Tendo em conta o conteúdo dos últimos posts será agora importante abordarmos o Pós-Amarração. Ao contrário do que se pensa, não é com o término do trabalho e com o respectivo sucesso, e a isto refiro-me ao Comendador alcançar o que pretende do Alvo, que tudo se pode dar por terminado e encerrado. Existem ainda certas coisas a ter em conta.
Para melhor explicar a fase do pós-Amarração deverei desmistificar três mitos, que designo por Mito dos 7 anos; Mito da Infalibilidade e o Mito do foram Felizes para sempre:
- Mito dos 7 Anos: este é um mito muito difundido entre as pessoas, a saber, o mito de que as amarrações têm um prazo de validade. Chamo-lhe Mito dos 7 Anos porque não só as Amarrações bem sucedidas não têm prazo de validade, pois Magia não é como um pacote de leite que se corrompe ao fim de algum tempo, bem como a data de validade da amarração encontra-se muito generalizada como tendo duração de 7 Anos.
A origem deste mito está no meu ponto de vista relacionado com duas coisas: - Primeiro, o número 7 na antiguidade clássica e nomeadamente na cultura Hebraica donde virá a brotar o Cristianismo é considerado o número da perfeição. Tanto que aquele símbolo judeu que ainda hoje surge no parlamento de Israel e também é o símbolo do Estado de Israel, a saber, o candelabro com sete velas (Menorá) encontra no número 7 a legitimidade da sua perfeição. Creio que este simbolismo aliado a uma concepção Romântica (de história cultural) de que uma Amarração era sempre perfeita, pode ter levado a uma mutação onde vem surgir o mito de que as amarrações têm 7 anos de validade.
- Segundo, que no meu ponto de vista contribui para este mito foi o facto de algumas amarrações mesmo que bem sucedidas, tenham visto o vínculo da relação reduzido ao ponto de que a relação veio a terminar (irei mais à frente explicar isto).
- Mito da Infalibilidade: tal como o nome indica este mito pressupõe que após uma amarração bem sucedida, a relação entre estas duas pessoas é completamente infalível, a tal ponto, que o Alvo torna-se uma espécie de susserano do Comendador, completamente cego ao contexto da relação. Este Mito está relacionado com um mito que expliquei em posts anteriores, a saber, o Mito de que a Magia é Milagreira.
- Mito do foram Felizes para sempre: este é um mito intrinsecamente relacionado com o Mito da Infalibilidade. Este mito é o de que após uma amarração bem sucedida tanto o Comendador como o Alvo vão experimentar uma felicidade perfeita e eterna sem baixos até ao final das suas vidas. Este mito inconscientemente difundido faz levar as pessoas a pensarem que encontram na Magia algo que é uma Utopia dos Relacionamentos, a saber, uma relação perfeita de pura felicidade onde não há espaço para qualquer baixo ou acontecimentos que possam abalar a relação.
Uma vez tendo presente estes três mitos, podemos compreender que quem promete tudo isto a uma pessoa que pretenda uma amarração não está a ser inteiramente claro com essa pessoa e que certamente esta no final se irá encontrar defraudada.
Mas tal como disse no ínicio deste post, é preciso compreender o Pós-Amarração, etapa igualmente importante para se perceber onde se encontram estes Mitos e saber como os ultrapassar.
Quando a Amarração é bem sucedida e o Comendador alcança os objectivos que pretendia com a Amarração dá-se início a uma nova fase, já não tanto como Amarração, mas como Relação entre 2 pessoas.
Mesmo com uma Amarração bem sucedida, e se for o caso, se der início a uma relação amorosa entre Comendador e Alvo, esta relação está sujeita às mesmas vicissitudes das relações amorosas naturais. Contudo, não é inteiramente igual às naturais, isto porque os Alvos foram trabalhados, quero dizer que aquilo que a minha experiência me tem indicado que se o Comendador fizer o que lhe compete tenho encontrado as relações com recurso à Amarração bem mais sucedidas do que as Relações Naturais, mas isto depende em parte da motivação e empenho do Comendador, muito mais do que o próprio Alvo que já foi polido.
Uma relação que tenha brotado de uma Amarração, contínua a encontrar os mesmos desafios de uma relação natural, a saber:
- Lidar com os problemas domésticos;
- Lidar com os problemas quotidianos;
- Lidar com a divisão de tarefas;
- Lidar com a educação dos filhos;
- Lidar com a divisão das contas monetárias do casal;
- Lidar com a alimentação da relação;
- Lidar com a monotonia do enamoramento;
- Lidar com as opções estratégicas do casal, por exemplo: investir aqui ou ali, mudarem-se para outra casa, etc...
- Procurar a harmonia e empatia no casal;
- Procurar em crescer os níveis de confiança entre ambos
- etc., etc..
Contudo, e dependendo do tipo de Amarração as vantagens sobre uma relação natural são:
- O Alvo estará mais disposto a abdicar de certas posições que entenda como preferencias suas;
- O Alvo será fiel a nível sexual e psicológico;
- O Alvo ao contrário de muitas pessoas, não procurará planos alternativos quando for contrariado;
- O Alvo não desistirá do Comendador quando este fracassar ou estiver vulnerável;
- O Alvo não procurará planos sem a presença do Comendador;
- O Alvo confiará no Comendador;
- O Alvo lidará melhor com a monotonia do enamoramento da relação;
- O Alvo será mais tolerante com as divisões de tarefas;
- O Alvo será mais condescendente com as opções estratégicas do casal em que ocorra desentendimento;
- O Alvo tenderá a ser mais fiel nos obstáculos de várias ordens que se possam colocar na relação do casal.
- O Alvo será forte a intrigas externas que procurem quebrar a relação do casal.
São muitas vezes estas vantagens que levam pessoas casadas a procurarem salvar os seus casamentos com recurso a uma Amarração, coisa que vimos no post sobre a História Medieval das Amarrações. E que levam pessoas que já mantêm uma relação natural com o Alvo a procurarem mesmo assim uma Amarração em ordem a consolidar a mesma.
Contudo, apesar destas vantagens, uma relação que tenha a sua origem ou prolongamento com uma Amarração também pode cair e desmoronar-se, e para isso os Comendadores têm de ter o máximo respeito. Quando o Comendador, sabendo o que quer e deseja, procura alcançar os seus objectivos com uma Amarração, em regra geral, costumam dar ao Alvo uma vida muito feliz, mesmo com os precalços que todas as relações encontram. Para isso o importante é como diz a definição de relação em Ágape serem Tudo para o Alvo como o Alvo será Tudo para Eles. No fundo o amor é isso, a capacidade de entrega altruista e generosa ao outro.
Apesar disto, e infelizmente, às vezes assisto a borradas dos Comendadores que conseguem por um fim à relação. Uma boa chave para perceber como uma relação pode terminar é evitar que o Comendador faça algo que possa levar de alguma forma o Alvo a Odiar o Comendador.
Para mim esta é a Chave de Ouro para se não quebrar aquilo que a Amarração Uniu. Digo isto desta forma, porque cada pessoa é um evento único e irrepetível, assim cada um é como cada qual, desta maneira existem coisas que os Alvos são mais sensíveis do que outros.
Agora isto é muito importante, quando um Comendador passa a fronteira e gera Ódio no Alvo vai haver uma ruptura, e tal como expliquei no post anterior sobre os Alvos, é muito díficil se não impossível que uma Amarração resulte se o Alvo Odeia o Comendador. Por isso, é que infelizmente tive alguns casos de Comendadores que borraram a pintura totalmente, os Alvos os odiaram e tive que lhes dizer que se o Ódio foi tão profundo do Alvo ao ponto de se separar do Comendador, uma nova Amarração não irá trazer de volta o Alvo. Um Alvo que odeie o Comendador não cairá numa Amarração.
Para concretizar e exemplificar, os casos em que uma Amarração pode dar origem a uma separação encontram-se quando o Comendador pode fazer alguma destas coisas, não esquecendo a Regra de Ouro que em cima expliquei e que pode não se materializar em algumas destas acções:
- Agredir fisicamente o Alvo;
- Agredir verbalmente o Alvo;
- Agredir psicologicamente o Alvo;
- For sexualmente infiel ao Alvo;
- Mesmo que não tenha sido sexualmente infiel ao Alvo, ter dado algumas confianças nesse sentido;
- Roubar dinheiro ao Alvo;
- Agredir ou maltratar de alguma forma os filhos do Casal, ou os filhos do Alvo;
- Desprezar o Alvo;
- Prender o Alvo e não lhe dar espaço (físico ou psicológico);
- Contrariar sistematicamente o Alvo;
- Longas ausências do Alvo (não me refiro a pessoas cuja profissão os leve a estar longe do companheiro por muito tempo, mas tive um caso de um Comendador que deixava o Alvo em casa a cuidar dos filhos e passava semanas sem vir a casa, sem qualquer justificação)
- Ter algum tipo de vício que repugne ao Alvo, os mais comuns são Alcoolismo e Toxicodepêndencia (mesmo com drogas leves). Uma vez tive um caso de um Comendador que não sei bem a fronteira para lhe chamar alcoólico ou não, diguemos que gostava da pinga. Apesar disso nunca foi agressivo ou violento para com o Alvo, mas como o Alvo tinha tido um pai que era Alcóolico e que maltratava a mulher e os filhos, o Alvo desenvolveu ao longo da sua vida um Ódio pelo Álcool causa do Alvo Odiar o facto do Comendador Beber.
Como tal, agora os leitores podem melhor perceber o porquê de uma relação entre Comendador e Alvo baseada ou reforçada com uma Amarração não ser à prova de bala. E isto não significa que a Amarração tenha prazo de validade, mas que existem limites que não podem ser ultrapassados. Muitas pessoas ingénuamente pensam que uma vez Amarradas podem fazer o que lhes apetece que a relação está segura mas a verdade é que não é assim. Felizmente esses casos que tive foram poucos, mas para mim mesmo esses poucos foram muitos.
Com respeito ao Mito do Foram Felizes para sempre, e apesar das vantagens para o Comendador de uma relação baseada ou reforçada numa Amarração, vão sempre surgir em algum ponto atritos entre o casal, discussões, desentendimentos. Isso é uma coisa que nenhuma Magia alguma vez poderá apagar, a história de uma relação entre duas pessoas é feito dessas coisas.
Não existem relações perfeitas, isso é uma Utopia, e quem prometer que faz uma Amarração que dê uma relação perfeita está a mentir. Como expliquei tem as suas vantagens, mas essas nunca poderão apagar coisas que são normais nas relações.
Não existem relações perfeitas, isso é uma Utopia, e quem prometer que faz uma Amarração que dê uma relação perfeita está a mentir. Como expliquei tem as suas vantagens, mas essas nunca poderão apagar coisas que são normais nas relações.
Contudo, devo salientar que também existem desvantagens entre uma relação brotada ou reforçada por uma amarração comparativamente com uma relação natural:
- Os Alvos tendem a ser mais possessivos e ciumentos;
- Os Alvos apresentam maior desconfiança e receio sobre algo que pensem poder dividir e separar o casal, e reagem de forma mais efusiva a isso. Para exemplificar, uma vez tive um caso de um Comendador cuja mãe não gostava do Alvo, a mãe nunca soube que o Comendador tinha feito uma Amarração com o Alvo, ambos casaram-se contra a vontade da mãe do Comendador. O Alvo não se inibiu de responder à letra, às vezes pelo que me constou, até de forma mais irascível sobre a mãe do Alvo quando esta mandava as suas «bocas» sobre o casal ou tentava minar a mente da mãe. Tive um outro caso de um Comendador que estava apaixonado pelo Alvo, realizou-se uma Amarração entre os dois e eles casaram-se. A certa altura o Comendador arranjou emprego numa empresa onde tinha por colega um ex-namorado, o Alvo temendo uma reaproximação dos dois foi literalmente fazer uma «peixarada» à porta da Empresa sob o ex-namorado do Comendador.
Expliquei isto porque é importante também ter em conta algumas desvantagens e tendências dos comportamentos do Alvo face ao Comendador.
Isto porque, muitas vezes e devo mencionar isto alguns Alvos tornam-se obsessivos. Quando assim acontece o Comendador procura-me para desmanchar o trabalho, coisa que também é possível. Isso geralmente acontece quando o Comendador quer divorciar-se ou separar-se do Alvo, e como é compreensivel este último não reage bem e não pretende a separação.
Tenho sobretudo observado isso quando o Comendador, apenas deseja o Alvo por capricho e não por amá-lo ou acreditar numa relação a dois com o Alvo. São geralmente esses comendadores que me vêem procurar o desmancho do trabalho. Como digo, cada caso é um caso, e neste nosso mundo há muita variedade para muitos casos diferentes.
Tenho sobretudo observado isso quando o Comendador, apenas deseja o Alvo por capricho e não por amá-lo ou acreditar numa relação a dois com o Alvo. São geralmente esses comendadores que me vêem procurar o desmancho do trabalho. Como digo, cada caso é um caso, e neste nosso mundo há muita variedade para muitos casos diferentes.
Este post já vai longo no próximo post vou desenvolver alguns temas de posts anteriores.
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