Devido a uma sugestão por parte de um leitor, e de modo a ser mais facilmente consultada por ordem cronológica esta série de posts (que escrevi a pedido dos leitores em ordem a melhor esclarecer o que são e como funcionam as Amarrações), decidi então criar esta página dispondo assim pela ordem de publicação, onde os leitores poderão ler e consultar de uma ponta à outra.
A ordem dos posts/temas aqui presentes e respectivos links é:
- Introdução
- História das Amarrações - Antiguidade Clássica
- História das Amarrações - Idade Média e Renascimento
- Introdução e Fundamentos do Processo de Amarração
- Resistência, Proteção e Perfil do Alvo
- As Entidades na Amarração
- O Início do Processo de Amarração
- As Duas Primeiras Fases do Processo de Amarração
- A Segunda Fase do Processo de Amarração
- A Terceira e Última Fase do Processo de Amarração
- O Pós-Amarração
- Os Casos Raros e Especiais da Amarração
- A Ética ou Moral da Amarração
- Respostas e Esclarecimentos das Dúvidas dos Leitores sobre Amarrações
- Os Diferentes tipos de Amarração
- Post conclusivo, Alertas e Recomendações
Amarração ou Amarrações : Feitiço e Magia do Amor - Tudo aquilo que precisa de saber (Parte 1: Introdução)
Neste grupo de posts procurarei informar e responder à maioria das questões que me têm sido feitas sobre a Amarração ou Amarrações, um tipo de Magia de Amor que é conhecida deste a antiguidade como o Feitiço do Amor. Por uma questão de simplificação ao longo destes posts vou designar toda esta realidade por Amarração, por ser a designação mais frequente na Língua Portuguesa.
Ao início procurarei usar o método de Pergunta-Resposta como se de uma FAQ se tratasse. Contudo, uma vez alguns pressupostos tratados irei trabalhar por temas e não por questões.
Por uma questão de simplificação quando me refirirei a casos de amarração ou outros temas (assim como a imagens ou esquemas explicativos) irei tratá-las como entre pessoas de sexos diferentes. A amarração existe entre pessoas do mesmo sexo, e para que fique claro, rejeito veemente qualquer tipo de preconceitos homofóbicos.
1. Será que Amarração, Amarrações, Magia do Amor, Feitiço do Amor, Magia Erótica, Feitiço Erótico, União Amorosa, Laço Amoroso, etc... é tudo a mesma coisa?
Para simplificar, todos estas designações referem-se à mesma realidade Mágica. A diferença algumas vezes encontra-se no tipo de Magia do Amor. Contudo todas elas estão por assim dizer dentro da mesma categoria. Por uma questão de simplificação ao longo destes posts vou designar toda esta realidade por Amarração, por ser a designação mais frequente na Língua Portuguesa.
2. O que é uma Amarração? Por outras palavras o que é a Magia de Amor?
A Amarração ou Magia do Amor é um tipo de Magia que é practicada em ordem a unir duas pessoas, sendo elas de sexos diferentes ou não. Existem diferentes tipos de uniões que mais adiante explicaremos. Contudo, o importante aqui a reter é que por recurso à Magia uma pessoa pretende cativar outra pessoa para um relacionamento amoroso de reciprocidade, noutros casos trata-se de um relacionamento puramento sexual, mas o fundamental é a tentativa de um vincúlo passional que vai unir a pessoa amarrada àquela que deseja a amarração.
Sendo que isto é possível através da mediação de um Mago(a) e das «Entidades» que tornam isto possível.
3. Quem são os intervenientes no processo de Amarração?
O primeiro interveniente é o Comendador do Trabalho. O Comendador do Trabalho é aquela pessoa que deseja a amarração. Isto é, que deseja auxílio não natural para conquistar ou iniciar um relacionamento amoroso com outra pessoa.
O segundo interveniente é o Alvo do Trabalho. O Alvo do Trabalho é a pessoa que vai estar sobre o efeito da amarração. Isto é, aquela que é desejada pelo Comendador do Trabalho, aquela que ele deseja amarrar a si.
O terceiro interveniente é o Mago(a). O Mago é a pessoa que vai ser o mediador para que a amarração venha a surgir. Isto é, aquela pessoa que irá ser contactada pelo Comendador do Trabalho em vista a alcançar o objectivo que pretende neste casso a Amarração. O Trabalho do Mago para além de orientar e guiar o Comendador é o de ser ele a intervir junto das Entidades para que o Trabalho Mágico aconteça.
O quarto interveniente é a Entidade. A Entidade é a «pessoa» que vai fazer com que o trabalho seja possível. Vai ser ela que por vários meios irá procurar vincular o Alvo ao Comendador, em ordem a que a Magia seja realizada.
Esquema Explicativo dos Intervenientes e do Processo de Amarração. + Malleus Maleficium |
P.S: Aqui para me libertar da contaminação teológica, irei utilizar o termo «Entidade». Contudo, a expressão mais vulgar é demónio, espírito, anjo, etc...
Amarração ou Amarrações : Feitiço e Magia do Amor - Tudo aquilo que precisa de saber (Parte 2: História das Amarrações - Magia do Amor)
Tendo
no post anterior introduzido de forma simples alguns dos pressupostos
para toda esta série de posts. Será agora importante uma
contextualização da Amarração, não só no contexto actual, mas também
dentro da história da própria Magia. Aproveito desde já para actualizar
os livros e fontes que disponibilizo para Download, pois neste e nos
posts subsequentes irei colocar algumas fontes que me parecem
importantes para quem quiser ler, estudar ou melhor se informar.
Tal
como havia referido em um post anterior, a Magia Cerimonial hoje
practicada tem origem nas Tradições Mágicas Antigas. Estas tradições têm
origens muito remotas desde as antigas civilizações. Todavia, os
primeiros registos históricos que hoje nos chegam datam da entitulada
Antiguidade Clássica. Deste um dos mais importantes são os antigos
papiros Egípcios.
A
História da Magia do Amor já vem relatada no Antigo Egípcio, os
Egípcios recorriam às Entidades para alcançarem os seus desejos
Afectivos. Encontrando-se ai fontes dos rituais Mágicos por eles
utilizados, que curiosamente apresentam uma estrutura similar à que hoje
em dia se pratica.
Contudo,
as fontes mais interessantes e detalhados sobre a história da Magia do
Amor encontram-se no princípio da Tradição Helénica, e da Cultura
Greco-Latina mais tardia. Nestas fontes encontramos não só rituais
devidamente descritos, bem como os fundamentos que subjaziam a esse
rituais, assim como o entendimento social desse tipo de Magia na
Sociedade. Curiosamente, alguns dos mitos que hoje encontramos, já se
encontravam presentes em preconceitos gregos sobre essa própria Magia.
Um
desses preconceitos dizia respeito ao facto de serem apenas as Mulheres
a recorrer a tais recursos em ordem a conquistar os seus entes amados.
Contudo, uma investigação muito interessante pelo Prof. Dickie revela
que os homens recorriam tanto a esses feitiços como as mulheres.
Recomendo a leitura deste artigo: «DICKIE, M. "Who practised love-magic in classical antiquity and in the late Roman world?" In: The Classical Quarterly, Cambridge Journals, 50, 2000, pp. 563-583.».
É importante ter em conta que a língua Grega distingue três palavras específicas para a nossa palavra Amor. Para além das típicas combinações, os Gregos não utilizavam o termo e não pensavam o conceito como nós. Então de forma simples os Gregos consideram três conceitos:
- Philia (que pode ser conceptualmente traduzido por Amor de Amizade ou de filiação, desta palavra chega-nos de forma imperfeita na nossa linguagem os conceitos de amizade a algo, como por exemplo: Columbofilia, Algofilia, etc.)
- Eros (que pode ser conceptualmente traduzido por Amor Sexual ou todos os aspectos da sexualidade mas intrinsecamente ligadas ao Amor, como por exemplo a descrição em Língua Portuguesa de Sexo como «Fazer Amor» ou «Relação Amorosa». Este termo está presente na nossa linguagem como: Erotismo, Erótica, etc.)
- Ágape (que pode ser conceptualmente traduzido por Amor Perfeito ou Puro. Neste termo encontra-se o amor de reciprocidade, de uma amor que representa fidelidade, altruismo, entrega total, amor genúino e puro. Infelizmente este termo não se encontra presente na nossa linguagem, e quando aparece está ligado ao contexto religioso cristão, como por exemplo naquele livro pateta que podemos encontrar em qualquer livraria ou na estante da Fnac de um Padre vestido de Franciscano.)
Agora, o leitor pode estar a questionar-se sobre o porquê de ser importante expor estes termos. A resposta a isso prende-se com a importância de compreender melhor a Amarração no contexto Helénico, bem como o de ser uma alavanca para a sua compreensão hoje em dia.
Por conseguinte, agora podemos entender que a Magia do Amor nos seus primórdios Helénicos encontra o seu contexto de inteligibilidade nestes três conceitos. E mesmo estes conceitos foram sofrendo diferentes entendimentos ao longo da história Grega e da nossa. Como já mencionei em cima, as diferentes religiões Cristãs aproveitaram-se esta divisão conceptual para difundir as suas crenças sobre um Amor Divino e um Amor Terreno, tal como para demarcar o que os homens deveriam seguir. Mas o mais importante é que toda a Magia do Amor subsequente encontra nestes ritos a sua origem.
Contudo, antes de avançarmos será importante ver como estes três conceitos tiveram impacto na História da Magia Cerimonial Helénica.
Comecemos pelo conceito de Eros
(que já em cima resumi), durante o período clássico ele tanto foi
entendido como uma força poderosa que curava e que permitia aos homens
elevarem-se, assim como foi entendido como uma doença e um veneno do
qual deviam de se abster (interpretação dada e seguida ao longo da
história por parte do Cristianismo que procurou reprimir o prazer da
sexualidade). Este Eros não era considerado somente no abstracto, mas no
concreto na realidade do amante (entendido como aquela que projecta
amor) e do amado (entendido como aquele que recebe e pode ou não
corresponder ao Eros do amante). Um desses exemplos e um livro clássico
da nossa cultura como da Magia é o Fedro de Platão (carregar no link
para aceder a ele). Ao contrário daquilo que o senso-comum nos informa
sobre o dito «Amor Platónico», a saber, uma versão naive e
errónea daquilo que realmente encontra-se descrito em Platão, para este é
uma força poderosa que está ligada principalmente à ética e ao
idealismo Platónico. Nesse livro, poderão encontrar uma narração
bastante interessante sobre um amante e um amado (na história ambos do
sexo masculino) mas que pode ajudar a melhor compreender como era o Eros
concebido em mais detalhe naquele tempo.
Contudo,
aquilo que pretendo chamar à atenção é nesta polaridade do conceito de
Eros, que simplificando tanto podia ser uma cura como uma doença.
Similar ao termo grego Pharmakoi, do qual herdamos a palavra fármaco ou
medicamento, que tem um duplo sentido em Grego, ao contrário do nosso.
Pois este termo Grego tanto significa literalmente cura como veneno.
Por
conseguinte, estamos aptos a perceber o porquê de na história da
amarração e da Magia do Amor, nos ritos Gregos encontramos o Eros como
uma Doença e a Magia do Amor uma maldição, coisa que infelizmente ainda
hoje perdura granças ao preconceito Cristão que tomou esta doutrina para
condenar as Amarrações e Magia do Amor. Por outro lado, também
encontramos nos ritos Gregos o Eros como saudável e a Magia do Amor como
uma Cura ou um Fortalecimento. Neste último sentido, as Amarrações não
eram condenadas e procuradas como forma de se encontrar cura para a
nossa existência, e assim uma vida mais feliz. Recomendo para quem desejar aprofundar este tema a leitura do capítulo 8, páginas 214-234 deste livro, basta
carregar no link: «OBBINK, D. (ed.) - Magika Hiera: Ancient Greek Magic
and Religion. Oxford: Oxford University Press, 1991.»
Prosseguindo,
deste Eros vem um dos tipos de amarração (este tópico será desenvolvido
em subsequentes posts) que infelizmente anda muito desinformado,
chamado de Domínio Sexual. Este tipo de amarração visava não manter uma
relação amorosa estável com o Alvo (como no ágape), mas apenas alcançar o
objectivo de se conseguir uma relação erótica com alvo. Importa
sublinhar que neste contexto, os ritos e as descrições mágicas dos
mesmos não comportavam exclusivade, ou seja, não visavam que a pessoa
alvo à qual o comendador desejava manter relações sexuais fosse somente
fiel ao comendador. Para quem desejar aprofundar parte deste tema recomendo a leitura das páginas 41-94 deste livro, basta carregar no link: «FARAONE, C. - Ancient Greek Love Magic. Cambridge: Harvard University Press, 1999.»
Por
outro lado, a partir do philia surge um tipo de amarração bem diferente
daquilo que vulgarmente hoje se entende. Esta trata-se de uma Amarração
de Amizade ou Amarração de Afectos. O objectivo desta, era a criação de
um laço profundo de amizade e de afeição que podia ou não originar uma
relação sexual ou uma relação amorosa, mas que tinha como fim último uma
aproximação entre pessoas diferentes e a cessação de hostilidades entre
elas. Os termos clássicos podiam ser conceptualmente traduzidos como
«suavizar os corações» ou «ligar o que anda distante». Secalhar
atrevo-me a traduzir para os dias de hoje como uma Amarração Soft. Um
vínculo perpetuo de amizade, entreajuda e cumplicidade. Para quem desejar aprofundar parte deste tema recomendo novamente a leitura do mesmo livro mas nas páginas 97-131, bastando carregar no link do livro:«FARAONE, C. - Ancient Greek Love Magic. Cambridge: Harvard University Press, 1999.»
Por
último, a partir do Ágape surge aquilo que mais se assemelha ao
entendimento geral de amarração. Esta tratava-se de criar um vínculo
afectivo perfeito entre o alvo e o comendador. Ou seja, criar a
possibilidade de uma verdadeira relação amorosa. Contudo, este tema vai ter de ser tratado em mais detalhe nos subsequentes posts.
Finalmente
queria chamar à atenção para uma bom livro para melhor se compreender a
História da Magia durante este periodo. A saber, este livro do Prof.
Dickie, bastando carregar no link do livro: «DICKIE, M. - Magic and Magicians in the Greco-Roman World. Nova Iorque: Routledge, 2001».
Amarração ou Amarrações : Feitiço e Magia do Amor - Tudo aquilo que precisa de saber (Parte 3: História das Amarrações - Magia do Amor, Idade Média)
Tendo
visto de forma simples a história da Amarração ou da Magia do Amor na
Grécia Antiga, iremos agora avançar para o período medieval e
renascentista. Com respeito ao último post perguntaram-me sobre a mesma
Magia no mesmo periodo histórico mas noutras culturas, nomeadamente nas
culturas Orientais. Aproveito agora para responder que infelizmente
apenas sei coisas soltas sobre as velhas tradições Mágicas Orientais.
Nunca me debrucei muito sobre essas tradições Mágicas. Tenho alguns bons
livros sobre essas tradições, que mal tenha um pouco mais de tempo irei
colocar à disposição para Download. Assim como não tão oriental mas
próximo do Médio Oriente, irei colocar fontes das tradições Persas e
Mesopotâneas, que foram em parte quem trouxe muitos conhecimentos
Mágicos para a Grécia.
Por
uma questão de simplificação vamos considerar a Idade Média como tendo
ínicio após a Queda de Roma no ano de 476dc e tendo o seu fim com a
queda de Constantinopla em 1453. Também por simplificação vamos
considerar o Renascimento como o período que vai desde a queda de
Constatinopla até ao século XVII. Logo neste post vamos cobrir este
período histórico.
Infelizmente
desde a Queda de Roma até ao Renascimento, sendo que este último foi um
dos periodos mais férteis da História da Magia, assiste-se a uma
carência de informação sobre a transição dos Ritos Mágicos Helénicos até
aos Ritos Mágicos Renascentistas que são aqueles que tomam a forma mais
similar com aquilo que hoje em dia se pratica. Aquilo que temos
actualmente ao nosso dispor são pontas soltas. Contudo, essas pontas
soltas são em número suficiente para termos uma boa imagem da História
da Magia do Amor durante aquele período.
Durante
o período da Idade Média, poucos eram aqueles que sabiam ler e
escrever, por causa disso muitas das informações que temos vêem da parte
de membros da Igreja Católica que praticavam Magia Cerimonial. Por
isso, em parte o que sabemos vem destas fontes.
No
que diz respeito às Amarrações e à Magia do Amor, observamos que
existem algumas coisas que se mantêm desde o período Helénico e outras
que se alteram. Como havia mencionado no post anterior, novamente as
mulheres são victímas do estereótipo e mito de serem as responsáveis
pela práctica e desenvolvimento deste tipo de Magia.
Por outro lado, um impulso dado nos Ritos de Amarração ou de Magia do
Amor acontece com a obra de São Cipriano, onde começa a surgir uma
sistematização de vários Ritos Gregos e Egípcios, tendo como fim último a
Amarração de Ágape, aquela que é similar ao entendimento comum de hoje
em dia. E é com base nesta sistematização de São Cipriano que
encontramos vários ritos e notas ao longo da subsequente história
medieval, como por exemplo a do Monge Alemão Jonas Sufurino no ano de
1001.
Ao mesmo tempo, observa-se a um renovamento da
Amarração de Eros, tendo o fim último de apenas se alcançar relações sexuais.
Estes ritos ganham nova forma na Idade Média, e os seus relatos e ritos
escritos dizem respeito a Monges e membros do Clero Católico.
Poder-se-ia dizer que o fim último destes ao recorrerem a este tipo de
Magia era o de Flertarem (perdoem-me o neologismo). É interessante
observar que este uso da Magia de Amor surge num contexto muito diferente daquele donde
teve a sua origem. Em certos estratos e pontos da Cultura Grega assistia-se a
uma liberalização da sexualidade sendo nesse contexto o surgimento de vários
relatos da Amarração de Eros. O que agora é curioso na Idade Média
Cristã é o ressurgimento e reforço desta prática Mágica, mas agora num contexto em que a
sexualidade é reprimida.
É
interessante também se observar que a Amarração ou a Magia do Amor é um
dos princípais alvos por parte da Inquisição sobre quem pratica as
Artes, como se observa numa nota de 1627 em Veneza por parte do tribunal
da Inquisição. Para mais detalhes pode-se ver no seguinte livro nas
páginas 80-82, basta carregar no link: «Davies, O - Grimoires: A History of Magic Books. Oxford: Oxford University Press, 2009»
Contudo, deste último ponto é importante salientar que surge um novo tipo de Amarração, ou mais precisamente, não um novo tipo mas uma nova finalidade. A ideia que hoje temos de casamento (ou matrimónio num paradigma cristão), tem a sua origem com a evolução do cristianismo. Por
isso, na Idade Média começa-se a assistir a amarrações com o objectivo
último de salvar casamentos. Apesar de a questão do divórcio ser quase
nula durante aquele período, o objectivo era salvar a relação e não
evitar o divórcio como infelizmente hoje acontece. Um desses
relatos, chega-nos de uma Maga (ou Bruxa para quem preferir) de nome
Elisabete que procura recuperar a relação amorosa com o seu marido
Teodorico. Contudo, como anteriormente havia referido não eram só as
mulheres que praticavam a Amarração, mas os homens igualmente o faziam.
Para mais detalhes sobre este tema, recomendo a leitura da página
187-188 do seguinte livro, basta
carregar no link: «LÁNG, B. - Unlocked Books: Manuscripts of Learned
Magic in the Medieval Libraries of Central Europe. University Park:
Pennsylvania State University Press, 2008».
Ao
mesmo tempo, começa-se a observar o uso da antiga Amarração Grega
baseada na Philia (que expliquei no post anterior), a saber, uma
amarração para criar um vínculo de amizade, mas desta vez com fins
políticos. Existem relatos de que o Rei Polaco Augustine
Sigismund (1520-1572), seria alvo deste tipo de trabalhos para se obter
favores políticos com recurso a influências femininas. Para se ver
fontes diversificadas sobre este tema basta carregar neste link: «Brzeżinska, A. - “Female Control of Dynastic Politics in Sixteenth-Century Poland"». E neste link: «Brzeżinska, A. - “Political Significance of Love Magic Accusations at the Jagiellonian Court”»
Então,
deixa de ser praticada a Amarração de Afectos com o fim de «suavizar os
corações» ou «ligar o que anda distante» para ser agora uma forma de
vínculo a melhor se conseguir algo de um determinado alvo.
É
no final do Renascimento com o surgimento dos Grimoriuns (com a forma
actual com que se apresentam) que as Amarrações ou Magia do Amor foram
consolidadas.
Muito
mais haveria para se dizer sobre este e o período da Antiguidade
Clássica. Contudo, estes posts procuram ser simples. Em princípio não
irei tratar o periodo histórico subsequente até aos nossos dias, visto
já serem muito similares com o que hoje praticamos. Para mais
informações este próximo livro também é interessante, basta carregar no link: «SZEGHYOVA, B. - The Roles of Magic in the Past. Bratislava: Pro Historia, 2005».
Amarração ou Amarrações : Feitiço e Magia do Amor - Tudo aquilo que precisa de saber (Parte 4: O Processo de Amarração - Magia do Amor)
Uma
vez com aqueles posts em mente, já poderemos avançar para uma
explicação mais prática sobre a Amarração ou a Magia do Amor. Neste post
pensei avançar para os tipos de amarrações, mas creio ser mais
importante tratar antes o tema do funcionamento da própria Amarração.
Como
avancei num post anterior para a realização da amarração é necessário: o
Comendador do trabalho, o Alvo do trabalho, o Mago responsável pela
mediação e a Entidade que é quem opera a Amarração. No entanto para o
sucesso da mesma é importante que cada uma das partes faça o que lhes
compete. Mas antes de avançarmos nessa direção vou recuperar um tema que
já expliquei num post anterior.
Para melhor se perceber aquilo que agora irei explicar, recomendo a leitura deste post que já aqui havia publicado: A Dinâmica do Contacto Mágico - ou a Compreensão do Impacto Invisível.
Então
para melhor se perceber de forma simples, vou recorrer a um diagrama
simples que fiz para compreender que a pessoa humana na sua existência
tem três dimensões: a física, a mental e a espiritual. Por existência
física entende-se as bases materiais da nossa própria existência, a
saber as móleculas que fazem necessariamente parte do nosso corpo. Por
existência mental entende-se toda a nossa dimensão cognitiva, e as bases
cerebrais necessárias para o seu funcionamento. Pois sem o cérebro
seria impossível não só a actividade mental como a cognição ou o bom
funcionamento do corpo. Por existência espiritual, entende-se uma
dimensão intrinsecamente ligada à nossa existência mental, sendo ela a
possibilitante da nossa existência plena, ao mesmo tempo que nos permite
receber e contactar com outras dimensões da existência, ou melhor
fazer-nos existência.
Então,
a existência humana, ou também se pode dizer a realidade do nosso Eu
pode de forma simples ser descrita por este esquema (Se houver dúvidas
neste ponto ou necessidade de mais esclarecimentos não hesitem em
perguntar que procurarei responder a essa questão ou clarificá-la noutro
tópico).
Como
existentes que somos nós estamos em constante contacto e relação com o
mundo que nos rodeia. Por isso mesmo, desde que nascemos até que
morremos somos estimulados por tudo aquilo que se encontra ao nosso
redor. Esses estimulos são em parte os responsáveis por quem nós somos,
ou seja eles ajudam a formar identidade e pessoa.
Este diagrama é de um post anterior que já aqui havia publicado |
Contudo,
esses estimulos podem ser divididos em três categorias: físicos,
psicológicos e espirituais. Daqui resulta que o Eu interior, e ao Eu
vamos considerar a existência única e insubstituivel de cada ser humano
ao longo do espaço do tempo, é também ele formado por estes três tipos
de estimulos. Por exemplo, alguém que já experimentou sofrer
inadvertidamente um grave acidente automóvel sabe que este pode deixar
marcas para a vida, e não somente em cicatrizes no corpo como em marcas
não visiveis na mente. Quem viveu os horrores de uma guerra, mesmo que
tenha dela saido fisicamente ileso, não poderá dizer que saiu dela o
mesmo que antes havia entrado nela.
Uma
vez com isto em mente, já podemos compreender que a pessoa humana
também recebe estímulos na sua condição de existente espiritual. E é
nesta dimensão que a Amarração ou a Magia do Amor opera. Ou seja, o
processo de Amarração consiste na estimulação do alvo por parte da
Entidade em ordem a alcançar os objectivos do comendador através da
mediação do Mago. Para sintetizar fiz este diagrama que procura
exemplificar o processo.
No próximo post já irei aprofundar com mais detalhe o funcionamento prático deste processo.
Amarração ou Amarrações : Feitiço e Magia do Amor - Tudo aquilo que precisa de saber (Parte 5: Resistência, Protecção e Perfil do Alvo à Amarração - Magia do Amor)
Amarração ou Amarrações : Feitiço e Magia do Amor - Tudo aquilo que precisa de saber (Parte 5: Resistência, Protecção e Perfil do Alvo à Amarração - Magia do Amor)
Uma
vez com o conteúdo do último post em mente poderemos agora avançar na
compreensão do processo de Amarração ou de Magia do Amor.
Neste seguimento de posts vou desmistificar aquilo a que chamo os dois mitos centrais das Amarrações:
- É o mito de que a Magia e consequentemente as Amarrações são como Fast Food. Magia não é Fast Food. Ou seja, quando realizada não existem resultados imediatos e instantâneos, Magia e por conseguinte a Amarração demora tempo a operar até se alcançar o objectivo pretendido. Infelizmente as pessoas não têm paciencia e querem resultados em tempos absurdos como 2 Dias ou 15 Dias. Por isso é que tantas são enganadas por anúncios que prometem trazer o seu amor de volta em tão curto espaço de tempo. Como se costuma dizer: «A pressa é inimiga da perfeição».
- É o mito de que a Magia é Milagreira. A realização da Magia não é a realização de Milagres. A Magia tem limites e fronteiras. Este mito está intrinsecamente relacionado com o anterior. Nomeadamente, no que diz respeito às Amarrações ou Magia do Amor há certas coisas que são impossíveis de se alcançar. Por conseguinte, as Amarrações têm também elementos necessários para se obter sucesso, um deles é o Comendador e o Alvo conhecerem-se pessoalmente. Existem muitas pessoas que são enganadas porque lhes prometem em 5 dias obter uma amarração com «celebridades» da TV que nunca as viram na vida. Uma amarração não funciona sem ter havido contacto entre Alvo e Comendador, por conseguinte não é possível que uma pessoa que nunca tenha conhecido minimamente o George Clooney possa obter aquilo que pretende com uma Amarração.
Resultado destes dois mitos convém salientar outras duas coisas:
- A primeira é que as Amarrações não são como a maioria das pessoas pensam que são.
- A segunda é que as Amarrações não se processam como a maioria das pessoas pensam que se processam.
Prosseguindo, vamos agora recapitular de forma mais aprofundada o conteúdo do post anterior.
Vamos
partir do princípio que um Comendador contacta o Mago, diz-lhe o que
pretende, e dá-lhe as informações necessárias. A partir deste ponto o
Mago deverá escolher a Entidade que melhor poderá alcançar o fim que o
Comendador pretende.
Contudo,
ao contrário daquilo que se pensa nós não somos totalmente
transparentes ou permeáveis às Entidades e à sua acção. Esse é um outro
mito, nós temos algumas defesas face às entidades, e elas não podem tudo
como nós pensamos que elas podem.
Cada
pessoa é única, irrepetível e singular. Como tal, cada pessoa apresenta
um nível diferente de resistência ao trabalho das entidades, os
principais factores defensivos e de resistência que um alvo pode colocar
são:
- Internos, ou seja, da própria natureza da pessoa, que pode ser subdividido:
- Do seu próprio Ser;
- Do seu temperamento e feitio, aqui gostaria de salientar os seguintes traços:
- O seu grau de Determinação;
- O seu grau de Teimosia;
- O seu grau de Resiliência;
- O seu grau de Fortaleza Temperamental;
- O seu grau de Auto-Estima
- Do grau de sensibilidade que tem para o seu mundo interior, ou seja, da capacidade de se escutar a si mesmo, dando nome a todas as emoções e sentimentos que vai sentido;
- Relacionado com o último ponto, o grau de Inteligência Emocional. Pessoas com elevada inteligência emocional são mais resistentes;
- Relacionado com os dois pontos anteriores, a capacidade de Ascése e de Mortificação. Infelizmente estas palavras estão cada vez mais em desuso, não só pela negra conotação católica, mas porque a nossa sociedade é um pouco alheia ao seu conteúdo. Então, para simplificar vamos considerar a capacidade de Ascése e de Mortificação como a resiliência de alguém em ir contra os seus próprios apetites, e saber discernir entre os apetites legítimos dos ilegítimos.
- Externos, ou seja, que afectam a pessoa protegendo-a e defendendo:
- A presença de uma relação forte de amor, onde seja verdadeiramente amada por uma outra pessoa;
- Protecções adicionais que possua;
- Prática Religiosa;
- Limpezas que lhe tenham sido validamente submetidas.
Todos
estes pontos podem ser determinantes no sucesso ou não de uma
amarração, destes pretendo sublinhar o ponto (1.2.8). Creio e ao longo
da minha experiência que esse é o ponto determinante na resistência que
um alvo pode oferecer.
Por
outro lado, esse mesmo ponto está cada vez mais diluido na nossa
sociedade. As caracteristicas actuais da nossa sociedade fazem com que
as pessoas tenha uma capacidade menor de ascése e de mortificação. Debaixo
dos slogans «Carpe Diem», ou «Segue o que Sentes», a nossa sociedade
convida-nos a viver a vida ao máximo, seguindo os nossos impulsos e
desejos, entrando num frenesim por os conseguir saciar.
Contudo,
não quero afirmar que isto é mau, apenas no que diz respeito ao
Trabalho e Influências das Entidades, como irão mais à frente perceber
isto é perfeito. O que elas querem é que nós sigamos os desejos que elas
nos apresentam, tal como a publicidade e o marketing elas criam em nós
necessidades em diferentes tipos de acções da sua parte.
Consequentemente,
o leitor já poderá perceber porque é tão fundamental o ponto (1.2.8) no
que diz respeito à resistência do Alvo face ao Trabalho de Amarração ou
Magia do Amor que lhe foi Lançado.
Contudo,
estas características não são apenas importantes para o Alvo do
Trabalho enquanto protecção e resistência oferecida, como também são
características fundamentais para o Comendador do Trabalho.
Alvo A = Azul (+- 30%); Alvo B = Vermelho (+- 15%); Alvo C = Verde (+-50%); Alvo D = Roxo (+-5%) |
Fiz
o diagrama em cima para mostrar quatro tipo de perfis diferentes de
pessoas. Agora, com base numa estatística simples, apenas para
exemplificar que tenho feito ao longo dos anos, venho a verificar que o
perfil mais comum é o ALVO C e ALVO A. Contudo, os perfis que
verdadeiramente surpreendem e dificéis de antever são o ALVO B e ALVO D.
Uma das maiores causas do fracasso de uma amarração resulta das pessoas
serem mais resistentes do que aquilo que inicialmente se fazia prever.
Nos próximos posts também irei explorar e aprofundar esse tema.
No
post seguinte vou continuar a explicar o que são as amarrações, os
intervenientes e o processo em maior detalhe, explicando o porquê destas
resistências serem fundamentais no processo de Amarração.
Amarração ou Amarrações : Feitiço e Magia do Amor - Tudo aquilo que precisa de saber (Parte 6: As Entidades na Amarração - Magia do Amor)
Amarração ou Amarrações : Feitiço e Magia do Amor - Tudo aquilo que precisa de saber (Parte 7: O Início do processo de Amarração - Magia do Amor)
Amarração ou Amarrações : Feitiço e Magia do Amor - Tudo aquilo que precisa de saber (Parte 6: As Entidades na Amarração - Magia do Amor)
Uma vez com os conteúdos dos posts anteriores em Mente podemos prosseguir.
No
último post nós vimos a diferença entre as pessoas e como estas podem
oferecer resistência à Magia, assim como dois mitos que estão associados
e que agora poderemos melhor compreender o seu desmantelamento.
As
entidades tal como já tive oportunidade de dizer têm limites, contudo
apesar da resistência que os Alvos possam oferecer elas conseguem muitas
vezes ultrapassá-los.
Prosseguindo,
assim que o comendador contacta o mago e ambos acertam o
que têm de acertar, e independetemente do tipo de Amarração (que será
tratado em posts subsequentes), esta SÓ SE REALIZA COM RECURSO A UMA
CONJURAÇÃO CERIMONIAL, QUE É O RITUAL PRÓPRIO DA CONJURA E ENVIO DAS
ENTIDADES E, SEM ELAS NÃO EXISTE MAGIA DO AMOR.
Coloquei
aquela informação em Caps Lock, porque muitas pessoas são desinformadas
a verem revistas ou sites ou livros onde se diz para fazer bonecas, ou
rezar somente ladainhas, ou tomar bebidas, ou dar bebidas a beber ao
alvo, ou dar pózinhos a colocar sobre o alvo, ou a dar coisas para o alvo pisar. NADA DISSO FUNCIONA, A AMARRAÇÃO SÓ FUNCIONA PORQUE SÃO AS ENTIDADES QUE GARANTEM A AMARRAÇÃO.
Tendo isto em cima esclarecido é preciso desmistificar mais um mito associado às Entidades. Vou o designar pelo Mito da Referência e da Denotação.
Então,
eu pessoalmente devido ao facto de que a Tradição das Artes Negras
assenta nos Grimoriuns utilizo como nome das Entidades os que vêm
descritos no Lemegeton. Contudo, existem outros livros e outras fontes
com nomes totalmente diferentes. O Mito consiste em as pessoas pensarem que se tratam de entidades diferentes.
Eu chamo-lhe de Mito da Referência porque isto tem a ver com o fenómeno da própria referência.
Ou
seja, vou começar por usar o exemplo dos nomes das pessoas. O nome
Stephan em Inglês pode ser traduzido para Português pelo nome Estefano,
contudo a tradução literal e correcta de Stephan para Português é
Estevão. No entanto, nós temos duas traduções possíveis para Stephan =
Estefano e Estevão.
Ou
outro exemplo, eu pensava que o jogador brasileiro de futebol Bebeto
tinha esse nome como seu apelido, só mais tarde soube que essa era uma
Alcunha, e que o seu nome real é José de Oliveira. Por exemplo, se
alguém me dissesse que o jogador brasileiro José de Oliveira marcou um
golo na final do mundial eu ficaria espantado e diria: «Não sei quem é
esse jogador, em que clube ele joga?»; mas se me dissessem que o jogador
Bebeto marcou um golo na final do mundial eu não ficaria espantado e
saberia quem é. Na verdade estes dois nomes referem-se à mesma pessoa.
Prosseguindo,
durante o tempo dos Descobrimentos os Europeus quando chegaram a terras
novas e da necessidade de contacto para com as pessoas locais
latinizaram os seus nomes. Um desses exemplos é o do Rei do Congo, de
seu nome original Nzinga a Nkuwu mas rebaptizado de João I. Quando
nos referimos a Nzinga a Nkuwu ou João I do Congo estamos a denotar ou
seja a referirmo-nos exactamente à mesma pessoa mas com nomes
diferentes.
Porque é que me detive nestes exemplos? Porque
muitas pessoas encontram afirmações dispersas ou variações de nomes dos
demónios e se confundem pensando ser entidades diferentes, mas na
verdade são exactamente as mesmas entidades só que as pessoas não sabem.
Mas então donde vêem esses nomes diferentes? Esses
nomes vêem do facto dos Magos ao longo dos tempos e das culturas
traduzirem os nomes das entidades com quem contactavam, para versões
similares às da sua cultura. Por isso encontramos a mesma referência
para certos demónios com nomes de origem Persa, ou Grega, ou Latina. Decidi esclarecer isto, visto ser uma confusão frequente quando se usa o nome de demónios de fontes diferentes.
Fiz este diagrama para exemplificar o que é a Hierarquia Horizontal e Vertical no que diz respeito às Entidades. |
A escolha da entidade é fundamental. Contudo, é preciso aqui esclarecer três pontos:
- Diz respeito à hierarquia das próprias entidades. Cada entidade está posicionada segundo uma hierarquia, quando nós encontramos os nomes descritos nos livros sobre as entidades, geralmente apresentam a hieraquia em que está inserida. As hierarquias estão divididas em posições horizontais e verticais. Agora, quando um Mago diz vamos trabalhar com a entidade X ou Y, em verdade não se está a trabalhar directamente com essa entidade mas com um subalterno por assim dizer, a não ser que se decida trabalhar com a própria entidade líder da hierarquia. Imaginemos que alguém vai a um consultório de advogados que tem o nome pomposo Z. A pessoa não vai ser representada pelo advogado Z a não ser que o peça explicitamente sabendo que para isso vai ter de pagar mais pelos seus serviços do que se fosse representado por um advogado que trabalha para o consultório Z. Contudo, se o consultório Z está horizontalmente mais bem conoctado do que o consultório W, então pode acontecer que um dos advogados do consultório Z seja mais bem pago do que o próprio director do consultório W, para melhor entender isso fiz um pequeno diagrama para procurar explicar isso.
- Relacionado com o primeiro ponto, deve-se entender que mesmo que não seja a Entidade líder de uma hierarquia a realizar o trabalho, a não ser que assim o seja exigido, não é a entidade subalterna que aparece na conjuração, mas o topo da sua hierarquia. Imaginemos que se vai conjurar Astaroth para um trabalho complexo de Amarração, onde não é o próprio Astaroth quem vai realizar o trabalho, mas na conjuração o conjurado deve ser o líder da hierarquia e neste caso com quem o Mago intervem é com o próprio Astaroth mesmo que não seja ele a realizar o trabalho. Até porque o Mago quando estabelece um Pacto Tácito com as entidades, o faz com o Líder da Hierarquia e não com os subalternos. Por exemplo, imaginemos que uma empresa de comércio quer construir uma Mega Superfície Comercial, abre um concurso e escolhe uma Grande Empresa de Construção Cívil, essa empresa de comercío vai negociar com os responsáveis dessa Grande Empresa de Construção Cívil, mas não são esses com quem negoceiam quem vai construir a Mega Superfície Comercial, tanto que essas Grandes Empresas de Construção Cívil recorrem a várias empresas como subempreitadas para realizar o trabalho. Por isso, é que mesmo nos pactos parciais que os comendadores podem realizar eles estabelecem o pacto com o líder da hierarquia mesmo que não seja esse quem lhes vai realizar o trabalho e cumprir o acordo estabelecido.
- Deve-se procurar fazer o máximo com o mínimo. Com isto quero dizer que na escolha da Entidade, se o alvo parecer não oferecer grande resistência, e se o trabalho que o comendador pede não for complexo mas simples não há necessidade de perder tempo e recursos em por exemplo usar o próprio Astaroth em pessoa para a realização do trabalho. Por isso quando digo que se deve procurar fazer o máximo com o mínimo quero dizer que deve-se procurar alcançar sempre os melhores resultados mas com o mínimo possível para o fazer e que não comprometa o resultado final. Como se costuma dizer não se mata uma mosca com uma caçadeira.
Uma
vez com estes pontos entendidos, podemos passar ao próximo passo a
saber os recursos que serão dados à entidade. Cada entidade, com
respeito à sua posição na hierarquia tem um preço à cabeça diferente (digo assim para simplificar).
Então as variáveis dos recursos oferecidos à entidade variam consoante cinco variáveis:
- A própria entidade. Com isto refiro-me à sua posição na hierarquia, cada entidade exige ou pede coisas diferentes. Imaginemos que um Mago pretende A. O mesmo A numa entidade de hierarquia superior consome mais recursos do que com uma entidade menor. Contudo, o Mago pode ter mais garantias com a entidade superior do que com a menor.
- O tipo de trabalho. Cada trabalho difere em função dos intervenientes, do fim a que se destina e da própria natureza de tipo de trabalho.
- A força que se pretende projectada pela entidade na realização do mesmo.
- A finalidade que se pretende alcançar, pois podem existir dois trabalhos que podem caber dentro de uma mesma categoria mas com finalidades diferentes.
- A resistência que se pode prever da parte do alvo. Às vezes é preciso reconjurar e gastar mais recursos pois a estimativa da resistência pode não se confirmar correcta. Um procedimento com sucesso e se o comendador aceitar é a realização de um pacto parcial.
Fiz este esquema para melhor explicar a Conjuração por Mediação. |
Agora, quando os detalhes da Amarração são resolvidos procede-se aos detalhes que são próprios da Conjuração. A Conjuração de Amarração ou Conjuração da Magia do Amor pode ser desenvolvida de três formas diferentes:
- Conjuração Complexa: esta conjuração dispensa a mediação do Comendador, para poder dispensar a mediação do Comendador ela é mais forte e mais trabalhosa.
- Conjuração por Mediação: esta conjuração é a mais comum, pois poupa recursos tanto ao Mago como ao Comendador. A Mediação é necessária na medida em que se estabelece um vínculo entre o Comendador e a Entidade facilitando o processo de aproximação da mesma ao Comendador. Mais à frente irei explicar o que é este processo.
- Conjuração por Mediação com Pacto Parcial (que já em cima mencionei): esta conjuração é similar à anterior, a diferença encontra-se que além do pagamento que o Mago deve fazer à entidade, este é reforçado por um Pacto Parcial entre o Comendador e a Entidade. Isto faz com que o trabalho seja mais forte, e tem a nunca de que o Pacto Parcial só fica válido depois da Entidade realizar aquilo que o Comendador deseja, caso contrário o pacto é nulo. Este tipo também é realizado para se reforçar um trabalho já previamente feito.
Este
post já vai longo no próximo irei esclarecer melhor a continuação dos
posts já publicados nomeadamente no processo entre a interação da
entidade, do comendador e do alvo no desenrolar da amarração.
Amarração ou Amarrações : Feitiço e Magia do Amor - Tudo aquilo que precisa de saber (Parte 7: O Início do processo de Amarração - Magia do Amor)
Tendo
em mente os conteúdos dos últimos posts podemos agora avançar mais um
pouco na explicação sobre o processo de Amarração ou Magia do Amor.
Uma
vez todos os detalhes tratados, nomeadamente conhecendo o alvo e
procurando estimar a sua resistência, sabendo o tipo de trabalho,
escolhida a entidade e todos os detalhes tratados entre o comendador e o
Mago, a conjuração acontece e dá-se início ao processo de Amarração. E é
a este início que agora nos vamos debruçar.
Contudo,
convém mencionar de forma simples a própria conjuração em si, sabendo
que esta varia consoante várias variáveis que já fui explicando ao longo
do post, mas para que se fique com uma ideia vou indicar a estrutura
geral, sabendo-se que existem diferentes alterações consoante cada caso.
Então, a estrutura geral pode ser dividida em onze etapas:
- Ritos Iniciais da Conjuração. Esta fase é o início de toda e qualquer conjuração, variando em alguns casos;
- Rito de Purificação. Nesta fase logo após o início do trabalho o Mago purifica-se, assim como os intervenientes directos neste trabalho, a saber, o Alvo e o Comendador;
- Primeira Oblação. Nesta fase é oferecida a primeira parte do pagamento à Entidade;
- Inicio da Conjuração em si Mesmo. É nesta fase que a Entidade vem de forma explícita ao Mago.
- Apresentação do Trabalho. É nesta fase que é explicado junto da Entidade aquilo que se pretende, ou seja, o fim que a que se destina o trabalho, os seus pormenores e para o qual a Entidade foi Invocada.
- Segunda Oblação. Nesta fase é oferecida a segunda parte do pagamento à Entidade;
- Apresentação dos Intervenientes. É nesta fase que são apresentados os intervenientes do trabalho que já foi explicado. É referido quem é o Alvo e o Comendador.
- Terceira Oblação. Nesta fase é oferecida a terceira e última parte do pagamento à Entidade;
- (opcional) Quarta Oblação. Nesta fase, que varia em certos casos, pode ser oferecida um quarto pagamento à Entidade, também conhecido como o Sacríficio Maldito (só aplicado em certas circunstâncias).
- Ritos Conclusivos. Nesta fase a Entidade aparta-se do Mago, sendo lançada sobre o trabalho.
- Ritos Finais. Nesta fase o Mago termina a Conjuração.
Contudo,
o trabalho não fica realizado com o término dos Ritos Finais. Por isso
será agora importante desmistificar um dos mitos mais consensuais sobre
as Amarrações e pelo qual tanta gente é enganada. Eu pessoalmente chamo-lhe o Mito do Sofá.
Muitas
das pessoas que pretendem uma Amarração pensam que obtê-la é como quem
vai comprar uma televisão a um estabelecimento comercial. Uma vez paga a
televisão somente é necessário instalá-la em casa, sentarem-se no sofá e
assim deslumbrarem-se com todos os conteúdos que passam no visor. Ao
contrário daquilo que vulgarmente se pensa, a Amarração ou Magia do
Amor não se dá por terminada com os Ritos Finais. Um dos aspectos mais
importantes deste Trabalho e de Toda a Magia, é que após a conclusão da
Conjuração ainda existe trabalho a fazer para se levar a Magia a bom
porto.
Agora se juntarmos a este mito os dois outros mitos que expliquei na parte 5 destes posts, a saber: o mito de que a Magia e consequentemente as Amarrações são como Fast Food e o mito
de que a Magia é Milagreira. Podemos compreender porque é que existem
tantos casos defraudados nas Amarrações. E isto deve-se a três factores
que as pessoas desejam e projectam na Amarração e que ficam
decepcionadas quando lhes digo que a coisa não é bem assim:
- Quanto mais rápido melhor, então se for em uma semana ainda melhor;
- Quanto menos trabalhoso melhor, então se a pessoa não tiver de fazer rigorosamente nada e esperar que tudo lhe caia de bandeja ainda melhor;
- Quanto mais milagroso melhor.
São estes os três factores responsáveis por haverem tantas Amarrações defraudadas.
Tendo isto em mente, podemos agora avançar para o funcionamento da Amarração depois da Conjuração.
Uma vez realizada a conjuração, a Entidade é lançada. Quando ela é lançada, ao contrário do que se pensa, não é só lançada na direção do Alvo, mas também na direção do Comendador.
Por causa disso, é que alerto as pessoas, para o caso de sentirem um
certo desconforto na primeira semana após a realização do trabalho. Em
raros casos este desconforto pode durar até três semanas, ou até em
casos muito excepcionais durar mais do que isso. Não se trata de nada
grave, que comprometa a saúde ou a vida do Comendador. Geralmente
manifesta-se com dificuldades em dormir, pesadelos, acordar a meio da
noite até certas coisas «estranhas» acontecerem. Existe grande variedade
de sintomas, mas apesar de serem um pouco incómodos de forma alguma
comprometem a saúde, ou a integridade física, ou em geral a vida como um
todo do Comendador. Há pessoas que os sentem em maior grau, mesmo que
em curto espaço de tempo, outras pessoas sentem em menor grau mas por
periodos mais longos. Cada caso é um caso, se se recordam do que escrevi
sobre a resistência do Alvo, podem agora comprender o porquê de eu
mencionar a própria resistência do Comendador.
Esta
fase de mal estar é breve e é em regra geral sinal de que o trabalho já
está a correr. Ao mesmo tempo os alvos vão passar o mesmo que o
Comendador. Só que neles o desenrolar vai ser diferente.
Agora,
estou apto a desmistificar um outro mito da Amarração a que lhe chamo o
Mito Sexual da Amarração. Este mito prende-se com o facto de as pessoas
serem erróneamente informadas de que na Amarração os Alvos são tentados
com desejos sexuais para a direita e para a esquerda, e que não
conseguem sequer fazer a sua vida normal até terem relações sexuais com o
Comendador. Não quero com isto dizer que parte disto defacto não
aconteça, apenas estou a querer salientar que não é bem assim, nem com a
quantidade exagerada deste tipo de relatos.
Em ordem a desmistificar este mito e melhor compreender a Amarração será
importante ter em conta que as Entidades não têm um conhecimento a
priori sobre a totalidade das pessoas que são os intervenientes. Quero
com isto dizer, uma coisa que pode parecer estranha, mas no início do
Trabalho de Amarração, o primeiro passo das Entidades vai ser dado na
direção de irem conhecer a fundo as pessoas intervenientes, isto é o
Alvo como o Comendador; na sua história, na sua vida, na sua
personalidade. É a partir deste momento que as Entidades vão
conhecer os pontos fortes e os pontos fracos dos intervenientes e é daí
que vão empreender a sua estratégia para a realização do trabalho.
Tendo nós chegado até aqui, já podemos começar a compreender o modus operandi
das Entidades e da sua interacção em nós neste tipo de trabalhos. Devo
novamente salientar que cada caso é um caso, mas creio que esta
explicação ajudará a trazer nova luz.
Para
explicar isto, vou usar duas metáforas explicativas que creio serem
boas ferramentas para percebermos este processo. Mas antes temos de
perceber que aquilo que as Entidades vão fazer vai ser a criação de um
vínculo forte entre o Comendador e o Alvo, sendo esse vínculo o tipo de
amarração que foi pedida. Para melhor perceber o vínculo, vamos partir
do princípio que existem diferentes tipos de vínculos entre pessoas. Os
vínculos não são algo passível de ser quantificável. Eu não consigo
factualmente medir um número ou um grau para a minha relação com cada um
dos meus amigos ou familiares. Por causa disso, vou propor aqui uma
abstracção para melhor se entender.
Então vamos atribuir ao número 0 uma não-relação e ao número 100 uma relação ideal e perfeita entre dois seres humanos, algo como uma utopia. Convém sublinhar que uma relação entre duas pessoas pode estar condicionada pelo tipo e pela origem. Por exemplo, uma mãe pode amar imenso o seu filho, imaginemos um 95, contudo este vínculo há de ser diferente daquele que o seu filho pode ter com a sua mulher também imaginemos com o mesmo valor de 95. Ou seja, dentro desta quantificação exemplificativa a relação varia consoante o tipo, e secalhar para melhor perceber isso podemos utilizar a conceptualização Grega já explicada no post 2, do Philia, Eros e Ágape. Por conseguinte, com o exemplo acima, uma mãe pode amar o seu filho e ter um vínculo de 95 com Philia e Ágape, e o mesmo filho ter um vínculo de 95 com a sua mulher com Ágape e Eros.
Então vamos atribuir ao número 0 uma não-relação e ao número 100 uma relação ideal e perfeita entre dois seres humanos, algo como uma utopia. Convém sublinhar que uma relação entre duas pessoas pode estar condicionada pelo tipo e pela origem. Por exemplo, uma mãe pode amar imenso o seu filho, imaginemos um 95, contudo este vínculo há de ser diferente daquele que o seu filho pode ter com a sua mulher também imaginemos com o mesmo valor de 95. Ou seja, dentro desta quantificação exemplificativa a relação varia consoante o tipo, e secalhar para melhor perceber isso podemos utilizar a conceptualização Grega já explicada no post 2, do Philia, Eros e Ágape. Por conseguinte, com o exemplo acima, uma mãe pode amar o seu filho e ter um vínculo de 95 com Philia e Ágape, e o mesmo filho ter um vínculo de 95 com a sua mulher com Ágape e Eros.
Recapitulando,
então vamos imaginar esta escala de 0 (não relação) a 100 (relação
perfeita utópica), nas dimensões de Philia, Eros e Ágape.
Então
vamos agora perceber que o papel das Entidades é estabelecer um vínculo
do tipo que foi pedido no trabalho entre Comendador e Alvo. Por
conseguinte, certos tipos de vínculo estão associados. Por exemplo,
alguém que procure uma Amarração para ter uma relação de verdadeiro Amor
com o Alvo, procurará subir o vínculo de Ágape entre ambos, mas ao
mesmo tempo que sobe este valor também sobe o de Philia e de Eros. Então
vamos ter em conta os seguintes factos sobre o fim a que se destina a
relação e o tipo da mesma com respeito ao vínculo que dela vai resultar:
- Que geralmente uma Amarração em Ágape fornece proporcionalmente o maior aumento tanto em Philia como em Eros, sendo este último o que mais sobe depois de Ágape.
- Que geralmente uma Amarração em Eros fornece proporcionalmente menor aumento do que a anterior em Ágape e Philia, sendo esta última o que mais sobe depois de Eros.
- Que geralmente uma Amarração em Philia fornece proporcionalmente menos aumento do que as anteriores em Eros e Ágape, sendo esta última o que mais sobe depois de Philia.
Fiz estes três gráficos de colunas a título exemplificativo daquilo que estou a tentar explicar.
Este
post já vai longo, no próximo contínuo a mesma explicação que aqui já
avancei, só que vamos nos deter no processo que as Entidades usam para
estabelecer o vínculo e como elas actuam também no Comendador.
Amarração ou Amarrações : Feitiço e Magia do Amor - Tudo aquilo que precisa de saber (Parte 8: As duas primeiras fases do processo de Amarração - Magia do Amor)
Este post já vai longo no próximo irei continuar a abordar as diferentes fases da Amarração.
Amarração ou Amarrações : Feitiço e Magia do Amor - Tudo aquilo que precisa de saber (Parte 9: A 2ª Fase do Processo de Amarração - Magia do Amor)
Amarração ou Amarrações : Feitiço e Magia do Amor - Tudo aquilo que precisa de saber (Parte 8: As duas primeiras fases do processo de Amarração - Magia do Amor)
Tendo novamente em mente o conteúdo dos posts anterior vou desenvolver o conteúdo deste último post.
Como
o último post ia longo introduzi uma abstracção a saber um valor
quantificável para o vincúlo da relação entre duas pessoas. Agora irei
desenvolver esse tema apenas como fim explicativo. Recordo e saliento
que estes valores são abstracções com o mero fim de serem metáforas
explicativas que ajudem à compreensão do trabalho das Entidades no que
diz respeito à Magia, e não representações factuais sobre os
relacionamentos intersubjectivos.
No
último post referi estes valores como recíprocos, contudo agora podemos
avançar na sua compreensão excluindo a reciprocidade. E, tendo em mente
a última parte do último post, podemos agora compreender que as
relações geralmente não reciprocas. Por exemplo, todos nós já
experimentámos ter amigos que incentivavam mais a relação do que nós, ou
então também experimentámos desejar fazer uma relação de amizade
crescer mais do que o nosso amigo realmente queria. O mundo das relações
está cheio de faltas de reciprocidade, mas ao mesmo tempo as relações
evoluem porque uma das partes está disposta a investir na relação, e
esse investimento tem sucesso e no final efectivamente a relação
reforçou-se com um vínculo mais forte. Então vamos agora distinguir
novamente três variáveis, e para melhor perceber isso fiz este Diagrama
simples:
- Vínculo Desejado = Ao vínculo relacional que nós desejamos numa relação com determinada pessoa, tanto pode ser apenas de reforçar uma amizade tornando-a mais forte como pode ser a nível amoroso procurando crescer uma relação de amizade até amorosa, ou ainda pode ser a nível sexual.
- Vínculo Actual = Ao vínculo actual e presente que cada indíviduo atribui na sua vida à outra pessoa.
- Vínculo Efectivo e Real da Relação = Ao vínculo que efectivamente existe entre duas pessoas. Devo salientar que apesar daquilo que se refere em (1.) e (2.) este vínculo Efectivo é o resultado da soma dos Vínculos Actuais entre duas pessoas. Como tal, o vínculo actual entre duas pessoas na maior parte das vezes é desigual, isto é, as relações entre duas pessoas sejam familiares, amorosas ou de amizade não são puramente simétricas, como tal eu nas minhas classificações pessoais com objectivo explicativo cálculo o Vínculo Efectivo como a Média Simples entre os Vínculos Actuais.
Se
observamor no nosso quotidiano, o vínculo desejado reflecte aquilo que
desejamos na evolução de uma qualquer evolução. Então, o nosso desejo é o
de tornar o vínculo desejado em real vínculo actual. Apesar de
geralmente ser uma das partes que coloca o investimento em prática, numa
série de acções que pode efectivamente fazer uma relação crescer, até
porque como todos nós sabemos as nossas actuais relações de amizade não
cairam do céu, fomos nós que as fizemos crescer e outras vezes fomos nós
que respondemos ao apelo do outro para a amizade crescer.
Da
mesma maneira, podemos agora compreender que muitas pessoas recorrem à
Amarração com o fim de por meios Extra-Naturais darem o impulso
necessário para uma relação crescer da forma que pretendem e com a
finalidade última que pretendem.
Agora,
os leitores ao ler isto devem estar a questionar-se do porquê de agora
colocar esta explicação. Então, coloquei esta explicação em ordem a dar a
conhecer como as Entidades vão trabalhar neste processo e a forma
segundo a qual aquilo que efectivamente fazem, e no fundo, aquilo que é
uma Amarração ou Magia do Amor, é nada mais do que levar o Alvo não só a
desejar o mesmo para vínculo da relação com o Comendador, bem como a
tornar actual da parte do Alvo aquilo que tanto o Comendador deseja bem
como aquilo que a Entidade ajuda a Desejar. Como tal este processo que
tenho vindo a explicar, nada mais é do que a raiz da acção das entidades
em nós. Com isto presente em cada um dos leitores podemos agora avançar
no processo.
Uma vez com isto explicado podemos agora perceber quatro detalhes no processo de amarração que a podem inviabilizar:
- Quando as pessoas não se conhecem não pode haver amarração. Isto é, quando o alvo tem relação 0 em todos os parametros com o comendador a Entidade não tem matéria para operar. Por isso é que não é possível realizar amarrações entre pessoas que não têm conhecimento pessoal uma da outra. Consequentemente, não é possível estabelecer uma amarração entre um Comendador que nunca conheceu a Alicia Keys ou o Brad Pitt. Isto porque o vínculo é 0. Logo, não existem amarrações quando o Alvo tem 0 em todos os parametros com o comendador.
- O Mago deve tomar um conhecimento minímo da ligação que existe entre Comendador e Alvo. Como é óbvio é mais fácil operar uma amarração entre um Comendador e um Alvo quanto maior for o número de Relação Actual. Isto é, imaginemos dois casos um em que o Alvo tem uma relação actual de 40 e outro tem 5. É mais fácil e menos trabalhosa uma amarração em que a Entidade tem de gerar uma relação entre o Alvo e o Comendador de 90, em que no primeiro caso tem de subir 50 pontos e no segundo 85.
- Que existem limites nos valores baixos de relação. Atrevo-me até a dizer valores negativo, sendo que esses representam sentimentos de Ódio, Desprezo ou Vingança. Existem relações que chegam a situações delicadas e por vezes bastante graves. Geralmente Amarrações entre pessoas que têm na sua relação um passado de violência tanto seja verbal como física são praticamente inviáveis. Quero com isto dizer que é extremamente díficil senão impossível às vezes conseguir uma Amarração bem sucedida entre Comendador e Alvo, quando na história da relação entre Comendador e Alvo existe um Ódio e um Ressentimento do Alvo para com o Comendador. Um dos exemplos mais gritantes deste caso, acontece quando até não poucas vezes um Marido que se divorciou ou está separado da Mulher pede uma Amarração com o fim último de unir o casal quando ele no passado maltratou a sua Esposa. Neste tipo de casos eu recuso realizar o trabalho porque ele dificilmente irá resultar. Além do mais uma amarração que tenha sido bem sucedida pode fracassar a meio por causa de violência entre as duas pessoas mas mais à frente irei me deter na explicação deste evento.
- Relacionado com (3.), sobre limites nos valores baixos de relação, existe um outro caso que não se prende com violência mas com infidelidade. Como sabemos existem pessoas mais sensíveis, que sofrem mais com um evento de infidelidade entre um dos membros da relação. Ou seja, existem pessoas que conseguem ultrapassar uma história de infidelidade por parte de um dos membros melhor que outra. Geralmente pessoas que sofreram e no presente sofrem com um episódio de infidelidade tanto seja sexual como não, apresentam muito mais resistência a uma amarração. Por isso, é que é practicamente impossível unir duas pessoas através de uma Amarração quando na história desta o Comendador foi infiel ao Alvo, tendo o Alvo sofrido muito por causa desse episódio.
Uma vez com estes quatro pontos em mente vamos dar continuidade à nossa explicação.
Então,
tendo em mente o post anterior no que diz respeito ao Pós-Conjuração
vamos agora dividir o processo de Amarração em quatro fases:
1. FASE - Reconhecimento
Recapitulando,
o que já havia dito, na Primeira Fase pós-trabalho de Conjuração, a
Entidade vai procurar aferir as Resistências tanto do Comendador como do
Alvo. É nesta primeira fase que dura entre uma semana a um mês variando
proporcionalmente na resistência dada pelos intervenientes, que a
Entidade vai procurar reconhecer quem são estas Pessoas, nela vai
procurar os seguintes factores:
- Resistências Externas;
- Resistências Internas;
- Conhecer o Temperamento e Personalidade da Pessoa em questão;
- Conhecer a História (tanto coisas boas como traumas) da Pessoa em questão;
- Conhecer a História da Relação entre as duas Pessoas;
- Conhecer os pontos Fracos e Fortes entre as duas pessoas, onde melhor actuar com vista a alcançar os objectivos.
2. FASE - Tentação e a Primeira Interacção.
Nesta
fase, que se segue à primeira, a Entidade vai começar a tentar o Alvo.
Contudo, ao contrário daquilo que vulgarmente se pensa, e daquilo que
mencionei num post anterior como o Mito Sexual da Amarração, isto na
maioria das vezes não se processa como o Alvo a ter desejos loucos e
insaciáveis de sexo para a direita e para a esquerda com o Comendador
(convém atender ao tipo de amarração).
Observemos,
e o leitor já teve certamente experiência de se ter apaixonado e
sentido forte atracção por uma outra pessoa. Nesse ponto repara que a
sua história de atracção pela outra variou consoante cada caso. Ou seja,
apesar de existirem semelhanças na nossa história Amorosa/Afectiva,
cada pessoa nos foi cativando de modos diferentes, muitas vezes pela
idade diferente e pela experiência de vida, o amor foi crescendo nos
nossos corações de forma diferente, tendo cada pessoa independentemente
de com quem actualmente tem uma relação, memórias inesquéciveis do
início de relações amorosas anteriores. Onde cada uma dessas memórias
nos marcou de formas diferentes, desde «aquele passeio pela praia», ou
aquela «viagem de sonho», ou aquele beijo, ou aquela conversa, ou aquele
olhar, ou aquele carinho, etc...
Existe
sempre alguma coisa no outro que cativa a nossa atenção, faz despertar o
nosso coração e nos move na sua direção. Agora, essa coisa no caso das
amarrações é um ponto fraco do Alvo, especialmente quando no passado o
Comendador e o Alvo viveram alguma relação intíma ou intensa, ou em que
determinada altura se encontraram apaixonados (exceptuando aqueles casos
especiais que em cima referi como de agressão, etc.). Nos casos em que
Comendador e Alvo nunca foram mais do que amigos, as Entidades procuram
mesmo numa relação amena salientar no Alvo ou reenquadrar no Alvo algo
de forma a parecer mais especial do que aquilo que realmente foi, de
forma a canalizar esses afectos no estabelecimento de um vínculo e
desejo de um vínculo mais forte com o comendador.
Contudo,
nesta 2ª Fase e ao contrário daquilo que se pensa, a Entidade não está
só a actuar no Alvo mas também no Comendador. Tanto é que apesar de
alertar os Comendadores muitas vezes eles mal se apercebem de uma enorme
ansiedade que os começa a preencher, e isto vai os acompanhar até ao
final do trabalho. Os comendadores vão experimentar imensos sonhos com o
Alvo, e mais do que anteriormente havia acontecido até realizarem o
trabalho de Amarração. Vão muitas vezes ser tentados em procurar o Alvo,
é uma ânsia pelos primeiros resultados. Mas essa ânsia pode comprometer
o resultado final. E aqui, muitas vezes triunfa o Comendador que sabe
manter o seu Sangue Frio e seguir todos os passos de forma directa sem
atalhos que como se diz: «Quem se mete em atalhos, mete-se em
trabalhos».
Nesta
fase o Alvo está a passar por um processo bastante similar ao do
Comendador, mas existe uma diferença substancial entre os dois, é que
enquanto o Comendador diguemos tem um Vínculo 60 e deseja um Vínculo de
95 com o Alvo; o Alvo não tem os mesmos valores pelo que tem um Vínculo
de 20 e deseja um Vínculo de 20 com o Comendador. Por causa desta
disparidade se observa diferenças entre os sintomas da 2ª Fase em ambos
os intervenientes. Isto, porque no Alvo as entidades estão a dar início
ao processo de tentação afectiva e relacional; enquanto no Comendador
esse trabalho não dispensa muita atenção sendo como um carro que acelera
mais facilmente numa descida do que numa subida. Para melhor explicar a
tradução da evolução do vínculo na Relação por parte do Alvo durante a
2ªFase da Amarração fiz este gráfico:
Contudo,
é importante salientar que o grande ponto de viragem no vínculo entre
Alvo e Comendador prende-se no ponto em que o Alvo se deve esforçar por
colocar em práctica, ou seja, em actualizar aquilo que a Entidade lhe
está a propor como relação desejada. Isto é, o ponto delicado que marca a
viragem e o sucesso da Amarração prende-se com a Habilidade da
Entidade, e a Superação das Resistências do Alvo em que o Alvo se
empenhe mesmo que inadvertidamente para colocar aquilo que começa a
desejar para a Relação como Relação Actual. Isto porque aquilo que se
verifica é uma tendência superior do Alvo no que diz respeito ao Desejo
de Vínculo que não é acompanhada ao mesmo nível na Relação Actual.
Para
melhor explicar esta fase do processo vou recorrer a uma metáfora
explicativa que me parece ser a mais indicada. Contudo, antes de passar a
essa metáfora convém explicar que esta 2ª Fase da Amarração obedece a 3
Momentos Distintos:
- Momento da Negação;
- Momento da Presunção de Superação;
- Momento da Resignação.
Tendo
isto por base a metáfora a que vou recorrer é a de alguém que
inicialmente, e independentemente do motivo, sente-se motivado para
empreender uma dieta radical.
Então, o primeiro momento da 2ª fase da amarração é o chamado momento da negação. Quando
as entidades começam a conhecer a pessoa, elas entram devagarinho, e a
primeira reacção do alvo vai ser o de negação à proposta das Entidades. A pessoa vai começar a rejeitar
aquilo que está a sentir. Imagine-se que é algo como uma pessoa que começa
determinadamente uma dieta. Ela vai dizer não a
todo o tipo de alimentos que gosta e lhe fazem mal, nessa primeira fase
em
que a pessoa está motivada vão surgir imensas tentações com comida
deliciosa que no entanto é prejudicial àquilo que pretende, a saber,
emagrecer. Nessa fase a pessoa vai reagir intensamente, afastar-se até
dos restaurantes onde ia, ou da zona do hipermercado onde estão as suas
guloseimas favoritas. A pessoa vai dizer eu sou Forte eu sou Capaz e
como tal vai está motivada em conseguir e dizer para si mesma que é mais
forte do que tudo aquilo que lhe surja como tentação.
Curisosamente, ao mesmo tempo as tentações não vão diminuir mas antes
aumentar, até a um ponto em que a pessoa vai cair, basta enganar-se a si
própria ou cair na esparrela das Entidades, em que vai dizer a si própria: «bom se eu comer
isto de tempos a tempos, nem que seja uma só vez, até que não me irá fazer mal ou prejudicar os meus intentos»,
e assim cai, começa por comer aquilo que ao princípio negava por uma
primeira vez e mal dê por ela vai comer ainda mais do que
anteriormente, e irá estar tão ou mais «viciada» naquelas guloseimas como
outrora esteve antes de decidir enveredar pela dieta.
A pessoa vai libertar toda a sua tensão, que se foi acumulando na fase de negação,
por se ver privada daquilo que tanto gosta ( e sente-se tentada a ir) que depois quando cai, cai de
uma assentada (Isto já é 3ª Fase).
Agora, o truque está em deixar a pessoa privada nos primeiros tempos da sua guloseima, ou seja deixar a pessoa privada daquilo com que vai ser tentada a desejar, neste caso o próprio Comendador. Ou seja, neste momento o Comendador deve afastar-se do Alvo, e se não puder devido às suas circunstâncias, deve ignorâ-lo. Tanto no contacto social diário, como em meios de comunicação como o Facebook, E-mails, Sms entre outros. Contudo, o problema é que muitos Comendadores caiem também eles na esparrela (e mais à frente vou desenvolver este tema segundo a perspectiva do comendador). O Comendador deverá ser forte e resiliente, ao ponto de mesmo contra sua vontade inicial, evitar o contacto com o Alvo, pois tal como disse no post inicial para o sucesso de uma Amarração é importante que todos façam a sua parte.
Agora, o truque está em deixar a pessoa privada nos primeiros tempos da sua guloseima, ou seja deixar a pessoa privada daquilo com que vai ser tentada a desejar, neste caso o próprio Comendador. Ou seja, neste momento o Comendador deve afastar-se do Alvo, e se não puder devido às suas circunstâncias, deve ignorâ-lo. Tanto no contacto social diário, como em meios de comunicação como o Facebook, E-mails, Sms entre outros. Contudo, o problema é que muitos Comendadores caiem também eles na esparrela (e mais à frente vou desenvolver este tema segundo a perspectiva do comendador). O Comendador deverá ser forte e resiliente, ao ponto de mesmo contra sua vontade inicial, evitar o contacto com o Alvo, pois tal como disse no post inicial para o sucesso de uma Amarração é importante que todos façam a sua parte.
Por
isso é importante permitir que o Alvo consiga dizer a ele
próprio que é forte e que consegue ignorar e dominar as tentações que ao
início vai procurar negar, é bom que o Alvo acumule a
tensão, que com isso a Entidade faz a sua parte de forma mais fácil.
Sendo que é geralmente entre o primeiro e o segundo mês depois do
trabalho de conjuração que o Comendador vai começar a sentir uma
diferença
significativa da parte do Alvo.
Geralmente
esta diferença costuma surgir com uma proposta por parte do Alvo em
estabelecer um contacto inofensivo com o Comendador, como por exemplo um
pedido
para tomar café (isto é meramente exemplificativo).
Aquilo
que recomendo aos Comendadores é que não dêem logo
tudo (como infelizmente costuma acontecer mesmo com um aviso em
contrário), deixem pensar que o Alvo apenas provou de forma controlada a
tentação que tem vindo a negar (neste caso esteve com o Comendador,
tomou um café e teve na sua companhia, nada mais), e que ele (Alvo) é
mais
forte e que está a dominar a situação e as tentações que lhe estão a
surgir.
Por
conseguinte, e como afirmei anteriormente, as Entidades não são
Milagreiras, a materialização do trabalho depende do auxílio do
Comendador que facilite o mesmo, por isso tal como o Mago o Comendador
tem uma quota parte do modo como se deverá comportar, e agora vocês
melhor percebem o porquê de eu atacar aquilo a que chamei do Mito do
Sofá.
Este post já vai longo no próximo irei continuar a abordar as diferentes fases da Amarração.
Amarração ou Amarrações : Feitiço e Magia do Amor - Tudo aquilo que precisa de saber (Parte 9: A 2ª Fase do Processo de Amarração - Magia do Amor)
Devido
a imensas perguntas que me foram feitas sob os três momentos das 2ª
Fase da Amarração, irei agora deter-me na última parte do último post.
Por isso, tendo em vista o conteúdo do último post, vamos considerar ainda a 2ª Fase.
Então fiz este diagrama com base num diagrama que apresentei no último post:
Para ver melhor este diagrama basta clicar nele para fazer zoom. |
Então
podemos observar que na 2ª Fase a entidade vai propor diferentes
desejos ao Alvo no que diz respeito à sua relação com o Comendador.
Depois
no último post eu expliquei que esta 2ª Fase estava sujeita a três
momentos diferentes. Por isso, e para ser mais claro do que aquilo que
havia explicado no último post fiz este Diagrama para explicar aquele
processo:
Clique no Diagrama para ampliar o tamanho da Imagem. |
Espero que tendo este diagrama por base seja mais fácil perceber a última parte do conteúdo do último post.
1º Momento: Momento da Negação
Então,
no momento de Negação a Entidade vai lançar imensas propostas ao Alvo
com o intuito de fazer crescer o desejo do vínculo de maior relação com o
Comendador. A primeira reação do Alvo vai ser o de entrar num processo
de negação, onde procurará resistir contrariando essas imagens. Do mesmo
modo (e tendo por base a metáfora explicativa que empreguei no último
post), que alguém que inicia um processo de emagrecimento e corta nas
suas guloseimas favoritas, vai com algum sucesso e de forma simples
afastar as tentações que lhe surgirão na mente de querer comer aquelas
guloseimas.
O
importante aqui, é que o Alvo tenha a ilusão de que tem a situação sob
controlo. Por isso, é que o Comendador deverá evitar qualquer contacto
com o Alvo, e até se a situação o exigir, ter uma atitude de desprezo
para com o Alvo. É importante que no meio do Bombardeamento subtil de
sugestões do Alvo por parte da Entidade, o Alvo tenha a ilusão de que
controla os seus impulsos, até de que é mais forte ou mais valioso do
que o Comendador, e que as suas batalhas inconscientemente travadas por
variadas sugestões que lhe vêem à mente, não passam apenas de uma fase,
mas de que está a ganhar batalhas e a guerra consigo próprio será
facilmente ganha.
Se
esta ilusão não for criada no Alvo, então será muito mais difícil
ganhar a Guerra. Já tive casos em que Comendadores pareciam cachorros
atrás do Alvo mesmo contra as minhas indicações, e isso não favorecia em
nada o trabalho.
O passo seguinte das entidades é conseguir dobrar o Alvo. Existem duas formas pelas quais o Alvo pode ser Dobrado:
- O Alvo dobrado pela Força: este dobrar pela Força acontece quando as circunstâncias da Amarração são simples, em que o processo não encontra muitos obstáculos, nem na resistência do Alvo, nem na condição inicial da mesma. Estes casos são raros, mas quando acontecem são das amarrações mais simples e rápidas que existem. Mesmo assim o tempo mínimo para que se chegue à finalidade pretendida nunca há de ser menor do que um mês e meio.
- O Alvo dobrado pela Subtileza:
geralmente é assim que o Alvo começa a ser dobrado. Depois de passar
pelo momento da força, as entidades vão tentar dobrar e fazer vergar o
Alvo com base na sedução aliada à ilusão de que o Alvo tem de estar a
controlar a situação.
Nesta altura as imagens e desejos que as entidades infundiam no Alvo, passam a surgir não como uma adversidade que tem de ser controlada e negada, como algo de mau ou de incómodo que deve ser rejeitado, mas como algo vão e temporário que até podem dar algum gozo ou prazer ao Alvo, mais ainda se ele pensar que tem total controlo. Então o Alvo vai passar a pensar que não só controla a situação que até então era incómodo, mas que tem tal controlo que pode tirar partido e ter algum prazer com isso.
Logo a seguir a este último momento, as imagens passam a ganhar nova forma segundo uma aparência de Bem.
2º Momento: Momento da Presunção da Superação
Retomando
o final do ponto (2.), as imagens vão passar a surgir no alvo como
Aparência de Bem, e é nesse instante que nos encontramos no 2º Momento
da 2ª Fase.
Como
já tenho vindo a referir o grande obstáculo e dificuldade no processo
de Amarração é a 2ª Fase, e especialmente o 2º Momento desta.
O
motivo para tal acontece que como em muita coisa da vida que podemos
experimentar na primeira pessoa, sonhar e desejar não é díficil. Como
diz o ditado: «Sonhar não é proibido» ou «Sonhar não custa».
Muitas
das amarrações mal sucedidas, encontram aqui o seu grande obstáculo
para o sucesso. Pois a mestria e o alcance das metas estabelecidas passa
pelo Alvo não só desejar mas acreditar e se empenhar em realizar na sua
vida aquilo que agora deseja.
Mas,
para alcançar isso não só o Alvo vai ter de ser Dobrado, como vai ter
de encarar os desejos numa nova perspectiva. Perspectiva essa que lhe
vai parecer como um Bem para si e para a sua vida.
Contudo,
não se pense que o Alvo não irá oferecer novas resistências. Mas agora
as resistências evoluem para uma nova etapa. Nesta etapa ele vai pensar
que esses desejos mesmo com aparência de Bem são coisas impossíveis e do
passado pelo que deve desistir deles mesmo que estes se apresentem
segundo uma aparência de bem.
E
aqui nesta etapa é fundamental que os Alvos tenham a Presunção de que
tudo aquilo que têm vindo a desejar e a sentir foi totalmente superado.
O Conceito chave é que o Alvo pense que a Guerra está Terminada e que foram Eles quem Triunfou.
3º Momento: Momento da Resignação
Após
o término do 2º Momento, o Alvo vai pensar que a Guerra acabou e como
tal não tem mais aquele incómodo sobre si. É nesta altura que as
entidades vão começar a entristecer o Alvo. Por um lado, elas vão
parecer ausentes (e como isto não quero dizer que os Alvos as sintam
totalmente como uma presença, este estar ausente significa abrandamento
dos desejos presentes nos últimos tempos), mas ao mesmo tempo as
entidades apenas vão gerar: tristeza, solidão, mal-estar, ausência de
algo. E esta ausência de algo no início o Alvo não irá perceber do que
se trata (Por isso é tão importante que o Comendador não tenha contacto
com o Alvo), devo salientar que estes sintomas também estão presentes
quando o Alvo mantém uma relação com uma terceira pessoa.
Nesta
etapa o Alvo vai ser suavemente conduzido pela Entidade em encontrar a
explicação da sua tristeza e melancolia no facto de lhe faltar algo,
sendo que esse algo que lhe falta foi exactamente aquilo que procurou
resistir, a saber, todas aquelas imagens que encarou como negação e como
um adversário a ser abatido, que depois mesmo que lhe surgissem como
aparência de bem, no fundo era algo inviável que ele já havia superado.
É
precisamente neste ponto que o Alvo procura pela primeira vez de forma
activa a companhia ou a presença do Comendador. E isto pode surgir
apenas como SMS ou E-mail, até a uma proposta concreta de um encontro,
ou até como um mero Olá.
Contudo,
muitas vezes este primeiro contacto dá-se de forma indirecta, ou seja, o
Alvo procura só saber algo sobre o Comendador, pois é importante dentro
do possível que o Alvo considere o Comendador como alguém distante (
Por isso é tão importante que o Comendador evite o Alvo), esse algo pode
surgir de forma indirecta, a saber, através de visitar a página de
facebook (realidade de hoje), ou perguntar a uma pessoa em comum saber
como está o Comendador, ou o que faz, ou como se encontra, ou até mandar
recados indirectos ao mesmo.
Mas
quando se chega a este ponto e existe a proposta de uma contacto mais
pessoal entre Alvo e Comendador, e é aqui que o Comendador deve dizer
sim, ir ao encontro do Alvo. Contudo, o Comendador não deve dar tudo ao
Alvo (se é que me estou a perceber), não só o Comendador deverá derreter
o seu coração no Alvo, nem parecer fraco, mas confiante e não fazer
como alguns Comendadores que dão logo tudo. Isto porque é nesta etapa
que os Alvos vão descarregar toda a tensão que sem darem conta foram
acumulando desde que se deu início ao processo de Amarração.
Geralmente para mim é quando se dá este encontro que se inicia a 3ª Fase da Amarração.
Que no próximo post irei detalhar.
Amarração ou Amarrações : Feitiço e Magia do Amor - Tudo aquilo que precisa de saber (Parte 10: A 3ª e última Fase do Processo de Amarração - Magia do Amor)
Que no próximo post irei detalhar.
Amarração ou Amarrações : Feitiço e Magia do Amor - Tudo aquilo que precisa de saber (Parte 10: A 3ª e última Fase do Processo de Amarração - Magia do Amor)
Tendo
em mente o conteúdos dos últimos posts, e agora com o conhecimento da
2ª Fase já consolidado, podemos agora abordar a 3ª Fase.
A 3ª Fase eu a chamo de Consolidação, não é tão delicada e importante como a 2ª mas também tem que se lhe diga.
Uma
vez estabelecido o contacto entre o Alvo e o Comendador, resta que o
vínculo cresça. Este crescimento do vínculo traduz-se pelo movimento do
Alvo daquilo que deseja para a relação à luz do trabalho das entidades,
para aquilo que vai actualizar na relação com o Comendador.
Como
já referi a parte difícil da amarração, é o Alvo mover-se interiormente
no seu próprio Eu e fazer com que se torne realidade os desejos que tem
vindo a sentir. Os obstáculos e resistências fazem com que a pessoa não
dê este importante passo na sua relação com o Comendador.
Por uma questão explicativa vou dividir a 3ª Fase em quatro momentos:
- Momento de Alicersar;
- Momento da Tomada de Consciência;
- Momento da Consolidação;
- Momento da Amarração do Vínculo;
1º Momento: Momento de Alicersar
Uma
vez com a 2ª Fase realizada no seu último momento e após o contacto
entre o Alvo e o Comendador, é bom que as coisas prossigam com calma.
Nesta fase nem todos os Alvos reagem de igual forma, mesmo esta
explicação é uma generalista, pois como já referi por imensas vezes cada
caso é um caso.
O
início do 1ª Momento da 3ª Fase é às vezes marcada por algum desânimo
por parte dos Comendadores. Isto porque após o contacto inicial do
Alvo, e de forma legítima, os Comendadores ficam logo cheios de
expectativas, ansiedade, e querem que aquele primeiro sinal de abertura
tenha cada vez maior continuidade. Contudo, as coisas não fluem como os
Comendadores desejam.
Após
o primeiro contacto os Alvos geralmente dividem-se em 2, e isto também
depende de como o Comendador geriu o primeiro contacto pós-amarração:
- Alvos fáceis: estes geralmente não passam por uma fase de luto (que mais à frente irei explicar), mas passam por esta fase sem qualquer tipo de desânimo e de perturbação, e deixam-se levar pela corrente do Trabalhos das entidades. São uma minoria, depende também do tipo de trabalho, da força, e principalmente de como o Comendador foi gerindo a situação, estes são aqueles que basicamente se pode dizer que se encontram Enamorados.
- Alvos relutantes: estes são geralmente em maioria e são aqueles que passam por uma fase de luto, quando o Comendador dá de mais no primeiro encontro é quase certo que o Alvo passe por uma fase dura de luto e seja mais relutante do que o normal. Muitas vezes os Comendadores vão-se abaixo nesta fase, mas é preciso determinação para não se deixarem contaminar pelo estado de espirito do Alvo.
A
fase de luto que os Alvos vêem a experimentar durante o início da 3ª
Fase é marcado por um certo arrependimento. Não só começam a libertar a
tensão da luta que experimentaram nas fases anteriores, bem como essa
libertação da tensão pode gerar arrependimento e luto. Esta é a primeira
altura em que os Alvos podem ter consciência de que afinal não ganharam
a guerra mas que pela primeira vez perderam a batalha porque foram
fracos.
Geralmente
as imagens e sensação de domínio que ilusoriamente lhes foram sido
dadas caiem nesta fase, onde em regra geral os Alvos vão se recordar do
passado recente e vão se até arrepender do primeiro contacto.
Isto
em regra geral é difícil de explicar aos Comendadores, muitas vezes
acontecem casos em que os Comendadores marcaram com os Alvos um segundo
encontro e subitamente vêm o Alvo a mudar por completo a sua atitude.
Vou
dar um exemplo que espero poder ajudar a melhor compreender esta etapa.
Às vezes as pessoas ou por causa da sua situação familiar ou
profissional, ou após um grande esforço da sua parte, cometem algum tipo
de excesso para compensar e libertar a tensão, e certas vezes quando
passam certos limites arrependem-se e envergonham-se. Recordo-me de
quando estudei lá fora, ter tido uma colega que ela era muito
determinada na realização dos seus objectivos, uma aluna aplicada e
rigorosa, que via-se sofrer por causa das duras metas que colocava sobre
si mesma, além da exigência que punha na sua própria pessoa. Ao mesmo
tempo não lhe eram conhecidos excessos ou extravagâncias, ela traçava
metas e levava-as até ao fim, de certa forma todos nós na altura não
temperados como ela invejávamos a sua capacidade de perserverança.
Contudo, como se ainda fosse ontem, recordo-me bem da semana em que
entregámos as nossas teses. Como éramos poucos, nesse fim-de-semana todo
o curso foi sair para celebrar a entrega das teses, e ela quase que se
transfigurou-se aos nossos olhos, bebeu em excesso, fumou o que não
devia, e acabou por fazer um daqueles tristes espectáculos que
infelizmente hoje costumam ser tão frequentes entre os nossos jovens. A
verdade, é que possivelmente nos dias seguintes, a vergonha da sua
descompressão de tanta pressão vez com que ela tivesse desaparecido,
chegámos a pensar o pior, mas felizmente tudo estava bem, exceptuando
ela que desenvolveu uma espécie de depressão causada por uma vergonha
profunda.
É
claro que este exemplo é exagerado com aquilo que experimentam os
Alvos, mas creio ser esclarecedor que depois do primeiro contacto a
maioria dos Alvos, parece dar um passo atrás e mudar a sua atitude que
poderia ter parecido tão radiante ou aberta diante do Comendador.
É
importante que durante esta fase de luto, o Comendador volte a evitar o
contacto com o Alvo, e mesmo que o Alvo lhe tenha feito alguma
desfeita, o Comendador não procure esclarecimentos junto do Alvo. O erro
de alguns Comendadores é pressionarem os Alvos. O melhor a fazer é o
Alvo viver o seu luto e as entidades fazerem o seu trabalho.
É
nesta etapa que as Entidades vão alicerçar o trabalho, e vão criar
dentro do alvo as condições para edificarem alicerces sólidos para o que
virá a seguir.
Basicamente
o que acontece é que nesta altura de luto e de remorsos, as entidades
vão contribuir para este Estado de Espírito no Alvo, criando ai a ilusão
de que o turbilhão de sentimentos que foram vividos, bem como estes
mais recentes resultam do facto de que o Alvo ama mesmo o Comendador, e
que no fundo de si sempre nutriu um sentimento especial pelo Comendador,
só que nunca se tinha apercebido de tal facto. É claro que isto varia
consoante o tipo de trabalho, mas estou a generalizar para melhor se
perceber as diferentes etapas.
O
crucial a perceber neste 1º Momento da 3ª Fase é que o Alvo deste luto,
vai tomar todas estas experiências interiores como sinal de que se
encontra apaixonado ou de que no fundo sempre sentiu uma ligação
especial para com o Comendador.
2º Momento: Tomada de Consciência
Este é talvez a par da 2ª Fase a etapa mais delicada de toda a Amarração.
Quando
o Alvo termina o luto e inadvertidamente vê-se com alicerces fortes não
só naquilo que Deseja mas naquilo que está disposto a fazer por si na
direcção de actualizar a relação com o Comendador, que o edifício pode
colapsar.
Geralmente
esta fase inicia-se não só com o término do luto, mas principalmente
com um 2º bom contacto entre Alvo e Comendador. Aqui refiro segundo bom
contacto, mas isto não é mecânico ou factual, pode antes ter havido
vários bons contactos entre Comendador e Alvo, até porque estas fases
variam de caso para caso. Mas, regra geral, aquilo a que denomino 2º Bom
contacto como a atitude do Alvo para o Comendador similar em parte a
uma disposição diferente que o Comendador sentiu na presença do Alvo no
1º contacto.
Aqui o próprio Alvo vai viver dois momentos especiais:
- Momento de averiguação: ou seja, se efectivamente aquilo que sentiu no último momento, sugerido pelas Entidades, de que efectivamente sempre nutriu algo especial pelo Comendador, se verifica. Isto é, o Alvo vai querer contactar o Comendador e tirar uma espécie de prova dos nove, verificando se aquilo que sentiu nestes últimos tempos é mesmo assim.
- Tomada de consciência: após a averiguação, o comendador vai-se questionar do porquê de estar a viver tudo isto agora. E geralmente traz à memória toda a história da relação, especialmente esta intensidade que muito recentemente se abateu sobre ele. Aqui ele vai seguir um de dois caminhos:
- Confia e acredita que tudo isto é legítimo, e uma espécie de revelação sem causa procedente daquilo que sempre esteve adormecido no seu coração;
- Desconfia e vai querer aprofundar a legitimidade de tudo isso.
No
momento de averiguação é importante que o Comendador pareça natural, e
completamente descontraido, o Comendador não pode vir com altas
declarações de amor, ou parecer demasiado ansioso. Deve permanecer como
sempre foi. Geralmente esta etapa costuma correr bem.
Agora,
o grande problema advém do momento de Tomada de Consciência, já vi
amarrações fracassarem neste ponto, e algumas pessoas a contactaram-me
para saber se tinham sido ou se estavam a ser victimas de algum tipo de
Magia sobre elas.
Esta
etapa é muito sensível e delicada, é aqui que o Alvo pode perceber que
tudo isto é uma ilusão criada pelo Mau Espírito. Geralmente pessoas que
crêem nas Entidades, aliado à sua resistência interna conseguem
desmascarar toda a trama que sobre elas tem vindo a ser tecida. Se isso
acontece pode ser o fim, mas não necessáriamente. Aqui é importante
trabalhar com uma boa entidade em ordem a garantir uma certa mestria
sobre o Alvo. Ao mesmo tempo um Comendador diligente e empenhado também
consegue contribuir para o salvamento da situação.
Agora
os leitores podem compreender tudo aquilo que havia explicado sobre a
resistência dos Alvos. Esta é o período em que tudo pode ruir, quando
tudo estava a ir bem.
Esta
fase crítica pode até durar muito tempo como um mês ou dois, a coisa
pode parecer que parou aqui, esta é uma fase muito delicada para o Alvo.
Por causa disso, é que os leitores podem agora perceber aquilo que vos
disse sobre a Resistência do Alvo no que diz respeito à Ascése e
Mortificação, aqui os Alvos resistentes, não seguem o que sentem, e
conseguem dizer Não aos seus apetites e desejos, porque podem ser
atentos o suficiente para perceber que nem todos os nossos desejos e
apetites vêm do Bom Espírito.
Mas
também como referi nesse mesmo post a maior parte das pessoas, com o
evoluir da nossa sociedade pós-contemporânea, estão cada vez menos
resistentes, mas de vez em quando lá se vão descobrindo alguns casos.
3ª Momento: Momento da Consolidação
Geralmente
os Alvos, acreditam e seguem em frente, quando este pico da montanha é
ultrapassada, então os alicerces transformam-se em Solidifacações.
É
nesta altura que entramos no 3º Momento o de Consolidação. Agora com os
alicerces em ordem, com o Alvo inadvertidamente a ser amarrado na teia,
e com a superação das suas desconfianças e temores é altura de começar a
consolidar a relação, é nesta altura que mais fácilmente do que outrora
o Alvo vai procura actualizar com empenho o desejo de uma relação mais
forte, com um vínculo superior.
Aqui
o Comendador já pode começar a esticar-se junto do Alvo, aqui já pode
dar tudo. É nesta altura a etapa perfeita para o Comendador abrir o seu
coração junto do Alvo. Aqui o importante é permitir com que o Alvo tenha
espaço para se empenhar na Actualização da Relação e possa viver um
Sonho de Felicidade.
4º Momento: Momento da Amarração do Vínculo
Com
a relação alicerçada, solidificada e consolidade, é a altura para o
último golpe das Entidades, e o período final da Amarração, é quando os
desejos de relação futura chegam ao máximo, e quando a relação e
consequentemente o vínculo entre os dois é Actualizado no seu Máximo. E
por assim dizer o vínculo está conseguido, e o Alvo encontra-se
definitivamente Amarrado ao Comendador.
Para
se chegar a este ponto, como os caros leitores tiveram oportunidade de
ler, é preciso ultrapassar diferentes fases, lutas, altos e baixos.
O
tempo necessário para aqui chegar depende de todas as variáveis que
tenho vindo a explicar e a aprofundar, mas pode variar no mínimo dos
mínimos 1 Mês e Meio; em média entre 3 a 5 Meses; o caso mais demorado
que tive foi um 1 Ano e Meio.
Neste
caso mais demorado, tive um Comendador espectacular, que apesar do Alvo
ser resistente e a entidade ter sido fraca, soube escrupulosamente
seguir as indicações e viu-se ele e eu recompensados quando ao final de
tanto tempo conseguiu o pretendido. Quando menos se pensava que a coisa
podia não estar a ir, ele sentia o encosto da Entidade nele, e formou
uma boa equipa por assim dizer com a Entidade. Foi talvez de todos os
casos o que me deixou mais feliz, mais até do que aqueles que são
rápidos e onde tudo fica resolvido em pouco tempo.
Este
post já vai longo, no próximo vou colocar bibliografia que penso ser
útil, assim como responder a questões e aprofundar ainda alguns temas.
Amarração ou Amarrações : Feitiço e Magia do Amor - Tudo aquilo que precisa de saber (Parte 11: O Pós-Amarração - Magia do Amor)
Amarração ou Amarrações : Feitiço e Magia do Amor - Tudo aquilo que precisa de saber (Parte 11: O Pós-Amarração - Magia do Amor)
Tendo
em conta o conteúdo dos últimos posts será agora importante abordarmos o
Pós-Amarração. Ao contrário do que se pensa, não é com o término do
trabalho e com o respectivo sucesso, e a isto refiro-me ao Comendador
alcançar o que pretende do Alvo, que tudo se pode dar por terminado e
encerrado. Existem ainda certas coisas a ter em conta.
Para
melhor explicar a fase do pós-Amarração deverei desmistificar três
mitos, que designo por Mito dos 7 anos; Mito da Infalibilidade e o Mito
do foram Felizes para sempre:
- Mito dos 7 Anos:
este é um mito muito difundido entre as pessoas, a saber, o mito de que
as amarrações têm um prazo de validade. Chamo-lhe Mito dos 7 Anos
porque não só as Amarrações bem sucedidas não têm prazo de validade,
pois Magia não é como um pacote de leite que se corrompe ao fim de algum
tempo, bem como a data de validade da amarração encontra-se muito
generalizada como tendo duração de 7 Anos.
A origem deste mito está no meu ponto de vista relacionado com duas coisas: - Primeiro, o número 7 na antiguidade clássica e nomeadamente na cultura Hebraica donde virá a brotar o Cristianismo é considerado o número da perfeição. Tanto que aquele símbolo judeu que ainda hoje surge no parlamento de Israel e também é o símbolo do Estado de Israel, a saber, o candelabro com sete velas (Menorá) encontra no número 7 a legitimidade da sua perfeição. Creio que este simbolismo aliado a uma concepção Romântica (de história cultural) de que uma Amarração era sempre perfeita, pode ter levado a uma mutação onde vem surgir o mito de que as amarrações têm 7 anos de validade.
- Segundo, que no meu ponto de vista contribui para este mito foi o facto de algumas amarrações mesmo que bem sucedidas, tenham visto o vínculo da relação reduzido ao ponto de que a relação veio a terminar (irei mais à frente explicar isto).
- Mito da Infalibilidade: tal como o nome indica este mito pressupõe que após uma amarração bem sucedida, a relação entre estas duas pessoas é completamente infalível, a tal ponto, que o Alvo torna-se uma espécie de susserano do Comendador, completamente cego ao contexto da relação. Este Mito está relacionado com um mito que expliquei em posts anteriores, a saber, o Mito de que a Magia é Milagreira.
- Mito do foram Felizes para sempre: este é um mito intrinsecamente relacionado com o Mito da Infalibilidade. Este mito é o de que após uma amarração bem sucedida tanto o Comendador como o Alvo vão experimentar uma felicidade perfeita e eterna sem baixos até ao final das suas vidas. Este mito inconscientemente difundido faz levar as pessoas a pensarem que encontram na Magia algo que é uma Utopia dos Relacionamentos, a saber, uma relação perfeita de pura felicidade onde não há espaço para qualquer baixo ou acontecimentos que possam abalar a relação.
Uma
vez tendo presente estes três mitos, podemos compreender que quem
promete tudo isto a uma pessoa que pretenda uma amarração não está a ser
inteiramente claro com essa pessoa e que certamente esta no final se
irá encontrar defraudada.
Mas
tal como disse no ínicio deste post, é preciso compreender o
Pós-Amarração, etapa igualmente importante para se perceber onde se
encontram estes Mitos e saber como os ultrapassar.
Quando
a Amarração é bem sucedida e o Comendador alcança os objectivos que
pretendia com a Amarração dá-se início a uma nova fase, já não tanto
como Amarração, mas como Relação entre 2 pessoas.
Mesmo
com uma Amarração bem sucedida, e se for o caso, se der início a uma
relação amorosa entre Comendador e Alvo, esta relação está sujeita às
mesmas vicissitudes das relações amorosas naturais. Contudo, não é
inteiramente igual às naturais, isto porque os Alvos foram trabalhados,
quero dizer que aquilo que a minha experiência me tem indicado que se o
Comendador fizer o que lhe compete tenho encontrado as relações com
recurso à Amarração bem mais sucedidas do que as Relações Naturais, mas
isto depende em parte da motivação e empenho do Comendador, muito mais
do que o próprio Alvo que já foi polido.
Uma relação que tenha brotado de uma Amarração, contínua a encontrar os mesmos desafios de uma relação natural, a saber:
- Lidar com os problemas domésticos;
- Lidar com os problemas quotidianos;
- Lidar com a divisão de tarefas;
- Lidar com a educação dos filhos;
- Lidar com a divisão das contas monetárias do casal;
- Lidar com a alimentação da relação;
- Lidar com a monotonia do enamoramento;
- Lidar com as opções estratégicas do casal, por exemplo: investir aqui ou ali, mudarem-se para outra casa, etc...
- Procurar a harmonia e empatia no casal;
- Procurar em crescer os níveis de confiança entre ambos
- etc., etc..
Contudo, e dependendo do tipo de Amarração as vantagens sobre uma relação natural são:
- O Alvo estará mais disposto a abdicar de certas posições que entenda como preferencias suas;
- O Alvo será fiel a nível sexual e psicológico;
- O Alvo ao contrário de muitas pessoas, não procurará planos alternativos quando for contrariado;
- O Alvo não desistirá do Comendador quando este fracassar ou estiver vulnerável;
- O Alvo não procurará planos sem a presença do Comendador;
- O Alvo confiará no Comendador;
- O Alvo lidará melhor com a monotonia do enamoramento da relação;
- O Alvo será mais tolerante com as divisões de tarefas;
- O Alvo será mais condescendente com as opções estratégicas do casal em que ocorra desentendimento;
- O Alvo tenderá a ser mais fiel nos obstáculos de várias ordens que se possam colocar na relação do casal.
- O Alvo será forte a intrigas externas que procurem quebrar a relação do casal.
São
muitas vezes estas vantagens que levam pessoas casadas a procurarem
salvar os seus casamentos com recurso a uma Amarração, coisa que vimos
no post sobre a História Medieval das Amarrações. E que levam pessoas
que já mantêm uma relação natural com o Alvo a procurarem mesmo assim
uma Amarração em ordem a consolidar a mesma.
Contudo,
apesar destas vantagens, uma relação que tenha a sua origem ou
prolongamento com uma Amarração também pode cair e desmoronar-se, e para
isso os Comendadores têm de ter o máximo respeito. Quando
o Comendador, sabendo o que quer e deseja, procura alcançar os seus
objectivos com uma Amarração, em regra geral, costumam dar ao Alvo uma
vida muito feliz, mesmo com os precalços que todas as relações
encontram. Para isso o importante é como diz a definição de relação em
Ágape serem Tudo para o Alvo como o Alvo será Tudo para Eles. No fundo o
amor é isso, a capacidade de entrega altruista e generosa ao outro.
Apesar disto, e infelizmente, às vezes assisto a borradas dos Comendadores que conseguem por um fim à relação. Uma
boa chave para perceber como uma relação pode terminar é evitar que o
Comendador faça algo que possa levar de alguma forma o Alvo a Odiar o
Comendador.
Para mim esta é a Chave de Ouro para se não quebrar aquilo que a Amarração Uniu. Digo
isto desta forma, porque cada pessoa é um evento único e irrepetível,
assim cada um é como cada qual, desta maneira existem coisas que os
Alvos são mais sensíveis do que outros.
Agora
isto é muito importante, quando um Comendador passa a fronteira e gera
Ódio no Alvo vai haver uma ruptura, e tal como expliquei no post
anterior sobre os Alvos, é muito díficil se não impossível que uma
Amarração resulte se o Alvo Odeia o Comendador. Por isso, é que
infelizmente tive alguns casos de Comendadores que borraram a pintura
totalmente, os Alvos os odiaram e tive que lhes dizer que se o Ódio foi
tão profundo do Alvo ao ponto de se separar do Comendador, uma nova
Amarração não irá trazer de volta o Alvo. Um Alvo que odeie o Comendador
não cairá numa Amarração.
Para
concretizar e exemplificar, os casos em que uma Amarração pode dar
origem a uma separação encontram-se quando o Comendador pode fazer
alguma destas coisas, não esquecendo a Regra de Ouro que em cima
expliquei e que pode não se materializar em algumas destas acções:
- Agredir fisicamente o Alvo;
- Agredir verbalmente o Alvo;
- Agredir psicologicamente o Alvo;
- For sexualmente infiel ao Alvo;
- Mesmo que não tenha sido sexualmente infiel ao Alvo, ter dado algumas confianças nesse sentido;
- Roubar dinheiro ao Alvo;
- Agredir ou maltratar de alguma forma os filhos do Casal, ou os filhos do Alvo;
- Desprezar o Alvo;
- Prender o Alvo e não lhe dar espaço (físico ou psicológico);
- Contrariar sistematicamente o Alvo;
- Longas ausências do Alvo (não me refiro a pessoas cuja profissão os leve a estar longe do companheiro por muito tempo, mas tive um caso de um Comendador que deixava o Alvo em casa a cuidar dos filhos e passava semanas sem vir a casa, sem qualquer justificação)
- Ter algum tipo de vício que repugne ao Alvo, os mais comuns são Alcoolismo e Toxicodepêndencia (mesmo com drogas leves). Uma vez tive um caso de um Comendador que não sei bem a fronteira para lhe chamar alcoólico ou não, diguemos que gostava da pinga. Apesar disso nunca foi agressivo ou violento para com o Alvo, mas como o Alvo tinha tido um pai que era Alcóolico e que maltratava a mulher e os filhos, o Alvo desenvolveu ao longo da sua vida um Ódio pelo Álcool causa do Alvo Odiar o facto do Comendador Beber.
Como
tal, agora os leitores podem melhor perceber o porquê de uma relação
entre Comendador e Alvo baseada ou reforçada com uma Amarração não ser à
prova de bala. E isto não significa que a Amarração tenha prazo de
validade, mas que existem limites que não podem ser ultrapassados. Muitas
pessoas ingénuamente pensam que uma vez Amarradas podem fazer o que
lhes apetece que a relação está segura mas a verdade é que não é assim. Felizmente esses casos que tive foram poucos, mas para mim mesmo esses poucos foram muitos.
Com
respeito ao Mito do Foram Felizes para sempre, e apesar das vantagens
para o Comendador de uma relação baseada ou reforçada numa Amarração,
vão sempre surgir em algum ponto atritos entre o casal, discussões,
desentendimentos. Isso é uma coisa que nenhuma Magia alguma vez poderá
apagar, a história de uma relação entre duas pessoas é feito dessas
coisas.
Não existem relações perfeitas, isso é uma Utopia, e quem prometer que faz uma Amarração que dê uma relação perfeita está a mentir. Como expliquei tem as suas vantagens, mas essas nunca poderão apagar coisas que são normais nas relações.
Não existem relações perfeitas, isso é uma Utopia, e quem prometer que faz uma Amarração que dê uma relação perfeita está a mentir. Como expliquei tem as suas vantagens, mas essas nunca poderão apagar coisas que são normais nas relações.
Contudo,
devo salientar que também existem desvantagens entre uma relação
brotada ou reforçada por uma amarração comparativamente com uma relação
natural:
- Os Alvos tendem a ser mais possessivos e ciumentos;
- Os Alvos apresentam maior desconfiança e receio sobre algo que pensem poder dividir e separar o casal, e reagem de forma mais efusiva a isso. Para exemplificar, uma vez tive um caso de um Comendador cuja mãe não gostava do Alvo, a mãe nunca soube que o Comendador tinha feito uma Amarração com o Alvo, ambos casaram-se contra a vontade da mãe do Comendador. O Alvo não se inibiu de responder à letra, às vezes pelo que me constou, até de forma mais irascível sobre a mãe do Alvo quando esta mandava as suas «bocas» sobre o casal ou tentava minar a mente da mãe. Tive um outro caso de um Comendador que estava apaixonado pelo Alvo, realizou-se uma Amarração entre os dois e eles casaram-se. A certa altura o Comendador arranjou emprego numa empresa onde tinha por colega um ex-namorado, o Alvo temendo uma reaproximação dos dois foi literalmente fazer uma «peixarada» à porta da Empresa sob o ex-namorado do Comendador.
Expliquei
isto porque é importante também ter em conta algumas desvantagens e
tendências dos comportamentos do Alvo face ao Comendador.
Isto
porque, muitas vezes e devo mencionar isto alguns Alvos tornam-se
obsessivos. Quando assim acontece o Comendador procura-me para
desmanchar o trabalho, coisa que também é possível. Isso geralmente
acontece quando o Comendador quer divorciar-se ou separar-se do Alvo, e
como é compreensivel este último não reage bem e não pretende a
separação.
Tenho sobretudo observado isso quando o Comendador, apenas deseja o Alvo por capricho e não por amá-lo ou acreditar numa relação a dois com o Alvo. São geralmente esses comendadores que me vêem procurar o desmancho do trabalho. Como digo, cada caso é um caso, e neste nosso mundo há muita variedade para muitos casos diferentes.
Tenho sobretudo observado isso quando o Comendador, apenas deseja o Alvo por capricho e não por amá-lo ou acreditar numa relação a dois com o Alvo. São geralmente esses comendadores que me vêem procurar o desmancho do trabalho. Como digo, cada caso é um caso, e neste nosso mundo há muita variedade para muitos casos diferentes.
Este post já vai longo no próximo post vou desenvolver alguns temas de posts anteriores.
Amarração ou Amarrações : Feitiço e Magia do Amor - Tudo aquilo que precisa de saber (Parte 12: Os Casos Raros e Especiais da Amarração - Magia do Amor)
Amarração ou Amarrações : Feitiço e Magia do Amor - Tudo aquilo que precisa de saber (Parte 13: A Ética ou Moral da Amarração - Magia do Amor)
Breve Prelúdio
O principal propósito deste Blogue é ser um espaço de divulgação e informação.
Infelizmente, tal como disse no início desta série de posts, existe uma grande desinformação. A própria internet que é uma ferramenta tão boa, acaba às vezes inadvertidamente por ser uma fonte não de informação mas de desinformação. Passo a explicar.
Amarração ou Amarrações : Feitiço e Magia do Amor - Tudo aquilo que precisa de saber (Parte 12: Os Casos Raros e Especiais da Amarração - Magia do Amor)
Tendo
em mente o conteúdo dos últimos posts poderemos agora avançar para
casos mais complicados. Toda a informação que tenho vindo a explicar
estará presente de forma mais desenvolvida nos livros que estou a
escrever. Mas penso ser importante agora falar dos casos mais
complicados e complexos.
Até
agora temos visto como se processam as Amarrações de forma linear, em
ordem a melhor compreender o que é uma Amarração ou Magia do Amor, e
como ela funciona. Agora será importante introduzir mais algumas
variáveis.
Da
minha experiência são mais as variáveis que não sabemos do que aquelas
que sabemos. Regra geral, as variáveis que não conhecemos não causam
grande transtorno e podem ser facilmente ultrapassadas mas infelizmente
nem sempre é assim. Por causa disto este post
vai abordar os casos especiais, isto é, os mais complicados e complexos
que vou dividir em 8 categorias que vão ser sucessivamente abordados:
- Quando o Alvo é altamente influênciado por uma pessoa amiga ou familiar e que pode comprometer a Amarração;
- Quando o Alvo já se encontra numa relação amorosa que tanto pode ser um namoro ou um matrimónio com uma terceirra pessoa;
- Quando ou o Alvo ou o Comendador ou mesmo Ambos foram víctimas de algum tipo de trabalho, tanto à relação como à própria pessoa;
- Quando o Alvo ou o Comendador se encontram enquadrados dentro do plano das Entidades;
- Relacionado com o último ponto, quando o Alvo ou o Comendador são Vocacionados;
- Quando o Alvo sofre de algum problema ou desordem mental e psicológica;
- Quando ou o Alvo ou Comendador se encontram numa situação muito rara;
- Quando é «Sem Causa Procedente»
(1.) e (2.)
Então,
em primeiro lugar vamos considerar que o Alvo encontra-se sempre como
qualquer pessoa neste mundo numa teia de diferentes relações, onde entre
elas encontra-se a sua relação com o Comendador. Fiz este diagrama
simplista para exemplificar:
Diagrama da teia de relações em que se encontra o Alvo. As setas de diferentes tamanhos são abstrações dos diferentes tipos de vínculos que o Alvo mantém com as pessoas que o rodeiam. |
Agora,
será importante considerar que os casos mais complexos dizem respeito a
quando esta teia de relações, a saber, o contexto único em que o Alvo
se encontra pode ser um obstáculo ou uma dificuldade ao processo de
Amarração. Vamos agora considerar os seguintes casos:
Diagrama da influência por parte de alguém com forte vínculo ao Alvo para prejudicar uma relação, ou ser obstáculo à mesma. Clique no Diagrama para fazer zoom. |
Diagrama de quando o Alvo já tem uma relação amorosa forte ou quando está atraido e deseja uma relação amorosa forte com uma terceira pessoa. |
- Quando o Alvo é influenciado ou tem um vínculo forte com alguém que pode ser um obstáculo à Amarração.
Estes casos são mais frequentes de acontecer quando alguém perto do
Alvo podendo ser um familiar próximo (exemplo o Pai ou a Mãe ou até
algum irmão, etc.) procuram influenciar negativamente o Alvo na direção
do Comendador.
Também pode acontecer que essa influência negativa pode advir de algum amigo(a) que exerça pressão de alguma forma que tanto pode ser no sentido de afastar o Alvo do Comendador como pode ser de o querer aproximar de outra pessoa.
Um caso frequente costumam ser aqueles «amigos» que procuram influenciar o Alvo na direção da pessoa A ou B. - Quando o Alvo já tem uma relação amorosa forte que tanto pode ser com um namorado(a) ou se o Alvo já se encontra casado, ou então se o Alvo se encontra atraído por uma outra pessoa.
Estas
situações podem dificultar o processo de Amarração, mas como já
expliquei cada caso é um caso. Em qualquer uma destas situações a
Entidade procurará começar por minar e diminuir a esfera de inflûencia
sobre o alvo que têm estas pessoas.
Diagrama da dificuldade colocada à Amarração pela Esfera de Influência a que o Alvo possa estar sujeito. Quanto maior a área do círculo maior a dificuldade. Clique para Ampliar. |
Por causa disso, e seguindo o lema que já expliquei num outro post: «Fazer o Máximo com o Mínimo».
Ou seja, em muitos casos não é preciso sequer fazer um trabalho
anterior a este e na amarração simples a entidade consegue superar essa
situação, é claro que isto não dispensa as anteriores variáveis como a
própria projecção de força no trabalho ou uma entidade mais superior.
Contudo, nem sempre é assim, nos casos que possam parecer mais difíceis, temos duas opções:
- Ou reforça-se o trabalho projectando mais força nele, ou então apostando numa Entidade Superior;
- Ou para se ter uma garantia superior do sucesso do mesmo procede-se à realização de um trabalho anterior ao de Amarração com o intuito de cortar aquele cordião umbilical que liga o Alvo das influências que podem comprometer o trabalho.
Este
trabalho com vista a (2.) pode ser feito de diferentes modos e de
diferentes tipos, tanto pode ser algo simples como um mero desmancho ou
envenenamento da relação que o Alvo mantém com pessoa X. Ou então pode
ser algo mais complexo e superior que passa não só pelo afastamento mas
pela criação de um hiato entre essas pessoas. Geralmente este último
procedimento é recomendado quando a esfera de influência entre a pessoa X
e o Alvo é muito grande.
Então
um trabalho de Amarração entre Comendador e Alvo que esteja sujeito a
estas variáveis pode encontrar a necessidade da realização de 2
trabalhos para melhor se alcançar o fim a que se pretende.
(3.)
Quando ou o Alvo ou o Comendador ou mesmo Ambos foram víctimas de algum
tipo de trabalho, tanto à relação como à própria pessoa;
Contudo, dentro dos casos especiais existem ainda uns mais complicados e delicados para se lidar.
Entre
esses acontecem casos em que ou o Alvo ou o Comendador foram
previamente victimas de algum tipo de Trabalho. Dentro desta categoria
já vi muita coisa e vou agora mencionar os principais:
- Quando o Comendador e o Alvo tinham uma relação forte e esta foi desfeita com recurso a um trabalho;
- Quando o Comendador e o Alvo tinham uma relação forte e esta foi desfeita com recurso a um trabalho, e uma terceira pessoa Amarrou-se ao Alvo (similar àquilo descrito em cima mas desta vez o Comendador e Alvo encontram-se em lados opostos);
- Quando o Comendador ou o Alvo não têm uma relação forte mas algum deles foi víctima de algum trabalho. É importante ter em conta não só o tipo mas também a força desse trabalho, podendo encontrar-se algum destes:
- Imprecação;
- Maldição;
- Contaminação;
- Pregação;
- Cessação;
- Forma menor de Possessão;
- Desmancho;
- Amarração;
- Diminuição;
- Altercação;
Mesmo
nestes casos às vezes basta apenas a Amarração para a coisa funcionar e
o Comendador alcançar o que pretende seguindo o lema: «Fazer o Máximo
com o Mínimo», outras vezes é necessária outra abordagem.
A
abordagem mais comum nestes casos, e volto a recordar que «cada caso é
um caso», passa por começar por retirar os obstáculos, nestes casos
seria necessário limpar aquilo que previamente foi feito. Este tema dará
uma série de posts em que mais à frente explicarei como isso se
processa, mas por agora irei resumir que devem seguir-se três passos:
- Identificar o problema, esta identificação passa por saber em concreto o que é que foi feito;
- Relacionado com o ponto anterior, e caso se verifique haver algo, saber o nome da Entidade responsável por aquilo que foi feito (devo salientar que apesar de ser possível saber a proveniência do ataque, nem sempre isso é possível)
- Sabendo o que foi feito e a Entidade empregue para tal, remover a Entidade. Ao contrário do que o senso-comum pensa isto não é uma luta entre Entidades. Ou seja, entre as entidades não existem lutas como se de um videojogo se tratasse, aquilo que pode acontecer é uma espécie de licitação que pode ser resolvida de dois modos:
- Saber o que a Entidade Hostil pretende para parar de fazer o que está a fazer ou para desmanchar o que foi feito, trata-se então de oferecer mais do que aquilo que foi previamente oferecido;
- Ou, procurar uma Entidade topo de hierarquia superior em ordem a dar comando de suspensão do trabalho que havia sido feito
Com respeito a isto, convém atender o que anteriormente foi dito sobre o escalonamento hierárquico das Entidades.
Uma vez com aquele procedimento realizado pode-se então concentrar-se no trabalho próprio da Amarração ou Magia do Amor.
(4.)
e (5.) Quando o Alvo ou o Comendador se encontram enquadrados dentro do
plano das Entidades, e quando um deles é um Vocacionado
Outro
caso ainda especial e mais raro é quando Alvo ou Comendador se
encontram de alguma maneira ou forma dentro dos planos das «Entidades».
Bom este é um tópico polémico e de díficil explicação. De forma muito
rara e sem saber muito bem o porquê e o como, nós vivemos dentro desta
enorme «trama», alguns preferem «tragédia» da própria existência. Este
tema enquadra-se mais dentro da interação e relação das Entidades
connosco, do que própriamente dentro das «Amarrações». Este brota de um
mistério quase tão antigo como a própria humanidade, se observarmos a
própria Magia teve origem quando o homem começou a compreender de forma
revelada esta nova dimensão da sua existência e da sucessão de
interacções.
Foi
muito em parte devido a esta interação que as «Entidades» viram-se
enquadradas na nossa cultura, e na nossa tentativa explicativa de as
compreender e melhor entender, nos paradigmas religiosos de então.
Qualquer
um de nós na «Cultura Ocidental» (vou dizer assim para simplificar),
estou influenciado pela narrativa «Ocidental», influenciada por si na
«nossa tradição religiosa», que nos informa de que as «Entidades», de
sua designação cultural e popular como «Demónios», que têm nome de
origem Grega, mas cujo nome perdeu o contexto de inteligibilidade que
lhe conferia sentido, vêem ao mundo pelo facto de se terem revoltado
contra Deus (sendo que este «Deus» é concebido segundo a nossa tradição
religiosa ocidental), pelo que cairam no «Mundo» e, que por sua vez,
vieram habitá-lo connosco e desde então eles «governam o mundo», pelo
que toda a sua acção no mundo visa «afastar os homens da verdadeira
adoração a Deus» e, consequentemente, os planos que para nós têm incluem
este fim último.
Ou
seja, na nossa cultura ocidental esta é a versão normal ou tradicional
na qual enquadramos as Entidades na coabitação da existência connosco.
Contudo, se formos ler esta mesma história no contexto Grego original,
ou no contexto Egípcio original, ou no contexto Extremo Asiático, ou no
contexto Indo-Americano, ou mesmo no contexto do Médio Oriente,
encontramos similitudes ao mesmo tempo grandes diferenças.
A
nossa explicação «Ocidental» para este facto deriva em última análise
de uma explicação «Religiosa» que apesar das mutações tem toda a sua
explicação no povo Hebraico e no início da Tradição Religiosa Hebraica.
Se
me perguntarem, pessoalmente essa narrativa de explicação das
«Entidades», na verdade não têm como fim último «explicá-las», mas
somente o de ASSUSTAR as pessoas em ordem a serem mais facilmente
MANIPULADAS pela Religião Ocidental.
Apesar
de reconhecer que este tema precisa até da minha parte maior
esclarecimento por agora vou sintetizar nos seguintes pontos: que as
entidades têm para alguns de nós certos planos isso parece assim ser,
que esses planos são insondáveis para nós também me parece assim ser.
Mas, que apesar disso, NÓS NÃO ESTAMOS CONDENADOS AOS SEUS PLANOS, isto porque: AS ENTIDADES TÊM LIMITES e A EXISTÊNCIA NÃO ESTÁ PREVIAMENTE DETERMINADA, ou seja, NÓS POSSUÍMOS O LIVRE-ARBÍTRIO. Sendo que deste último ponto, o livre-arbítrio é um dos principais pontos pelo qual qualquer Magia, inclusive a da Amarração pode falhar. Em última instância as ENTIDADES NADA PODEM EM NÓS SE DISSERMOS VEEMENTE NÃO ÀS SUAS INSÍDIAS.
Mas, que apesar disso, NÓS NÃO ESTAMOS CONDENADOS AOS SEUS PLANOS, isto porque: AS ENTIDADES TÊM LIMITES e A EXISTÊNCIA NÃO ESTÁ PREVIAMENTE DETERMINADA, ou seja, NÓS POSSUÍMOS O LIVRE-ARBÍTRIO. Sendo que deste último ponto, o livre-arbítrio é um dos principais pontos pelo qual qualquer Magia, inclusive a da Amarração pode falhar. Em última instância as ENTIDADES NADA PODEM EM NÓS SE DISSERMOS VEEMENTE NÃO ÀS SUAS INSÍDIAS.
Para
finalizar, com isto queria dizer que as pessoas para as quais as
Entidades têm planos, nenhuma Magia que tentamos lançar sobre elas que
vá em direção oposta ao planos das Entidades irá resultar.
Consequentemente,
e resultado disso, algumas pessoas são Vocacionadas ou para as seguir,
ou para serem Magos, ou para fazerem algo que elas pretendam. Aos
Vocacionados não são concedidos trabalhos que resultem se de alguma
forma esse trabalho comprometer ou for em direcção oposta do plano das
Entidades.
Por
último, recordo que esses mesmos planos não estão determinados que
resultem, eles podem não funcionar se apesar das suas insídias
decidirmos em livre-consciência dizer que não.
(6.) Quando o Alvo sofre de algum problema ou desordem mental e psicológica;
Em verdade este tema devia de ter sido inserido no post sobre o alvo, mas eu preferi enquadrá-lo nos casos especiais.
Regra
geral, nunca se deve lançar uma Amarração sobre um Alvo que tenha
problemas mentais e psicológicos, pois a coisa pode simplesmente não
funcionar. A Entidade para trabalhar bem sobre um Alvo precisa que este
esteja mentalmente e psicológicamente saudável. Ao contrário do que se
pensa as pessoas com problemas psicológicos e mentais não são mais
influenciáveis às Entidades. Mas, bem antes pelo contrário, podem se
tornar altamente imprevisíveis.
Além
disso, e em regra geral, deve-se excluir sempre a realização de uma
Amarração se o Alvo não é Mentalmente ou Psicologicamente São.
(7.) Quando ou o Alvo ou Comendador se encontram numa situação muito rara;
Dentro
desta categoria, vou colocar os casos muito mas muito raros que podem
acontecer e que de certa maneira podem estar relacionados com os pontos
anteriores.
Um destes casos, pode acontecer quando um obstáculo à relação do tipo (3.), é lançado pessoalmente por um outro Mago(a).
Conheço
um caso em que uma Pessoa A estando unida a uma Pessoa B, viu o seu
amado ser separado dela por Magia Negra e com a mesma Magia a Pessoa C
amarrou-se à Pessoa B, sendo o raro deste caso que a Pessoa C é um
Mago(a) tendo um pacto Tácito.
A
tentativa de resolução de um caso raro deste tipo é que a Pessoa A
através de um pacto Parcial consiga libertar a Pessoa B daquilo que foi
sujeita, visto que o pacto Parcial da Pessoa A está explicitamente
dirigido a conseguir esse fim, enquanto que o pacto Tácito da Pessoa C
não está dirigido a esse fim(nem pode estar), e apenas a Pessoa C dele
usou para realizar o que era necessário ao Desmancho e à consequente
Amarração, e para isso não deu equivalente à pessoa A. Mas a pessoa A
também tem a desvantagem de não ter um pacto Tácito coisa que pode
também dar mais influência à Pessoa C.
Por isso este é um tipo de caso 50-50%.
(8.) Quando é «Sem Causa Procedente»
Este
é aquele tipo de casos que pode ser de origem de alguns dos pontos
anteriores mas do qual não se conhece a procedência da causa do porquê
da Amarração não funcionar.
O
meu mestre designava-os por «Sem Causa Procedente», uma designação
Renascentista para casos nos quais parecia não haver «Causa Procedente»
que levasse um caso a não resultar, ou a resultar de modo oposto ao
pretendido. Estes casos são no entanto muito mas muito raros.
Este tipo de casos aplica-se a toda e a qualquer Magia.
Este post já vai longo, no próximo irei continuar a abordar a relação entre as Entidades e Nós.
Amarração ou Amarrações : Feitiço e Magia do Amor - Tudo aquilo que precisa de saber (Parte 13: A Ética ou Moral da Amarração - Magia do Amor)
Chegou agora a altura de falar de um tema que me parece importante a saber a Ética ou a Moral das Amarrações ou Magia do Amor.
AVISO: Saliento
desde já que este tema é muito delicado, e que por motivos de espaço e
para todos o perceberem decidi simplificar ao máximo. Devo desde já
dizer que não procuro aqui fazer uma Apologia da Amarração, nem uma
Condenação da Amarração. As minhas opiniões aqui expostas, não traduzem
tudo o que penso e acho sobre o mesmo assunto. Apesar de poder vir a
incorrer em riscos de má interpretação daquilo que aqui escrevi,
considero o tema demasiado importante para ser ignorado. Por isso,
prefiro abordar o tema do que simplesmente ignorá-lo mesmo correndo
riscos interpretativos.
Antes demais é importante esclarecer um outro mito que já fui abordado ao longo dos posts, a que chamo do Mito da Negação da Liberdade.
Este
mito basicamente diz que as pessoas que estão a ser Alvos de um
processo de Amarração vêm o seu livre-arbitrio negado e consequentemente
tornam-se uns meros Fantoches dos Comendadores, sem qualquer espaço
para escolherem, vendo assim a sua liberdade completamente negada e
aprisionada.
Como
já tive oportunidade de ir explicando se há coisa que pode fazer com
que uma Amarração não funcione é o facto do Alvo mesmo sobre acção das
Entidades poder a qualquer altura dizer em consciência e de livre
vontade Não às Entidades. Como já expliquei a nossa realidade é
indeterminista, ou seja não está determinada e não é previsível. Na
consequência disso, e da natureza da nossa própria subjectivadade um dos
limites que em qualquer trabalho de Magia as Entidades possuem é o
facto de não conseguirem remover a liberdade Humana.
Por
conseguinte, a nossa liberdade é existêncial, e nenhum trabalho de
Magia consegue negar este ponto. Numa Amarração bem sucedida o Alvo teve
de dizer Sim à Entidade.
Consequentemente,
um Comendador que se encontre a viver com um Alvo não está a viver com
uma Marioneta, mas com uma pessoa Livre que disse Sim ao Trabalho mesmo
que condicionada ou persuadida. Tanto é que como já expliquei num post
anterior, se o Comendador fizer borrada pode ver o Alvo a afastar-se
dele.
Prosseguindo
é agora importante considerar como é possível o Alvo relacionar-se com o
Comendador se não vê a sua Liberdade Negada.
Uma metáfora explicativa e um conceito que gosto de usar para explicar isto é o de Persuasão.
Portanto,
todas as insídias e tentações das Entidades sobre o Alvo vão no sentido
de Persuadir o Alvo não só a desejar uma melhor relação com o
Comendador (consoante o tipo de trabalho), bem como a colocar o Alvo a
Actualizar esses desejos numa relação real e concreta com o Comendador.
Vejamos,
quando alguém se dirige a uma grande superfície comercial, a pessoa
está a ser persuadida através de cores, imagens, ideias e sons a
dirigir-se a determinados estabelecimentos comerciais. No fundo o
trabalho do Marketing e Publicidade é esse mesmo, fazer com que as
pessoas se interessem por um determinado producto e o desejem, com o
intuito de depois darem o passo de não só desejá-lo como comprá-lo.
Esta
persuasão é como já indiquei realizada através de Ideias que são
transmitidas às pessoas. Quando observamos determinados anúncios
publicitários a entidades bancárias em que mais do que falar do próprio
Banco, aparece o mundialmente conhecido treinador de futebol José
Mourinho a falar sobre si ou algum outro tema, vemos que a publicidade
desta Entidade Bancária procura persuadir a obtenção de novos clientes
transmitindo uma ideia de Segurança/Escolha
Acertada/Confiança/Profissionalismo, etc...
Ou
seja, estas ideias que são transmitidas não tanto pelas cores ou sons,
mas pela presença de uma figura pública de competência reconhecida, são
os meios pelos quais aquela publicidade procura não só que possíveis
clientes tenham o desejo de depositar naquele banco a sua confiança, bem
como para além do desejo o cheguem mesmo a fazer.
Em
ambos os casos, seja o de alguém que vá a uma grande superfície
comercial ou dos anúncios publicitários com figuras públicas que
transmitem determinadas ideias, qualquer pessoa está a ser Persuadida
não só a desejar bem como a tornar real o seu desejo.
E,
no entanto, nenhum de nós está a ver a sua liberdade de decisão negada,
nenhum de nós é um fantoche, porque apesar da persuasão somos nós que
em liberdade temos a última palavra sobre aquilo que fazemos.
O
mesmo acontece com as Amarrações, mudando apenas que a Persuasão é
realizada por uma Entidade, e quando o trabalho é bem sucedido o Alvo
apesar de manter com o Comendador um vínculo mais forte do que uma
pessoa mantém com o seu Banco, o Alvo mantém a sua liberdade, isto
porque o Alvo vem de livre-vontade (a saber, persuadido) a actualizar
aquilo que foi levado a desejar com o Comendador.
Uma vez com isto em mente podemos agora prosseguir para a Ética.
Então,
de forma bastante simplista até porque a Ética e a Moral têm muito que
se lhe diga, vou resumir a Ética e a Moral, como a procura da Felicidade
Pessoal ou Comunitária em Sociedade.
A
Ética encontra-se e faz parte de diferentes dimensões da nossa vida,
mesmo que não a tenhamos algum dia estudado. Ela encontra-se nos nossos
costumes sobre o como se deve fazer e se se deve fazer, ela encontra-se
nas nossas leis sobre o que é legal e ilegal, ela encontra-se na
política sobre o que é comunitariamente certo e errado, ela encontra-se
nos nossos comportamentos como bons ou maus e também se encontra na
nossa mente, nos nossos projectos ou intenções como devo ou não devo.
Ao
mesmo tempo e ao contrário do que o Homem durante muito tempo pensou, a
ética e a moral encontram-se relativizadas no espaço e no tempo. Com
isto quero dizer que não existe um conjunto de leis morais universais
que todos os seres racionais (como Kant) devam ou não seguir. Ou seja,
quero afirmar que a Ética e a Moral encontram-se circunscritas nas
culturas em que crescemos e habitamos. Por exemplo, se for convidado
para jantar em Portugal e chegar à mesa e comer aquilo que o anfitrião
colocou no meu prato com as mãos (sem pedir autorização e com os
talheres diante de mim) então o meu comportamento é moralmente errado
pois estou a ser «mal-educado» é uma «falta de respeito». Contudo se eu
for convidado para jantar em certas culturas da Indía e chegar à mesa e
comer aquilo que o anfitrião me colocou no prato com recurso a talheres,
então o meu comportamento é moralmente errado pois estou a ser
«mal-educado» é uma «falta de respeito» (em certas culturas Indianas os
convidados devem comer a comida com as mãos, como sinal de agradecimento
pelo convite).
Ou seja, aquilo que é certo ou errado de se fazer em determinadas situações depende da cultura em que estou inserido.
Mas para além de depender da cultura em que estou inserido, também depende dos valores que cada um tenha.
Hoje
em dia muito se ouve sobre «crise de valores», esse termo é um
equívoco. Na verdade, os valores não estão em crise, o que eles estão é a
ser substituídos por valores que antigamente não eram considerados
valores mas desvalores. Por exemplo, antigamente as pessoas tinham o
valor de respeitar os mais velhos e cuidar ao máximo do pai e da mãe.
Era impensável antigamente os filhos abandonarem os pais em centro de
idosos e mal os visitarem. Contudo, hoje em dia vê-se infelizmente com
frequência filhos que deixam os pais ao abandono quando estes se tornam
inválidos. Em verdade, o que aconteceu não foi o desaparecimento do
valor, mas a transferência do mesmo para a ideia de que «eles estão para
morrer e dão trabalho, é mais importante seguir a minha vida em frente»
(escrevi deste modo para simplificar). Ou seja, aquilo que antigamente
era um valor hoje passou para alguns a ser um desvalor, e aquilo que
antigamente era um desvalor (não cuidar de pai e mãe) passou a ser para
algumas pessoas um valor.
Esta
mudança e transformação dos valores deve-se em muito à mesma mudança na
sociedade. Em grande medida, as transformações da nossa sociedade são
as responsáveis pelas transformações dos valores.
Independentemente
disso, cada pessoa comporta em si mesmo um conjunto de valores, e não
me refiro àquilo que as pessoas proclamam mas àquilo que as pessoas
fazem. Não é muito díficil abrirmos algum meio de comunicação social e
observarmos políticos a fazer juramentos na sua tomada de posse e logo
de seguida fazerem algum discurso em que enalteçam esses valores e logo
de seguida abrirmos os meios de comunicação social e constatármos que
estão a fazer exactamente o contrário daquilo que haviam proclamado. Será
que os valores se alteraram em tão curto espaço de tempo? Não, só que
existe uma diferença entre aquilo que se diz e aquilo que se pensa, e
geralmente sabe-se aquilo que se pensa por aquilo que se faz.
Por
conseguinte, todos nós temos uma tabela de valores (por assim dizer),
que nos ajudam a alcançarmos o fim da Ética, a saber, a felicidade e
para o fazer temos de viver numa sociedade, sendo que a sociedade nos
ajuda a termos a nossa tabela de valores, ao mesmo tempo que a sociedade
pode ser um obstáculo ou uma via para alcançarmos a felicidade.
Para
exemplificar, todas as pessoas de uma maneira ou de outra buscam a
felicidade, mas como já podemos compreender esta busca é informada pelos
valores que temos e pelo que a sociedade possibilita.
Portanto,
e simplificando, há pessoas para quem a sua felicidade passa por obter
muito dinheiro e para elas a ganância ou riqueza a qualquer custo é um
valor. Há ou outras para quem a sua felicidade passa por obter muito
poder, e para elas o cinismo ou a agressividade pode ser um valor. Há
pessoas para quem a sua felicidade passa por ter materialmente muitas
coisas (mais ter coisas do que dinheiro, até porque como vários de vós,
já devem ter conhecido pessoas que amontoam grandes quantias de dinheiro
só por amontoar e não gastam em nada) e para quem a posse é um valor.
Há outras pessoas para quem a sua felicidade passa por ter uma vida
honrada, e para elas a virtude e a rectidão são valores. Há outras
pessoas para quem a sua felicidade passa por terem uma vida ao lado da
pessoa que amam e para elas a família e a fidelidade são valores. Há
outras pessoas para quem a sua felicidade passa por fazer da sua vida um
auxílio aos outros ou a causas, e para elas o altruismo e generosidade
são valores. Etc... Etc... Etc...
Isto está explicado de forma simplista apenas para perceberem a imagem.
Como
tal, se é Éticamente ou Moralmente correcto um Comendador desejar e
realizar uma Amarração com um Alvo apenas depende do juízo e dos valores
do Comendador.
A
maior parte dos Comendadores que procuram estes trabalhos valorizam a
relação. Contudo, convém ao Mago filtrar comparativamente com a sua
própria tabela de valores, se deve ou não realizar determinado trabalho.
Se é verdade que existem Magos que realizam qualquer trabalho e deixam o
juízo moral a quem pede o trabalho, há outros que em consciência
colocam barreiras naquilo que fazem ou não fazem.
Mas
a verdade, é que ninguém pode condenar como a infração de uma lei
universal uma Amarração quando o fim último da mesma é alcançar
determinada relação com o Alvo, apesar de ser livre para o fazer. Em
última instância, a moralidade ou não da Amarração assenta no juízo do
próprio Comendador, pois regra geral é ele quem irá viver com o Alvo
sabendo como em parte conseguiu isso. Agora, poder-se-á questionar: «Então e o Alvo?»
De um ponto de vista, o Alvo pode ser uma víctima, ele não pediu a Amarração disse «Sim» encontrando-se persuadido. Contudo, como expliquei no início deste post o «Alvo» é como a pessoa que está exposta à persuasão publicitária, eu não considero as pessoas que fazem compras em determinadas lojas ou aderem a determinados pacotes publicitários como «víctimas». Somente os considero «víctimas» quando aquilo a que foram «persuadidos» se tornou mau para os próprios.
De um ponto de vista, o Alvo pode ser uma víctima, ele não pediu a Amarração disse «Sim» encontrando-se persuadido. Contudo, como expliquei no início deste post o «Alvo» é como a pessoa que está exposta à persuasão publicitária, eu não considero as pessoas que fazem compras em determinadas lojas ou aderem a determinados pacotes publicitários como «víctimas». Somente os considero «víctimas» quando aquilo a que foram «persuadidos» se tornou mau para os próprios.
Um
exemplo disso é quando os «Comendadores» em vez de proporcionarem uma
vida «boa» ao Alvo, cometem alguma borrada que leva à ruptura da
relação. Ai eu considero a «Amarração» como moralmente errada.
Devo
salientar, no final deste post que este é um tema muito sensível e
delicado, que efectivamente necessitaria de uma maior reflexão. Em parte
a minha opinião aqui exposta está sintetizada e tenho receio que
conduza a interpretações erróneas ou igualmente simplistas. Não procuro
defender as «Amarrações» como algo Moralmente Bom ou como algo
Moralmente Mau. Principalmente, considero que a Avaliação Moral da mesma
deve em Primeira Instância ser realizada pelo Comendador, e se for
necessária Arbitrada pelo Mago(a).
Por último, é uma questão que ficará sempre em aberto: «Os fins justificam os meios?»
Amarração ou Amarrações : Feitiço e Magia do Amor - Tudo aquilo que precisa de saber (Parte 14: Respostas e Esclarecimentos das Dúvidas dos Leitores Amarração - Magia do Amor)
Neste post vou
procurar responder às principais questões que me foram feitas sobre os
posts aqui colocados. Infelizmente devido à escassez de tempo não tenho
podido responder a todos os e-mails que me são enviados com questões
sobre esclarecimentos sobre um ou outro ponto. Como tal, decidi agrupar
as questões mais colocadas e aproveitar agora para as responder.
Agradeço desde já a todos os leitores pelos imensos feedbacks e
perguntas que tenho recebido, e que por motivos de tempo, não tenho
podido responder pessoalmente.
ATENÇÃO: Este
post também vai acarretar os seus riscos, visto algumas das coisas que
aqui vou mencionar poderem ir contra algumas das crenças pessoais dos
leitores. Aviso desde já que não quero faltar ao respeito a alguém,
sendo que neste espaço procura-se respeitas todas as crenças.
Breve Prelúdio
O principal propósito deste Blogue é ser um espaço de divulgação e informação.
Infelizmente, tal como disse no início desta série de posts, existe uma grande desinformação. A própria internet que é uma ferramenta tão boa, acaba às vezes inadvertidamente por ser uma fonte não de informação mas de desinformação. Passo a explicar.
A História do
nosso Conhecimento, é uma história percorrida por diferentes culturas ao
longo dos tempos. As culturas nos seus múltiplos contactos, umas com as
outras, trouxeram influências benéficas e prejudiciais. Regra geral,
esta história do contacto multicultural trouxe mais benefícios do que
prejuízos.
Se
observarmos, em muitas áreas do Saber a troca de ideias provenientes de
outras culturas trouxe avanços. Por exemplo, na área da Matemática desde
a partilha dos algarismos, até à introdução do conceito de Zero (0),
passando pelos primórdios da Álgebra, encontramos uma partilha de
saberes oriundos de diferentes culturas que beneficiaram o nosso Saber
Matemático.
Mais
contemporaneamente, a área da Gastronomia beneficiou dos múltiplos
costumes e combinações provenientes de diferentes culturas, hoje
encontramos receitas e pratos com influências asiáticas ou africanas que
ajudam a enriquecer a nossa própria gastronomia.
Contudo, nem
sempre é assim, e por vezes é importante saber distinguir aquilo que
enriquece pela mistura, daquilo que pode ser prejudicial e originar uma
verdadeira salada.
Por exemplo, a
presença excessiva com a respectiva imposição de uma determinada
cultura com seus costumes sobre outra pode ser prejudicial quando esta
última abraça de forma cega todas as suas práticas e inadvertidamente
abafa as suas próprias origens culturais. Basta para isso ver como no
início dos Descobrimentos os missionários católicos conseguiram
subverter determinadas culturas ao seu modelos Europeu, separando
algumas delas das suas próprias raizes e tradições. O processo começava
na cristianização terminando numa aculturação.
Certas vezes
quando o multiculturalismo é em demasia, pode-se dar uma tal assimilação
ou combinação que pode descaracterizar diferentes culturas ao mesmo
tempo. Por vezes, este processo pode ser positivo, outras vezes pode ser
negativo.
Agora, já podemos chegar àquilo que pretendo transmitir no início deste post.
As ditas
«Ciências Ocultas» em parte foram victimas deste processo de
multiculturalismo de crenças, porque sofreram uma tal junção de
combinações diferentes, que considero eu, as afastaram mais de um
aprofundamento do conhecimento do que as aproximaram, focando
principalmente a informação junto do grande público. Eu sei que esta
minha declaração pode ser entendida de forma polémica, mas a enuncio
apenas para exemplificar um fenómeno que o considero mais prejudicial do
que benéfico nas «ciências ocultas».
Para
exemplificar isto que estou a dizer e antes de aplicá-lo fiz este
diagrama com o intuito de mostrar que de três distintas culturas: X, Y e
Z; deram resultado num exemplo de multiculturalismo excessivo à cultura
#.
Diagrama que exemplifica a origem da Cultura # como a soma indiscriminada de Crenças da Cultura X, Y e Z. Para perceber melhor este diagrama recomendo que clique na imagem para ampliar. |
Com este diagrama pode-se perceber que o sistema de crenças da Cultura # pode ser descrito como
Cultura # = Crença A e F da Cultura X + Crença G e L da Cultura Y + Crença Q e R da Cultura Z
Agora no que é
que isto diz respeito às «Ciências Ocultas» e mais precisamente às
Amarrações? Bom isto é o Prelúdio que vos queria explicar, para que
tenham em mente à maioria das questões que me foram feitas, pois elas em
certo sentido brotam daqui. Isto resulta
de forma ampla do facto das «Ciências Ocultas» serem um aglomerado de
diferentes crenças, provenientes de diversas fontes, fundidas sem um
critério que pretenda validar e demarcar as crenças legítimas das
ilegítimas, ou seja, sem um critério que pretenda separar o trigo do
joio, demarcando aquelas que efectivamente enriquem o património do
Saber daquelas que não enriquecem, e que para além de redundantes são
prejudiciais ao todo. E vamos agora perceber isso com respeito à maior parte das questões colocadas pelos leitores.
Algumas das perguntas dos leitores podem categorizar-se em três temas de fundo:
- Vidas Passadas e Reencarnação:
- "Com uma relação a 0 neste mundo é possível uma amarração com alguém que tenhamos tido uma relação numa vida passada?"
- "De que forma uma amarração pode prejudicar a minha reencarnação?"
- "Existe a possibilidade de garantir uma amarração que perdure para uma futura reencarnação?"
- Energias e Espírito:
- "Podia explicar o processo da fusão de energias do comendador e alvo no plano espiritual?"
- "E quando comendador e alvo não estão no mesmo plano espiritual é possivel unir as suas energias?"
- "É preciso que o comendador tenha tido relações sexuais com o alvo? Ouvi dizer que a energia sexual é eterna e que assim ajuda à união de energias eternas"
- "Preciso de renovar a minha amarração quando as energias cósmicas mudarem?"
- Médiuns, Poderes e Visões
- "Posso saber a resistência do alvo com recurso a um médium?"
- "Consegue-se saber o processo de amarração através de uma vidente?"
- "Pensei fazer uma amarração mas uma senhora disse-me que a pessoa que eu queria estava a ser protegida pelo falecido pai"
- "Um médium disse-me que é impossível a minha união porque tenho um encosto"
Decidi colocar
aqui algumas das questões que inadvertidamente foram as mais colocadas,
e que no fim de contas são aquelas que mais inquietam os leitores. A
todos desde já agradeço as vossas questões.
Este tema é delicado, e agora poderão melhor o porquê de ter iniciado este post com aquele prelúdio.
Muitas destas
questões têm raizes em crenças. Cada leitor e cada pessoa tem dentro de
si o seu sistema de crenças. Muitas das «crenças» erróneas sobre as
«ciências ocultas», resultam do facto de os leitores receberem
desinformação. Esta desinformação brota principalmente do início da
globalização, quando certos «autores do oculto» em vez de estudarem
divulgaram de forma sensacionalista livros e coleções de ensaios com
misturas de tudo e mais alguma coisa.
Não é díficil
nenhum leitor se dirigir a uma livraria e encontrar nas estantes do
«esoterismo» ou «ciências ocultas», montes de livros que tratam imensos
temas de maneiras diferentes, muitas das vezes contraditórias entre si e
que alegam ser a panaceia de todo o conhecimento «sobrenatural». Nós
encontramos reencarnações, forças cósmicas, energias místicas,
consciências quânticas, teorias da conspiração planetária, vidências,
sonhos e calamidades, energias sexuais, etc....
Muitos
destes temas e a maneira que são explorados resultam de um movimento
apedidado de «New Age» ou «Nova Era» que resultam de uma mistura pela
mistura de crenças sem critérios que procura pegar em temas de
diferentes tradições, retirando-as do contexto que lhes conferia
inteligibilidade, inserindo num novo contexto e procurando conferir-lhes
inteligibilidade não pela sua ligação a uma narrativa cultural mas pela
junção de outras crenças que perderam o contexto que lhes conferia
inteligibilidade. Desse modo umas crenças suportam as outras, a imagem
explicativa que me vem sempre à mente é o de uma Árvore sem raizes
apenas feita da soma de ramos cortados a outras árvores. Para melhor exemplificar isso procurei uma imagem que mostrasse a ideia que vos quero transmitir:
Imagem Explicativa do movimento «New Age» |
Infelizmente, o
movimento «New Age» vingou e conseguiu infiltrar-se de forma bem
sucedida nas «ciências ocultas» tanto que a maior parte dos livros que
se encontram naquela estante de livros que vos expliquei é ele de uma
maneira directa ou indirecta descendente da «New Age». Como tal, outra
coisa que caracteriza a «New Age» para além do desenraimento são as
constantes auto-contradições e incoêrencias das suas crenças.
Expliquei
isto, porque nota-se nas questões feitas pelos leitores o enquadramento
«New Age», não quero de alguma forma atacar os leitores, mas apenas
evidenciar isto que pelas conversas que tenho tido não se apercebem da
influência «New Age» das suas crenças.
Tendo isto por mente posso agora passar às questões.
Sinceramente, e
sei que é a crença partilhada por muita gente, não creio e os grandes
clássicos da Magia não crêem em Vidas Passadas e Reencarnações. Como tal às perguntas (1.1); (1.2); (1.3) a resposta é não.
Ao contrário
do que vem escrito na maioria dos livros «New Age» a reencarnação não
nasce apenas no Oriente com o Budismo e afins. Podemos ir para mais
perto e observar que os Gregos já possuiam essas crenças, até o livro «O
Fedro» do Platão que aqui já recomendei, quando chegam a meio do livro
podem lá encontrar descrita a narração de como supostamente uma alma
poderia ascender ao céu encontra outra a puxaria para a Terra para assim
sucessivamente Reencarnar. A crença da Reencarnação não é algo
puramente oriental. Curiosamente essas crenças nasceram do facto dos
nossos antepassados não terem um pensamento temporal linear.
Passo a
explicar, só recentemente é que na história da humanidade o tempo foi
concebido enquanto linear ou seja similar a uma recta que parte
imaginemos do 0 e caminha em linha recta em direcção a (+oo) sem tocar
no ponto de origem. Para os nossos antepassados, eles observavam o mundo
à sua volta como um enorme cíclo de repetições, para os gregos o facto
de as estações do ano repetirem-se de forma cíclia, o facto das formas
da lua também se repetir de forma cíclica, juntamente com o observarem o
constante ciclo das colheitas, das pessoas e dos animais, em que uns
morriam e outros nasciam, fê-los pensar que o tempo era como um enorme
cíclo em que tudo estava condenado a repetir-se.
É desta
repetição Grega que surge a ideia do Mito do Eterno Retorno, que no sex.
XIX é retomado pelo fílosofo Nietzsche nos seus livros. Foi esta ideia
que teve por detrás do surgimento da ideia de encarnação, que chega
agora até aos nossos dias de forma completamente deturpada. Pessoalmente
não creio na reencarnação, e respeito quem tenha tal crença. Por agora,
não vou avançar muito mais neste tema, mais à frente irei dedicar um
post somente a ele, mas por agora apenas vou afirmar que a resposta é
Não.
Com
respeito às energias algo de similar acontece, as energias foram temas
pegados de tradições antigas, juntas às emergentes ideias da física do
princípio do sec. XX que formaram um cocktail de ideias sobre nós e
energias, que mais recentemente viram a incorporação da mecânica
quântica para cientificamente legitimar esta salada de ideias.
Como é obvío
usam a mecânica quântica de forma abusiva daquilo que os modelos
teóricos procuram representar, mesmo que actualmente na comunidade
científica acha um conflito de interpretações sobre a mesma, não é
preciso estudar-se muito para perceber que estas ideias das Dimensões
Quânticas, e das Consciências Quanticas com as Energias Cósmicas e
outros tantos proclamados pela «New Age» apenas é um tecido formado por
linhas e padrões contraditórios.
Um dos
problemas de responder a esta questão é como é que eu e o leitor
compreendemos o conceito de «Energia». Para que um diálogo seja
proveitoso, os interlucutores de um diálogo têm que concordar entre si
no significado dos termos utilizados. Caso contrário como diz a
expressão popular: «Misturamos Alhos com Bugalhos».
Vou tentar descrever o que entendo por energia começando de forma negativa, ou seja dizendo aquilo que não considero ser. Não
considero «Energia» como um pseudo-existente Metafísico. Eu creio que o
conceito de energia deva ser naturalizado, e descrito como a ciência o
faz como Energia Cinética e Energia Potencial. Sendo estas dimensões
exclusivas da matéria e das partículas que a constituem. Por isso mesmo e
respondendo às questões que me foram feitas nada disso se verifica.
Secalhar para
clarificar vou explicar a questão das relações de outra forma. Tal como
havia dito nos posts em que tratei as relações, aqueles valores que
exemplifiquei repito são apenas metáforas explicativas, e não metáforas
factuais. Fiz este esquema para ser mais claro:
As
relações entre as pessoas não são resultados de energias que têm de se
fundir. Todas as nossas teias de relações encontram-se na nossa mente. É
lá que temos as nossas memórias, assim como os sentimentos que
experienciamos ao longo da vida. Tudo isso é vivido materialmente no
nosso cérebro. Os vínculos entre duas pessoas acontece nos nossos
cérebros e faz parte da nossa vida social e mental. O trabalho
espiritual das Entidades em nós, é o resultado da estimulação
mental/espiritual nas nossas mentes. Quando as Entidades fazem os alvos
desejar, fazem-no através da estimulação mental. Quando somos
persuadidos pela publicidade que expliquei no post anterior, a nossa
mente é estimulada. Este estímulo resulta de processos internos, mas os
processos internos acontecem porque fomos estimulados externamente.
Por isso é que
não pode haver Amarrações com pessoas das quais não temos contacto nem
relação, ou seja vínculo 0, porque as Entidades não têm matéria no Alvo
para trabalhar. O facto do trabalho das
entidades nos Alvos ser tão personalizado deve-se ao facto de que cada
caso é um caso, cada pessoa encerra em si própria uma identidade única e
uma narrativa pessoal. Dentro dessa narrativa, faz parte as pessoas da
nossa vida, tenhamos ou não um vínculo forte com elas. É das memórias,
da nossa personalidade e temperamento que as Entidades movem no sentido
de persuadir o Alvo em direção a alguma coisa.
Os
nossos vínculos não resultam de processos cósmicos energéticos, e muito
menos de energias sexuais. Se observarem, caros leitores, pessoas com
casamentos de 60 anos com muitos anos de relações sexuais praticadas
entre elas, caso sejam victimas da doença de Alzheimer podem esquecer
completamente quem foi o seu Amor e Companheiro de todo uma vida. Quando
o cérebro e a função da memória fica irremediavelmente doente e
afectada a própria identidade e narrativa da pessoa fica comprometida.
A história do
vínculo entre duas pessoas nos seus altos e baixos, não resulta de
energias e não é metafísica, é algo bem concreto e definido nos
processos mentais de cada um. As entidades actuam em nós através da
estimulação desses processos, e mesmo assim nos seus limites de
interação nós nunca estamos completamente nus a elas.
Com
respeito à última pergunta, a minha crença e a tradição da Magia revela
que o Homem só consegue o que consegue com auxílio das Entidades. Eu
sou igual aos leitores, não tenho poderes, não tenho visões.
Ao contrário do que se pensa, a vidência só é possível mediante um
universo determinista, a consequência de um universo determinista é que
não existe liberdade ou subjectividade. Pois o universo determinista é
aquele em que tudo está fechado porque tudo vai ser como é não podendo
ser de outra maneira, não há espaço para a arbitrariedade ou para a
indeterminação. Só é possível conhecer o futuro se ele estiver fechado e
consequentemente receptivo a ser lido, pois já está «escrito» o que irá
acontecer. Mas a experiência com as entidades revela nos seus limites a
indeterminação do próprio universo.
Tal
como disse à pouco, nem as entidades quando perscrutam o nosso interior
são capazes de «ver tudo», nós não somos um cofre totalmente aberto a
elas, e nós nunca conhecemos verdadeiramente o interior de uma pessoa.
Aquilo que faz que uma pessoa seja única é ao mesmo tempo aquilo que tem
de inacessível. Muitas vezes nós podemos calcular, estimar e
prever o comportamento ou o modo de ser de uma pessoa, mas isso não é
conhecimento é sempre um palpite que se pode ou não realizar.
Ao longo de
muito tempo tenho conhecido imensos médiuns, e não estou a dizer que
eles mentem propositadamente, acredito que muitas pessoas acreditam ter
dons e agem de boa vontade. Mas tudo o que encontrei são pessoas
convencidas de um dom que às vezes pode acertar outras vezes falhar
consoante o grau de previsibilidade das suas crenças futuras. Mesmo
acontecimentos pouco prováveis podem ser de antemão previstos sem haver
verdadeira vidência. Por exemplo, as pessoas que acertaram nos jogos de
azar como o Euromilhoes e outras lotarias cujas probabilidades são
baixíssimas não sabiam de antemão que aquela iria ser a chave premiada,
apenas tiveram palpites que felizmente para elas estiveram correctos.
Sei que este é um outro tema delicado que mais tarde aprofundarei. Mas a resposta é negativa a todas essas questões
Aviso desde já que não quero faltar ao respeito de alguém ou das suas crenças.
No seguinte
post porque este já vai longo vou deixar Bibliografia que penso ser
importante para se melhor compreender tudo aquilo que tenho vindo a
escrever
Amarração ou Amarrações : Feitiço e Magia do Amor - Tudo aquilo que precisa de saber (Parte 15: Os Diferentes Tipos de Amarração - Magia do Amor)
"A
ti, senhora, eu trago esta coroa por minhas mãos tecida (...) recebe
amada senhora, das minhas pias mãos, este diadema para os teus louros
cabelos. Dentre os homens, só a mim é dada esta honra: conviver contigo e
contigo trocar palavras, ouvindo a tua voz, mas sem ver o teu rosto."
Hipólito em Eurípides
Chegados aqui e
antes de terminar esta longa série de posts vou de forma simples
abordar os diferentes tipos de Amarrações. Decidi não colocar no
princípio este tema, porque me parecia mais importante em primeiro
explicar como se processam e só depois falar dos diferentes tipos.
Se observarem a pertinência de eu ter começado esta saga de posts com a
história das Amarrações ou Magia do Amor deve-se ao facto de com base
nos conceitos Gregos, em parte donde se dá início a uma sistematização
da Amarração ou Magia do Amor, podemos melhor compreender os diferentes tipos.
Comecemos
então por observar que os tipos de Amarrações hoje em dia são similares
às suas origens Gregas podendo dividir-se os tipos com respeito a duas
caracteristícas:
- À finalidade (ou tipo de vínculo a ser trabalhado).
- À força ou meta que se pretende para a finalidade (ou tipo de vínculo).
Então podemos
desde já compreender que os tipos de amarração se dividem ao longo dos
três conceitos Gregos de Amor (ou relações),
volto aqui a colocar essa informação presente desse post anterior:
- Philia (que pode ser conceptualmente traduzido por Amor de Amizade ou de filiação, desta palavra chega-nos de forma imperfeita na nossa linguagem os conceitos de amizade a algo, como por exemplo: Columbofilia, Algofilia, etc.)
- Eros (que pode ser conceptualmente traduzido por Amor Sexual ou todos os aspectos da sexualidade mas intrinsecamente ligadas ao Amor, como por exemplo a descrição em Língua Portuguesa de Sexo como «Fazer Amor» ou «Relação Amorosa». Este termo está presente na nossa linguagem como: Erotismo, Erótica, etc.)
- Ágape (que pode ser conceptualmente traduzido por Amor Perfeito ou Puro. Neste termo encontra-se o amor de reciprocidade, de uma amor que representa fidelidade, altruismo, entrega total, amor genúino e puro. Infelizmente este termo não se encontra presente na nossa linguagem, e quando aparece está ligado ao contexto religioso cristão, como por exemplo naquele livro pateta que podemos encontrar em qualquer livraria ou na estante da Fnac de um Padre vestido de Franciscano.)
E subdividem-se ao longo do nível de força que é empregue, ou grau final de vínculo, geralmente distinguindo-se três:
- Telestérion (que significa literalmente iniciação e também sala de iniciação) que é a projeção mais fraca de força, visa apenas alcançar pouco «valor» dentro do vínculo final a ser criado.
- Enthousiasmós
(que significa literalmente ser «inspirado por Deus» ou «inspirado por
Entidades» ou também significa literalmente «possuído») que é um termo
grego que nos chega hoje como a palavra entusiasmo. No
contexto actual das Amarrações ou Magia do Amor é por assim dizer a
finalidade da Amarração mais normal nos dias de hoje. Só por nota, os
gregos distinguiam ainda quatro origens, ou quatro caracteristícas:
- Pneumata («sopros»)
- Dynameis («potências»)
- Anathymiaseis («fumigações»)
- Atmoi («vapores»)
- Domínio que teve origem na Idade Média e visa ser um caso especial, não tanto em vínculo mas pela força final empregue. Curiosamente, este tipo de Amarração tem as suas armadilhas, uma delas é que pode ser traiçoeira e difícil de alcançar. Já pela sua natureza requer uma projecção de força maior, mas essa projeção superior não significa necessariamente alcançar melhores resultados em menor tempo ou às vezes o valor inicial pretendido. Além do mais, os Alvos sujeitos a este trabalho costumam ficar mais possessivos e ciumentos.
Em ordem a simplificar e actualizar vamos entender daqui para à frente estes três tipos como:
- Iniciação (ou Leve)
- Normal (ou Média)
- Domínio (ou Forte)
Para sintetizar fiz este simples diagrama para exemplificar as ramificações dos tipos de Amarrações:
Também em ordem a simplificar vamos entender os três grandes tipos de amarração como:
- Para Amizade (Philia)
- Para Erotismo ou Sexo (Eros)
- Para Relação Amorosa Estável (Ágape)
Contudo, como
já tive oportunidade de explicar num post anterior, estes diferentes
tipos não são estanques entre si. Quando uma Amarração tem como fim
último desenvolver o vínculo em Eros acaba também por aumentar o vínculo
em Philia e em Ágape. Ou seja, uns puxam os outros, mas aquele que vê o
seu expoente máximo é aquele que se tem como objectivo ou meta a
alcançar. Para melhor compreender isto, basta perceber que estes
diferentes vínculos estão relacionados uns com os outros, pois uma
relação não é constítuida por uma só vertente, pode haver uma que
subressaia de entre as outras, mas as outras estão lá, como já escrevi:
- Que geralmente uma Amarração em Ágape fornece proporcionalmente o maior aumento tanto em Philia como em Eros, sendo este último o que mais sobe depois de Ágape.
- Que geralmente uma Amarração em Eros fornece proporcionalmente menor aumento do que a anterior em Ágape e Philia, sendo esta última o que mais sobe depois de Eros.
- Que geralmente uma Amarração em Philia fornece proporcionalmente menos aumento do que as anteriores em Eros e Ágape, sendo esta última o que mais sobe depois de Philia.
Agora, com
respeito a alguns casos práticos recomendo o seguinte, todavia cada
Comendador deve fazer o seu próprio discernimento:
- Manter (ou Salvar) uma relação com um Cônjuge:
- Ágape
- Evitar um Divórcio:
- Ágape
- Reconquistar uma relação onde houve um divórcio:
- Ágape
- Reconquistar um namoro perdido:
- Ágape
- Conquistar uma pessoa próxima:
- Ágape
- Conquistar uma paixão:
- Ágape
- Reconquistar uma Amizade:
- Philia
- Fortalecer uma Amizade:
- Philia
- Realizar um fetiche sexual:
- Eros
- Manter uma relação puramente sexual:
- Eros
Por último,
existe ainda um outro tipo de Magia dos Relacionamentos, que
curiosamente antigamente entrava dentro deste género de Magia.
As Amarrações
ou Magia do Amor, fazem parte de um grupo maior de Magia que é a Magia
do Relacionamento. O que distingue estas é que o objectivo é Unir, criar
vínculos, criar laços. A outra, que mencionei nos casos especiais, é
uma Magia do Relacionamento mas em que o objectivo é exactamente o
oposto deste, ou seja, desfazer laços, destruir laços.
Da mesma
maneira que se pode criar vínculos também se os pode destruir. E o
processo, em verdade, não é muito distinto de todo este, a diferença
reside no facto dos objectivos serem proporcionalmente inversos.
Talvez no futuro venha aqui a escrever sobre esse tema, mas por agora não.
Como ainda não tive oportunidade de colocar disponível a Bibliografia que pretendia deixo isso para o próximo post.
Amarração ou Amarrações : Feitiço e Magia do Amor - Tudo aquilo que precisa de saber (Parte 16: Post conclusivo, alertas, recomendações Amarração - Magia do Amor)
Chegámos
ao fim da série de posts sobre amarrações. Apesar disso muito ficou por
escrever e por dizer. Nos livros que estou a escrever e que
infelizmente estão mais atrasados do que aquilo que desejava, a parte
que diz respeito às amarrações é somente técnica, pois os fundamentos da
magia estão descritos anteriormente. Se observarem nesta série de posts
no meio da parte técnica tive de colocar fundamentos teóricos, pois sem
os fundamentos teóricos os aspectos técnicos podem ser impercéptiveis e
aspectos importantes a ser compreendidos podem passar despercebidos.
Todo
o conteúdo destes posts será colocado por ordem ascendente numa página
que criei neste menu aqui de cima com o título: Amarrações. Foi uma
excelente recomendação de um leitor para que seja mais fácil a consulta
sequencial de toda a informação que aqui coloquei, desde já o meu
agradecimento por esta sugestão.
Espero
que esta série tenha ajudado os leitores a melhor perceberem a Magia
dos Relacionamentos, nomeadamente a Magia das Amarrações. Ao longo desta
série de posts fui desmistificando uma série de mitos relacionadas com
as amarraçõs que povoam o senso-comum desinformado das pessoas.
As
Amarrações e Magia do Amor funcionam na realidade. Contudo, tenho
encontrado muitas pessoas que comigo vêm ter já totalmente descrentes
nas possibilidades da Magia, nomeadamente no que diz respeito às
Amarrações.Creio que esta descrença surge de dois factores:
- Dentro do ramo das ditas «ciências ocultas» e dentro destas o sub-ramo da Prática Mágica, existem muitos burlões, existem muitas pessoas que não sendo burlões não têm formação e conhecimento suficiente para praticarem rituais de forma correcta, e em verdade, só conheço em Portugal cerca de três dúzias de pessoas que realmente praticam Magia.
- O
facto de uma Amarração bem sucedida não ser alvo de publicidade, mas
antes exigir silêncio e descrição. Sendo a única publicidade existente
aquela que resulta dos fracassos e não dos sucessos. Quando a Amarração
alcançar o seu fim, as pessoas devem guardar silêncio até dos Alvos do
trabalho feito, e depois por uma questão de estigma social ninguém anda
por ai a dizer que mantém um casamento ou um namoro porque fez uma
Amarração. O silêncio é ao mesmo tempo fundamental para a Amarração, mas
prejudicial para a forma como as pessoas vêm as Amarrações. Por outro
lado, considero que aqueles testemunhos que se podem observar em certos
sites são fraudulentos. Quem se Amarra com sucesso deve guardar silêncio
sobre o que fez, até do facto de procurar o serviço deve guardar
silêncio, e quando obtiver aquilo que deseja deve permanecer em
silêncio.
As pessoas nem imaginam a quantidade de relações felizes que por ai vemos que são fruto de Amarrações e de Magia.
Relacionado
com o ponto (1.), e com a descrença das pessoas face a este tipo de
Magia, resulta das imensas ofertas de Amarrações e do facto delas serem
fraudulentas. Como expliquei ao longo deste posts existem algumas formas
das pessoas perceberem se estão a ser enganadas. Vou repetir aqui algo
que já expliquei:
- É o mito de que a Magia e consequentemente as Amarrações são como Fast Food. Magia não é Fast Food. Ou seja, quando realizada não existem resultados imediatos e instantâneos, Magia e por conseguinte a Amarração demora tempo a operar até se alcançar o objectivo pretendido. Infelizmente as pessoas não têm paciencia e querem resultados em tempos absurdos como 2 Dias ou 15 Dias. Por isso é que tantas são enganadas por anúncios que prometem trazer o seu amor de volta em tão curto espaço de tempo. Como se costuma dizer: «A pressa é inimiga da perfeição».
- É o mito de que a Magia é Milagreira. A realização da Magia não é a realização de Milagres. A Magia tem limites e fronteiras. Este mito está intrinsecamente relacionado com o anterior. Nomeadamente, no que diz respeito às Amarrações ou Magia do Amor há certas coisas que são impossíveis de se alcançar. Por conseguinte, as Amarrações têm também elementos necessários para se obter sucesso, um deles é o Comendador e o Alvo conhecerem-se pessoalmente. Existem muitas pessoas que são enganadas porque lhes prometem em 5 dias obter uma amarração com «celebridades» da TV que nunca as viram na vida. Uma amarração não funciona sem ter havido contacto entre Alvo e Comendador, por conseguinte não é possível que uma pessoa que nunca tenha conhecido minimamente o George Clooney possa obter aquilo que pretende com uma Amarração.
Agora se juntarmos a estes dois mitos aquilo que as pessoas querem e pensam que é e não é então podemos melhor compreender porque é que existem
tantos casos defraudados nas Amarrações. E isto deve-se a três factores
que as pessoas desejam e projectam na Amarração e que ficam
decepcionadas quando lhes digo que a coisa não é bem assim, as amarrações fraudulentas costumam apresentar estes factores:
- Quanto mais rápido melhor, então se for em uma semana ainda melhor;
- Quanto menos trabalhoso melhor, então se a pessoa não tiver de fazer rigorosamente nada e esperar que tudo lhe caia de bandeja ainda melhor;
- Quanto mais milagroso melhor.
São
estes os três factores responsáveis por haverem tantas Amarrações
defraudadas. Regra geral as pessoas querem Amarrações em tempo Record,
sem lhes dar trabalho, e sem ouvirem falar em obstáculos ou dificuldades
ao processo.
Tive
uma vez uma senhora que recomendada por outra pessoa veio ter comigo.
Ela desejava uma Amarração mas exigia que acontecesse em 1 Semana, com
uma série de condições sobre o Alvo. Eu disse à senhora que isso era
impossível. Ela ficou chateada pelo meu «não» e disse-me que havia
outras pessoas que entre 2 a 7 dias traziam de volta o Amarrado. Eu
disse duas coisas à senhora: a primeira é que iria certamente ser
enganada, e a segunda que dentro em breve nos iriamos ver.
Acontece
que essa senhora foi procurar os serviços de 4 pessoas diferentes que
prometiam os resultados milagrosos, todos falsos, depois veio ter comigo
e vive hoje com o marido.
Por
último devo salientar para quem desejar alguns livros que podem ser uma
mais valia na compreensão das Entidades e como elas agem em nós.
Quando
comecei a ser um formando do meu Mestre uma das coisas que ele me
obrigou a ler foi os grandes livros clássicos do Misticismo. Estes
livros escritos pelos grandes mestres da mística, e não confudamos
mística com vidências ou energias, eram o resultado de uma série de
grandes pessoas ao longo da história de diferentes confissões religiosas
e outros nem religiosos eram, que tinham uma grande sensibilidade para
as moções e as experiências espirituais. Estes mestres escrevem como é
óbvio no contexto de que fazem parte. Mestre Eckhardt escreve no seu
contexto Católico e Jalāl Balkhī escreve no seu contexto islâmico. Mas o
meu mestre era unânime, estas pessoas notáveis ao longo da história
foram aquelas que conseguiram compreender como nós somos estimulados
pelas Entidades, e subsequentemente aprendermos como elas agem em nós.
Isso percebe-se quando nós lemos estes grandes mestres.
Recordo-me
que no final da tarefa, na altura enfadonha de ler aqueles místicos
quando pensava que o meu Mestre me iria por a ler todos os Grimoiriuns,
eu percebi o porquê do meu Mestre me ter exigido aquilo. E hoje,
agradeço cada vez mais as opções que o meu Mestre tomou para a minha
formação e estou-lhe muito grato.
Para
os Comendadores costumo em certos casos recomendar um livro, que apesar
de ser um livro sério mascarado de ficção é um excelente resumo da
acção das entidades em nós, e para quem já leu os clássicos vai perceber
que a estrutura de fundo do livro é similar à história da Mística.
Esse
livro tem de títulos em língua portuguesa os seguintes: «Vorazmente
teu», «Cartas do Inferno», «Cartas de um Diabo ao seu Aprendiz».
Contudo, o título original do livro que aqui deixo à vossa disposição é
«The Screwtape Letters».
O
autor é o C.S. Lewis, o mesmo dos livros e agora filmes das Crónicas de
Narnia pelo qual ele é mais famoso. Contudo, apesar disso ele era um
Cristão acérrimo, professor universitário, apologista cristão que neste
livrinho que vos recomendo poe em contexto contemporâneo a história e a
forma como as Entidades trabalham em nós. Devo desde já avisar que este
livro é uma ficção, as «Entidades» não têm sobrinhos ou tios e não andam
em escolas para aprender a chatear os «humanos», mas aquilo que desejo
que tenham em conta é a forma subtil como as entidades nos movem através
de tentações, desejos e moções da nossa mente. É claro que só recomendo
este livro a quem queira começar por algum lado. Mas aviso desde já que
este livro é ficção, mas é uma boa metáfora explicativa.
Para quem quiser ler este livro que recomendo basta carregar neste link: LEWIS, C. - The Screwtape Letters. Nova Iorque: Harper Collins, 1941.
Qualquer dúvida, pergunta ou esclarecimento não hesite em contactar.
Sem comentários:
Enviar um comentário