20.2.13

Amarração ou Amarrações : Feitiço e Magia do Amor - Tudo aquilo que precisa de saber (Parte 14: Respostas e Esclarecimentos das Dúvidas dos Leitores Amarração - Magia do Amor)

Neste post vou procurar responder às principais questões que me foram feitas sobre os posts aqui colocados. Infelizmente devido à escassez de tempo não tenho podido responder a todos os e-mails que me são enviados com questões sobre esclarecimentos sobre um ou outro ponto. Como tal, decidi agrupar as questões mais colocadas e aproveitar agora para as responder. Agradeço desde já a todos os leitores pelos imensos feedbacks e perguntas que tenho recebido, e que por motivos de tempo, não tenho podido responder pessoalmente.

ATENÇÃO: Este post também vai acarretar os seus riscos, visto algumas das coisas que aqui vou mencionar poderem ir contra algumas das crenças pessoais dos leitores. Aviso desde já que não quero faltar ao respeito a alguém, sendo que neste espaço procura-se respeitas todas as crenças.


Breve Prelúdio


O principal propósito deste Blogue é ser um espaço de divulgação e informação.
Infelizmente, tal como disse no início desta série de posts, existe uma grande desinformação. A própria internet que é uma ferramenta tão boa, acaba às vezes inadvertidamente por ser uma fonte não de informação mas de desinformação. Passo a explicar.

A História do nosso Conhecimento, é uma história percorrida por diferentes culturas ao longo dos tempos. As culturas nos seus múltiplos contactos, umas com as outras, trouxeram influências benéficas e prejudiciais. Regra geral, esta história do contacto multicultural trouxe mais benefícios do que prejuízos.

Se observarmos, em muitas áreas do Saber a troca de ideias provenientes de outras culturas trouxe avanços. Por exemplo, na área da Matemática desde a partilha dos algarismos, até à introdução do conceito de Zero (0), passando pelos primórdios da Álgebra, encontramos uma partilha de saberes oriundos de diferentes culturas que beneficiaram o nosso Saber Matemático.

Mais contemporaneamente, a área da Gastronomia beneficiou dos múltiplos costumes e combinações provenientes de diferentes culturas, hoje encontramos receitas e pratos com influências asiáticas ou africanas que ajudam a enriquecer a nossa própria gastronomia.

Contudo, nem sempre é assim, e por vezes é importante saber distinguir aquilo que enriquece pela mistura, daquilo que pode ser prejudicial e originar uma verdadeira salada.

Por exemplo, a presença excessiva com a respectiva imposição de uma determinada cultura com seus costumes sobre outra pode ser prejudicial quando esta última abraça de forma cega todas as suas práticas e inadvertidamente abafa as suas próprias origens culturais. Basta para isso ver como no início dos Descobrimentos os missionários católicos conseguiram subverter determinadas culturas ao seu modelos Europeu, separando algumas delas das suas próprias raizes e tradições. O processo começava na cristianização terminando numa aculturação.

Certas vezes quando o multiculturalismo é em demasia, pode-se dar uma tal assimilação ou combinação que pode descaracterizar diferentes culturas ao mesmo tempo. Por vezes, este processo pode ser positivo, outras vezes pode ser negativo.

Agora, já podemos chegar àquilo que pretendo transmitir no início deste post.
As ditas «Ciências Ocultas» em parte foram victimas deste processo de multiculturalismo de crenças, porque sofreram uma tal junção de combinações diferentes, que considero eu, as afastaram mais de um aprofundamento do conhecimento do que as aproximaram, focando principalmente a informação junto do grande público. Eu sei que esta minha declaração pode ser entendida de forma polémica, mas a enuncio apenas para exemplificar um fenómeno que o considero mais prejudicial do que benéfico nas «ciências ocultas».

Para exemplificar isto que estou a dizer e antes de aplicá-lo fiz este diagrama com o intuito de mostrar que de três distintas culturas: X, Y e Z; deram resultado num exemplo de multiculturalismo excessivo à cultura #.
Diagrama que exemplifica a origem da Cultura # como a soma indiscriminada de Crenças da Cultura X, Y e Z. Para perceber melhor este diagrama recomendo que clique na imagem para ampliar.



Com este diagrama pode-se perceber que o sistema de crenças da Cultura # pode ser descrito como
Cultura # = Crença A e F da Cultura X + Crença G e L da Cultura Y + Crença Q e R da Cultura Z

Agora no que é que isto diz respeito às «Ciências Ocultas» e mais precisamente às Amarrações? Bom isto é o Prelúdio que vos queria explicar, para que tenham em mente à maioria das questões que me foram feitas, pois elas em certo sentido brotam daqui. Isto resulta de forma ampla do facto das «Ciências Ocultas» serem um aglomerado de diferentes crenças, provenientes de diversas fontes, fundidas sem um critério que pretenda validar e demarcar as crenças legítimas das ilegítimas, ou seja, sem um critério que pretenda separar o trigo do joio, demarcando aquelas que efectivamente enriquem o património do Saber daquelas que não enriquecem, e que para além de redundantes são prejudiciais ao todo. E vamos agora perceber isso com respeito à maior parte das questões colocadas pelos leitores.

Algumas das perguntas dos leitores podem categorizar-se em três temas de fundo:
  1. Vidas Passadas e Reencarnação:
    1.  "Com uma relação a 0 neste mundo é possível uma amarração com alguém que tenhamos tido uma relação numa vida passada?"
    2. "De que forma uma amarração pode prejudicar a minha reencarnação?"
    3. "Existe a possibilidade de garantir uma amarração que perdure para uma futura reencarnação?"
  2. Energias e Espírito:
    1.  "Podia explicar o processo da fusão de energias do comendador e alvo no plano espiritual?"
    2. "E quando comendador e alvo não estão no mesmo plano espiritual é possivel unir as suas energias?"
    3. "É preciso que o comendador tenha tido relações sexuais com o alvo? Ouvi dizer que a energia sexual é eterna e que assim ajuda à união de energias eternas"
    4. "Preciso de renovar a minha amarração quando as energias cósmicas mudarem?"
  3. Médiuns, Poderes e Visões
    1. "Posso saber a resistência do alvo com recurso a um médium?"
    2. "Consegue-se saber o processo de amarração através de uma vidente?"
    3. "Pensei fazer uma amarração mas uma senhora disse-me que a pessoa que eu queria estava a ser protegida pelo falecido pai"
    4. "Um médium disse-me que é impossível a minha união porque tenho um encosto"

Decidi colocar aqui algumas das questões que inadvertidamente foram as mais colocadas, e que no fim de contas são aquelas que mais inquietam os leitores. A todos desde já agradeço as vossas questões.

Este tema é delicado, e agora poderão melhor o porquê de ter iniciado este post com aquele prelúdio.

Muitas destas questões têm raizes em crenças. Cada leitor e cada pessoa tem dentro de si o seu sistema de crenças. Muitas das «crenças» erróneas sobre as «ciências ocultas», resultam do facto de os leitores receberem desinformação. Esta desinformação brota principalmente do início da globalização, quando certos «autores do oculto» em vez de estudarem divulgaram de forma sensacionalista livros e coleções de ensaios com misturas de tudo e mais alguma coisa.

Não é díficil nenhum leitor se dirigir a uma livraria e encontrar nas estantes do «esoterismo» ou «ciências ocultas», montes de livros que tratam imensos temas de maneiras diferentes, muitas das vezes contraditórias entre si e que alegam ser a panaceia de todo o conhecimento «sobrenatural». Nós encontramos reencarnações, forças cósmicas, energias místicas, consciências quânticas, teorias da conspiração planetária, vidências, sonhos e calamidades, energias sexuais, etc....

Muitos destes temas e a maneira que são explorados resultam de um movimento apedidado de «New Age» ou «Nova Era» que resultam de uma mistura pela mistura de crenças sem critérios que procura pegar em temas de diferentes tradições, retirando-as do contexto que lhes conferia inteligibilidade, inserindo num novo contexto e procurando conferir-lhes inteligibilidade não pela sua ligação a uma narrativa cultural mas pela junção de outras crenças que perderam o contexto que lhes conferia inteligibilidade. Desse modo umas crenças suportam as outras, a imagem explicativa que me vem sempre à mente é o de uma Árvore sem raizes apenas feita da soma de ramos cortados a outras árvores. Para melhor exemplificar isso procurei uma imagem que mostrasse a ideia que vos quero transmitir:
Imagem Explicativa do movimento «New Age»


Infelizmente, o movimento «New Age» vingou e conseguiu infiltrar-se de forma bem sucedida nas «ciências ocultas» tanto que a maior parte dos livros que se encontram naquela estante de livros que vos expliquei é ele de uma maneira directa ou indirecta descendente da «New Age». Como tal, outra coisa que caracteriza a «New Age» para além do desenraimento são as constantes auto-contradições e incoêrencias das suas crenças.

Expliquei isto, porque nota-se nas questões feitas pelos leitores o enquadramento «New Age», não quero de alguma forma atacar os leitores, mas apenas evidenciar isto que pelas conversas que tenho tido não se apercebem da influência «New Age» das suas crenças.

Tendo isto por mente posso agora passar às questões.

Sinceramente, e sei que é a crença partilhada por muita gente, não creio e os grandes clássicos da Magia não crêem em Vidas Passadas e Reencarnações. Como tal às perguntas (1.1); (1.2); (1.3) a resposta é não.

Ao contrário do que vem escrito na maioria dos livros «New Age» a reencarnação não nasce apenas no Oriente com o Budismo e afins. Podemos ir para mais perto e observar que os Gregos já possuiam essas crenças, até o livro «O Fedro» do Platão que aqui já recomendei, quando chegam a meio do livro podem lá encontrar descrita a narração de como supostamente uma alma poderia ascender ao céu encontra outra a puxaria para a Terra para assim sucessivamente Reencarnar. A crença da Reencarnação não é algo puramente oriental. Curiosamente essas crenças nasceram do facto dos nossos antepassados não terem um pensamento temporal linear.
Passo a explicar, só recentemente é que na história da humanidade o tempo foi concebido enquanto linear ou seja similar a uma recta que parte imaginemos do 0 e caminha em linha recta em direcção a (+oo) sem tocar no ponto de origem. Para os nossos antepassados, eles observavam o mundo à sua volta como um enorme cíclo de repetições, para os gregos o facto de as estações do ano repetirem-se de forma cíclia, o facto das formas da lua também se repetir de forma cíclica, juntamente com o observarem o constante ciclo das colheitas, das pessoas e dos animais, em que uns morriam e outros nasciam, fê-los pensar que o tempo era como um enorme cíclo em que tudo estava condenado a repetir-se.
É desta repetição Grega que surge a ideia do Mito do Eterno Retorno, que no sex. XIX é retomado pelo fílosofo Nietzsche nos seus livros. Foi esta ideia que teve por detrás do surgimento da ideia de encarnação, que chega agora até aos nossos dias de forma completamente deturpada. Pessoalmente não creio na reencarnação, e respeito quem tenha tal crença. Por agora, não vou avançar muito mais neste tema, mais à frente irei dedicar um post somente a ele, mas por agora apenas vou afirmar que a resposta é Não. 


Com respeito às energias algo de similar acontece, as energias foram temas pegados de tradições antigas, juntas às emergentes ideias da física do princípio do sec. XX que formaram um cocktail de ideias sobre nós e energias, que mais recentemente viram a incorporação da mecânica quântica para cientificamente legitimar esta salada de ideias.
Como é obvío usam a mecânica quântica de forma abusiva daquilo que os modelos teóricos procuram representar, mesmo que actualmente na comunidade científica acha um conflito de interpretações sobre a mesma, não é preciso estudar-se muito para perceber que estas ideias das Dimensões Quânticas, e das Consciências Quanticas com as Energias Cósmicas e outros tantos proclamados pela «New Age» apenas é um tecido formado por linhas e padrões contraditórios.

Um dos problemas de responder a esta questão é como é que eu e o leitor compreendemos o conceito de «Energia». Para que um diálogo seja proveitoso, os interlucutores de um diálogo têm que concordar entre si no significado dos termos utilizados. Caso contrário como diz a expressão popular: «Misturamos Alhos com Bugalhos».
Vou tentar descrever o que entendo por energia começando de forma negativa, ou seja dizendo aquilo que não considero ser. Não considero «Energia» como um pseudo-existente Metafísico. Eu creio que o conceito de energia deva ser naturalizado, e descrito como a ciência o faz como Energia Cinética e Energia Potencial. Sendo estas dimensões exclusivas da matéria e das partículas que a constituem. Por isso mesmo e respondendo às questões que me foram feitas nada disso se verifica.

Secalhar para clarificar vou explicar a questão das relações de outra forma. Tal como havia dito nos posts em que tratei as relações, aqueles valores que exemplifiquei repito são apenas metáforas explicativas, e não metáforas factuais. Fiz este esquema para ser mais claro:



As relações entre as pessoas não são resultados de energias que têm de se fundir. Todas as nossas teias de relações encontram-se na nossa mente. É lá que temos as nossas memórias, assim como os sentimentos que experienciamos ao longo da vida. Tudo isso é vivido materialmente no nosso cérebro. Os vínculos entre duas pessoas acontece nos nossos cérebros e faz parte da nossa vida social e mental. O trabalho espiritual das Entidades em nós, é o resultado da estimulação mental/espiritual nas nossas mentes. Quando as Entidades fazem os alvos desejar, fazem-no através da estimulação mental. Quando somos persuadidos pela publicidade que expliquei no post anterior, a nossa mente é estimulada. Este estímulo resulta de processos internos, mas os processos internos acontecem porque fomos estimulados externamente.

Por isso é que não pode haver Amarrações com pessoas das quais não temos contacto nem relação, ou seja vínculo 0, porque as Entidades não têm matéria no Alvo para trabalhar. O facto do trabalho das entidades nos Alvos ser tão personalizado deve-se ao facto de que cada caso é um caso, cada pessoa encerra em si própria uma identidade única e uma narrativa pessoal. Dentro dessa narrativa, faz parte as pessoas da nossa vida, tenhamos ou não um vínculo forte com elas. É das memórias, da nossa personalidade e temperamento que as Entidades movem no sentido de persuadir o Alvo em direção a alguma coisa.

Os nossos vínculos não resultam de processos cósmicos energéticos, e muito menos de energias sexuais. Se observarem, caros leitores, pessoas com casamentos de 60 anos com muitos anos de relações sexuais praticadas entre elas, caso sejam victimas da doença de Alzheimer podem esquecer completamente quem foi o seu Amor e Companheiro de todo uma vida. Quando o cérebro e a função da memória fica irremediavelmente doente e afectada a própria identidade e narrativa da pessoa fica comprometida.

A história do vínculo entre duas pessoas nos seus altos e baixos, não resulta de energias e não é metafísica, é algo bem concreto e definido nos processos mentais de cada um. As entidades actuam em nós através da estimulação desses processos, e mesmo assim nos seus limites de interação nós nunca estamos completamente nus a elas.


Com respeito à última pergunta, a minha crença e a tradição da Magia revela que o Homem só consegue o que consegue com auxílio das Entidades. Eu sou igual aos leitores, não tenho poderes, não tenho visões. Ao contrário do que se pensa, a vidência só é possível mediante um universo determinista, a consequência de um universo determinista é que não existe liberdade ou subjectividade. Pois o universo determinista é aquele em que tudo está fechado porque tudo vai ser como é não podendo ser de outra maneira, não há espaço para a arbitrariedade ou para a indeterminação. Só é possível conhecer o futuro se ele estiver fechado e consequentemente receptivo a ser lido, pois já está «escrito» o que irá acontecer. Mas a experiência com as entidades revela nos seus limites a indeterminação do próprio universo.

Tal como disse à pouco, nem as entidades quando perscrutam o nosso interior são capazes de «ver tudo», nós não somos um cofre totalmente aberto a elas, e nós nunca conhecemos verdadeiramente o interior de uma pessoa. Aquilo que faz que uma pessoa seja única é ao mesmo tempo aquilo que tem de inacessível. Muitas vezes nós podemos calcular, estimar e prever o comportamento ou o modo de ser de uma pessoa, mas isso não é conhecimento é sempre um palpite que se pode ou não realizar.

Ao longo de muito tempo tenho conhecido imensos médiuns, e não estou a dizer que eles mentem propositadamente, acredito que muitas pessoas acreditam ter dons e agem de boa vontade. Mas tudo o que encontrei são pessoas convencidas de um dom que às vezes pode acertar outras vezes falhar consoante o grau de previsibilidade das suas crenças futuras. Mesmo acontecimentos pouco prováveis podem ser de antemão previstos sem haver verdadeira vidência. Por exemplo, as pessoas que acertaram nos jogos de azar como o Euromilhoes e outras lotarias cujas probabilidades são baixíssimas não sabiam de antemão que aquela iria ser a chave premiada, apenas tiveram palpites que felizmente para elas estiveram correctos.

Sei que este é um outro tema delicado que mais tarde aprofundarei. Mas a resposta é negativa a todas essas questões

Aviso desde já que não quero faltar ao respeito de alguém ou das suas crenças.

No seguinte post porque este já vai longo vou deixar Bibliografia que penso ser importante para se melhor compreender tudo aquilo que tenho vindo a escrever


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