8.4.13

As minhas desventuras Hospitalares: Como escapei da Morte ou/ Ainda não era chegada a minha hora

Estou feliz por hoje, finalmente, puder escrever este Post.
Desde o meu último post muita coisa me aconteceu. Quando escrevi o último post, tinha decidido fazer uma pausa após o cansaço que me obrigou a fazer várias viagens e a trabalhar exaustivamente em várias coisas ao mesmo tempo. Parecia que a minha intuição fazia prever que algo de mau me iria acontecer. Na verdade não foi preciso muita intuição, pois quando cheguei a Portugal depois da minha última viagem, a pressão no peito, a tosse, o cansaço e as hemorragias nasais faziam prever que não estava tudo bem comigo. Por isso, achei ser altura de fazer uma breve pausa para descansar. Contudo, durante essa pausa os sintomas foram piorando, comecei a ter complicações respiratórias, e tive de ser hospitalizado. A verdade é que desde há vários anos os meus pulmões têm sido o meu calcanhar de aquiles. Devido a realizar os meus trabalhos ao ar livre, sujeito às vicissitudes temporais como o vento, o frio e possíveis bactérias que se encontram na natureza, tenho cada vez mais sofrido deles e, quando paro por doença, coisa que infelizmente tem sido cada vez mais o caso é sempre por problemas pulmonares.

Quando esperava um internamento curto no hospital, a minha situação continuou a piorar, os médicos não sabiam exactamente o que tinha, foi me avançada a possibilidade de estar com alguma variante de um vírus novo da gripe ou uma possível tuberculose, para tudo isso ter sido descartado como uma grave infecção pulmonar de origem bacteriológica. Bom, a verdade, é que me ia sentindo cada vez pior e pensei ter chegado a minha hora, recordo-me agora com alguma piada, que a única coisa que me preocupava a pensar sobre uma possível morte minha era os livros e estudos que tanto queria publicar, e as pessoas com quem tinha deixado trabalhos complexos a meio ainda por finalizar.

Tudo evoluiu muito rápido, para me tratarem, tiveram de me colocar em coma induzido, e a verdade é que ouvi tantos relatos que uma pessoa em coma percebe o ambiente à sua volta, mas devo confessar que não dei por nada, apenas me lembro de acordar sozinho, desorientado, até que um enfermeiro veio ter comigo perguntou-me se sabia onde estava, e agora dá-me vontade de me rir, lhe ter dito: «Não tenho a certeza, mas acho que estou no Hospital». A verdade, é que apesar de ter estado mal, e foi me dito depois por uma enfermeira que cheguei a fazer uma paragem cardio-respiratória, que sinceramente nem dei conta, lá consegui convalescer muito bem. Ela disse-me que eu devia de agradecer a algum santo, pois disse-me que tinha estado por um fio, e que para o estado em que havia estado consegui recuperar muito mais rapidamente do que aquilo que era sequer pensável ser possível. Ri-me em voz alta, agradeci os esforços de toda a equipa médica, e disse-lhe que não acreditava em Santos, e que se ainda estava Vivo era Graças a Forças Maiores, Forças essas que ainda não me queriam ver morto, pois tinha muita coisa ainda a fazer por Elas. Partilho a cara de espanto dela quando disse: «Forças Maiores», perguntou-me a que me estava a referir, e quando lhe disse, ela assustou-se qual o seu espanto.

A verdade é que estou grato pelos esforços diários realizados pelas equipas hospitalares que me deram mais tempo para conseguir realizar tudo aquilo que pretendo na minha vida, pelo seu esforço em restaurarem a minha saúde.

Desde o período conturbado até a minha alta hospitalar foi menos tempo do que aquele que se fazia prever. Felizmente fui recuperando bem, e decidir depois da alta ir para uma casa de repouso. Não queria cometer o mesmo erro de Outubro deste ano que passou em que continuei a trabalhar com uma gripe mal curada. Depois de suficientemente repousado, fui a um médico pneumologista, ele afirmou-me que isto porque passei podia muito bem ter sido, o stress e cansaço sobre o corpo que debilitou o meu sistema imunitário, a juntar com os problemas pulmonares mal curados de Inverno que devem ter ficado latentes e agora se decidiram manifestar com força.

Partilho isto com os leitores, porque sinceramente, sinto essa necessidade. Não é todos os dias, e espero que não se repita, estar como disse a enfermeira: «por um fio», e sobreviver para contar a história.

Regressei hoje a casa, vou continuar a descansar um pouco, e vou retomar o que tenho para fazer. São muitos os projectos, trabalhos que deixo em atraso, respostas etc...

Se tive mais uma hipótese foi para levar tudo até ao fim. Pode ser que não tenha uma segunda.

Por agora, não vou aceitar encomendas de materiais até ao final deste mês, tenho encomendas atrasadas por preparar e entregar. Agora, o importante, é por tudo em dia.

20.3.13

Atraso nas publicações de Março e Resposta aos Leitores

Infelizmente e apesar de ter prometido a vários leitores tratar no mês de Março dos temas das possessões, pactos e magia financeira, tal não me tem sido possível.
Tal como havia explicado em Fevereiro, estou inserido num projecto de publicação de história da magia. Ao contrário do que eu pensava, quando aceitei o convite, estou a ter dificuldades em gerir o meu tempo, assim como estou a ter mais trabalho com as investigações do que aquilo que se fazia prever. Apesar deste esforço, tenho uma intuição de que este projecto não irá estar concluído dentro do tempo útil de 4 anos, mas poder-se-á arrastar para 8 ou mais. Isto se não houver entretanto alterações ao projecto, pois uns dos problemas que agora facilmente se antevê é o projecto ser demasiado ambicioso e extenso para os recursos que actualmente dispomos. Pelo que creio que dentro em breve, os objectivos do projecto terão de ser revistos ou minorados para se conseguir cumprir uma primeira publicação dentro de 4 anos.

Principalmente por isto, e pelo facto que este projecto obriga-me a fazer várias viagens, que acabam não só por me cansar mas por me tirar imenso tempo tenho tido muitas dificuldades em conseguir responder a todas as dúvidas, perguntas e esclarecimentos que me têm sido feitos. Infelizmente nestas 2 últimas semanas quase não tenho tido o tempo para somente responder com um breve comentário aos muitos leitores que vão fazendo ou perguntas pontuais, ou pedidos de temas a serem abordados.

Em príncipio, a partir de hoje estarei um pouco mais disponível, e procurarei responder a todas as pessoas a quem ainda não respondi.

Irei tentar se conseguir até final de Março iniciar uma vaga de posts desta vez dedicados aos pactos e magia financeira, devido de receber imensas dúvidas sobre o assunto. Mas não posso prometer conseguir começar já em Março essa vaga de posts.

Obrigado a todos os leitores, recomendações e sugestões, e assim que tenha uma brecha de tempo procurarei responder a todos e iniciar uma nova vaga de posts informativos assim como fiz com respeito às amarrações.

22.2.13

Amarração ou Amarrações : Feitiço e Magia do Amor - Tudo aquilo que precisa de saber (Parte 17: Links dos posts sobre Amarração - Magia do Amor)

Neste simples post apenas vou colocar os links da ordem sequencial dos posts sobre as Amarrações.









A ordem dos posts/temas aqui presentes e respectivos links é:
  1. Introdução
  2. História das Amarrações - Antiguidade Clássica
  3. História das Amarrações - Idade Média e Renascimento
  4. Introdução e Fundamentos do Processo de Amarração 
  5. Resistência, Proteção e Perfil do Alvo
  6. As Entidades na Amarração
  7. O Início do Processo de Amarração
  8. As Duas Primeiras Fases do Processo de Amarração
  9. A Segunda Fase do Processo de Amarração 
  10. A Terceira e Última Fase do Processo de Amarração
  11. O Pós-Amarração
  12. Os Casos Raros e Especiais da Amarração
  13. A Ética ou Moral da Amarração
  14. Respostas e Esclarecimentos das Dúvidas dos Leitores sobre Amarrações
  15. Os Diferentes tipos de Amarração
  16. Post conclusivo, Alertas e Recomendações

Amarração ou Amarrações : Feitiço e Magia do Amor - Tudo aquilo que precisa de saber (Parte 16: Post conclusivo, alertas, recomendações Amarração - Magia do Amor)

Chegámos ao fim da série de posts sobre amarrações. Apesar disso muito ficou por escrever e por dizer. Nos livros que estou a escrever e que infelizmente estão mais atrasados do que aquilo que desejava, a parte que diz respeito às amarrações é somente técnica, pois os fundamentos da magia estão descritos anteriormente. Se observarem nesta série de posts no meio da parte técnica tive de colocar fundamentos teóricos, pois sem os fundamentos teóricos os aspectos técnicos podem ser impercéptiveis e aspectos importantes a ser compreendidos podem passar despercebidos.

Todo o conteúdo destes posts será colocado por ordem ascendente numa página que criei neste menu aqui de cima com o título: Amarrações. Foi uma excelente recomendação de um leitor para que seja mais fácil a consulta sequencial de toda a informação que aqui coloquei, desde já o meu agradecimento por esta sugestão.

Espero que esta série tenha ajudado os leitores a melhor perceberem a Magia dos Relacionamentos, nomeadamente a Magia das Amarrações. Ao longo desta série de posts fui desmistificando uma série de mitos relacionadas com as amarraçõs que povoam o senso-comum desinformado das pessoas.

As Amarrações e Magia do Amor funcionam na realidade. Contudo, tenho encontrado muitas pessoas que comigo vêm ter já totalmente descrentes nas possibilidades da Magia, nomeadamente no que diz respeito às Amarrações.Creio que esta descrença surge de dois factores:
  1. Dentro do ramo das ditas «ciências ocultas» e dentro destas o sub-ramo da Prática Mágica, existem muitos burlões, existem muitas pessoas que não sendo burlões não têm formação e conhecimento suficiente para praticarem rituais de forma correcta, e em verdade, só conheço em Portugal cerca de três dúzias de pessoas que realmente praticam Magia.
  2. O facto de uma Amarração bem sucedida não ser alvo de publicidade, mas antes exigir silêncio e descrição. Sendo a única publicidade existente aquela que resulta dos fracassos e não dos sucessos. Quando a Amarração alcançar o seu fim, as pessoas devem guardar silêncio até dos Alvos do trabalho feito, e depois por uma questão de estigma social ninguém anda por ai a dizer que mantém um casamento ou um namoro porque fez uma Amarração. O silêncio é ao mesmo tempo fundamental para a Amarração, mas prejudicial para a forma como as pessoas vêm as Amarrações. Por outro lado, considero que aqueles testemunhos que se podem observar em certos sites são fraudulentos. Quem se Amarra com sucesso deve guardar silêncio sobre o que fez, até do facto de procurar o serviço deve guardar silêncio, e quando obtiver aquilo que deseja deve permanecer em silêncio.
    As pessoas nem imaginam a quantidade de relações felizes que por ai vemos que são fruto de Amarrações e de Magia.

Relacionado com o ponto (1.), e com a descrença das pessoas face a este tipo de Magia, resulta das imensas ofertas de Amarrações e do facto delas serem fraudulentas. Como expliquei ao longo deste posts existem algumas formas das pessoas perceberem se estão a ser enganadas. Vou repetir aqui algo que já expliquei:

  1. É o mito de que a Magia e consequentemente as Amarrações são como Fast Food. Magia não é Fast Food. Ou seja, quando realizada não existem resultados imediatos e instantâneos, Magia e por conseguinte a Amarração demora tempo a operar até se alcançar o objectivo pretendido. Infelizmente as pessoas não têm paciencia e querem resultados em tempos absurdos como 2 Dias ou 15 Dias. Por isso é que tantas são enganadas por anúncios que prometem trazer o seu amor de volta em tão curto espaço de tempo. Como se costuma dizer: «A pressa é inimiga da perfeição».
  2. É o mito de que a Magia é Milagreira. A realização da Magia não é a realização de Milagres. A Magia tem limites e fronteiras. Este mito está intrinsecamente relacionado com o anterior. Nomeadamente, no que diz respeito às Amarrações ou Magia do Amor há certas coisas que são impossíveis de se alcançar. Por conseguinte, as Amarrações têm também elementos necessários para se obter sucesso, um deles é o Comendador e o Alvo conhecerem-se pessoalmente. Existem muitas pessoas que são enganadas porque lhes prometem em 5 dias obter uma amarração com «celebridades» da TV que nunca as viram na vida. Uma amarração não funciona sem ter havido contacto entre Alvo e Comendador, por conseguinte não é possível que uma pessoa que nunca tenha conhecido minimamente o George Clooney possa obter aquilo que pretende com uma Amarração.


Agora se juntarmos a estes dois mitos aquilo que as pessoas querem e pensam que é e não é então podemos melhor compreender porque é que existem tantos casos defraudados nas Amarrações. E isto deve-se a três factores que as pessoas desejam e projectam na Amarração e que ficam decepcionadas quando lhes digo que a coisa não é bem assim, as amarrações fraudulentas costumam apresentar estes factores:
  1. Quanto mais rápido melhor, então se for em uma semana ainda melhor;
  2. Quanto menos trabalhoso melhor, então se a pessoa não tiver de fazer rigorosamente nada e esperar que tudo lhe caia de bandeja ainda melhor;
  3. Quanto mais milagroso melhor.
São estes os três factores responsáveis por haverem tantas Amarrações defraudadas. Regra geral as pessoas querem Amarrações em tempo Record, sem lhes dar trabalho, e sem ouvirem falar em obstáculos ou dificuldades ao processo.
Tive uma vez uma senhora que recomendada por outra pessoa veio ter comigo. Ela desejava uma Amarração mas exigia que acontecesse em 1 Semana, com uma série de condições sobre o Alvo. Eu disse à senhora que isso era impossível. Ela ficou chateada pelo meu «não» e disse-me que havia outras pessoas que entre 2 a 7 dias traziam de volta o Amarrado. Eu disse duas coisas à senhora: a primeira é que iria certamente ser enganada, e a segunda que dentro em breve nos iriamos ver.
Acontece que essa senhora foi procurar os serviços de 4 pessoas diferentes que prometiam os resultados milagrosos, todos falsos, depois veio ter comigo e vive hoje com o marido. 

Por último devo salientar para quem desejar alguns livros que podem ser uma mais valia na compreensão das Entidades e como elas agem em nós.

Quando comecei a ser um formando do meu Mestre uma das coisas que ele me obrigou a ler foi os grandes livros clássicos do Misticismo. Estes livros escritos pelos grandes mestres da mística, e não confudamos mística com vidências ou energias, eram o resultado de uma série de grandes pessoas ao longo da história de diferentes confissões religiosas e outros nem religiosos eram, que tinham uma grande sensibilidade para as moções e as experiências espirituais. Estes mestres escrevem como é óbvio no contexto de que fazem parte. Mestre Eckhardt escreve no seu contexto Católico e Jalāl Balkhī escreve no seu contexto islâmico. Mas o meu mestre era unânime, estas pessoas notáveis ao longo da história foram aquelas que conseguiram compreender como nós somos estimulados pelas Entidades, e subsequentemente aprendermos como elas agem em nós. Isso percebe-se quando nós lemos estes grandes mestres. 

Recordo-me que no final da tarefa, na altura enfadonha de ler aqueles místicos quando pensava que o meu Mestre me iria por a ler todos os Grimoiriuns, eu percebi o porquê do meu Mestre me ter exigido aquilo. E hoje, agradeço cada vez mais as opções que o meu Mestre tomou para a minha formação e estou-lhe muito grato.

Para os Comendadores costumo em certos casos recomendar um livro, que apesar de ser um livro sério mascarado de ficção é um excelente resumo da acção das entidades em nós, e para quem já leu os clássicos vai perceber que a estrutura de fundo do livro é similar à história da Mística.
Esse livro tem de títulos em língua portuguesa os seguintes: «Vorazmente teu», «Cartas do Inferno», «Cartas de um Diabo ao seu Aprendiz». Contudo, o título original do livro que aqui deixo à vossa disposição é «The Screwtape Letters».
O autor é o C.S. Lewis, o mesmo dos livros e agora filmes das Crónicas de Narnia pelo qual ele é mais famoso. Contudo, apesar disso ele era um Cristão acérrimo, professor universitário, apologista cristão que neste livrinho que vos recomendo poe em contexto contemporâneo a história e a forma como as Entidades trabalham em nós. Devo desde já avisar que este livro é uma ficção, as «Entidades» não têm sobrinhos ou tios e não andam em escolas para aprender a chatear os «humanos», mas aquilo que desejo que tenham em conta é a forma subtil como as entidades nos movem através de tentações, desejos e moções da nossa mente. É claro que só recomendo este livro a quem queira começar por algum lado. Mas aviso desde já que este livro é ficção, mas é uma boa metáfora explicativa.
Para quem quiser ler este livro que recomendo basta carregar neste link: LEWIS, C. - The Screwtape Letters. Nova Iorque: Harper Collins, 1941.

Qualquer dúvida, pergunta ou esclarecimento não hesite em contactar.

21.2.13

Actualização da Lista de Livros para Download

Chegados aqui e como tal havia dito coloco aqui alguma bibliografia que vem no seguimento de melhor esclarecer coisas que expliquei ao longo destes posts, assim como actualizar a página de Bibliografia/Downloads que já há muito desejava. Infelizmente, não tive o tempo desejado para o fazer.

No seguimento daquilo que havia dito sobre a origem da explicação das Entidades com Impregnação Religiosa recomendo este livro: WRAY, T.; MOBLEY, G - The Birth of Satan: Tracing the Devil's Biblical Roots. Nova Iorque: Palgrave Macmillan, 2005.








No seguimento da sugestão anterior, e na história da concepção das Entidades como Anjos Caídos distintos dos Anjos fieis a Deus recomendo este livro: JONES, D - Angels: a History. Oxford: Oxford University Press, 2010. (password é abc)













Para quem desejar aprofundar os seus conhecimentos na História da Magia de bases Cabalísticas, é importante que leia este livro sobre Zohar um dos mais importantes trabalhos presentes na Cabala. Já há muito que queria ter colocado aqui este livro mas não tinha tido ainda oportunidade, virei a escrever um post só sobre Zohar. Recomendo então este livro: WOLFSON, E. - Luminal Darkness: Imaginal Gleanings from Zoharic Literature. Oxford: One World, 2007.





No seguimento do estudo e aprofundamento das raízes da Magia, como por várias vezes já tive oportunidade de dizer o período Renascentista é um verdadeiro ponto de viragem. No sentido de aprofundar os fundamentos filosóficos destes Magos e deste período recomendo vivamente este livro: YATES, F. - The Occult Philosophy in the Elizabethan Age. Nova Iorque: Routledge, 2004.





Do mesmo autor, deste livro aqui em cima apresentado, disponho também uma obra muito interessante sobre o movimento do Rosacruz e dos seus manifestos. Aviso desde já o leitor que isto não trata aquilo que a «New Age» chama de Rosacruz ou as Teorias da Conspiração envolvidas à volta da história deste movimento. Este livro trata da origem e verdadeiro entendimento deste movimento o próprio autor diz: «‘Rosicrucian’ in this purely historical sense represents a phase in the history of European culture which is intermediate between the Renaissance and the so-called scientific revolution of the seventeenth century. It is a phase in which the Renaissance Hermetic-Cabalist tradition has received the influx of another Hermetic tradition, that of alchemy. The ‘Rosicrucian manifestos’ are an expression of this phase, representing, as they do, the combination of ‘Magia, Cabala, and Alchymia’ as the influence making for the new enlightenment.» Com isto em mente, recomendo vivamente este livro: YATES, F. - The Rosicrucian Enlightment. Nova Iorque: Routledge, 2003.


No seguimento das minhas sugestões sobre uma melhor comprensão da Magia através da aprendizagem da sua história, e acerca do período Renascentista, recomendo este livro: WALKER, D. - Spiritual & Demonic Magic: from Ficino to Campanella. University Park: Pennsylvania State University Press, 2000.







Outro grande livro que recomendo, apesar de este que aqui vos coloco à disposição só ter uma versão scanizada em que o livro não se encontra em perfeito estado. Contudo, o livro está perfeitamente legível, apesar de ser um pouco antigo é uma excelente referência. BUTLER, E. - Ritual Magic. Cambridge: Cambridge University Press, 1949.

Amarração ou Amarrações : Feitiço e Magia do Amor - Tudo aquilo que precisa de saber (Parte 15: Os Diferentes Tipos de Amarração - Magia do Amor)

 "A ti, senhora, eu trago esta coroa por minhas mãos tecida (...) recebe amada senhora, das minhas pias mãos, este diadema para os teus louros cabelos. Dentre os homens, só a mim é dada esta honra: conviver contigo e contigo trocar palavras, ouvindo a tua voz, mas sem ver o teu rosto." Hipólito em Eurípides


Chegados aqui e antes de terminar esta longa série de posts vou de forma simples abordar os diferentes tipos de Amarrações. Decidi não colocar no princípio este tema, porque me parecia mais importante em primeiro explicar como se processam e só depois falar dos diferentes tipos.

Se observarem a pertinência de eu ter começado esta saga de posts com a história das Amarrações ou Magia do Amor deve-se ao facto de com base nos conceitos Gregos, em parte donde se dá início a uma sistematização da Amarração ou Magia do Amor, podemos melhor compreender os diferentes tipos.


Comecemos então por observar que os tipos de Amarrações hoje em dia são similares às suas origens Gregas podendo dividir-se os tipos com respeito a duas caracteristícas:
  1.  À finalidade (ou tipo de vínculo a ser trabalhado).
  2.  À força ou meta que se pretende para a finalidade (ou tipo de vínculo).

Então podemos desde já compreender que os tipos de amarração se dividem ao longo dos três conceitos Gregos de Amor (ou relações), volto aqui a colocar essa informação presente desse post anterior:
  1. Philia (que pode ser conceptualmente traduzido por Amor de Amizade ou de filiação, desta palavra chega-nos de forma imperfeita na nossa linguagem os conceitos de amizade a algo, como por exemplo: Columbofilia, Algofilia, etc.)
  2. Eros (que pode ser conceptualmente traduzido por Amor Sexual ou todos os aspectos da sexualidade mas intrinsecamente ligadas ao Amor, como por exemplo a descrição em Língua Portuguesa de Sexo como «Fazer Amor» ou «Relação Amorosa». Este termo está presente na nossa linguagem como: Erotismo, Erótica, etc.)
  3. Ágape (que pode ser conceptualmente traduzido por Amor Perfeito ou Puro. Neste termo encontra-se o amor de reciprocidade, de uma amor que representa fidelidade, altruismo, entrega total, amor genúino e puro. Infelizmente este termo não se encontra presente na nossa linguagem, e quando aparece está ligado ao contexto religioso cristão, como por exemplo naquele livro pateta que podemos encontrar em qualquer livraria ou na estante da Fnac de um Padre vestido de Franciscano.)
E subdividem-se ao longo do nível de força que é empregue, ou grau final de vínculo, geralmente distinguindo-se três:
  1. Telestérion (que significa literalmente iniciação e também sala de iniciação) que é a projeção mais fraca de força, visa apenas alcançar pouco «valor» dentro do vínculo final a ser criado.
  2. Enthousiasmós (que significa literalmente ser «inspirado por Deus» ou «inspirado por Entidades» ou também significa literalmente «possuído») que é um termo grego que nos chega hoje como a palavra entusiasmo. No contexto actual das Amarrações ou Magia do Amor é por assim dizer a finalidade da Amarração mais normal nos dias de hoje. Só por nota, os gregos distinguiam ainda quatro origens, ou quatro caracteristícas:
    1. Pneumata («sopros»)
    2. Dynameis («potências»)
    3. Anathymiaseis («fumigações»)
    4. Atmoi («vapores»)
  3. Domínio que teve origem na Idade Média e visa ser um caso especial, não tanto em vínculo mas pela força final empregue. Curiosamente, este tipo de Amarração tem as suas armadilhas, uma delas é que pode ser traiçoeira e difícil de alcançar. Já pela sua natureza requer uma projecção de força maior, mas essa projeção superior não significa necessariamente alcançar melhores resultados em menor tempo ou  às vezes o valor inicial pretendido. Além do mais, os Alvos sujeitos a este trabalho costumam ficar mais possessivos e ciumentos.
Em ordem a simplificar e actualizar vamos entender daqui para à frente estes três tipos como:
  1. Iniciação (ou Leve)
  2. Normal (ou Média)
  3. Domínio (ou Forte)
Para sintetizar fiz este simples diagrama para exemplificar as ramificações dos tipos de Amarrações:



Também em ordem a simplificar vamos entender os três grandes tipos de amarração como:
  1. Para Amizade (Philia)
  2. Para Erotismo ou Sexo (Eros)
  3. Para Relação Amorosa Estável (Ágape)

Contudo, como já tive oportunidade de explicar num post anterior, estes diferentes tipos não são estanques entre si. Quando uma Amarração tem como fim último desenvolver o vínculo em Eros acaba também por aumentar o vínculo em Philia e em Ágape. Ou seja, uns puxam os outros, mas aquele que vê o seu expoente máximo é aquele que se tem como objectivo ou meta a alcançar. Para melhor compreender isto, basta perceber que estes diferentes vínculos estão relacionados uns com os outros, pois uma relação não é constítuida por uma só vertente, pode haver uma que subressaia de entre as outras, mas as outras estão lá, como já escrevi:
  1. Que geralmente uma Amarração em Ágape fornece proporcionalmente o maior aumento tanto em Philia como em Eros, sendo este último o que mais sobe depois de Ágape.
  2. Que geralmente uma Amarração em Eros fornece proporcionalmente menor aumento do que a anterior em Ágape e Philia, sendo esta última o que mais sobe depois de Eros.
  3. Que geralmente uma Amarração em Philia fornece proporcionalmente menos aumento do que as anteriores em Eros e Ágape, sendo esta última o que mais sobe depois de Philia.
Agora, com respeito a alguns casos práticos recomendo o seguinte, todavia cada Comendador deve fazer o seu próprio discernimento:
  1. Manter (ou Salvar) uma relação com um Cônjuge:
    • Ágape
  2. Evitar um Divórcio:
    • Ágape
  3. Reconquistar uma relação onde houve um divórcio:
    • Ágape
  4. Reconquistar um namoro perdido:
    • Ágape
  5. Conquistar uma pessoa próxima:
    • Ágape
  6. Conquistar uma paixão:
    • Ágape
  7. Reconquistar uma Amizade:
    • Philia
  8. Fortalecer uma Amizade:
    • Philia
  9. Realizar um fetiche sexual:
    • Eros
  10. Manter uma relação puramente sexual:
    • Eros
 Por último, existe ainda um outro tipo de Magia dos Relacionamentos, que curiosamente antigamente entrava dentro deste género de Magia.

As Amarrações ou Magia do Amor, fazem parte de um grupo maior de Magia que é a Magia do Relacionamento. O que distingue estas é que o objectivo é Unir, criar vínculos, criar laços. A outra, que mencionei nos casos especiais, é uma Magia do Relacionamento mas em que o objectivo é exactamente o oposto deste, ou seja, desfazer laços, destruir laços.

Da mesma maneira que se pode criar vínculos também se os pode destruir. E o processo, em verdade, não é muito distinto de todo este, a diferença reside no facto dos objectivos serem proporcionalmente inversos.

Talvez no futuro venha aqui a escrever sobre esse tema, mas por agora não.

Como ainda não tive oportunidade de colocar disponível a Bibliografia que pretendia deixo isso para o próximo post.

20.2.13

Amarração ou Amarrações : Feitiço e Magia do Amor - Tudo aquilo que precisa de saber (Parte 14: Respostas e Esclarecimentos das Dúvidas dos Leitores Amarração - Magia do Amor)

Neste post vou procurar responder às principais questões que me foram feitas sobre os posts aqui colocados. Infelizmente devido à escassez de tempo não tenho podido responder a todos os e-mails que me são enviados com questões sobre esclarecimentos sobre um ou outro ponto. Como tal, decidi agrupar as questões mais colocadas e aproveitar agora para as responder. Agradeço desde já a todos os leitores pelos imensos feedbacks e perguntas que tenho recebido, e que por motivos de tempo, não tenho podido responder pessoalmente.

ATENÇÃO: Este post também vai acarretar os seus riscos, visto algumas das coisas que aqui vou mencionar poderem ir contra algumas das crenças pessoais dos leitores. Aviso desde já que não quero faltar ao respeito a alguém, sendo que neste espaço procura-se respeitas todas as crenças.


Breve Prelúdio


O principal propósito deste Blogue é ser um espaço de divulgação e informação.
Infelizmente, tal como disse no início desta série de posts, existe uma grande desinformação. A própria internet que é uma ferramenta tão boa, acaba às vezes inadvertidamente por ser uma fonte não de informação mas de desinformação. Passo a explicar.

A História do nosso Conhecimento, é uma história percorrida por diferentes culturas ao longo dos tempos. As culturas nos seus múltiplos contactos, umas com as outras, trouxeram influências benéficas e prejudiciais. Regra geral, esta história do contacto multicultural trouxe mais benefícios do que prejuízos.

Se observarmos, em muitas áreas do Saber a troca de ideias provenientes de outras culturas trouxe avanços. Por exemplo, na área da Matemática desde a partilha dos algarismos, até à introdução do conceito de Zero (0), passando pelos primórdios da Álgebra, encontramos uma partilha de saberes oriundos de diferentes culturas que beneficiaram o nosso Saber Matemático.

Mais contemporaneamente, a área da Gastronomia beneficiou dos múltiplos costumes e combinações provenientes de diferentes culturas, hoje encontramos receitas e pratos com influências asiáticas ou africanas que ajudam a enriquecer a nossa própria gastronomia.

Contudo, nem sempre é assim, e por vezes é importante saber distinguir aquilo que enriquece pela mistura, daquilo que pode ser prejudicial e originar uma verdadeira salada.

Por exemplo, a presença excessiva com a respectiva imposição de uma determinada cultura com seus costumes sobre outra pode ser prejudicial quando esta última abraça de forma cega todas as suas práticas e inadvertidamente abafa as suas próprias origens culturais. Basta para isso ver como no início dos Descobrimentos os missionários católicos conseguiram subverter determinadas culturas ao seu modelos Europeu, separando algumas delas das suas próprias raizes e tradições. O processo começava na cristianização terminando numa aculturação.

Certas vezes quando o multiculturalismo é em demasia, pode-se dar uma tal assimilação ou combinação que pode descaracterizar diferentes culturas ao mesmo tempo. Por vezes, este processo pode ser positivo, outras vezes pode ser negativo.

Agora, já podemos chegar àquilo que pretendo transmitir no início deste post.
As ditas «Ciências Ocultas» em parte foram victimas deste processo de multiculturalismo de crenças, porque sofreram uma tal junção de combinações diferentes, que considero eu, as afastaram mais de um aprofundamento do conhecimento do que as aproximaram, focando principalmente a informação junto do grande público. Eu sei que esta minha declaração pode ser entendida de forma polémica, mas a enuncio apenas para exemplificar um fenómeno que o considero mais prejudicial do que benéfico nas «ciências ocultas».

Para exemplificar isto que estou a dizer e antes de aplicá-lo fiz este diagrama com o intuito de mostrar que de três distintas culturas: X, Y e Z; deram resultado num exemplo de multiculturalismo excessivo à cultura #.
Diagrama que exemplifica a origem da Cultura # como a soma indiscriminada de Crenças da Cultura X, Y e Z. Para perceber melhor este diagrama recomendo que clique na imagem para ampliar.



Com este diagrama pode-se perceber que o sistema de crenças da Cultura # pode ser descrito como
Cultura # = Crença A e F da Cultura X + Crença G e L da Cultura Y + Crença Q e R da Cultura Z

Agora no que é que isto diz respeito às «Ciências Ocultas» e mais precisamente às Amarrações? Bom isto é o Prelúdio que vos queria explicar, para que tenham em mente à maioria das questões que me foram feitas, pois elas em certo sentido brotam daqui. Isto resulta de forma ampla do facto das «Ciências Ocultas» serem um aglomerado de diferentes crenças, provenientes de diversas fontes, fundidas sem um critério que pretenda validar e demarcar as crenças legítimas das ilegítimas, ou seja, sem um critério que pretenda separar o trigo do joio, demarcando aquelas que efectivamente enriquem o património do Saber daquelas que não enriquecem, e que para além de redundantes são prejudiciais ao todo. E vamos agora perceber isso com respeito à maior parte das questões colocadas pelos leitores.

Algumas das perguntas dos leitores podem categorizar-se em três temas de fundo:
  1. Vidas Passadas e Reencarnação:
    1.  "Com uma relação a 0 neste mundo é possível uma amarração com alguém que tenhamos tido uma relação numa vida passada?"
    2. "De que forma uma amarração pode prejudicar a minha reencarnação?"
    3. "Existe a possibilidade de garantir uma amarração que perdure para uma futura reencarnação?"
  2. Energias e Espírito:
    1.  "Podia explicar o processo da fusão de energias do comendador e alvo no plano espiritual?"
    2. "E quando comendador e alvo não estão no mesmo plano espiritual é possivel unir as suas energias?"
    3. "É preciso que o comendador tenha tido relações sexuais com o alvo? Ouvi dizer que a energia sexual é eterna e que assim ajuda à união de energias eternas"
    4. "Preciso de renovar a minha amarração quando as energias cósmicas mudarem?"
  3. Médiuns, Poderes e Visões
    1. "Posso saber a resistência do alvo com recurso a um médium?"
    2. "Consegue-se saber o processo de amarração através de uma vidente?"
    3. "Pensei fazer uma amarração mas uma senhora disse-me que a pessoa que eu queria estava a ser protegida pelo falecido pai"
    4. "Um médium disse-me que é impossível a minha união porque tenho um encosto"

Decidi colocar aqui algumas das questões que inadvertidamente foram as mais colocadas, e que no fim de contas são aquelas que mais inquietam os leitores. A todos desde já agradeço as vossas questões.

Este tema é delicado, e agora poderão melhor o porquê de ter iniciado este post com aquele prelúdio.

Muitas destas questões têm raizes em crenças. Cada leitor e cada pessoa tem dentro de si o seu sistema de crenças. Muitas das «crenças» erróneas sobre as «ciências ocultas», resultam do facto de os leitores receberem desinformação. Esta desinformação brota principalmente do início da globalização, quando certos «autores do oculto» em vez de estudarem divulgaram de forma sensacionalista livros e coleções de ensaios com misturas de tudo e mais alguma coisa.

Não é díficil nenhum leitor se dirigir a uma livraria e encontrar nas estantes do «esoterismo» ou «ciências ocultas», montes de livros que tratam imensos temas de maneiras diferentes, muitas das vezes contraditórias entre si e que alegam ser a panaceia de todo o conhecimento «sobrenatural». Nós encontramos reencarnações, forças cósmicas, energias místicas, consciências quânticas, teorias da conspiração planetária, vidências, sonhos e calamidades, energias sexuais, etc....

Muitos destes temas e a maneira que são explorados resultam de um movimento apedidado de «New Age» ou «Nova Era» que resultam de uma mistura pela mistura de crenças sem critérios que procura pegar em temas de diferentes tradições, retirando-as do contexto que lhes conferia inteligibilidade, inserindo num novo contexto e procurando conferir-lhes inteligibilidade não pela sua ligação a uma narrativa cultural mas pela junção de outras crenças que perderam o contexto que lhes conferia inteligibilidade. Desse modo umas crenças suportam as outras, a imagem explicativa que me vem sempre à mente é o de uma Árvore sem raizes apenas feita da soma de ramos cortados a outras árvores. Para melhor exemplificar isso procurei uma imagem que mostrasse a ideia que vos quero transmitir:
Imagem Explicativa do movimento «New Age»


Infelizmente, o movimento «New Age» vingou e conseguiu infiltrar-se de forma bem sucedida nas «ciências ocultas» tanto que a maior parte dos livros que se encontram naquela estante de livros que vos expliquei é ele de uma maneira directa ou indirecta descendente da «New Age». Como tal, outra coisa que caracteriza a «New Age» para além do desenraimento são as constantes auto-contradições e incoêrencias das suas crenças.

Expliquei isto, porque nota-se nas questões feitas pelos leitores o enquadramento «New Age», não quero de alguma forma atacar os leitores, mas apenas evidenciar isto que pelas conversas que tenho tido não se apercebem da influência «New Age» das suas crenças.

Tendo isto por mente posso agora passar às questões.

Sinceramente, e sei que é a crença partilhada por muita gente, não creio e os grandes clássicos da Magia não crêem em Vidas Passadas e Reencarnações. Como tal às perguntas (1.1); (1.2); (1.3) a resposta é não.

Ao contrário do que vem escrito na maioria dos livros «New Age» a reencarnação não nasce apenas no Oriente com o Budismo e afins. Podemos ir para mais perto e observar que os Gregos já possuiam essas crenças, até o livro «O Fedro» do Platão que aqui já recomendei, quando chegam a meio do livro podem lá encontrar descrita a narração de como supostamente uma alma poderia ascender ao céu encontra outra a puxaria para a Terra para assim sucessivamente Reencarnar. A crença da Reencarnação não é algo puramente oriental. Curiosamente essas crenças nasceram do facto dos nossos antepassados não terem um pensamento temporal linear.
Passo a explicar, só recentemente é que na história da humanidade o tempo foi concebido enquanto linear ou seja similar a uma recta que parte imaginemos do 0 e caminha em linha recta em direcção a (+oo) sem tocar no ponto de origem. Para os nossos antepassados, eles observavam o mundo à sua volta como um enorme cíclo de repetições, para os gregos o facto de as estações do ano repetirem-se de forma cíclia, o facto das formas da lua também se repetir de forma cíclica, juntamente com o observarem o constante ciclo das colheitas, das pessoas e dos animais, em que uns morriam e outros nasciam, fê-los pensar que o tempo era como um enorme cíclo em que tudo estava condenado a repetir-se.
É desta repetição Grega que surge a ideia do Mito do Eterno Retorno, que no sex. XIX é retomado pelo fílosofo Nietzsche nos seus livros. Foi esta ideia que teve por detrás do surgimento da ideia de encarnação, que chega agora até aos nossos dias de forma completamente deturpada. Pessoalmente não creio na reencarnação, e respeito quem tenha tal crença. Por agora, não vou avançar muito mais neste tema, mais à frente irei dedicar um post somente a ele, mas por agora apenas vou afirmar que a resposta é Não. 


Com respeito às energias algo de similar acontece, as energias foram temas pegados de tradições antigas, juntas às emergentes ideias da física do princípio do sec. XX que formaram um cocktail de ideias sobre nós e energias, que mais recentemente viram a incorporação da mecânica quântica para cientificamente legitimar esta salada de ideias.
Como é obvío usam a mecânica quântica de forma abusiva daquilo que os modelos teóricos procuram representar, mesmo que actualmente na comunidade científica acha um conflito de interpretações sobre a mesma, não é preciso estudar-se muito para perceber que estas ideias das Dimensões Quânticas, e das Consciências Quanticas com as Energias Cósmicas e outros tantos proclamados pela «New Age» apenas é um tecido formado por linhas e padrões contraditórios.

Um dos problemas de responder a esta questão é como é que eu e o leitor compreendemos o conceito de «Energia». Para que um diálogo seja proveitoso, os interlucutores de um diálogo têm que concordar entre si no significado dos termos utilizados. Caso contrário como diz a expressão popular: «Misturamos Alhos com Bugalhos».
Vou tentar descrever o que entendo por energia começando de forma negativa, ou seja dizendo aquilo que não considero ser. Não considero «Energia» como um pseudo-existente Metafísico. Eu creio que o conceito de energia deva ser naturalizado, e descrito como a ciência o faz como Energia Cinética e Energia Potencial. Sendo estas dimensões exclusivas da matéria e das partículas que a constituem. Por isso mesmo e respondendo às questões que me foram feitas nada disso se verifica.

Secalhar para clarificar vou explicar a questão das relações de outra forma. Tal como havia dito nos posts em que tratei as relações, aqueles valores que exemplifiquei repito são apenas metáforas explicativas, e não metáforas factuais. Fiz este esquema para ser mais claro:



As relações entre as pessoas não são resultados de energias que têm de se fundir. Todas as nossas teias de relações encontram-se na nossa mente. É lá que temos as nossas memórias, assim como os sentimentos que experienciamos ao longo da vida. Tudo isso é vivido materialmente no nosso cérebro. Os vínculos entre duas pessoas acontece nos nossos cérebros e faz parte da nossa vida social e mental. O trabalho espiritual das Entidades em nós, é o resultado da estimulação mental/espiritual nas nossas mentes. Quando as Entidades fazem os alvos desejar, fazem-no através da estimulação mental. Quando somos persuadidos pela publicidade que expliquei no post anterior, a nossa mente é estimulada. Este estímulo resulta de processos internos, mas os processos internos acontecem porque fomos estimulados externamente.

Por isso é que não pode haver Amarrações com pessoas das quais não temos contacto nem relação, ou seja vínculo 0, porque as Entidades não têm matéria no Alvo para trabalhar. O facto do trabalho das entidades nos Alvos ser tão personalizado deve-se ao facto de que cada caso é um caso, cada pessoa encerra em si própria uma identidade única e uma narrativa pessoal. Dentro dessa narrativa, faz parte as pessoas da nossa vida, tenhamos ou não um vínculo forte com elas. É das memórias, da nossa personalidade e temperamento que as Entidades movem no sentido de persuadir o Alvo em direção a alguma coisa.

Os nossos vínculos não resultam de processos cósmicos energéticos, e muito menos de energias sexuais. Se observarem, caros leitores, pessoas com casamentos de 60 anos com muitos anos de relações sexuais praticadas entre elas, caso sejam victimas da doença de Alzheimer podem esquecer completamente quem foi o seu Amor e Companheiro de todo uma vida. Quando o cérebro e a função da memória fica irremediavelmente doente e afectada a própria identidade e narrativa da pessoa fica comprometida.

A história do vínculo entre duas pessoas nos seus altos e baixos, não resulta de energias e não é metafísica, é algo bem concreto e definido nos processos mentais de cada um. As entidades actuam em nós através da estimulação desses processos, e mesmo assim nos seus limites de interação nós nunca estamos completamente nus a elas.


Com respeito à última pergunta, a minha crença e a tradição da Magia revela que o Homem só consegue o que consegue com auxílio das Entidades. Eu sou igual aos leitores, não tenho poderes, não tenho visões. Ao contrário do que se pensa, a vidência só é possível mediante um universo determinista, a consequência de um universo determinista é que não existe liberdade ou subjectividade. Pois o universo determinista é aquele em que tudo está fechado porque tudo vai ser como é não podendo ser de outra maneira, não há espaço para a arbitrariedade ou para a indeterminação. Só é possível conhecer o futuro se ele estiver fechado e consequentemente receptivo a ser lido, pois já está «escrito» o que irá acontecer. Mas a experiência com as entidades revela nos seus limites a indeterminação do próprio universo.

Tal como disse à pouco, nem as entidades quando perscrutam o nosso interior são capazes de «ver tudo», nós não somos um cofre totalmente aberto a elas, e nós nunca conhecemos verdadeiramente o interior de uma pessoa. Aquilo que faz que uma pessoa seja única é ao mesmo tempo aquilo que tem de inacessível. Muitas vezes nós podemos calcular, estimar e prever o comportamento ou o modo de ser de uma pessoa, mas isso não é conhecimento é sempre um palpite que se pode ou não realizar.

Ao longo de muito tempo tenho conhecido imensos médiuns, e não estou a dizer que eles mentem propositadamente, acredito que muitas pessoas acreditam ter dons e agem de boa vontade. Mas tudo o que encontrei são pessoas convencidas de um dom que às vezes pode acertar outras vezes falhar consoante o grau de previsibilidade das suas crenças futuras. Mesmo acontecimentos pouco prováveis podem ser de antemão previstos sem haver verdadeira vidência. Por exemplo, as pessoas que acertaram nos jogos de azar como o Euromilhoes e outras lotarias cujas probabilidades são baixíssimas não sabiam de antemão que aquela iria ser a chave premiada, apenas tiveram palpites que felizmente para elas estiveram correctos.

Sei que este é um outro tema delicado que mais tarde aprofundarei. Mas a resposta é negativa a todas essas questões

Aviso desde já que não quero faltar ao respeito de alguém ou das suas crenças.

No seguinte post porque este já vai longo vou deixar Bibliografia que penso ser importante para se melhor compreender tudo aquilo que tenho vindo a escrever


19.2.13

Amarração ou Amarrações : Feitiço e Magia do Amor - Tudo aquilo que precisa de saber (Parte 13: A Ética ou Moral da Amarração - Magia do Amor)

Chegou agora a altura de falar de um tema que me parece importante a saber a Ética ou a Moral das Amarrações ou Magia do Amor.
AVISO: Saliento desde já que este tema é muito delicado, e que por motivos de espaço e para todos o perceberem decidi simplificar ao máximo. Devo desde já dizer que não procuro aqui fazer uma Apologia da Amarração, nem uma Condenação da Amarração. As minhas opiniões aqui expostas, não traduzem tudo o que penso e acho sobre o mesmo assunto. Apesar de poder vir a incorrer em riscos de má interpretação daquilo que aqui escrevi, considero o tema demasiado importante para ser ignorado. Por isso, prefiro abordar o tema do que simplesmente ignorá-lo mesmo correndo riscos interpretativos.

Antes demais é importante esclarecer um outro mito que já fui abordado ao longo dos posts, a que chamo do Mito da Negação da Liberdade.

Este mito basicamente diz que as pessoas que estão a ser Alvos de um processo de Amarração vêm o seu livre-arbitrio negado e consequentemente tornam-se uns meros Fantoches dos Comendadores, sem qualquer espaço para escolherem, vendo assim a sua liberdade completamente negada e aprisionada.

Como já tive oportunidade de ir explicando se há coisa que pode fazer com que uma Amarração não funcione é o facto do Alvo mesmo sobre acção das Entidades poder a qualquer altura dizer em consciência e de livre vontade Não às Entidades. Como já expliquei a nossa realidade é indeterminista, ou seja não está determinada e não é previsível. Na consequência disso, e da natureza da nossa própria subjectivadade um dos limites que em qualquer trabalho de Magia as Entidades possuem é o facto de não conseguirem remover a liberdade Humana.
Por conseguinte, a nossa liberdade é existêncial, e nenhum trabalho de Magia consegue negar este ponto. Numa Amarração bem sucedida o Alvo teve de dizer Sim à Entidade.
Consequentemente, um Comendador que se encontre a viver com um Alvo não está a viver com uma Marioneta, mas com uma pessoa Livre que disse Sim ao Trabalho mesmo que condicionada ou persuadida. Tanto é que como já expliquei num post anterior, se o Comendador fizer borrada pode ver o Alvo a afastar-se dele.

Prosseguindo é agora importante considerar como é possível o Alvo relacionar-se com o Comendador se não vê a sua Liberdade Negada.

Uma metáfora explicativa e um conceito que gosto de usar para explicar isto é o de Persuasão.
Portanto, todas as insídias e tentações das Entidades sobre o Alvo vão no sentido de Persuadir o Alvo não só a desejar uma melhor relação com o Comendador (consoante o tipo de trabalho), bem como a colocar o Alvo a Actualizar esses desejos numa relação real e concreta com o Comendador.

Vejamos, quando alguém se dirige a uma grande superfície comercial, a pessoa está a ser persuadida através de cores, imagens, ideias e sons a dirigir-se a determinados estabelecimentos comerciais. No fundo o trabalho do Marketing e Publicidade é esse mesmo, fazer com que as pessoas se interessem por um determinado producto e o desejem, com o intuito de depois darem o passo de não só desejá-lo como comprá-lo.
Esta persuasão é como já indiquei realizada através de Ideias que são transmitidas às pessoas. Quando observamos determinados anúncios publicitários a entidades bancárias em que mais do que falar do próprio Banco, aparece o mundialmente conhecido treinador de futebol José Mourinho a falar sobre si ou algum outro tema, vemos que a publicidade desta Entidade Bancária procura persuadir a obtenção de novos clientes transmitindo uma ideia de Segurança/Escolha Acertada/Confiança/Profissionalismo, etc...
Ou seja, estas ideias que são transmitidas não tanto pelas cores ou sons, mas pela presença de uma figura pública de competência reconhecida, são os meios pelos quais aquela publicidade procura não só que possíveis clientes tenham o desejo de depositar naquele banco a sua confiança, bem como para além do desejo o cheguem mesmo a fazer.
Em ambos os casos, seja o de alguém que vá a uma grande superfície comercial ou dos anúncios publicitários com figuras públicas que transmitem determinadas ideias, qualquer pessoa está a ser Persuadida não só a desejar bem como a tornar real o seu desejo.
E, no entanto, nenhum de nós está a ver a sua liberdade de decisão negada, nenhum de nós é um fantoche, porque apesar da persuasão somos nós que em liberdade temos a última palavra sobre aquilo que fazemos.

O mesmo acontece com as Amarrações, mudando apenas que a Persuasão é realizada por uma Entidade, e quando o trabalho é bem sucedido o Alvo apesar de manter com o Comendador um vínculo mais forte do que uma pessoa mantém com o seu Banco, o Alvo mantém a sua liberdade, isto porque o Alvo vem de livre-vontade (a saber, persuadido) a actualizar aquilo que foi levado a desejar com o Comendador.

Uma vez com isto em mente podemos agora prosseguir para a Ética.

Então, de forma bastante simplista até porque a Ética e a Moral têm muito que se lhe diga, vou resumir a Ética e a Moral, como a procura da Felicidade Pessoal ou Comunitária em Sociedade.

A Ética encontra-se e faz parte de diferentes dimensões da nossa vida, mesmo que não a tenhamos algum dia estudado. Ela encontra-se nos nossos costumes sobre o como se deve fazer e se se deve fazer, ela encontra-se nas nossas leis sobre o que é legal e ilegal, ela encontra-se na política sobre o que é comunitariamente certo e errado, ela encontra-se nos nossos comportamentos como bons ou maus e também se encontra na nossa mente, nos nossos projectos ou intenções como devo ou não devo.

Ao mesmo tempo e ao contrário do que o Homem durante muito tempo pensou, a ética e a moral encontram-se relativizadas no espaço e no tempo. Com isto quero dizer que não existe um conjunto de leis morais universais que todos os seres racionais (como Kant) devam ou não seguir. Ou seja, quero afirmar que a Ética e a Moral encontram-se circunscritas nas culturas em que crescemos e habitamos. Por exemplo, se for convidado para jantar em Portugal e chegar à mesa e comer aquilo que o anfitrião colocou no meu prato com as mãos (sem pedir autorização e com os talheres diante de mim) então o meu comportamento é moralmente errado pois estou a ser «mal-educado» é uma «falta de respeito». Contudo se eu for convidado para jantar em certas culturas da Indía e chegar à mesa e comer aquilo que o anfitrião me colocou no prato com recurso a talheres, então o meu comportamento é moralmente errado pois estou a ser «mal-educado» é uma «falta de respeito» (em certas culturas Indianas os convidados devem comer a comida com as mãos, como sinal de agradecimento pelo convite). 
Ou seja, aquilo que é certo ou errado de se fazer em determinadas situações depende da cultura em que estou inserido.

Mas para além de depender da cultura em que estou inserido, também depende dos valores que cada um tenha.
Hoje em dia muito se ouve sobre «crise de valores», esse termo é um equívoco. Na verdade, os valores não estão em crise, o que eles estão é a ser substituídos por valores que antigamente não eram considerados valores mas desvalores. Por exemplo, antigamente as pessoas tinham o valor de respeitar os mais velhos e cuidar ao máximo do pai e da mãe. Era impensável antigamente os filhos abandonarem os pais em centro de idosos e mal os visitarem. Contudo, hoje em dia vê-se infelizmente com frequência filhos que deixam os pais ao abandono quando estes se tornam inválidos. Em verdade, o que aconteceu não foi o desaparecimento do valor, mas a transferência do mesmo para a ideia de que «eles estão para morrer e dão trabalho, é mais importante seguir a minha vida em frente» (escrevi deste modo para simplificar). Ou seja, aquilo que antigamente era um valor hoje passou para alguns a ser um desvalor, e aquilo que antigamente era um desvalor (não cuidar de pai e mãe) passou a ser para algumas pessoas um valor.

Esta mudança e transformação dos valores deve-se em muito à mesma mudança na sociedade. Em grande medida, as transformações da nossa sociedade são as responsáveis pelas transformações dos valores.

Independentemente disso, cada pessoa comporta em si mesmo um conjunto de valores, e não me refiro àquilo que as pessoas proclamam mas àquilo que as pessoas fazem. Não é muito díficil abrirmos algum meio de comunicação social e observarmos políticos a fazer juramentos na sua tomada de posse e logo de seguida fazerem algum discurso em que enalteçam esses valores e logo de seguida abrirmos os meios de comunicação social e constatármos que estão a fazer exactamente o contrário daquilo que haviam proclamado. Será que os valores se alteraram em tão curto espaço de tempo? Não, só que existe uma diferença entre aquilo que se diz e aquilo que se pensa, e geralmente sabe-se aquilo que se pensa por aquilo que se faz.

Por conseguinte, todos nós temos uma tabela de valores (por assim dizer), que nos ajudam a alcançarmos o fim da Ética, a saber, a felicidade e para o fazer temos de viver numa sociedade, sendo que a sociedade nos ajuda a termos a nossa tabela de valores, ao mesmo tempo que a sociedade pode ser um obstáculo ou uma via para alcançarmos a felicidade.

Para exemplificar, todas as pessoas de uma maneira ou de outra buscam a felicidade, mas como já podemos compreender esta busca é informada pelos valores que temos e pelo que a sociedade possibilita.
Portanto, e simplificando, há pessoas para quem a sua felicidade passa por obter muito dinheiro e para elas a ganância ou riqueza a qualquer custo é um valor. Há ou outras para quem a sua felicidade passa por obter muito poder, e para elas o cinismo ou a agressividade pode ser um valor. Há pessoas para quem a sua felicidade passa por ter materialmente muitas coisas (mais ter coisas do que dinheiro, até porque como vários de vós, já devem ter conhecido pessoas que amontoam grandes quantias de dinheiro só por amontoar e não gastam em nada) e para quem a posse é um valor. Há outras pessoas para quem a sua felicidade passa por ter uma vida honrada, e para elas a virtude e a rectidão são valores. Há outras pessoas para quem a sua felicidade passa por terem uma vida ao lado da pessoa que amam e para elas a família e a fidelidade são valores. Há outras pessoas para quem a sua felicidade passa por fazer da sua vida um auxílio aos outros ou a causas, e para elas o altruismo e generosidade são valores. Etc... Etc... Etc...

Isto está explicado de forma simplista apenas para perceberem a imagem.

Como tal, se é Éticamente ou Moralmente correcto um Comendador desejar e realizar uma Amarração com um Alvo apenas depende do juízo e dos valores do Comendador.

A maior parte dos Comendadores que procuram estes trabalhos valorizam a relação. Contudo, convém ao Mago filtrar comparativamente com a sua própria tabela de valores, se deve ou não realizar determinado trabalho. Se é verdade que existem Magos que realizam qualquer trabalho e deixam o juízo moral a quem pede o trabalho, há outros que em consciência colocam barreiras naquilo que fazem ou não fazem.

Mas a verdade, é que ninguém pode condenar como a infração de uma lei universal uma Amarração quando o fim último da mesma é alcançar determinada relação com o Alvo, apesar de ser livre para o fazer. Em última instância, a moralidade ou não da Amarração assenta no juízo do próprio Comendador, pois regra geral é ele quem irá viver com o Alvo sabendo como em parte conseguiu isso. Agora, poder-se-á questionar: «Então e o Alvo?»
De um ponto de vista, o Alvo pode ser uma víctima, ele não pediu a Amarração disse «Sim» encontrando-se persuadido. Contudo, como expliquei no início deste post o «Alvo» é como a pessoa que está exposta à persuasão publicitária, eu não considero as pessoas que fazem compras em determinadas lojas ou aderem a determinados pacotes publicitários como «víctimas». Somente os considero «víctimas» quando aquilo a que foram «persuadidos» se tornou mau para os próprios.
Um exemplo disso é quando os «Comendadores» em vez de proporcionarem uma vida «boa» ao Alvo, cometem alguma borrada que leva à ruptura da relação. Ai eu considero a «Amarração» como moralmente errada.

Devo salientar, no final deste post que este é um tema muito sensível e delicado, que efectivamente necessitaria de uma maior reflexão. Em parte a minha opinião aqui exposta está sintetizada e tenho receio que conduza a interpretações erróneas ou igualmente simplistas. Não procuro defender as «Amarrações» como algo Moralmente Bom ou como algo Moralmente Mau. Principalmente, considero que a Avaliação Moral da mesma deve em Primeira Instância ser realizada pelo Comendador, e se for necessária Arbitrada pelo Mago(a).
Por último, é uma questão que ficará sempre em aberto: «Os fins justificam os meios?»