Actual = Ao vínculo actual e presente que cada indíviduo atribui na sua vida à outra pessoa.
  3. Vínculo Efectivo e Real da Relação = Ao vínculo que efectivamente existe entre duas pessoas. Devo salientar que apesar daquilo que se refere em (1.) e (2.) este vínculo Efectivo é o resultado da soma dos Vínculos Actuais entre duas pessoas. Como tal, o vínculo actual entre duas pessoas na maior parte das vezes é desigual, isto é, as relações entre duas pessoas sejam familiares, amorosas ou de amizade não são puramente simétricas, como tal eu nas minhas classificações pessoais com objectivo explicativo cálculo o Vínculo Efectivo como a Média Simples entre os Vínculos Actuais.

Se observamor no nosso quotidiano, o vínculo desejado reflecte aquilo que desejamos na evolução de uma qualquer evolução. Então, o nosso desejo é o de tornar o vínculo desejado em real vínculo actual. Apesar de geralmente ser uma das partes que coloca o investimento em prática, numa série de acções que pode efectivamente fazer uma relação crescer, até porque como todos nós sabemos as nossas actuais relações de amizade não cairam do céu, fomos nós que as fizemos crescer e outras vezes fomos nós que respondemos ao apelo do outro para a amizade crescer.

Da mesma maneira, podemos agora compreender que muitas pessoas recorrem à Amarração com o fim de por meios Extra-Naturais darem o impulso necessário para uma relação crescer da forma que pretendem e com a finalidade última que pretendem.

Agora, os leitores ao ler isto devem estar a questionar-se do porquê de agora colocar esta explicação. Então, coloquei esta explicação em ordem a dar a conhecer como as Entidades vão trabalhar neste processo e a forma segundo a qual aquilo que efectivamente fazem, e no fundo, aquilo que é uma Amarração ou Magia do Amor, é nada mais do que levar o Alvo não só a desejar o mesmo para vínculo da relação com o Comendador, bem como a tornar actual da parte do Alvo aquilo que tanto o Comendador deseja bem como aquilo que a Entidade ajuda a Desejar. Como tal este processo que tenho vindo a explicar, nada mais é do que a raiz da acção das entidades em nós. Com isto presente em cada um dos leitores podemos agora avançar no processo.

Uma vez  com isto explicado podemos agora perceber quatro detalhes no processo de amarração que a podem inviabilizar:

  1. Quando as pessoas não se conhecem não pode haver amarração. Isto é, quando o alvo tem relação 0 em todos os parametros com o comendador a Entidade não tem matéria para operar. Por isso é que não é possível realizar amarrações entre pessoas que não têm conhecimento pessoal uma da outra. Consequentemente, não é possível estabelecer uma amarração entre um Comendador que nunca conheceu a Alicia Keys ou o Brad Pitt. Isto porque o vínculo é 0. Logo, não existem amarrações quando o Alvo tem 0 em todos os parametros com o comendador.
  2. O Mago deve tomar um conhecimento minímo da ligação que existe entre Comendador e Alvo. Como é óbvio é mais fácil operar uma amarração entre um Comendador e um Alvo quanto maior for o número de Relação Actual. Isto é, imaginemos dois casos um em que o Alvo tem uma relação actual de 40 e outro tem 5. É mais fácil e menos trabalhosa uma amarração em que a Entidade tem de gerar uma relação entre o Alvo e o Comendador de 90, em que no primeiro caso tem de subir 50 pontos e no segundo 85.
  3. Que existem limites nos valores baixos de relação. Atrevo-me até a dizer valores negativo, sendo que esses representam sentimentos de Ódio, Desprezo ou Vingança. Existem relações que chegam a situações delicadas e por vezes bastante graves. Geralmente Amarrações entre pessoas que têm na sua relação um passado de violência tanto seja verbal como física são praticamente inviáveis. Quero com isto dizer que é extremamente díficil senão impossível às vezes conseguir uma Amarração bem sucedida entre Comendador e Alvo, quando na história da relação entre Comendador e Alvo existe um Ódio e um Ressentimento do Alvo para com o Comendador. Um dos exemplos mais gritantes deste caso, acontece quando até não poucas vezes um Marido que se divorciou ou está separado da Mulher pede uma Amarração com o fim último de unir o casal quando ele no passado maltratou a sua Esposa. Neste tipo de casos eu recuso realizar o trabalho porque ele dificilmente irá resultar. Além do mais uma amarração que tenha sido bem sucedida pode fracassar a meio por causa de violência entre as duas pessoas mas mais à frente irei me deter na explicação deste evento.
  4. Relacionado com (3.), sobre limites nos valores baixos de relação, existe um outro caso que não se prende com violência mas com infidelidade. Como sabemos existem pessoas mais sensíveis, que sofrem mais com um evento de infidelidade entre um dos membros da relação. Ou seja, existem pessoas que conseguem ultrapassar uma história de infidelidade por parte de um dos membros melhor que outra. Geralmente pessoas que sofreram e no presente sofrem com um episódio de infidelidade tanto seja sexual como não, apresentam muito mais resistência a uma amarração. Por isso, é que é practicamente impossível unir duas pessoas através de uma Amarração quando na história desta o Comendador foi infiel ao Alvo, tendo o Alvo sofrido muito por causa desse episódio.

Uma vez com estes quatro pontos em mente vamos dar continuidade à nossa explicação.
Então, tendo em mente o post anterior no que diz respeito ao Pós-Conjuração vamos agora dividir o processo de Amarração em quatro fases:

1. FASE - Reconhecimento

Recapitulando, o que já havia dito, na Primeira Fase pós-trabalho de Conjuração, a Entidade vai procurar aferir as Resistências tanto do Comendador como do Alvo. É nesta primeira fase que dura entre uma semana a um mês variando proporcionalmente na resistência dada pelos intervenientes, que a Entidade vai procurar reconhecer quem são estas Pessoas, nela vai procurar os seguintes factores:

  1. Resistências Externas;
  2. Resistências Internas;
  3. Conhecer o Temperamento e Personalidade da Pessoa em questão;
  4. Conhecer a História (tanto coisas boas como traumas) da Pessoa em questão;
  5. Conhecer a História da Relação entre as duas Pessoas;
  6. Conhecer os pontos Fracos e Fortes entre as duas pessoas, onde melhor actuar com vista a alcançar os objectivos.

2. FASE -  Tentação e a Primeira Interacção.

Nesta fase, que se segue à primeira, a Entidade vai começar a tentar o Alvo. Contudo, ao contrário daquilo que vulgarmente se pensa, e daquilo que mencionei num post anterior como o Mito Sexual da Amarração, isto na maioria das vezes não se processa como o Alvo a ter desejos loucos e insaciáveis de sexo para a direita e para a esquerda com o Comendador (convém atender ao tipo de amarração). 
Observemos, e o leitor já teve certamente experiência de se ter apaixonado e sentido forte atracção por uma outra pessoa. Nesse ponto repara que a sua história de atracção pela outra variou consoante cada caso. Ou seja, apesar de existirem semelhanças na nossa história Amorosa/Afectiva, cada pessoa nos foi cativando de modos diferentes, muitas vezes pela idade diferente e pela experiência de vida, o amor foi crescendo nos nossos corações de forma diferente, tendo cada pessoa independentemente de com quem actualmente tem uma relação, memórias inesquéciveis do início de relações amorosas anteriores. Onde cada uma dessas memórias nos marcou de formas diferentes, desde «aquele passeio pela praia», ou aquela «viagem de sonho», ou aquele beijo, ou aquela conversa, ou aquele olhar, ou aquele carinho, etc... 
Existe sempre alguma coisa no outro que cativa a nossa atenção, faz despertar o nosso coração e nos move na sua direção. Agora, essa coisa no caso das amarrações é um ponto fraco do Alvo, especialmente quando no passado o Comendador e o Alvo viveram alguma relação intíma ou intensa, ou em que determinada altura se encontraram apaixonados (exceptuando aqueles casos especiais que em cima referi como de agressão, etc.). Nos casos em que Comendador e Alvo nunca foram mais do que amigos, as Entidades procuram mesmo numa relação amena salientar no Alvo ou reenquadrar no Alvo algo de forma a parecer mais especial do que aquilo que realmente foi, de forma a canalizar esses afectos no estabelecimento de um vínculo e desejo de um vínculo mais forte com o comendador.

Contudo, nesta 2ª Fase e ao contrário daquilo que se pensa, a Entidade não está só a actuar no Alvo mas também no Comendador. Tanto é que apesar de alertar os Comendadores muitas vezes eles mal se apercebem de uma enorme ansiedade que os começa a preencher, e isto vai os acompanhar até ao final do trabalho. Os comendadores vão experimentar imensos sonhos com o Alvo, e mais do que anteriormente havia acontecido até realizarem o trabalho de Amarração. Vão muitas vezes ser tentados em procurar o Alvo, é uma ânsia pelos primeiros resultados. Mas essa ânsia pode comprometer o resultado final. E aqui, muitas vezes triunfa o Comendador que sabe manter o seu Sangue Frio e seguir todos os passos de forma directa sem atalhos que como se diz: «Quem se mete em atalhos, mete-se em trabalhos».

Nesta fase o Alvo está a passar por um processo bastante similar ao do Comendador, mas existe uma diferença substancial entre os dois, é que enquanto o Comendador diguemos tem um Vínculo 60 e deseja um Vínculo de 95 com o Alvo; o Alvo não tem os mesmos valores pelo que tem um Vínculo de 20 e deseja um Vínculo de 20 com o Comendador. Por causa desta disparidade se observa diferenças entre os sintomas da 2ª Fase em ambos os intervenientes. Isto, porque no Alvo as entidades estão a dar início ao processo de tentação afectiva e relacional; enquanto no Comendador esse trabalho não dispensa muita atenção sendo como um carro que acelera mais facilmente numa descida do que numa subida. Para melhor explicar a tradução da evolução do vínculo na Relação por parte do Alvo durante a 2ªFase da Amarração fiz este gráfico:




Contudo, é importante salientar que o grande ponto de viragem no vínculo entre Alvo e Comendador prende-se no ponto em que o Alvo se deve esforçar por colocar em práctica, ou seja, em actualizar aquilo que a Entidade lhe está a propor como relação desejada. Isto é, o ponto delicado que marca a viragem e o sucesso da Amarração prende-se com a Habilidade da Entidade, e a Superação das Resistências do Alvo em que o Alvo se empenhe mesmo que inadvertidamente para colocar aquilo que começa a desejar para a Relação como Relação Actual. Isto porque aquilo que se verifica é uma tendência superior do Alvo no que diz respeito ao Desejo de Vínculo que não é acompanhada ao mesmo nível na Relação Actual.

Para melhor explicar esta fase do processo vou recorrer a uma metáfora explicativa que me parece ser a mais indicada. Contudo, antes de passar a essa metáfora convém explicar que esta 2ª Fase da Amarração obedece a 3 Momentos Distintos:
  1. Momento da Negação;
  2. Momento da Presunção de Superação;
  3. Momento da Resignação.
Tendo isto por base a metáfora a que vou recorrer é a de alguém que inicialmente, e independentemente do motivo, sente-se motivado para empreender uma dieta radical. 
Então, o primeiro momento da 2ª fase da amarração é o chamado momento da negação. Quando as entidades começam a conhecer a pessoa, elas entram devagarinho, e a primeira reacção do alvo vai ser o de negação à proposta das Entidades. A pessoa vai começar a rejeitar aquilo que está a sentir. Imagine-se que é algo como uma pessoa que começa determinadamente uma dieta. Ela vai dizer não a todo o tipo de alimentos que gosta e lhe fazem mal, nessa primeira fase em que a pessoa está motivada vão surgir imensas tentações com comida deliciosa que no entanto é prejudicial àquilo que pretende, a saber, emagrecer. Nessa fase a pessoa vai reagir intensamente, afastar-se até dos restaurantes onde ia, ou da zona do hipermercado onde estão as suas guloseimas favoritas. A pessoa vai dizer eu sou Forte eu sou Capaz e como tal vai está motivada em conseguir e dizer para si mesma que é mais forte do que tudo aquilo que lhe surja como tentação. 
Curisosamente, ao mesmo tempo as tentações não vão diminuir mas antes aumentar, até a um ponto em que a pessoa vai cair, basta enganar-se a si própria ou cair na esparrela das Entidades, em que vai dizer a si própria: «bom se eu comer isto de tempos a tempos, nem que seja uma só vez, até que não me irá fazer mal ou prejudicar os meus intentos», e assim cai, começa por comer aquilo que ao princípio negava por uma primeira vez e mal dê por ela vai comer ainda mais do que anteriormente, e irá estar tão ou mais «viciada» naquelas guloseimas como outrora esteve antes de decidir enveredar pela dieta. A pessoa vai libertar toda a sua tensão, que se foi acumulando na fase de negação, por se ver privada daquilo que tanto gosta ( e sente-se tentada a ir) que depois quando cai, cai de uma assentada (Isto já é 3ª Fase).
Agora, o truque está em deixar a pessoa privada nos primeiros tempos da sua guloseima, ou seja deixar a pessoa privada daquilo com que vai ser tentada a desejar, neste caso o próprio Comendador. Ou seja, neste momento o Comendador deve afastar-se do Alvo, e se não puder devido às suas circunstâncias, deve ignorâ-lo. Tanto no contacto social diário, como em meios de comunicação como o Facebook, E-mails, Sms entre outros. Contudo, o problema é que muitos Comendadores caiem também eles na esparrela (e mais à frente vou desenvolver este tema segundo a perspectiva do comendador). O Comendador deverá ser forte e resiliente, ao ponto de mesmo contra sua vontade inicial, evitar o contacto com o Alvo, pois tal como disse no post inicial para o sucesso de uma Amarração é importante que todos façam a sua parte.
Por isso é importante permitir que o Alvo consiga dizer a ele próprio que é forte e que consegue ignorar e dominar as tentações que ao início vai procurar negar, é bom que o Alvo acumule a tensão, que com isso a Entidade faz a sua parte de forma mais fácil. Sendo que é geralmente entre o primeiro e o segundo mês depois do trabalho de conjuração que o Comendador vai começar a sentir uma diferença significativa da parte do Alvo.
Geralmente esta diferença costuma surgir com uma proposta por parte do Alvo em estabelecer um contacto inofensivo com o Comendador, como por exemplo um pedido para tomar café (isto é meramente exemplificativo). 
Aquilo que recomendo aos Comendadores é que não dêem logo tudo (como infelizmente costuma acontecer mesmo com um aviso em contrário), deixem pensar que o Alvo apenas provou de forma controlada a tentação que tem vindo a negar (neste caso esteve com o Comendador, tomou um café e teve na sua companhia, nada mais), e que ele (Alvo) é mais forte e que está a dominar a situação e as tentações que lhe estão a surgir.
Por conseguinte, e como afirmei anteriormente, as Entidades não são Milagreiras, a materialização do trabalho depende do auxílio do Comendador que facilite o mesmo, por isso tal como o Mago o Comendador tem uma quota parte do modo como se deverá comportar, e agora vocês melhor percebem o porquê de eu atacar aquilo a que chamei do Mito do Sofá.

Este post já vai longo no próximo irei continuar a abordar as diferentes fases da Amarração.

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