8.4.13

As minhas desventuras Hospitalares: Como escapei da Morte ou/ Ainda não era chegada a minha hora

Estou feliz por hoje, finalmente, puder escrever este Post.
Desde o meu último post muita coisa me aconteceu. Quando escrevi o último post, tinha decidido fazer uma pausa após o cansaço que me obrigou a fazer várias viagens e a trabalhar exaustivamente em várias coisas ao mesmo tempo. Parecia que a minha intuição fazia prever que algo de mau me iria acontecer. Na verdade não foi preciso muita intuição, pois quando cheguei a Portugal depois da minha última viagem, a pressão no peito, a tosse, o cansaço e as hemorragias nasais faziam prever que não estava tudo bem comigo. Por isso, achei ser altura de fazer uma breve pausa para descansar. Contudo, durante essa pausa os sintomas foram piorando, comecei a ter complicações respiratórias, e tive de ser hospitalizado. A verdade é que desde há vários anos os meus pulmões têm sido o meu calcanhar de aquiles. Devido a realizar os meus trabalhos ao ar livre, sujeito às vicissitudes temporais como o vento, o frio e possíveis bactérias que se encontram na natureza, tenho cada vez mais sofrido deles e, quando paro por doença, coisa que infelizmente tem sido cada vez mais o caso é sempre por problemas pulmonares.

Quando esperava um internamento curto no hospital, a minha situação continuou a piorar, os médicos não sabiam exactamente o que tinha, foi me avançada a possibilidade de estar com alguma variante de um vírus novo da gripe ou uma possível tuberculose, para tudo isso ter sido descartado como uma grave infecção pulmonar de origem bacteriológica. Bom, a verdade, é que me ia sentindo cada vez pior e pensei ter chegado a minha hora, recordo-me agora com alguma piada, que a única coisa que me preocupava a pensar sobre uma possível morte minha era os livros e estudos que tanto queria publicar, e as pessoas com quem tinha deixado trabalhos complexos a meio ainda por finalizar.

Tudo evoluiu muito rápido, para me tratarem, tiveram de me colocar em coma induzido, e a verdade é que ouvi tantos relatos que uma pessoa em coma percebe o ambiente à sua volta, mas devo confessar que não dei por nada, apenas me lembro de acordar sozinho, desorientado, até que um enfermeiro veio ter comigo perguntou-me se sabia onde estava, e agora dá-me vontade de me rir, lhe ter dito: «Não tenho a certeza, mas acho que estou no Hospital». A verdade, é que apesar de ter estado mal, e foi me dito depois por uma enfermeira que cheguei a fazer uma paragem cardio-respiratória, que sinceramente nem dei conta, lá consegui convalescer muito bem. Ela disse-me que eu devia de agradecer a algum santo, pois disse-me que tinha estado por um fio, e que para o estado em que havia estado consegui recuperar muito mais rapidamente do que aquilo que era sequer pensável ser possível. Ri-me em voz alta, agradeci os esforços de toda a equipa médica, e disse-lhe que não acreditava em Santos, e que se ainda estava Vivo era Graças a Forças Maiores, Forças essas que ainda não me queriam ver morto, pois tinha muita coisa ainda a fazer por Elas. Partilho a cara de espanto dela quando disse: «Forças Maiores», perguntou-me a que me estava a referir, e quando lhe disse, ela assustou-se qual o seu espanto.

A verdade é que estou grato pelos esforços diários realizados pelas equipas hospitalares que me deram mais tempo para conseguir realizar tudo aquilo que pretendo na minha vida, pelo seu esforço em restaurarem a minha saúde.

Desde o período conturbado até a minha alta hospitalar foi menos tempo do que aquele que se fazia prever. Felizmente fui recuperando bem, e decidir depois da alta ir para uma casa de repouso. Não queria cometer o mesmo erro de Outubro deste ano que passou em que continuei a trabalhar com uma gripe mal curada. Depois de suficientemente repousado, fui a um médico pneumologista, ele afirmou-me que isto porque passei podia muito bem ter sido, o stress e cansaço sobre o corpo que debilitou o meu sistema imunitário, a juntar com os problemas pulmonares mal curados de Inverno que devem ter ficado latentes e agora se decidiram manifestar com força.

Partilho isto com os leitores, porque sinceramente, sinto essa necessidade. Não é todos os dias, e espero que não se repita, estar como disse a enfermeira: «por um fio», e sobreviver para contar a história.

Regressei hoje a casa, vou continuar a descansar um pouco, e vou retomar o que tenho para fazer. São muitos os projectos, trabalhos que deixo em atraso, respostas etc...

Se tive mais uma hipótese foi para levar tudo até ao fim. Pode ser que não tenha uma segunda.

Por agora, não vou aceitar encomendas de materiais até ao final deste mês, tenho encomendas atrasadas por preparar e entregar. Agora, o importante, é por tudo em dia.