Amarrações

Devido a uma sugestão por parte de um leitor, e de modo a ser mais facilmente consultada por ordem cronológica esta série de posts (que escrevi a pedido dos leitores em ordem a melhor esclarecer o que são e como funcionam as Amarrações), decidi então criar esta página dispondo assim pela ordem de publicação, onde os leitores poderão ler e consultar de uma ponta à outra.

A ordem dos posts/temas aqui presentes e respectivos links é:
  1. Introdução
  2. História das Amarrações - Antiguidade Clássica
  3. História das Amarrações - Idade Média e Renascimento
  4. Introdução e Fundamentos do Processo de Amarração 
  5. Resistência, Proteção e Perfil do Alvo
  6. As Entidades na Amarração
  7. O Início do Processo de Amarração
  8. As Duas Primeiras Fases do Processo de Amarração
  9. A Segunda Fase do Processo de Amarração 
  10. A Terceira e Última Fase do Processo de Amarração
  11. O Pós-Amarração
  12. Os Casos Raros e Especiais da Amarração
  13. A Ética ou Moral da Amarração
  14. Respostas e Esclarecimentos das Dúvidas dos Leitores sobre Amarrações
  15. Os Diferentes tipos de Amarração
  16. Post conclusivo, Alertas e Recomendações


Amarração ou Amarrações : Feitiço e Magia do Amor - Tudo aquilo que precisa de saber (Parte 1: Introdução)

Neste grupo de posts procurarei informar e responder à maioria das questões que me têm sido feitas sobre a Amarração ou Amarrações, um tipo de Magia de Amor que é conhecida deste a antiguidade como o Feitiço do Amor. Por uma questão de simplificação ao longo destes posts vou designar toda esta realidade por Amarração, por ser a designação mais frequente na Língua Portuguesa.
Ao início procurarei usar o método de Pergunta-Resposta como se de uma FAQ se tratasse. Contudo, uma vez alguns pressupostos tratados irei trabalhar por temas e não por questões.
Por uma questão de simplificação quando me refirirei a casos de amarração ou outros temas (assim como a imagens ou esquemas explicativos) irei tratá-las como entre pessoas de sexos diferentes. A amarração existe entre pessoas do mesmo sexo, e para que fique claro, rejeito veemente qualquer tipo de preconceitos homofóbicos.

1. Será que Amarração, Amarrações, Magia do Amor, Feitiço do Amor, Magia Erótica, Feitiço Erótico, União Amorosa, Laço Amoroso, etc... é tudo a mesma coisa?

Para simplificar, todos estas designações referem-se à mesma realidade Mágica. A diferença algumas vezes encontra-se no tipo de Magia do Amor. Contudo todas elas estão por assim dizer dentro da mesma categoria. Por uma questão de simplificação ao longo destes posts vou designar toda esta realidade por Amarração, por ser a designação mais frequente na Língua Portuguesa.

2. O que é uma Amarração? Por outras palavras o que é a Magia de Amor?

A Amarração ou Magia do Amor é um tipo de Magia que é practicada em ordem a unir duas pessoas, sendo elas de sexos diferentes ou não. Existem diferentes tipos de uniões que mais adiante explicaremos. Contudo, o importante aqui a reter é que por recurso à Magia uma pessoa pretende cativar outra pessoa para um relacionamento amoroso de reciprocidade, noutros casos trata-se de um relacionamento puramento sexual, mas o fundamental é a tentativa de um vincúlo passional que vai unir a pessoa amarrada àquela que deseja a amarração.

Sendo que isto é possível através da mediação de um Mago(a) e das «Entidades» que tornam isto possível.

3.  Quem são os intervenientes no processo de Amarração?

O primeiro interveniente é o Comendador do Trabalho. O Comendador do Trabalho é aquela pessoa que deseja a amarração. Isto é, que deseja auxílio não natural para conquistar ou iniciar um relacionamento amoroso com outra pessoa.

O segundo interveniente é o Alvo do Trabalho. O Alvo do Trabalho é a pessoa que vai estar sobre o efeito da amarração. Isto é, aquela que é desejada pelo Comendador do Trabalho, aquela que ele deseja amarrar a si.

O terceiro interveniente é o Mago(a). O Mago é a pessoa que vai ser o mediador para que a amarração venha a surgir. Isto é, aquela pessoa que irá ser contactada pelo Comendador do Trabalho em vista a alcançar o objectivo que pretende neste casso a Amarração. O Trabalho do Mago para além de orientar e guiar o Comendador é o de ser ele a intervir junto das Entidades para que o Trabalho Mágico aconteça.

O quarto interveniente é a Entidade. A Entidade é a «pessoa» que vai fazer com que o trabalho seja possível. Vai ser ela que por vários meios irá procurar vincular o Alvo ao Comendador, em ordem a que a Magia seja realizada.

Esquema Explicativo dos Intervenientes e do Processo de Amarração. + Malleus Maleficium


P.S: Aqui para me libertar da contaminação teológica, irei utilizar o termo «Entidade». Contudo, a expressão mais vulgar é demónio, espírito, anjo, etc...


Amarração ou Amarrações : Feitiço e Magia do Amor - Tudo aquilo que precisa de saber (Parte 2: História das Amarrações - Magia do Amor)



Tendo no post anterior introduzido de forma simples alguns dos pressupostos para toda esta série de posts. Será agora importante uma contextualização da Amarração, não só no contexto actual, mas também dentro da história da própria Magia. Aproveito desde já para actualizar os livros e fontes que disponibilizo para Download, pois neste e nos posts subsequentes irei colocar algumas fontes que me parecem importantes para quem quiser ler, estudar ou melhor se informar.

Tal como havia referido em um post anterior, a Magia Cerimonial hoje practicada tem origem nas Tradições Mágicas Antigas. Estas tradições têm origens muito remotas desde as antigas civilizações. Todavia, os primeiros registos históricos que hoje nos chegam datam da entitulada Antiguidade Clássica. Deste um dos mais importantes são os antigos papiros Egípcios.

A História da Magia do Amor já vem relatada no Antigo Egípcio, os Egípcios recorriam às Entidades para alcançarem os seus desejos Afectivos. Encontrando-se ai fontes dos rituais Mágicos por eles utilizados, que curiosamente apresentam uma estrutura similar à que hoje em dia se pratica.

Contudo, as fontes mais interessantes e detalhados sobre a história da Magia do Amor encontram-se no princípio da Tradição Helénica, e da Cultura Greco-Latina mais tardia. Nestas fontes encontramos não só rituais devidamente descritos, bem como os fundamentos que subjaziam a esse rituais, assim como o entendimento social desse tipo de Magia na Sociedade. Curiosamente, alguns dos mitos que hoje encontramos, já se encontravam presentes em preconceitos gregos sobre essa própria Magia.

Um desses preconceitos dizia respeito ao facto de serem apenas as Mulheres a recorrer a tais recursos em ordem a conquistar os seus entes amados. Contudo, uma investigação muito interessante pelo Prof. Dickie revela que os homens recorriam tanto a esses feitiços como as mulheres. Recomendo a leitura deste artigo: «DICKIE, M. "Who practised love-magic in classical antiquity and in the late Roman world?" In: The Classical Quarterly, Cambridge Journals, 50, 2000, pp. 563-583.».

É importante ter em conta que a língua Grega distingue três palavras específicas para a nossa palavra Amor. Para além das típicas combinações, os Gregos não utilizavam o termo e não pensavam o conceito como nós. Então de forma simples os Gregos consideram três conceitos:

  1. Philia (que pode ser conceptualmente traduzido por Amor de Amizade ou de filiação, desta palavra chega-nos de forma imperfeita na nossa linguagem os conceitos de amizade a algo, como por exemplo: Columbofilia, Algofilia, etc.)
  2. Eros (que pode ser conceptualmente traduzido por Amor Sexual ou todos os aspectos da sexualidade mas intrinsecamente ligadas ao Amor, como por exemplo a descrição em Língua Portuguesa de Sexo como «Fazer Amor» ou «Relação Amorosa». Este termo está presente na nossa linguagem como: Erotismo, Erótica, etc.)
  3. Ágape (que pode ser conceptualmente traduzido por Amor Perfeito ou Puro. Neste termo encontra-se o amor de reciprocidade, de uma amor que representa fidelidade, altruismo, entrega total, amor genúino e puro. Infelizmente este termo não se encontra presente na nossa linguagem, e quando aparece está ligado ao contexto religioso cristão, como por exemplo naquele livro pateta que podemos encontrar em qualquer livraria ou na estante da Fnac de um Padre vestido de Franciscano.)

Agora, o leitor pode estar a questionar-se sobre o porquê de ser importante expor estes termos. A resposta a isso prende-se com a importância de compreender melhor a Amarração no contexto Helénico, bem como o de ser uma alavanca para a sua compreensão hoje em dia.

Por conseguinte, agora podemos entender que a Magia do Amor nos seus primórdios Helénicos encontra o seu contexto de inteligibilidade nestes três conceitos. E mesmo estes conceitos foram sofrendo diferentes entendimentos ao longo da história Grega e da nossa. Como já mencionei em cima, as diferentes religiões Cristãs aproveitaram-se esta divisão conceptual para difundir as suas crenças sobre um Amor Divino e um Amor Terreno, tal como para demarcar o que os homens deveriam seguir. Mas o mais importante é que toda a Magia do Amor subsequente encontra nestes ritos a sua origem.

Contudo, antes de avançarmos será importante ver como estes três conceitos tiveram impacto na História da Magia Cerimonial Helénica.

Comecemos pelo conceito de Eros (que já em cima resumi), durante o período clássico ele tanto foi entendido como uma força poderosa que curava e que permitia aos homens elevarem-se, assim como foi entendido como uma doença e um veneno do qual deviam de se abster (interpretação dada e seguida ao longo da história por parte do Cristianismo que procurou reprimir o prazer da sexualidade). Este Eros não era considerado somente no abstracto, mas no concreto na realidade do amante (entendido como aquela que projecta amor) e do amado (entendido como aquele que recebe e pode ou não corresponder ao Eros do amante). Um desses exemplos e um livro clássico da nossa cultura como da Magia é o Fedro de Platão (carregar no link para aceder a ele). Ao contrário daquilo que o senso-comum nos informa sobre o dito «Amor Platónico», a saber, uma versão naive e errónea daquilo que realmente encontra-se descrito em Platão, para este é uma força poderosa que está ligada principalmente à ética e ao idealismo Platónico. Nesse livro, poderão encontrar uma narração bastante interessante sobre um amante e um amado (na história ambos do sexo masculino) mas que pode ajudar a melhor compreender como era o Eros concebido em mais detalhe naquele tempo.

Contudo, aquilo que pretendo chamar à atenção é nesta polaridade do conceito de Eros, que simplificando tanto podia ser uma cura como uma doença. Similar ao termo grego Pharmakoi, do qual herdamos a palavra fármaco ou medicamento, que tem um duplo sentido em Grego, ao contrário do nosso. Pois este termo Grego tanto significa literalmente cura como veneno.

Por conseguinte, estamos aptos a perceber o porquê de na história da amarração e da Magia do Amor, nos ritos Gregos encontramos o Eros como uma Doença e a Magia do Amor uma maldição, coisa que infelizmente ainda hoje perdura granças ao preconceito Cristão que tomou esta doutrina para condenar as Amarrações e Magia do Amor. Por outro lado, também encontramos nos ritos Gregos o Eros como saudável e a Magia do Amor como uma Cura ou um Fortalecimento. Neste último sentido, as Amarrações não eram condenadas e procuradas como forma de se encontrar cura para a nossa existência, e assim uma vida mais feliz. Recomendo para quem desejar aprofundar este tema a leitura do capítulo 8, páginas 214-234 deste livro, basta carregar no link: «OBBINK, D. (ed.) - Magika Hiera: Ancient Greek Magic and Religion. Oxford: Oxford University Press, 1991.»

Prosseguindo, deste Eros vem um dos tipos de amarração (este tópico será desenvolvido em subsequentes posts) que infelizmente anda muito desinformado, chamado de Domínio Sexual. Este tipo de amarração visava não manter uma relação amorosa estável com o Alvo (como no ágape), mas apenas alcançar o objectivo de se conseguir uma relação erótica com alvo. Importa sublinhar que neste contexto, os ritos e as descrições mágicas dos mesmos não comportavam exclusivade, ou seja, não visavam que a pessoa alvo à qual o comendador desejava manter relações sexuais fosse somente fiel ao comendador. Para quem desejar aprofundar parte deste tema recomendo a leitura das páginas 41-94 deste livro, basta carregar no link: «FARAONE, C. - Ancient Greek Love Magic. Cambridge: Harvard University Press, 1999.»

Por outro lado, a partir do philia surge um tipo de amarração bem diferente daquilo que vulgarmente hoje se entende. Esta trata-se de uma Amarração de Amizade ou Amarração de Afectos. O objectivo desta, era a criação de um laço profundo de amizade e de afeição que podia ou não originar uma relação sexual ou uma relação amorosa, mas que tinha como fim último uma aproximação entre pessoas diferentes e a cessação de hostilidades entre elas. Os termos clássicos podiam ser conceptualmente traduzidos como «suavizar os corações» ou «ligar o que anda distante». Secalhar atrevo-me a traduzir para os dias de hoje como uma Amarração Soft. Um vínculo perpetuo de amizade, entreajuda e cumplicidade. Para quem desejar aprofundar parte deste tema recomendo novamente a leitura do mesmo livro mas nas páginas 97-131, bastando carregar no link do livro:«FARAONE, C. - Ancient Greek Love Magic. Cambridge: Harvard University Press, 1999.»

Por último, a partir do Ágape surge aquilo que mais se assemelha ao entendimento geral de amarração. Esta tratava-se de criar um vínculo afectivo perfeito entre o alvo e o comendador. Ou seja, criar a possibilidade de uma verdadeira relação amorosa. Contudo, este tema vai ter de ser tratado em mais detalhe nos subsequentes posts.

Finalmente queria chamar à atenção para uma bom livro para melhor se compreender a História da Magia durante este periodo. A saber, este livro do Prof. Dickie, bastando carregar no link do livro: «DICKIE, M. - Magic and Magicians in the Greco-Roman World. Nova Iorque: Routledge, 2001».








Amarração ou Amarrações : Feitiço e Magia do Amor - Tudo aquilo que precisa de saber (Parte 3: História das Amarrações - Magia do Amor, Idade Média)

Tendo visto de forma simples a história da Amarração ou da Magia do Amor na Grécia Antiga, iremos agora avançar para o período medieval e renascentista. Com respeito ao último post perguntaram-me sobre a mesma Magia no mesmo periodo histórico mas noutras culturas, nomeadamente nas culturas Orientais. Aproveito agora para responder que infelizmente apenas sei coisas soltas sobre as velhas tradições Mágicas Orientais. Nunca me debrucei muito sobre essas tradições Mágicas. Tenho alguns bons livros sobre essas tradições, que mal tenha um pouco mais de tempo irei colocar à disposição para Download. Assim como não tão oriental mas próximo do Médio Oriente, irei colocar fontes das tradições Persas e Mesopotâneas, que foram em parte quem trouxe muitos conhecimentos Mágicos para a Grécia.

Por uma questão de simplificação vamos considerar a Idade Média como tendo ínicio após a Queda de Roma no ano de 476dc e tendo o seu fim com a queda de Constantinopla em 1453. Também por simplificação vamos considerar o Renascimento como o período que vai desde a queda de Constatinopla até ao século XVII. Logo neste post vamos cobrir este período histórico.


Infelizmente desde a Queda de Roma até ao Renascimento, sendo que este último foi um dos periodos mais férteis da História da Magia, assiste-se a uma carência de informação sobre a transição dos Ritos Mágicos Helénicos até aos Ritos Mágicos Renascentistas que são aqueles que tomam a forma mais similar com aquilo que hoje em dia se pratica. Aquilo que temos actualmente ao nosso dispor são pontas soltas. Contudo, essas pontas soltas são em número suficiente para termos uma boa imagem da História da Magia do Amor durante aquele período.

Durante o período da Idade Média, poucos eram aqueles que sabiam ler e escrever, por causa disso muitas das informações que temos vêem da parte de membros da Igreja Católica que praticavam Magia Cerimonial. Por isso, em parte o que sabemos vem destas fontes.

No que diz respeito às Amarrações e à Magia do Amor,  observamos que existem algumas coisas que se mantêm desde o período Helénico e outras que se alteram. Como havia mencionado no post anterior, novamente as mulheres são victímas do estereótipo e mito de serem as responsáveis pela práctica e desenvolvimento deste tipo de Magia.

Por outro lado, um impulso dado nos Ritos de Amarração ou de Magia do Amor acontece com a obra de São Cipriano, onde começa a surgir uma sistematização de vários Ritos Gregos e Egípcios, tendo como fim último a Amarração de Ágape, aquela que é similar ao entendimento comum de hoje em dia. E é com base nesta sistematização de São Cipriano que encontramos vários ritos e notas ao longo da subsequente história medieval, como por exemplo a do Monge Alemão Jonas Sufurino no ano de 1001.

Ao mesmo tempo, observa-se a um renovamento da Amarração de Eros, tendo o fim último de apenas se alcançar relações sexuais. Estes ritos ganham nova forma na Idade Média, e os seus relatos e ritos escritos dizem respeito a Monges e membros do Clero Católico. Poder-se-ia dizer que o fim último destes ao recorrerem a este tipo de Magia era o de Flertarem (perdoem-me o neologismo). É interessante observar que este uso da Magia de Amor surge num contexto muito diferente daquele donde teve a sua origem. Em certos estratos e pontos da Cultura Grega assistia-se a uma liberalização da sexualidade sendo nesse contexto o surgimento de vários relatos da Amarração de Eros. O que agora é curioso na Idade Média Cristã é o ressurgimento e reforço desta prática Mágica, mas agora num contexto em que a sexualidade é reprimida.

É interessante também se observar que a Amarração ou a Magia do Amor é um dos princípais alvos por parte da Inquisição sobre quem pratica as Artes, como se observa numa nota de 1627 em Veneza por parte do tribunal da Inquisição. Para mais detalhes pode-se ver no seguinte livro nas páginas 80-82, basta carregar no link: «Davies, O - Grimoires: A History of Magic Books. Oxford: Oxford University Press, 2009»

Contudo, deste último ponto é importante salientar que surge um novo tipo de Amarração, ou mais precisamente, não um novo tipo mas uma nova finalidade. A ideia que hoje temos de casamento (ou matrimónio num paradigma cristão), tem a sua origem com a evolução do cristianismo. Por isso, na Idade Média começa-se a assistir a amarrações com o objectivo último de salvar casamentos. Apesar de a questão do divórcio ser quase nula durante aquele período, o objectivo era salvar a relação e não evitar o divórcio como infelizmente hoje acontece. Um desses relatos, chega-nos de uma Maga (ou Bruxa para quem preferir) de nome Elisabete que procura recuperar a relação amorosa com o seu marido Teodorico. Contudo, como anteriormente havia referido não eram só as mulheres que praticavam a Amarração, mas os homens igualmente o faziam. Para mais detalhes sobre este tema, recomendo a leitura da página 187-188 do seguinte livro, basta carregar no link: «LÁNG, B. - Unlocked Books: Manuscripts of Learned Magic in the Medieval Libraries of Central Europe. University Park: Pennsylvania State University Press, 2008».

Ao mesmo tempo, começa-se a observar o uso da antiga Amarração Grega baseada na Philia (que expliquei no post anterior), a saber, uma amarração para criar um vínculo de amizade, mas desta vez com fins políticos. Existem relatos de que o Rei Polaco Augustine Sigismund (1520-1572), seria alvo deste tipo de trabalhos para se obter favores políticos com recurso a influências femininas. Para se ver fontes diversificadas sobre este tema basta carregar neste link: «Brzeżinska, A. - “Female Control of Dynastic Politics in Sixteenth-Century Poland"». E neste link: «Brzeżinska, A. - “Political Significance of Love Magic Accusations at the Jagiellonian Court”»

Então, deixa de ser praticada a Amarração de Afectos com o fim de «suavizar os corações» ou «ligar o que anda distante» para ser agora uma forma de vínculo a melhor se conseguir algo de um determinado alvo.

É no final do Renascimento com o surgimento dos Grimoriuns (com a forma actual com que se apresentam) que as Amarrações ou Magia do Amor foram  consolidadas.

Muito mais haveria para se dizer sobre este e o período da Antiguidade Clássica. Contudo, estes posts procuram ser simples. Em princípio não irei tratar o periodo histórico subsequente até aos nossos dias, visto já serem muito similares com o que hoje praticamos. Para mais informações este próximo livro também é interessante, basta carregar no link: «SZEGHYOVA, B. - The Roles of Magic in the Past. Bratislava: Pro Historia, 2005».




Amarração ou Amarrações : Feitiço e Magia do Amor - Tudo aquilo que precisa de saber (Parte 4: O Processo de Amarração - Magia do Amor)

Uma vez com aqueles posts em mente, já poderemos avançar para uma explicação mais prática sobre a Amarração ou a Magia do Amor. Neste post pensei avançar para os tipos de amarrações, mas creio ser mais importante tratar antes o tema do funcionamento da própria Amarração.

Como avancei num post anterior para a realização da amarração é necessário: o Comendador do trabalho, o Alvo do trabalho, o Mago responsável pela mediação e a Entidade que é quem opera a Amarração. No entanto para o sucesso da mesma é importante que cada uma das partes faça o que lhes compete. Mas antes de avançarmos nessa direção vou recuperar um tema que já expliquei num post anterior.

Para melhor se perceber aquilo que agora irei explicar, recomendo a leitura deste post que já aqui havia publicado: A Dinâmica do Contacto Mágico - ou a Compreensão do Impacto Invisível.

Então para melhor se perceber de forma simples, vou recorrer a um diagrama simples que fiz para compreender que a pessoa humana na sua existência tem três dimensões: a física, a mental e a espiritual. Por existência física entende-se as bases materiais da nossa própria existência, a saber as móleculas que fazem necessariamente parte do nosso corpo. Por existência mental entende-se toda a nossa dimensão cognitiva, e as bases cerebrais necessárias para o seu funcionamento. Pois sem o cérebro seria impossível não só a actividade mental como a cognição ou o bom funcionamento do corpo. Por existência espiritual, entende-se uma dimensão intrinsecamente ligada à nossa existência mental, sendo ela a possibilitante da nossa existência plena, ao mesmo tempo que nos permite receber e contactar com outras dimensões da existência, ou melhor fazer-nos existência. 
Então, a existência humana, ou também se pode dizer a realidade do nosso Eu pode de forma simples ser descrita por este esquema (Se houver dúvidas neste ponto ou necessidade de mais esclarecimentos não hesitem em perguntar que procurarei responder a essa questão ou clarificá-la noutro tópico).

Como existentes que somos nós estamos em constante contacto e relação com o mundo que nos rodeia. Por isso mesmo, desde que nascemos até que morremos somos estimulados por tudo aquilo que se encontra ao nosso redor. Esses estimulos são em parte os responsáveis por quem nós somos, ou seja eles ajudam a formar identidade e pessoa. 

Este diagrama é de um post anterior que já  aqui havia publicado

Contudo, esses estimulos podem ser divididos em três categorias: físicos, psicológicos e espirituais. Daqui resulta que o Eu interior, e ao Eu vamos considerar a existência única e insubstituivel de cada ser humano ao longo do espaço do tempo, é também ele formado por estes três tipos de estimulos. Por exemplo, alguém que já experimentou sofrer inadvertidamente um grave acidente automóvel sabe que este pode deixar marcas para a vida, e não somente em cicatrizes no corpo como em marcas não visiveis na mente. Quem viveu os horrores de uma guerra, mesmo que tenha dela saido fisicamente ileso, não poderá dizer que saiu dela o mesmo que antes havia entrado nela.

Uma vez com isto em mente, já podemos compreender que a pessoa humana também recebe estímulos na sua condição de existente espiritual. E é nesta dimensão que a Amarração ou a Magia do Amor opera. Ou seja, o processo de Amarração consiste na estimulação do alvo por parte da Entidade em ordem a alcançar os objectivos do comendador através da mediação do Mago. Para sintetizar fiz este diagrama que procura exemplificar o processo.


No próximo post já irei aprofundar com mais detalhe o funcionamento prático deste processo.


 Amarração ou Amarrações : Feitiço e Magia do Amor - Tudo aquilo que precisa de saber (Parte 5: Resistência, Protecção e Perfil do Alvo à Amarração - Magia do Amor)


Uma vez com o conteúdo do último post em mente poderemos agora avançar na compreensão do processo de Amarração ou de Magia do Amor.

Neste seguimento de posts vou desmistificar aquilo a que  chamo os dois mitos centrais das Amarrações:







  1. É o mito de que a Magia e consequentemente as Amarrações são como Fast Food. Magia não é Fast Food. Ou seja, quando realizada não existem resultados imediatos e instantâneos, Magia e por conseguinte a Amarração demora tempo a operar até se alcançar o objectivo pretendido. Infelizmente as pessoas não têm paciencia e querem resultados em tempos absurdos como 2 Dias ou 15 Dias. Por isso é que tantas são enganadas por anúncios que prometem trazer o seu amor de volta em tão curto espaço de tempo. Como se costuma dizer: «A pressa é inimiga da perfeição».
  2. É o mito de que a Magia é Milagreira. A realização da Magia não é a realização de Milagres. A Magia tem limites e fronteiras. Este mito está intrinsecamente relacionado com o anterior. Nomeadamente, no que diz respeito às Amarrações ou Magia do Amor há certas coisas que são impossíveis de se alcançar. Por conseguinte, as Amarrações têm também elementos necessários para se obter sucesso, um deles é o Comendador e o Alvo conhecerem-se pessoalmente. Existem muitas pessoas que são enganadas porque lhes prometem em 5 dias obter uma amarração com «celebridades» da TV que nunca as viram na vida. Uma amarração não funciona sem ter havido contacto entre Alvo e Comendador, por conseguinte não é possível que uma pessoa que nunca tenha conhecido minimamente o George Clooney possa obter aquilo que pretende com uma Amarração.
Resultado destes dois mitos convém salientar outras duas coisas:
  1. A primeira é que as Amarrações não são como a maioria das pessoas pensam que são.
  2. A segunda é que as Amarrações não se processam como a maioria das pessoas pensam que se processam.
Prosseguindo, vamos agora recapitular de forma mais aprofundada o conteúdo do post anterior.

Vamos partir do princípio que um Comendador contacta o Mago, diz-lhe o que pretende, e dá-lhe as informações necessárias. A partir deste ponto o Mago deverá escolher a Entidade que melhor poderá alcançar o fim que o Comendador pretende.

Contudo, ao contrário daquilo que se pensa nós não somos totalmente transparentes ou permeáveis às Entidades e à sua acção. Esse é um outro mito, nós temos algumas defesas face às entidades, e elas não podem tudo como nós pensamos que elas podem.

Cada pessoa é única, irrepetível e singular. Como tal, cada pessoa apresenta um nível diferente de resistência ao trabalho das entidades, os principais factores defensivos e de resistência que um alvo pode colocar são:
  1. Internos, ou seja, da própria natureza da pessoa, que pode ser subdividido:
    1. Do seu próprio Ser;
    2. Do seu temperamento e feitio, aqui gostaria de salientar os seguintes traços:
      1. O seu grau de Determinação;
      2. O seu grau de Teimosia;
      3. O seu grau de Resiliência;
      4. O seu grau de Fortaleza Temperamental;
      5. O seu grau de Auto-Estima
      6. Do grau de sensibilidade que tem para o seu mundo interior, ou seja, da capacidade de se escutar a si mesmo, dando nome a todas as emoções e sentimentos que vai sentido;
      7. Relacionado com o último ponto, o grau de Inteligência Emocional. Pessoas com elevada inteligência emocional são mais resistentes;
      8. Relacionado com os dois pontos anteriores, a capacidade de Ascése e de Mortificação. Infelizmente estas palavras estão cada vez mais em desuso, não só pela negra conotação católica, mas porque a nossa sociedade é um pouco alheia ao seu conteúdo. Então, para simplificar vamos considerar a capacidade de Ascése e de Mortificação como a resiliência de alguém em ir contra os seus próprios apetites, e saber discernir entre os apetites legítimos dos ilegítimos.
  1.  Externos, ou seja, que afectam a pessoa protegendo-a e defendendo:
    1. A presença de uma relação forte de amor, onde seja verdadeiramente amada por uma outra pessoa;
    2. Protecções adicionais que possua;
    3. Prática Religiosa;
    4. Limpezas que lhe tenham sido validamente submetidas.
Todos estes pontos podem ser determinantes no sucesso ou não de uma amarração, destes pretendo sublinhar o ponto (1.2.8). Creio e ao longo da minha experiência que esse é o ponto determinante na resistência que um alvo pode oferecer.
Por outro lado, esse mesmo ponto está cada vez mais diluido na nossa sociedade. As caracteristicas actuais da nossa sociedade fazem com que as pessoas tenha uma capacidade menor de ascése e de mortificação. Debaixo dos slogans «Carpe Diem», ou «Segue o que Sentes», a nossa sociedade convida-nos a viver a vida ao máximo, seguindo os nossos impulsos e desejos, entrando num frenesim por os conseguir saciar.
Contudo, não quero afirmar que isto é mau, apenas no que diz respeito ao Trabalho e Influências das Entidades, como irão mais à frente perceber isto é perfeito. O que elas querem é que nós sigamos os desejos que elas nos apresentam, tal como a publicidade e o marketing elas criam em nós necessidades em diferentes tipos de acções da sua parte.

Consequentemente, o leitor já poderá perceber porque é tão fundamental o ponto (1.2.8) no que diz respeito à resistência do Alvo face ao Trabalho de Amarração ou Magia do Amor que lhe foi Lançado.
Este Diagrama que fiz, não está lá muito perfeito, mas tem o fim exemplificar quatro pessoas com perfis diferentes de resistência. Algumas pessoas são mais resistentes internamente do que externamente e outras são o contrário. Cada pessoa é única, como tal ninguém apresenta sempre os mesmos factores de resistência. Este perfil pode também ser aplicado aos comendadores.

Contudo, estas características não são apenas importantes para o Alvo do Trabalho enquanto protecção e resistência oferecida, como também são características fundamentais para o Comendador do Trabalho.

Alvo A = Azul (+- 30%); Alvo B = Vermelho (+- 15%); Alvo C = Verde (+-50%); Alvo D = Roxo (+-5%)

Fiz o diagrama em cima para mostrar quatro tipo de perfis diferentes de pessoas. Agora, com base numa estatística simples, apenas para exemplificar que tenho feito ao longo dos anos, venho a verificar que o perfil mais comum é o ALVO C e ALVO A. Contudo, os perfis que verdadeiramente surpreendem e dificéis de antever são o ALVO B e ALVO D. Uma das maiores causas do fracasso de uma amarração resulta das pessoas serem mais resistentes do que aquilo que inicialmente se fazia prever. Nos próximos posts também irei explorar e aprofundar esse tema.

No post seguinte vou continuar a explicar o que são as amarrações, os intervenientes e o processo em maior detalhe, explicando o porquê destas resistências serem fundamentais no processo de Amarração.

 Amarração ou Amarrações : Feitiço e Magia do Amor - Tudo aquilo que precisa de saber (Parte 6: As Entidades na Amarração - Magia do Amor)


Uma vez com os conteúdos dos posts anteriores em Mente podemos prosseguir.
No último post nós vimos a diferença entre as pessoas e como estas podem oferecer resistência à Magia, assim como dois mitos que estão associados e que agora poderemos melhor compreender o seu desmantelamento.

As entidades tal como já tive oportunidade de dizer têm limites, contudo apesar da resistência que os Alvos possam oferecer elas conseguem muitas vezes ultrapassá-los.

Prosseguindo, assim que o comendador contacta o mago e ambos acertam o que têm de acertar, e independetemente do tipo de Amarração (que será tratado em posts subsequentes), esta SÓ SE REALIZA COM RECURSO A UMA CONJURAÇÃO CERIMONIAL, QUE É O RITUAL PRÓPRIO DA CONJURA E ENVIO DAS ENTIDADES E, SEM ELAS NÃO EXISTE MAGIA DO AMOR.

Coloquei aquela informação em Caps Lock, porque muitas pessoas são desinformadas a verem revistas ou sites ou livros onde se diz para fazer bonecas, ou rezar somente ladainhas, ou tomar bebidas, ou dar bebidas a beber ao alvo, ou dar pózinhos a colocar sobre o alvo, ou a dar coisas para o alvo pisar. NADA DISSO FUNCIONA, A AMARRAÇÃO SÓ FUNCIONA PORQUE SÃO AS ENTIDADES QUE GARANTEM A AMARRAÇÃO.

Tendo isto em cima esclarecido é preciso desmistificar mais um mito associado às Entidades. Vou o designar pelo Mito da Referência e da Denotação.

Então, eu pessoalmente devido ao facto de que a Tradição das Artes Negras assenta nos Grimoriuns utilizo como nome das Entidades os que vêm descritos no Lemegeton. Contudo, existem outros livros e outras fontes com nomes totalmente diferentes. O Mito consiste em as pessoas pensarem que se tratam de entidades diferentes.
Eu chamo-lhe de Mito da Referência porque isto tem a ver com o fenómeno da própria referência.
Ou seja, vou começar por usar o exemplo dos nomes das pessoas. O nome Stephan em Inglês pode ser traduzido para Português pelo nome Estefano, contudo a tradução literal e correcta de Stephan para Português é Estevão. No entanto, nós temos duas traduções possíveis para Stephan = Estefano e Estevão.
Ou outro exemplo, eu pensava que o jogador brasileiro de futebol Bebeto tinha esse nome como seu apelido, só mais tarde soube que essa era uma Alcunha, e que o seu nome real é José de Oliveira. Por exemplo, se alguém me dissesse que o jogador brasileiro José de Oliveira marcou um golo na final do mundial eu ficaria espantado e diria: «Não sei quem é esse jogador, em que clube ele joga?»; mas se me dissessem que o jogador Bebeto marcou um golo na final do mundial eu não ficaria espantado e saberia quem é. Na verdade estes dois nomes referem-se à mesma pessoa.
Prosseguindo, durante o tempo dos Descobrimentos os Europeus quando chegaram a terras novas e da necessidade de contacto para com as pessoas locais latinizaram os seus nomes. Um desses exemplos é o do Rei do Congo, de seu nome original Nzinga a Nkuwu mas rebaptizado de João I. Quando nos referimos a Nzinga a Nkuwu ou João I do Congo estamos a denotar ou seja a referirmo-nos exactamente à mesma pessoa mas com nomes diferentes.

Porque é que me detive nestes exemplos? Porque muitas pessoas encontram afirmações dispersas ou variações de nomes dos demónios e se confundem pensando ser entidades diferentes, mas na verdade são exactamente as mesmas entidades só que as pessoas não sabem.

Mas então donde vêem esses nomes diferentes? Esses nomes vêem do facto dos Magos ao longo dos tempos e das culturas traduzirem os nomes das entidades com quem contactavam, para versões similares às da sua cultura. Por isso encontramos a mesma referência para certos demónios com nomes de origem Persa, ou Grega, ou Latina. Decidi esclarecer isto, visto ser uma confusão frequente quando se usa o nome de demónios de fontes diferentes.

Fiz este diagrama para exemplificar o que é a Hierarquia Horizontal e Vertical no que diz respeito às Entidades.

 A escolha da entidade é fundamental. Contudo, é preciso aqui esclarecer três pontos:
  1. Diz respeito à hierarquia das próprias entidades. Cada entidade está posicionada segundo uma hierarquia, quando nós encontramos os nomes descritos nos livros sobre as entidades, geralmente apresentam a hieraquia em que está inserida. As hierarquias estão divididas em posições horizontais e verticais. Agora, quando um Mago diz vamos trabalhar com a entidade X ou Y, em verdade não se está a trabalhar directamente com essa entidade mas com um subalterno por assim dizer, a não ser que se decida trabalhar com a própria entidade líder da hierarquia. Imaginemos que alguém vai a um consultório de advogados que tem o nome pomposo Z. A pessoa não vai ser representada pelo advogado Z a não ser que o peça explicitamente sabendo que para isso vai ter de pagar mais pelos seus serviços do que se fosse representado por um advogado que trabalha para o consultório Z. Contudo, se o consultório Z está horizontalmente mais bem conoctado do que o consultório W, então pode acontecer que um dos advogados do consultório Z seja mais bem pago do que o próprio director do consultório W, para melhor entender isso fiz um pequeno diagrama para procurar explicar isso.
  2. Relacionado com o primeiro ponto, deve-se entender que mesmo que não seja a Entidade líder de uma hierarquia a realizar o trabalho, a não ser que assim o seja exigido, não é a entidade subalterna que aparece na conjuração, mas o topo da sua hierarquia. Imaginemos que se vai conjurar Astaroth para um trabalho complexo de Amarração, onde não é o próprio Astaroth quem vai realizar o trabalho, mas na conjuração o conjurado deve ser o líder da hierarquia e neste caso com quem o Mago intervem é com o próprio Astaroth mesmo que não seja ele a realizar o trabalho. Até porque o Mago quando estabelece um Pacto Tácito com as entidades, o faz com o Líder da Hierarquia e não com os subalternos. Por exemplo, imaginemos que uma empresa de comércio quer construir uma Mega Superfície Comercial, abre um concurso e escolhe uma Grande Empresa de Construção Cívil, essa empresa de comercío vai negociar com os responsáveis dessa Grande Empresa de Construção Cívil, mas não são esses com quem negoceiam quem vai construir a Mega Superfície Comercial, tanto que essas Grandes Empresas de Construção Cívil recorrem a várias empresas como subempreitadas para realizar o trabalho. Por isso, é que mesmo nos pactos parciais que os comendadores podem realizar eles estabelecem o pacto com o líder da hierarquia mesmo que não seja esse quem lhes vai realizar o trabalho e cumprir o acordo estabelecido.
  3. Deve-se procurar fazer o máximo com o mínimo. Com isto quero dizer que na escolha da Entidade, se o alvo parecer não oferecer grande resistência, e se o trabalho que o comendador pede não for complexo mas simples não há necessidade de perder tempo e recursos em por exemplo usar o próprio Astaroth em pessoa para a realização do trabalho. Por isso quando digo que se deve procurar fazer o máximo com o mínimo quero dizer que deve-se procurar alcançar sempre os melhores resultados mas com o mínimo possível para o fazer e que não comprometa o resultado final. Como se costuma dizer não se mata uma mosca com uma caçadeira.

Uma vez com estes pontos entendidos, podemos passar ao próximo passo a saber os recursos que serão dados à entidade. Cada entidade, com respeito à sua posição na hierarquia tem um preço à cabeça diferente (digo assim para simplificar)
Então as variáveis dos recursos oferecidos à entidade variam consoante cinco variáveis:

  1. A própria entidade. Com isto refiro-me à sua posição na hierarquia, cada entidade exige ou pede coisas diferentes. Imaginemos que um Mago pretende A. O mesmo A numa entidade de hierarquia superior consome mais recursos do que com uma entidade menor. Contudo, o Mago pode ter mais garantias com a entidade superior do que com a menor.
  2. O tipo de trabalho. Cada trabalho difere em função dos intervenientes, do fim a que se destina e da própria natureza de tipo de trabalho.
  3. A força que se pretende projectada pela entidade na realização do mesmo.
  4. A finalidade que se pretende alcançar, pois podem existir dois trabalhos que podem caber dentro de uma mesma categoria mas com finalidades diferentes.
  5. A resistência que se pode prever da parte do alvo. Às vezes é preciso reconjurar e gastar mais recursos pois a estimativa da resistência pode não se confirmar correcta. Um procedimento com sucesso e se o comendador aceitar é a realização de um pacto parcial.
Fiz este esquema para melhor explicar a Conjuração por Mediação.

Agora, quando os detalhes da Amarração são resolvidos procede-se aos detalhes que são próprios da Conjuração. A Conjuração de Amarração ou Conjuração da Magia do Amor pode ser desenvolvida de três formas diferentes:
  1. Conjuração Complexa: esta conjuração dispensa a mediação do Comendador, para poder dispensar a mediação do Comendador ela é mais forte e mais trabalhosa.
  2. Conjuração por Mediação: esta conjuração é a mais comum, pois poupa recursos tanto ao Mago como ao Comendador. A Mediação é necessária na medida em que se estabelece um vínculo entre o Comendador e a Entidade facilitando o processo de aproximação da mesma ao Comendador. Mais à frente irei explicar o que é este processo.
  3. Conjuração por Mediação com Pacto Parcial (que já em cima mencionei): esta conjuração é similar à anterior, a diferença encontra-se que além do pagamento que o Mago deve fazer à entidade, este é reforçado por um Pacto Parcial entre o Comendador e a Entidade. Isto faz com que o trabalho seja mais forte, e tem a nunca de que o Pacto Parcial só fica válido depois da Entidade realizar aquilo que o Comendador deseja, caso contrário o pacto é nulo. Este tipo também é realizado para se reforçar um trabalho já previamente feito.

Este post já vai longo no próximo irei esclarecer melhor a continuação dos posts já publicados nomeadamente no processo entre a interação da entidade, do comendador e do alvo no desenrolar da amarração.


Amarração ou Amarrações : Feitiço e Magia do Amor - Tudo aquilo que precisa de saber (Parte 7: O Início do processo de Amarração - Magia do Amor)


Tendo em mente os conteúdos dos últimos posts podemos agora avançar mais um pouco na explicação sobre o processo de Amarração ou Magia do Amor.

Uma vez todos os detalhes tratados, nomeadamente conhecendo o alvo e procurando estimar a sua resistência, sabendo o tipo de trabalho, escolhida a entidade e todos os detalhes tratados entre o comendador e o Mago, a conjuração acontece e dá-se início ao processo de Amarração. E é a este início que agora nos vamos debruçar.

Contudo, convém mencionar de forma simples a própria conjuração em si, sabendo que esta varia consoante várias variáveis que já fui explicando ao longo do post, mas para que se fique com uma ideia vou indicar a estrutura geral, sabendo-se que existem diferentes alterações consoante cada caso. Então, a estrutura geral pode ser dividida em onze etapas:
  1. Ritos Iniciais da Conjuração. Esta fase é o início de toda e qualquer conjuração, variando em alguns casos;
  2. Rito de Purificação. Nesta fase logo após o início do trabalho o Mago purifica-se, assim como os intervenientes directos neste trabalho, a saber, o Alvo e o Comendador;
  3. Primeira Oblação. Nesta fase é oferecida a primeira parte do pagamento à Entidade;
  4. Inicio da Conjuração em si Mesmo. É nesta fase que a Entidade vem de forma explícita ao Mago.
  5. Apresentação do Trabalho. É nesta fase que é explicado junto da Entidade aquilo que se pretende, ou seja, o fim que a que se destina o trabalho, os seus pormenores e para o qual a Entidade foi Invocada.
  6. Segunda Oblação. Nesta fase é oferecida a segunda parte do pagamento à Entidade;
  7. Apresentação dos Intervenientes. É nesta fase que são apresentados os intervenientes do trabalho que já foi explicado. É referido quem é o Alvo e o Comendador.
  8. Terceira Oblação. Nesta fase é oferecida a terceira e última parte do pagamento à Entidade;
  9. (opcional) Quarta Oblação. Nesta fase, que varia em certos casos, pode ser oferecida um quarto pagamento à Entidade, também conhecido como o Sacríficio Maldito (só aplicado em certas circunstâncias).
  10. Ritos Conclusivos. Nesta fase a Entidade aparta-se do Mago, sendo lançada sobre o trabalho.
  11. Ritos Finais. Nesta fase o Mago termina a Conjuração.
Contudo, o trabalho não fica realizado com o término dos Ritos Finais. Por isso será agora importante desmistificar um dos mitos mais consensuais sobre as Amarrações e pelo qual tanta gente é enganada. Eu pessoalmente chamo-lhe o Mito do Sofá.

Muitas das pessoas que pretendem uma Amarração pensam que obtê-la é como quem vai comprar uma televisão a um estabelecimento comercial. Uma vez paga a televisão somente é necessário instalá-la em casa, sentarem-se no sofá e assim deslumbrarem-se com todos os conteúdos que passam no visor. Ao contrário daquilo que vulgarmente se pensa, a Amarração ou Magia do Amor não se dá por terminada com os Ritos Finais. Um dos aspectos mais importantes deste Trabalho e de Toda a Magia, é que após a conclusão da Conjuração ainda existe trabalho a fazer para se levar a Magia a bom porto.

Agora se juntarmos a este mito os dois outros mitos que expliquei na parte 5 destes posts, a saber: o mito de que a Magia e consequentemente as Amarrações são como Fast Food e o mito de que a Magia é Milagreira. Podemos compreender porque é que existem tantos casos defraudados nas Amarrações. E isto deve-se a três factores que as pessoas desejam e projectam na Amarração e que ficam decepcionadas quando lhes digo que a coisa não é bem assim:
  1. Quanto mais rápido melhor, então se for em uma semana ainda melhor;
  2. Quanto menos trabalhoso melhor, então se a pessoa não tiver de fazer rigorosamente nada e esperar que tudo lhe caia de bandeja ainda melhor;
  3. Quanto mais milagroso melhor.
São estes os três factores responsáveis por haverem tantas Amarrações defraudadas.

Tendo isto em mente, podemos agora avançar para o funcionamento da Amarração depois da Conjuração.

Uma vez realizada a conjuração, a Entidade é lançada. Quando ela é lançada, ao contrário do que se pensa, não é só lançada na direção do Alvo, mas também na direção do Comendador. Por causa disso, é que alerto as pessoas, para o caso de sentirem um certo desconforto na primeira semana após a realização do trabalho. Em raros casos este desconforto pode durar até três semanas, ou até em casos muito excepcionais durar mais do que isso. Não se trata de nada grave, que comprometa a saúde ou a vida do Comendador. Geralmente manifesta-se com dificuldades em dormir, pesadelos, acordar a meio da noite até certas coisas «estranhas» acontecerem. Existe grande variedade de sintomas, mas apesar de serem um pouco incómodos de forma alguma comprometem a saúde, ou a integridade física, ou em geral a vida como um todo do Comendador. Há pessoas que os sentem em maior grau, mesmo que em curto espaço de tempo, outras pessoas sentem em menor grau mas por periodos mais longos. Cada caso é um caso, se se recordam do que escrevi sobre a resistência do Alvo, podem agora comprender o porquê de eu mencionar a própria resistência do Comendador.

Esta fase de mal estar é breve e é em regra geral sinal de que o trabalho já está a correr. Ao mesmo tempo os alvos vão passar o mesmo que o Comendador. Só que neles o desenrolar vai ser diferente.

Agora, estou apto a desmistificar um outro mito da Amarração a que lhe chamo o Mito Sexual da Amarração. Este mito prende-se com o facto de as pessoas serem erróneamente informadas de que na Amarração os Alvos são tentados com desejos sexuais para a direita e para a esquerda, e que não conseguem sequer fazer a sua vida normal até terem relações sexuais com o Comendador. Não quero com isto dizer que parte disto defacto não aconteça, apenas estou a querer salientar que não é bem assim, nem com a quantidade exagerada deste tipo de relatos.

Em ordem a desmistificar este mito e melhor compreender a Amarração será importante ter em conta que as Entidades não têm um conhecimento a priori sobre a totalidade das pessoas que são os intervenientes. Quero com isto dizer, uma coisa que pode parecer estranha, mas no início do Trabalho de Amarração, o primeiro passo das Entidades vai ser dado na direção de irem conhecer a fundo as pessoas intervenientes, isto é o Alvo como o Comendador; na sua história, na sua vida, na sua personalidade. É a partir deste momento que as Entidades vão conhecer os pontos fortes e os pontos fracos dos intervenientes e é daí que vão empreender a sua estratégia para a realização do trabalho.

Tendo nós chegado até aqui, já podemos começar a compreender o modus operandi das Entidades e da sua interacção em nós neste tipo de trabalhos. Devo novamente salientar que cada caso é um caso, mas creio que esta explicação ajudará a trazer nova luz.

Para explicar isto, vou usar duas metáforas explicativas que creio serem boas ferramentas para percebermos este processo. Mas antes temos de perceber que aquilo que as Entidades vão fazer vai ser a criação de um vínculo forte entre o Comendador e o Alvo, sendo esse vínculo o tipo de amarração que foi pedida. Para melhor perceber o vínculo, vamos partir do princípio que existem diferentes tipos de vínculos entre pessoas. Os vínculos não são algo passível de ser quantificável. Eu não consigo factualmente medir um número ou um grau para a minha relação com cada um dos meus amigos ou familiares. Por causa disso, vou propor aqui uma abstracção para melhor se entender.
Então vamos atribuir ao número 0 uma não-relação e ao número 100 uma relação ideal e perfeita entre dois seres humanos, algo como uma utopia. Convém sublinhar que uma relação entre duas pessoas pode estar condicionada pelo tipo e pela origem. Por exemplo, uma mãe pode amar imenso o seu filho, imaginemos um 95, contudo este vínculo há de ser diferente daquele que o seu filho pode ter com a sua mulher também imaginemos com o mesmo valor de 95. Ou seja, dentro desta quantificação exemplificativa a relação varia consoante o tipo, e secalhar para melhor perceber isso podemos utilizar a conceptualização Grega já explicada no post 2, do Philia, Eros e Ágape. Por conseguinte, com o exemplo acima, uma mãe pode amar o seu filho e ter um vínculo de 95 com Philia e Ágape, e o mesmo filho ter um vínculo de 95 com a sua mulher com Ágape e Eros.

Recapitulando, então vamos imaginar esta escala de 0 (não relação) a 100 (relação perfeita utópica), nas dimensões de Philia, Eros e Ágape.

Então vamos agora perceber que o papel das Entidades é estabelecer um vínculo do tipo que foi pedido no trabalho entre Comendador e Alvo. Por conseguinte, certos tipos de vínculo estão associados. Por exemplo, alguém que procure uma Amarração para ter uma relação de verdadeiro Amor com o Alvo, procurará subir o vínculo de Ágape entre ambos, mas ao mesmo tempo que sobe este valor também sobe o de Philia e de Eros. Então vamos ter em conta os seguintes factos sobre o fim a que se destina a relação e o tipo da mesma com respeito ao vínculo que dela vai resultar:
  1. Que geralmente uma Amarração em Ágape fornece proporcionalmente o maior aumento tanto em Philia como em Eros, sendo este último o que mais sobe depois de Ágape.
  2. Que geralmente uma Amarração em Eros fornece proporcionalmente menor aumento do que a anterior em Ágape e Philia, sendo esta última o que mais sobe depois de Eros.
  3. Que geralmente uma Amarração em Philia fornece proporcionalmente menos aumento do que as anteriores em Eros e Ágape, sendo esta última o que mais sobe depois de Philia.
 Fiz estes três gráficos de colunas a título exemplificativo daquilo que estou a tentar explicar.



Este post já vai longo, no próximo contínuo a mesma explicação que aqui já avancei, só que vamos nos deter no processo que as Entidades usam para estabelecer o vínculo e como elas actuam também no Comendador.


 Amarração ou Amarrações : Feitiço e Magia do Amor - Tudo aquilo que precisa de saber (Parte 8: As duas primeiras fases do processo de Amarração - Magia do Amor)



Tendo novamente em mente o conteúdo dos posts anterior vou desenvolver o conteúdo deste último post.

Como o último post ia longo introduzi uma abstracção a saber um valor quantificável para o vincúlo da relação entre duas pessoas. Agora irei desenvolver esse tema apenas como fim explicativo. Recordo e saliento que estes valores são abstracções com o mero fim de serem metáforas explicativas que ajudem à compreensão do trabalho das Entidades no que diz respeito à Magia, e não representações factuais sobre os relacionamentos intersubjectivos.

No último post referi estes valores como recíprocos, contudo agora podemos avançar na sua compreensão excluindo a reciprocidade. E, tendo em mente a última parte do último post, podemos agora compreender que as relações geralmente não reciprocas. Por exemplo, todos nós já experimentámos ter amigos que incentivavam mais a relação do que nós, ou então também experimentámos desejar fazer uma relação de amizade crescer mais do que o nosso amigo realmente queria. O mundo das relações está cheio de faltas de reciprocidade, mas ao mesmo tempo as relações evoluem porque uma das partes está disposta a investir na relação, e esse investimento tem sucesso e no final efectivamente a relação reforçou-se com um vínculo mais forte. Então vamos agora distinguir novamente três variáveis, e para melhor perceber isso fiz este Diagrama simples:
  1. Vínculo Desejado = Ao vínculo relacional que nós desejamos numa relação com determinada pessoa, tanto pode ser apenas de reforçar uma amizade tornando-a mais forte como pode ser a nível amoroso procurando crescer uma relação de amizade até amorosa, ou ainda pode ser a nível sexual.
  2. Vínculo Actual = Ao vínculo actual e presente que cada indíviduo atribui na sua vida à outra pessoa.
  3. Vínculo Efectivo e Real da Relação = Ao vínculo que efectivamente existe entre duas pessoas. Devo salientar que apesar daquilo que se refere em (1.) e (2.) este vínculo Efectivo é o resultado da soma dos Vínculos Actuais entre duas pessoas. Como tal, o vínculo actual entre duas pessoas na maior parte das vezes é desigual, isto é, as relações entre duas pessoas sejam familiares, amorosas ou de amizade não são puramente simétricas, como tal eu nas minhas classificações pessoais com objectivo explicativo cálculo o Vínculo Efectivo como a Média Simples entre os Vínculos Actuais.

Se observamor no nosso quotidiano, o vínculo desejado reflecte aquilo que desejamos na evolução de uma qualquer evolução. Então, o nosso desejo é o de tornar o vínculo desejado em real vínculo actual. Apesar de geralmente ser uma das partes que coloca o investimento em prática, numa série de acções que pode efectivamente fazer uma relação crescer, até porque como todos nós sabemos as nossas actuais relações de amizade não cairam do céu, fomos nós que as fizemos crescer e outras vezes fomos nós que respondemos ao apelo do outro para a amizade crescer.

Da mesma maneira, podemos agora compreender que muitas pessoas recorrem à Amarração com o fim de por meios Extra-Naturais darem o impulso necessário para uma relação crescer da forma que pretendem e com a finalidade última que pretendem.

Agora, os leitores ao ler isto devem estar a questionar-se do porquê de agora colocar esta explicação. Então, coloquei esta explicação em ordem a dar a conhecer como as Entidades vão trabalhar neste processo e a forma segundo a qual aquilo que efectivamente fazem, e no fundo, aquilo que é uma Amarração ou Magia do Amor, é nada mais do que levar o Alvo não só a desejar o mesmo para vínculo da relação com o Comendador, bem como a tornar actual da parte do Alvo aquilo que tanto o Comendador deseja bem como aquilo que a Entidade ajuda a Desejar. Como tal este processo que tenho vindo a explicar, nada mais é do que a raiz da acção das entidades em nós. Com isto presente em cada um dos leitores podemos agora avançar no processo.

Uma vez  com isto explicado podemos agora perceber quatro detalhes no processo de amarração que a podem inviabilizar:

  1. Quando as pessoas não se conhecem não pode haver amarração. Isto é, quando o alvo tem relação 0 em todos os parametros com o comendador a Entidade não tem matéria para operar. Por isso é que não é possível realizar amarrações entre pessoas que não têm conhecimento pessoal uma da outra. Consequentemente, não é possível estabelecer uma amarração entre um Comendador que nunca conheceu a Alicia Keys ou o Brad Pitt. Isto porque o vínculo é 0. Logo, não existem amarrações quando o Alvo tem 0 em todos os parametros com o comendador.
  2. O Mago deve tomar um conhecimento minímo da ligação que existe entre Comendador e Alvo. Como é óbvio é mais fácil operar uma amarração entre um Comendador e um Alvo quanto maior for o número de Relação Actual. Isto é, imaginemos dois casos um em que o Alvo tem uma relação actual de 40 e outro tem 5. É mais fácil e menos trabalhosa uma amarração em que a Entidade tem de gerar uma relação entre o Alvo e o Comendador de 90, em que no primeiro caso tem de subir 50 pontos e no segundo 85.
  3. Que existem limites nos valores baixos de relação. Atrevo-me até a dizer valores negativo, sendo que esses representam sentimentos de Ódio, Desprezo ou Vingança. Existem relações que chegam a situações delicadas e por vezes bastante graves. Geralmente Amarrações entre pessoas que têm na sua relação um passado de violência tanto seja verbal como física são praticamente inviáveis. Quero com isto dizer que é extremamente díficil senão impossível às vezes conseguir uma Amarração bem sucedida entre Comendador e Alvo, quando na história da relação entre Comendador e Alvo existe um Ódio e um Ressentimento do Alvo para com o Comendador. Um dos exemplos mais gritantes deste caso, acontece quando até não poucas vezes um Marido que se divorciou ou está separado da Mulher pede uma Amarração com o fim último de unir o casal quando ele no passado maltratou a sua Esposa. Neste tipo de casos eu recuso realizar o trabalho porque ele dificilmente irá resultar. Além do mais uma amarração que tenha sido bem sucedida pode fracassar a meio por causa de violência entre as duas pessoas mas mais à frente irei me deter na explicação deste evento.
  4. Relacionado com (3.), sobre limites nos valores baixos de relação, existe um outro caso que não se prende com violência mas com infidelidade. Como sabemos existem pessoas mais sensíveis, que sofrem mais com um evento de infidelidade entre um dos membros da relação. Ou seja, existem pessoas que conseguem ultrapassar uma história de infidelidade por parte de um dos membros melhor que outra. Geralmente pessoas que sofreram e no presente sofrem com um episódio de infidelidade tanto seja sexual como não, apresentam muito mais resistência a uma amarração. Por isso, é que é practicamente impossível unir duas pessoas através de uma Amarração quando na história desta o Comendador foi infiel ao Alvo, tendo o Alvo sofrido muito por causa desse episódio.

Uma vez com estes quatro pontos em mente vamos dar continuidade à nossa explicação.
Então, tendo em mente o post anterior no que diz respeito ao Pós-Conjuração vamos agora dividir o processo de Amarração em quatro fases:

1. FASE - Reconhecimento

Recapitulando, o que já havia dito, na Primeira Fase pós-trabalho de Conjuração, a Entidade vai procurar aferir as Resistências tanto do Comendador como do Alvo. É nesta primeira fase que dura entre uma semana a um mês variando proporcionalmente na resistência dada pelos intervenientes, que a Entidade vai procurar reconhecer quem são estas Pessoas, nela vai procurar os seguintes factores:

  1. Resistências Externas;
  2. Resistências Internas;
  3. Conhecer o Temperamento e Personalidade da Pessoa em questão;
  4. Conhecer a História (tanto coisas boas como traumas) da Pessoa em questão;
  5. Conhecer a História da Relação entre as duas Pessoas;
  6. Conhecer os pontos Fracos e Fortes entre as duas pessoas, onde melhor actuar com vista a alcançar os objectivos.

2. FASE -  Tentação e a Primeira Interacção.

Nesta fase, que se segue à primeira, a Entidade vai começar a tentar o Alvo. Contudo, ao contrário daquilo que vulgarmente se pensa, e daquilo que mencionei num post anterior como o Mito Sexual da Amarração, isto na maioria das vezes não se processa como o Alvo a ter desejos loucos e insaciáveis de sexo para a direita e para a esquerda com o Comendador (convém atender ao tipo de amarração). 
Observemos, e o leitor já teve certamente experiência de se ter apaixonado e sentido forte atracção por uma outra pessoa. Nesse ponto repara que a sua história de atracção pela outra variou consoante cada caso. Ou seja, apesar de existirem semelhanças na nossa história Amorosa/Afectiva, cada pessoa nos foi cativando de modos diferentes, muitas vezes pela idade diferente e pela experiência de vida, o amor foi crescendo nos nossos corações de forma diferente, tendo cada pessoa independentemente de com quem actualmente tem uma relação, memórias inesquéciveis do início de relações amorosas anteriores. Onde cada uma dessas memórias nos marcou de formas diferentes, desde «aquele passeio pela praia», ou aquela «viagem de sonho», ou aquele beijo, ou aquela conversa, ou aquele olhar, ou aquele carinho, etc... 
Existe sempre alguma coisa no outro que cativa a nossa atenção, faz despertar o nosso coração e nos move na sua direção. Agora, essa coisa no caso das amarrações é um ponto fraco do Alvo, especialmente quando no passado o Comendador e o Alvo viveram alguma relação intíma ou intensa, ou em que determinada altura se encontraram apaixonados (exceptuando aqueles casos especiais que em cima referi como de agressão, etc.). Nos casos em que Comendador e Alvo nunca foram mais do que amigos, as Entidades procuram mesmo numa relação amena salientar no Alvo ou reenquadrar no Alvo algo de forma a parecer mais especial do que aquilo que realmente foi, de forma a canalizar esses afectos no estabelecimento de um vínculo e desejo de um vínculo mais forte com o comendador.

Contudo, nesta 2ª Fase e ao contrário daquilo que se pensa, a Entidade não está só a actuar no Alvo mas também no Comendador. Tanto é que apesar de alertar os Comendadores muitas vezes eles mal se apercebem de uma enorme ansiedade que os começa a preencher, e isto vai os acompanhar até ao final do trabalho. Os comendadores vão experimentar imensos sonhos com o Alvo, e mais do que anteriormente havia acontecido até realizarem o trabalho de Amarração. Vão muitas vezes ser tentados em procurar o Alvo, é uma ânsia pelos primeiros resultados. Mas essa ânsia pode comprometer o resultado final. E aqui, muitas vezes triunfa o Comendador que sabe manter o seu Sangue Frio e seguir todos os passos de forma directa sem atalhos que como se diz: «Quem se mete em atalhos, mete-se em trabalhos».

Nesta fase o Alvo está a passar por um processo bastante similar ao do Comendador, mas existe uma diferença substancial entre os dois, é que enquanto o Comendador diguemos tem um Vínculo 60 e deseja um Vínculo de 95 com o Alvo; o Alvo não tem os mesmos valores pelo que tem um Vínculo de 20 e deseja um Vínculo de 20 com o Comendador. Por causa desta disparidade se observa diferenças entre os sintomas da 2ª Fase em ambos os intervenientes. Isto, porque no Alvo as entidades estão a dar início ao processo de tentação afectiva e relacional; enquanto no Comendador esse trabalho não dispensa muita atenção sendo como um carro que acelera mais facilmente numa descida do que numa subida. Para melhor explicar a tradução da evolução do vínculo na Relação por parte do Alvo durante a 2ªFase da Amarração fiz este gráfico:




Contudo, é importante salientar que o grande ponto de viragem no vínculo entre Alvo e Comendador prende-se no ponto em que o Alvo se deve esforçar por colocar em práctica, ou seja, em actualizar aquilo que a Entidade lhe está a propor como relação desejada. Isto é, o ponto delicado que marca a viragem e o sucesso da Amarração prende-se com a Habilidade da Entidade, e a Superação das Resistências do Alvo em que o Alvo se empenhe mesmo que inadvertidamente para colocar aquilo que começa a desejar para a Relação como Relação Actual. Isto porque aquilo que se verifica é uma tendência superior do Alvo no que diz respeito ao Desejo de Vínculo que não é acompanhada ao mesmo nível na Relação Actual.

Para melhor explicar esta fase do processo vou recorrer a uma metáfora explicativa que me parece ser a mais indicada. Contudo, antes de passar a essa metáfora convém explicar que esta 2ª Fase da Amarração obedece a 3 Momentos Distintos:
  1. Momento da Negação;
  2. Momento da Presunção de Superação;
  3. Momento da Resignação.
Tendo isto por base a metáfora a que vou recorrer é a de alguém que inicialmente, e independentemente do motivo, sente-se motivado para empreender uma dieta radical. 
Então, o primeiro momento da 2ª fase da amarração é o chamado momento da negação. Quando as entidades começam a conhecer a pessoa, elas entram devagarinho, e a primeira reacção do alvo vai ser o de negação à proposta das Entidades. A pessoa vai começar a rejeitar aquilo que está a sentir. Imagine-se que é algo como uma pessoa que começa determinadamente uma dieta. Ela vai dizer não a todo o tipo de alimentos que gosta e lhe fazem mal, nessa primeira fase em que a pessoa está motivada vão surgir imensas tentações com comida deliciosa que no entanto é prejudicial àquilo que pretende, a saber, emagrecer. Nessa fase a pessoa vai reagir intensamente, afastar-se até dos restaurantes onde ia, ou da zona do hipermercado onde estão as suas guloseimas favoritas. A pessoa vai dizer eu sou Forte eu sou Capaz e como tal vai está motivada em conseguir e dizer para si mesma que é mais forte do que tudo aquilo que lhe surja como tentação. 
Curisosamente, ao mesmo tempo as tentações não vão diminuir mas antes aumentar, até a um ponto em que a pessoa vai cair, basta enganar-se a si própria ou cair na esparrela das Entidades, em que vai dizer a si própria: «bom se eu comer isto de tempos a tempos, nem que seja uma só vez, até que não me irá fazer mal ou prejudicar os meus intentos», e assim cai, começa por comer aquilo que ao princípio negava por uma primeira vez e mal dê por ela vai comer ainda mais do que anteriormente, e irá estar tão ou mais «viciada» naquelas guloseimas como outrora esteve antes de decidir enveredar pela dieta. A pessoa vai libertar toda a sua tensão, que se foi acumulando na fase de negação, por se ver privada daquilo que tanto gosta ( e sente-se tentada a ir) que depois quando cai, cai de uma assentada (Isto já é 3ª Fase).
Agora, o truque está em deixar a pessoa privada nos primeiros tempos da sua guloseima, ou seja deixar a pessoa privada daquilo com que vai ser tentada a desejar, neste caso o próprio Comendador. Ou seja, neste momento o Comendador deve afastar-se do Alvo, e se não puder devido às suas circunstâncias, deve ignorâ-lo. Tanto no contacto social diário, como em meios de comunicação como o Facebook, E-mails, Sms entre outros. Contudo, o problema é que muitos Comendadores caiem também eles na esparrela (e mais à frente vou desenvolver este tema segundo a perspectiva do comendador). O Comendador deverá ser forte e resiliente, ao ponto de mesmo contra sua vontade inicial, evitar o contacto com o Alvo, pois tal como disse no post inicial para o sucesso de uma Amarração é importante que todos façam a sua parte.
Por isso é importante permitir que o Alvo consiga dizer a ele próprio que é forte e que consegue ignorar e dominar as tentações que ao início vai procurar negar, é bom que o Alvo acumule a tensão, que com isso a Entidade faz a sua parte de forma mais fácil. Sendo que é geralmente entre o primeiro e o segundo mês depois do trabalho de conjuração que o Comendador vai começar a sentir uma diferença significativa da parte do Alvo.
Geralmente esta diferença costuma surgir com uma proposta por parte do Alvo em estabelecer um contacto inofensivo com o Comendador, como por exemplo um pedido para tomar café (isto é meramente exemplificativo). 
Aquilo que recomendo aos Comendadores é que não dêem logo tudo (como infelizmente costuma acontecer mesmo com um aviso em contrário), deixem pensar que o Alvo apenas provou de forma controlada a tentação que tem vindo a negar (neste caso esteve com o Comendador, tomou um café e teve na sua companhia, nada mais), e que ele (Alvo) é mais forte e que está a dominar a situação e as tentações que lhe estão a surgir.
Por conseguinte, e como afirmei anteriormente, as Entidades não são Milagreiras, a materialização do trabalho depende do auxílio do Comendador que facilite o mesmo, por isso tal como o Mago o Comendador tem uma quota parte do modo como se deverá comportar, e agora vocês melhor percebem o porquê de eu atacar aquilo a que chamei do Mito do Sofá.

Este post já vai longo no próximo irei continuar a abordar as diferentes fases da Amarração.



 Amarração ou Amarrações : Feitiço e Magia do Amor - Tudo aquilo que precisa de saber (Parte 9: A 2ª Fase do Processo de Amarração - Magia do Amor)



Devido a imensas perguntas que me foram feitas sob os três momentos das 2ª Fase da Amarração, irei agora deter-me na última parte do último post.

Por isso, tendo em vista o conteúdo do último post, vamos considerar ainda a 2ª Fase.
Então fiz este diagrama com base num diagrama que apresentei no último post:

Para ver melhor este diagrama basta clicar nele para fazer zoom.
Então podemos observar que na 2ª Fase a entidade vai propor diferentes desejos ao Alvo no que diz respeito à sua relação com o Comendador.
Depois no último post eu expliquei que esta 2ª Fase estava sujeita a três momentos diferentes. Por isso, e para ser mais claro do que aquilo que havia explicado no último post fiz este Diagrama para explicar aquele processo:

Clique no Diagrama para ampliar o tamanho da Imagem.
Espero que tendo este diagrama por base seja mais fácil perceber a última parte do conteúdo do último post.

1º Momento: Momento da Negação

Então, no momento de Negação a Entidade vai lançar imensas propostas ao Alvo com o intuito de fazer crescer o desejo do vínculo de maior relação com o Comendador. A primeira reação do Alvo vai ser o de entrar num processo de negação, onde procurará resistir contrariando essas imagens. Do mesmo modo (e tendo por base a metáfora explicativa que empreguei no último post), que alguém que inicia um processo de emagrecimento e corta nas suas guloseimas favoritas, vai com algum sucesso e de forma simples afastar as tentações que lhe surgirão na mente de querer comer aquelas guloseimas.
O importante aqui, é que o Alvo tenha a ilusão de que tem a situação sob controlo. Por isso, é que o Comendador deverá evitar qualquer contacto com o Alvo, e até se a situação o exigir, ter uma atitude de desprezo para com o Alvo. É importante que no meio do Bombardeamento subtil de sugestões do Alvo por parte da Entidade, o Alvo tenha a ilusão de que controla os seus impulsos, até de que é mais forte ou mais valioso do que o Comendador, e que as suas batalhas inconscientemente travadas por variadas sugestões que lhe vêem à mente, não passam apenas de uma fase, mas de que está a ganhar batalhas e a guerra consigo próprio será facilmente ganha.
Se esta ilusão não for criada no Alvo, então será muito mais difícil ganhar a Guerra. Já tive casos em que Comendadores pareciam cachorros atrás do Alvo mesmo contra as minhas indicações, e isso não favorecia em nada o trabalho.

O passo seguinte das entidades é conseguir dobrar o Alvo. Existem duas formas pelas quais o Alvo pode ser Dobrado:
  1. O Alvo dobrado pela Força: este dobrar pela Força acontece quando as circunstâncias da Amarração são simples, em que o processo não encontra muitos obstáculos, nem na resistência do Alvo, nem na condição inicial da mesma. Estes casos são raros, mas quando acontecem são das amarrações mais simples e rápidas que existem. Mesmo assim o tempo mínimo para que se chegue à finalidade pretendida nunca há de ser menor do que um mês e meio.
  2. O Alvo dobrado pela Subtileza: geralmente é assim que o Alvo começa a ser dobrado. Depois de passar pelo momento da força, as entidades vão tentar dobrar e fazer vergar o Alvo com base na sedução aliada à ilusão de que o Alvo tem de estar a controlar a situação.
    Nesta altura as imagens e desejos que as entidades infundiam no Alvo, passam a surgir não como uma adversidade que tem de ser controlada e negada, como algo de mau ou de incómodo que deve ser rejeitado, mas como algo vão e temporário que até podem dar algum gozo ou prazer ao Alvo, mais ainda se ele pensar que tem total controlo. Então o Alvo vai passar a pensar que não só controla a situação que até então era incómodo, mas que tem tal controlo que pode tirar partido e ter algum prazer com isso.
    Logo a seguir a este último momento, as imagens passam a ganhar nova forma segundo uma aparência de Bem.
2º Momento: Momento da Presunção da Superação

Retomando o final do ponto (2.), as imagens vão passar a surgir no alvo como Aparência de Bem, e é nesse instante que nos encontramos no  2º Momento da 2ª Fase.

Como já tenho vindo a referir o grande obstáculo e dificuldade no processo de Amarração é a 2ª Fase, e especialmente o 2º Momento desta.
O motivo para tal acontece que como em muita coisa da vida que podemos experimentar na primeira pessoa, sonhar e desejar não é díficil. Como diz o ditado: «Sonhar não é proibido» ou «Sonhar não custa». 
Muitas das amarrações mal sucedidas, encontram aqui o seu grande obstáculo para o sucesso. Pois a mestria e o alcance das metas estabelecidas passa pelo Alvo não só desejar mas acreditar e se empenhar em realizar na sua vida aquilo que agora deseja.
Mas, para alcançar isso não só o Alvo vai ter de ser Dobrado, como vai ter de encarar os desejos numa nova perspectiva. Perspectiva essa que lhe vai parecer como um Bem para si e para a sua vida.
Contudo, não se pense que o Alvo não irá oferecer novas resistências. Mas agora as resistências evoluem para uma nova etapa. Nesta etapa ele vai pensar que esses desejos mesmo com aparência de Bem são coisas impossíveis e do passado pelo que deve desistir deles mesmo que estes se apresentem segundo uma aparência de bem.
E aqui nesta etapa é fundamental que os Alvos tenham a Presunção de que tudo aquilo que têm vindo a desejar e a sentir foi totalmente superado.
O Conceito chave é que o Alvo pense que a Guerra está Terminada e que foram Eles quem Triunfou.

3º Momento: Momento da Resignação

Após o término do 2º Momento, o Alvo vai pensar que a Guerra acabou e como tal não tem mais aquele incómodo sobre si. É nesta altura que as entidades vão começar a entristecer o Alvo. Por um lado, elas vão parecer ausentes (e como isto não quero dizer que os Alvos as sintam totalmente como uma presença, este estar ausente significa abrandamento dos desejos presentes nos últimos tempos), mas ao mesmo tempo as entidades apenas vão gerar: tristeza, solidão, mal-estar, ausência de algo. E esta ausência de algo no início o Alvo não irá perceber do que se trata (Por isso é tão importante que o Comendador não tenha contacto com o Alvo), devo salientar que estes sintomas também estão presentes quando o Alvo mantém uma relação com uma terceira pessoa.

Nesta etapa o Alvo vai ser suavemente conduzido pela Entidade em encontrar a explicação da sua tristeza e melancolia no facto de lhe faltar algo, sendo que esse algo que lhe falta foi exactamente aquilo que procurou resistir, a saber, todas aquelas imagens que encarou como negação e como um adversário a ser abatido, que depois mesmo que lhe surgissem como aparência de bem, no fundo era algo inviável que ele já havia superado.

É precisamente neste ponto que o Alvo procura pela primeira vez de forma activa a companhia ou a presença do Comendador. E isto pode surgir apenas como SMS ou E-mail, até a uma proposta concreta de um encontro, ou até como um mero Olá.

Contudo, muitas vezes este primeiro contacto dá-se de forma indirecta, ou seja, o Alvo procura só saber algo sobre o Comendador, pois é importante dentro do possível que o Alvo considere o Comendador como alguém distante ( Por isso é tão importante que o Comendador evite o Alvo), esse algo pode surgir de forma indirecta, a saber, através de visitar a página de facebook (realidade de hoje), ou perguntar a uma pessoa em comum saber como está o Comendador, ou o que faz, ou como se encontra, ou até mandar recados indirectos ao mesmo.

Mas quando se chega a este ponto e existe a proposta de uma contacto mais pessoal entre Alvo e Comendador, e é aqui que o Comendador deve dizer sim, ir ao encontro do Alvo. Contudo, o Comendador não deve dar tudo ao Alvo (se é que me estou a perceber), não só o Comendador deverá derreter o seu coração no Alvo, nem parecer fraco, mas confiante e não fazer como alguns Comendadores que dão logo tudo. Isto porque é nesta etapa que os Alvos vão descarregar toda a tensão que sem darem conta foram acumulando desde que se deu início ao processo de Amarração.

Geralmente para mim é quando se dá este encontro que se inicia a 3ª Fase da Amarração.
Que no próximo post irei detalhar.



 Amarração ou Amarrações : Feitiço e Magia do Amor - Tudo aquilo que precisa de saber (Parte 10: A 3ª e última Fase do Processo de Amarração - Magia do Amor)



Tendo em mente o conteúdos dos últimos posts, e agora com o conhecimento da 2ª Fase já consolidado, podemos agora abordar a 3ª Fase.

A 3ª Fase eu a chamo de Consolidação, não é tão delicada e importante como a 2ª mas também tem que se lhe diga.

Uma vez estabelecido o contacto entre o Alvo e o Comendador, resta que o vínculo cresça. Este crescimento do vínculo traduz-se pelo movimento do Alvo daquilo que deseja para a relação à luz do trabalho das entidades, para aquilo que vai actualizar na relação com o Comendador.

Como já referi a parte difícil da amarração, é o Alvo mover-se interiormente no seu próprio Eu e fazer com que se torne realidade os desejos que tem vindo a sentir. Os obstáculos e resistências fazem com que a pessoa não dê este importante passo na sua relação com o Comendador.

Por uma questão explicativa vou dividir a 3ª Fase em quatro momentos:
  1. Momento de Alicersar;
  2. Momento da Tomada de Consciência;
  3. Momento da Consolidação;
  4. Momento da Amarração do Vínculo;

1º Momento: Momento de Alicersar

Uma vez com a 2ª Fase realizada no seu último momento e após o contacto entre o Alvo e o Comendador, é bom que as coisas prossigam com calma. Nesta fase nem todos os Alvos reagem de igual forma, mesmo esta explicação é uma generalista, pois como já referi por imensas vezes cada caso é um caso.
O início do 1ª Momento da 3ª Fase é às vezes marcada por algum desânimo por parte dos Comendadores.  Isto porque após o contacto inicial do Alvo, e de forma legítima, os Comendadores ficam logo cheios de expectativas, ansiedade, e querem que aquele primeiro sinal de abertura tenha cada vez maior continuidade. Contudo, as coisas não fluem como os Comendadores desejam.
Após o primeiro contacto os Alvos geralmente dividem-se em 2, e isto também depende de como o Comendador geriu o primeiro contacto pós-amarração:
  1. Alvos fáceis: estes geralmente não passam por uma fase de luto (que mais à frente irei explicar), mas passam por esta fase sem qualquer tipo de desânimo e de perturbação, e deixam-se levar pela corrente do Trabalhos das entidades. São uma minoria, depende também do tipo de trabalho, da força, e principalmente de como o Comendador foi gerindo a situação, estes são aqueles que basicamente se pode dizer que se encontram Enamorados.
  2. Alvos relutantes: estes são geralmente em maioria e são aqueles que passam por uma fase de luto, quando o Comendador dá de mais no primeiro encontro é quase certo que o Alvo passe por uma fase dura de luto e seja mais relutante do que o normal. Muitas vezes os Comendadores vão-se abaixo nesta fase, mas é preciso determinação para não se deixarem contaminar pelo estado de espirito do Alvo.

A fase de luto que os Alvos vêem a experimentar durante o início da 3ª Fase é marcado por um certo arrependimento. Não só começam a libertar a tensão da luta que experimentaram nas fases anteriores, bem como essa libertação da tensão pode gerar arrependimento e luto. Esta é a primeira altura em que os Alvos podem ter consciência de que afinal não ganharam a guerra mas que pela primeira vez perderam a batalha porque foram fracos.

Geralmente as imagens e sensação de domínio que ilusoriamente lhes foram sido dadas caiem nesta fase, onde em regra geral os Alvos vão se recordar do passado recente e vão se até arrepender do primeiro contacto.

Isto em regra geral é difícil de explicar aos Comendadores, muitas vezes acontecem casos em que os Comendadores marcaram com os Alvos um segundo encontro e subitamente vêm o Alvo a mudar por completo a sua atitude.

Vou dar um exemplo que espero poder ajudar a melhor compreender esta etapa. Às vezes as pessoas ou por causa da sua situação familiar ou profissional, ou após um grande esforço da sua parte, cometem algum tipo de excesso para compensar e libertar a tensão, e certas vezes quando passam certos limites arrependem-se e envergonham-se. Recordo-me de quando estudei lá fora, ter tido uma colega que ela era muito determinada na realização dos seus objectivos, uma aluna aplicada e rigorosa, que via-se sofrer por causa das duras metas que colocava sobre si mesma, além da exigência que punha na sua própria pessoa. Ao mesmo tempo não lhe eram conhecidos excessos ou extravagâncias, ela traçava metas e levava-as até ao fim, de certa forma todos nós na altura não temperados como ela invejávamos a sua capacidade de perserverança. Contudo, como se ainda fosse ontem, recordo-me bem da semana em que entregámos as nossas teses. Como éramos poucos, nesse fim-de-semana todo o curso foi sair para celebrar a entrega das teses, e ela quase que se transfigurou-se aos nossos olhos, bebeu em excesso, fumou o que não devia, e acabou por fazer um daqueles tristes espectáculos que infelizmente hoje costumam ser tão frequentes entre os nossos jovens. A verdade, é que possivelmente nos dias seguintes, a vergonha da sua descompressão de tanta pressão vez com que ela tivesse desaparecido, chegámos a pensar o pior, mas felizmente tudo estava bem, exceptuando ela que desenvolveu uma espécie de depressão causada por uma vergonha profunda.

É claro que este exemplo é exagerado com aquilo que experimentam os Alvos, mas creio ser esclarecedor que depois do primeiro contacto a maioria dos Alvos, parece dar um passo atrás e mudar a sua atitude que poderia ter parecido tão radiante ou aberta diante do Comendador.

É importante que durante esta fase de luto, o Comendador volte a evitar o contacto com o Alvo, e mesmo que o Alvo lhe tenha feito alguma desfeita, o Comendador não procure esclarecimentos junto do Alvo. O erro de alguns Comendadores é pressionarem os Alvos. O melhor a fazer é o Alvo viver o seu luto e as entidades fazerem o seu trabalho.

É nesta etapa que as Entidades vão alicerçar o trabalho, e vão criar dentro do alvo as condições para edificarem alicerces sólidos para o que virá a seguir.

Basicamente o que acontece é que nesta altura de luto e de remorsos, as entidades vão contribuir para este Estado de Espírito no Alvo, criando ai a ilusão de que o turbilhão de sentimentos que foram vividos, bem como estes mais recentes resultam do facto de que o Alvo ama mesmo o Comendador, e que no fundo de si sempre nutriu um sentimento especial pelo Comendador, só que nunca se tinha apercebido de tal facto. É claro que isto varia consoante o tipo de trabalho, mas estou a generalizar para melhor se perceber as diferentes etapas.
O crucial a perceber neste 1º Momento da 3ª Fase é que o Alvo deste luto, vai tomar todas estas experiências interiores como sinal de que se encontra apaixonado ou de que no fundo sempre sentiu uma ligação especial para com o Comendador.



2º Momento: Tomada de Consciência

Este é talvez a par da 2ª Fase a etapa mais delicada de toda a Amarração.

Quando o Alvo termina o luto e inadvertidamente vê-se com alicerces fortes não só naquilo que Deseja mas naquilo que está disposto a fazer por si na direcção de actualizar a relação com o Comendador, que o edifício pode colapsar.

Geralmente esta fase inicia-se não só com o término do luto, mas principalmente com um 2º bom contacto entre Alvo e Comendador. Aqui refiro segundo bom contacto, mas isto não é mecânico ou factual, pode antes ter havido vários bons contactos entre Comendador e Alvo, até porque estas fases variam de caso para caso. Mas, regra geral, aquilo a que denomino 2º Bom contacto como a atitude do Alvo para o Comendador similar em parte a uma disposição diferente que o Comendador sentiu na presença do Alvo no 1º contacto.

Aqui o próprio Alvo vai viver dois momentos especiais:

  1. Momento de averiguação: ou seja, se efectivamente aquilo que sentiu no último momento, sugerido pelas Entidades, de que efectivamente sempre nutriu algo especial pelo Comendador, se verifica. Isto é, o Alvo vai querer contactar o Comendador e tirar uma espécie de prova dos nove, verificando se aquilo que sentiu nestes últimos tempos é mesmo assim.
  2. Tomada de consciência: após a averiguação, o comendador vai-se questionar do porquê de estar a viver tudo isto agora. E geralmente traz à memória toda a história da relação, especialmente esta intensidade que muito recentemente se abateu sobre ele. Aqui ele vai seguir um de dois caminhos:
    1. Confia e acredita que tudo isto é legítimo, e uma espécie de revelação sem causa procedente daquilo que sempre esteve adormecido no seu coração;
    2. Desconfia e vai querer aprofundar a legitimidade de tudo isso.

No momento de averiguação é importante que o Comendador pareça natural, e completamente descontraido, o Comendador não pode vir com altas declarações de amor, ou parecer demasiado ansioso. Deve permanecer como sempre foi. Geralmente esta etapa costuma correr bem.

Agora, o grande problema advém do momento de Tomada de Consciência, já vi amarrações fracassarem neste ponto, e algumas pessoas a contactaram-me para saber se tinham sido ou se estavam a ser victimas de algum tipo de Magia sobre elas.

Esta etapa é muito sensível e delicada, é aqui que o Alvo pode perceber que tudo isto é uma ilusão criada pelo Mau Espírito. Geralmente pessoas que crêem nas Entidades, aliado à sua resistência interna conseguem desmascarar toda a trama que sobre elas tem vindo a ser tecida. Se isso acontece pode ser o fim, mas não necessáriamente. Aqui é importante trabalhar com uma boa entidade em ordem a garantir uma certa mestria sobre o Alvo. Ao mesmo tempo um Comendador diligente e empenhado também consegue contribuir para o salvamento da situação.

Agora os leitores podem compreender tudo aquilo que havia explicado sobre a resistência dos Alvos. Esta é o período em que tudo pode ruir, quando tudo estava a ir bem.
Esta fase crítica pode até durar muito tempo como um mês ou dois, a coisa pode parecer que parou aqui, esta é uma fase muito delicada para o Alvo. Por causa disso, é que os leitores podem agora perceber aquilo que vos disse sobre a Resistência do Alvo no que diz respeito à Ascése e Mortificação, aqui os Alvos resistentes, não seguem o que sentem, e conseguem dizer Não aos seus apetites e desejos, porque podem ser atentos o suficiente para perceber que nem todos os nossos desejos e apetites vêm do Bom Espírito.
Mas também como referi nesse mesmo post a maior parte das pessoas, com o evoluir da nossa sociedade pós-contemporânea, estão cada vez menos resistentes, mas de vez em quando lá se vão descobrindo alguns casos.

3ª Momento: Momento da Consolidação

Geralmente os Alvos, acreditam e seguem em frente, quando este pico da montanha é ultrapassada, então os alicerces transformam-se em Solidifacações.

É nesta altura que entramos no 3º Momento o de Consolidação. Agora com os alicerces em ordem, com o Alvo inadvertidamente a ser amarrado na teia, e com a superação das suas desconfianças e temores é altura de começar a consolidar a relação, é nesta altura que mais fácilmente do que outrora o Alvo vai procura actualizar com empenho o desejo de uma relação mais forte, com um vínculo superior. 

Aqui o Comendador já pode começar a esticar-se junto do Alvo, aqui já pode dar tudo. É nesta altura a etapa perfeita para o Comendador abrir o seu coração junto do Alvo. Aqui o importante é permitir com que o Alvo tenha espaço para se empenhar na Actualização da Relação e possa viver um Sonho de Felicidade.

4º Momento: Momento da Amarração do Vínculo

Com a relação alicerçada, solidificada e consolidade, é a altura para o último golpe das Entidades, e o período final da Amarração, é quando os desejos de relação futura chegam ao máximo, e quando a relação e consequentemente o vínculo entre os dois é Actualizado no seu Máximo. E por assim dizer o vínculo está conseguido, e o Alvo encontra-se definitivamente Amarrado ao Comendador.

Para se chegar a este ponto, como os caros leitores tiveram oportunidade de ler, é preciso ultrapassar diferentes fases, lutas, altos e baixos.

O tempo necessário para aqui chegar depende de todas as variáveis que tenho vindo a explicar e a aprofundar, mas pode variar no mínimo dos mínimos 1 Mês e Meio; em média entre 3 a 5 Meses; o caso mais demorado que tive foi um 1 Ano e Meio.

Neste caso mais demorado, tive um Comendador espectacular, que apesar do Alvo ser resistente e a entidade ter sido fraca, soube escrupulosamente seguir as indicações e viu-se ele e eu recompensados quando ao final de tanto tempo conseguiu o pretendido. Quando menos se pensava que a coisa podia não estar a ir, ele sentia o encosto da Entidade nele, e formou uma boa equipa por assim dizer com a Entidade. Foi talvez de todos os casos o que me deixou mais feliz, mais até do que aqueles que são rápidos e onde tudo fica resolvido em pouco tempo.

Este post já vai longo, no próximo vou colocar bibliografia que penso ser útil, assim como responder a questões e aprofundar ainda alguns temas.


 Amarração ou Amarrações : Feitiço e Magia do Amor - Tudo aquilo que precisa de saber (Parte 11: O Pós-Amarração - Magia do Amor)



Tendo em conta o conteúdo dos últimos posts será agora importante abordarmos o Pós-Amarração. Ao contrário do que se pensa, não é com o término do trabalho e com o respectivo sucesso, e a isto refiro-me ao Comendador alcançar o que pretende do Alvo, que tudo se pode dar por terminado e encerrado. Existem ainda certas coisas a ter em conta.

Para melhor explicar a fase do pós-Amarração deverei desmistificar três mitos, que designo por Mito dos 7 anos; Mito da Infalibilidade e o Mito do foram Felizes para sempre:
  1. Mito dos 7 Anos: este é um mito muito difundido entre as pessoas, a saber, o mito de que as amarrações têm um prazo de validade. Chamo-lhe Mito dos 7 Anos porque não só as Amarrações bem sucedidas não têm prazo de validade, pois Magia não é como um pacote de leite que se corrompe ao fim de algum tempo, bem como a data de validade da amarração encontra-se muito generalizada como tendo duração de 7 Anos.
    A origem deste mito está no meu ponto de vista relacionado com duas coisas:
    1. Primeiro, o número 7 na antiguidade clássica e nomeadamente na cultura Hebraica donde virá a brotar o Cristianismo é considerado o número da perfeição. Tanto que aquele símbolo judeu que ainda hoje surge no parlamento de Israel e também é o símbolo do Estado de Israel, a saber, o candelabro com sete velas (Menorá) encontra no número 7 a legitimidade da sua perfeição. Creio que este simbolismo aliado a uma concepção Romântica (de história cultural) de que uma Amarração era sempre perfeita, pode ter levado a uma mutação onde vem surgir o mito de que as amarrações têm 7 anos de validade.
    2. Segundo, que no meu ponto de vista contribui para este mito foi o facto de algumas amarrações mesmo que bem sucedidas, tenham visto o vínculo da relação reduzido ao ponto de que a relação veio a terminar (irei mais à frente explicar isto).
  2. Mito da Infalibilidade: tal como o nome indica este mito pressupõe que após uma amarração bem sucedida, a relação entre estas duas pessoas é completamente infalível, a tal ponto, que o Alvo torna-se uma espécie de susserano do Comendador, completamente cego ao contexto da relação. Este Mito está relacionado com um mito que expliquei em posts anteriores, a saber, o Mito de que a Magia é Milagreira.
  3. Mito do foram Felizes para sempre: este é um mito intrinsecamente relacionado com o Mito da Infalibilidade. Este mito é o de que após uma amarração bem sucedida tanto o Comendador como o Alvo vão experimentar uma felicidade perfeita e eterna sem baixos até ao final das suas vidas. Este mito inconscientemente difundido faz levar as pessoas a pensarem que encontram na Magia algo que é uma Utopia dos Relacionamentos, a saber, uma relação perfeita de pura felicidade onde não há espaço para qualquer baixo ou acontecimentos que possam abalar a relação.

Uma vez tendo presente estes três mitos, podemos compreender que quem promete tudo isto a uma pessoa que pretenda uma amarração não está a ser inteiramente claro com essa pessoa e que certamente esta no final se irá encontrar defraudada.

Mas tal como disse no ínicio deste post, é preciso compreender o Pós-Amarração, etapa igualmente importante para se perceber onde se encontram estes Mitos e saber como os ultrapassar.

Quando a Amarração é bem sucedida e o Comendador alcança os objectivos que pretendia com a Amarração dá-se início a uma nova fase, já não tanto como Amarração, mas como Relação entre 2 pessoas.

Mesmo com uma Amarração bem sucedida, e se for o caso, se der início a uma relação amorosa entre Comendador e Alvo, esta relação está sujeita às mesmas vicissitudes das relações amorosas naturais. Contudo, não é inteiramente igual às naturais, isto porque os Alvos foram trabalhados, quero dizer que aquilo que a minha experiência me tem indicado que se o Comendador fizer o que lhe compete tenho encontrado as relações com recurso à Amarração bem mais sucedidas do que as Relações Naturais, mas isto depende em parte da motivação e empenho do Comendador, muito mais do que o próprio Alvo que já foi polido.

Uma relação que tenha brotado de uma Amarração, contínua a encontrar os mesmos desafios de uma relação natural, a saber:
  1. Lidar com os problemas domésticos;
  2. Lidar com os problemas quotidianos;
  3. Lidar com a divisão de tarefas;
  4. Lidar com a educação dos filhos;
  5. Lidar com a divisão das contas monetárias do casal;
  6. Lidar com a alimentação da relação;
  7. Lidar com a monotonia do enamoramento;
  8. Lidar com as opções estratégicas do casal, por exemplo: investir aqui ou ali, mudarem-se para outra casa, etc...
  9. Procurar a harmonia e empatia no casal;
  10. Procurar em crescer os níveis de confiança entre ambos
  11.  etc., etc..

Contudo, e dependendo do tipo de Amarração as vantagens sobre uma relação natural são:
  1. O Alvo estará mais disposto a abdicar de certas posições que entenda como preferencias suas;
  2. O Alvo será fiel a nível sexual e psicológico;
  3. O Alvo ao contrário de muitas pessoas, não procurará planos alternativos quando for contrariado;
  4. O Alvo não desistirá do Comendador quando este fracassar ou estiver vulnerável;
  5. O Alvo não procurará planos sem a presença do Comendador;
  6. O Alvo confiará no Comendador;
  7. O Alvo lidará melhor com a monotonia do enamoramento da relação;
  8. O Alvo será mais tolerante com as divisões de tarefas;
  9. O Alvo será mais condescendente com as opções estratégicas do casal em que ocorra desentendimento;
  10. O Alvo tenderá a ser mais fiel nos obstáculos de várias ordens que se possam colocar na relação do casal.
  11. O Alvo será forte a intrigas externas que procurem quebrar a relação do casal.
São muitas vezes estas vantagens que levam pessoas casadas a procurarem salvar os seus casamentos com recurso a uma Amarração, coisa que vimos no post sobre a História Medieval das Amarrações. E que levam pessoas que já mantêm uma relação natural com o Alvo a procurarem mesmo assim uma Amarração em ordem a consolidar a mesma.

Contudo, apesar destas vantagens, uma relação que tenha a sua origem ou prolongamento com uma Amarração também pode cair e desmoronar-se, e para isso os Comendadores têm de ter o máximo respeito. Quando o Comendador, sabendo o que quer e deseja, procura alcançar os seus objectivos com uma Amarração, em regra geral, costumam dar ao Alvo uma vida muito feliz, mesmo com os precalços que todas as relações encontram. Para isso o importante é como diz a definição de relação em Ágape serem Tudo para o Alvo como o Alvo será Tudo para Eles. No fundo o amor é isso, a capacidade de entrega altruista e generosa ao outro.

Apesar disto, e infelizmente, às vezes assisto a borradas dos Comendadores que conseguem por um fim à relação. Uma boa chave para perceber como uma relação pode terminar é evitar que o Comendador faça algo que possa levar de alguma forma o Alvo a Odiar o Comendador.
Para mim esta é a Chave de Ouro para se não quebrar aquilo que a Amarração Uniu. Digo isto desta forma, porque cada pessoa é um evento único e irrepetível, assim cada um é como cada qual, desta maneira existem coisas que os Alvos são mais sensíveis do que outros.

Agora isto é muito importante, quando um Comendador passa a fronteira e gera Ódio no Alvo vai haver uma ruptura, e tal como expliquei no post anterior sobre os Alvos, é muito díficil se não impossível que uma Amarração resulte se o Alvo Odeia o Comendador. Por isso, é que infelizmente tive alguns casos de Comendadores que borraram a pintura totalmente, os Alvos os odiaram e tive que lhes dizer que se o Ódio foi tão profundo do Alvo ao ponto de se separar do Comendador, uma nova Amarração não irá trazer de volta o Alvo. Um Alvo que odeie o Comendador não cairá numa Amarração.

Para concretizar e exemplificar, os casos em que uma Amarração pode dar origem a uma separação encontram-se quando o Comendador pode fazer alguma destas coisas, não esquecendo a Regra de Ouro que em cima expliquei e que pode não se materializar em algumas destas acções:
  1. Agredir fisicamente o Alvo;
  2. Agredir verbalmente o Alvo;
  3. Agredir psicologicamente o Alvo;
  4. For sexualmente infiel ao Alvo;
  5. Mesmo que não tenha sido sexualmente infiel ao Alvo, ter dado algumas confianças nesse sentido;
  6. Roubar dinheiro ao Alvo;
  7. Agredir ou maltratar de alguma forma os filhos do Casal, ou os filhos do Alvo;
  8. Desprezar o Alvo;
  9. Prender o Alvo e não lhe dar espaço (físico ou psicológico);
  10. Contrariar sistematicamente o Alvo;
  11. Longas ausências do Alvo (não me refiro a pessoas cuja profissão os leve a estar longe do companheiro por muito tempo, mas tive um caso de um Comendador que deixava o Alvo em casa a cuidar dos filhos e passava semanas sem vir a casa, sem qualquer justificação)
  12. Ter algum tipo de vício que repugne ao Alvo, os mais comuns são Alcoolismo e Toxicodepêndencia (mesmo com drogas leves). Uma vez tive um caso de um Comendador que não sei bem a fronteira para lhe chamar alcoólico ou não, diguemos que gostava da pinga. Apesar disso nunca foi agressivo ou violento para com o Alvo, mas como o Alvo tinha tido um pai que era Alcóolico e que maltratava a mulher e os filhos, o Alvo desenvolveu ao longo da sua vida um Ódio pelo Álcool causa do Alvo Odiar o facto do Comendador Beber.

Como tal, agora os leitores podem melhor perceber o porquê de uma relação entre Comendador e Alvo baseada ou reforçada com uma Amarração não ser à prova de bala. E isto não significa que a Amarração tenha prazo de validade, mas que existem limites que não podem ser ultrapassados. Muitas pessoas ingénuamente pensam que uma vez Amarradas podem fazer o que lhes apetece que a relação está segura mas a verdade é que não é assim. Felizmente esses casos que tive foram poucos, mas para mim mesmo esses poucos foram muitos.

Com respeito ao Mito do Foram Felizes para sempre, e apesar das vantagens para o Comendador de uma relação baseada ou reforçada numa Amarração, vão sempre surgir em algum ponto atritos entre o casal, discussões, desentendimentos. Isso é uma coisa que nenhuma Magia alguma vez poderá apagar, a história de uma relação entre duas pessoas é feito dessas coisas.
Não existem relações perfeitas, isso é uma Utopia, e quem prometer que faz uma Amarração que dê uma relação perfeita está a mentir. Como expliquei tem as suas vantagens, mas essas nunca poderão apagar coisas que são normais nas relações.

Contudo, devo salientar que também existem desvantagens entre uma relação brotada ou reforçada por uma amarração comparativamente com uma relação natural:

  1. Os Alvos tendem a ser mais possessivos e ciumentos;
  2. Os Alvos apresentam maior desconfiança e receio sobre algo que pensem poder dividir e separar o casal, e reagem de forma mais efusiva a isso. Para exemplificar, uma vez tive um caso de um Comendador cuja mãe não gostava do Alvo, a mãe nunca soube que o Comendador tinha feito uma Amarração com o Alvo, ambos casaram-se contra a vontade da mãe do Comendador. O Alvo não se inibiu de responder à letra, às vezes pelo que me constou, até de forma mais irascível sobre a mãe do Alvo quando esta mandava as suas «bocas» sobre o casal ou tentava minar a mente da mãe. Tive um outro caso de um Comendador que estava apaixonado pelo Alvo, realizou-se uma Amarração entre os dois e eles casaram-se. A certa altura o Comendador arranjou emprego numa empresa onde tinha por colega um ex-namorado, o Alvo temendo uma reaproximação dos dois foi literalmente fazer uma «peixarada» à porta da Empresa sob o ex-namorado do Comendador.

Expliquei isto porque é importante também ter em conta algumas desvantagens e tendências dos  comportamentos do Alvo face ao Comendador.

Isto porque, muitas vezes e devo mencionar isto alguns Alvos tornam-se obsessivos. Quando assim acontece o Comendador procura-me para desmanchar o trabalho, coisa que também é possível. Isso geralmente acontece quando o Comendador quer divorciar-se ou separar-se do Alvo, e como é compreensivel este último não reage bem e não pretende a separação.
Tenho sobretudo observado isso quando o Comendador, apenas deseja o Alvo por capricho e não por amá-lo ou acreditar numa relação a dois com o Alvo. São geralmente esses comendadores que me vêem procurar o desmancho do trabalho. Como digo, cada caso é um caso, e neste nosso mundo há muita variedade para muitos casos diferentes.

Este post já vai longo no próximo post vou desenvolver alguns temas de posts anteriores.


 Amarração ou Amarrações : Feitiço e Magia do Amor - Tudo aquilo que precisa de saber (Parte 12: Os Casos Raros e Especiais da Amarração - Magia do Amor)



Tendo em mente o conteúdo dos últimos posts poderemos agora avançar para casos mais complicados. Toda a informação que tenho vindo a explicar estará presente de forma mais desenvolvida nos livros que estou a escrever. Mas penso ser importante agora falar dos casos mais complicados e complexos.

Até agora temos visto como se processam as Amarrações de forma linear, em ordem a melhor compreender o que é uma Amarração ou Magia do Amor, e como ela funciona. Agora será importante introduzir mais algumas variáveis.

Da minha experiência são mais as variáveis que não sabemos do que aquelas que sabemos. Regra geral, as variáveis que não conhecemos não causam grande transtorno e podem ser facilmente ultrapassadas mas infelizmente nem sempre é assim. Por causa disto este post vai abordar os casos especiais, isto é, os mais complicados e complexos que vou dividir em 8 categorias que vão ser sucessivamente abordados:
  1. Quando o Alvo é altamente influênciado por uma pessoa amiga ou familiar e que pode comprometer a Amarração;
  2. Quando o Alvo já se encontra numa relação amorosa que tanto pode ser um namoro ou um matrimónio com uma terceirra pessoa;
  3. Quando ou o Alvo ou o Comendador ou mesmo Ambos foram víctimas de algum tipo de trabalho, tanto à relação como à própria pessoa;
  4. Quando o Alvo ou o Comendador se encontram enquadrados dentro do plano das Entidades;
  5. Relacionado com o último ponto, quando o Alvo ou o Comendador são Vocacionados;
  6. Quando o Alvo sofre de algum problema ou desordem mental e psicológica;
  7. Quando ou o Alvo ou Comendador se encontram numa situação muito rara;
  8. Quando é «Sem Causa Procedente»

(1.) e (2.)

Então, em primeiro lugar vamos considerar que o Alvo encontra-se sempre como qualquer pessoa neste mundo numa teia de diferentes relações, onde entre elas encontra-se a sua relação com o Comendador. Fiz este diagrama simplista para exemplificar:

Diagrama da teia de relações em que se encontra o Alvo. As setas de diferentes tamanhos são abstrações dos diferentes tipos de vínculos que o Alvo mantém com as pessoas que o rodeiam.

 Agora, será importante considerar que os casos mais complexos dizem respeito a quando esta teia de relações, a saber, o contexto único em que o Alvo se encontra pode ser um obstáculo ou uma dificuldade ao processo de Amarração. Vamos agora considerar os seguintes casos:

Diagrama da influência por parte de alguém com forte vínculo ao Alvo para prejudicar uma relação, ou ser obstáculo à mesma. Clique no Diagrama para fazer zoom.
Diagrama de quando o Alvo já tem uma relação amorosa forte ou quando está atraido e deseja uma relação amorosa forte com uma terceira pessoa.
  1. Quando o Alvo é influenciado ou tem um vínculo forte com alguém que pode ser um obstáculo à Amarração. Estes casos são mais frequentes de acontecer quando alguém perto do Alvo podendo ser um familiar próximo (exemplo o Pai ou a Mãe ou até algum irmão, etc.) procuram influenciar negativamente o Alvo na direção do Comendador.
    Também pode acontecer que essa influência negativa pode advir de algum amigo(a) que exerça pressão de alguma forma que tanto pode ser no sentido de afastar o Alvo do Comendador como pode ser de o querer aproximar de outra pessoa.
    Um caso frequente costumam ser aqueles «amigos» que procuram influenciar o Alvo na direção da pessoa A ou B.
  2. Quando o Alvo já tem uma relação amorosa forte que tanto pode ser com um namorado(a) ou se o Alvo já se encontra casado, ou então se o Alvo se encontra atraído por uma outra pessoa.

Estas situações podem dificultar o processo de Amarração, mas como já expliquei cada caso é um caso. Em qualquer uma destas situações a Entidade procurará começar por minar e diminuir a esfera de inflûencia sobre o alvo que têm estas pessoas.

Diagrama da dificuldade colocada à Amarração pela Esfera de Influência a que o Alvo possa estar sujeito. Quanto maior a área do círculo maior a dificuldade. Clique para Ampliar.


Por causa disso, e seguindo o lema que já expliquei num outro post: «Fazer o Máximo com o Mínimo». Ou seja, em muitos casos não é preciso sequer fazer um trabalho anterior a este e na amarração simples a entidade consegue superar essa situação, é claro que isto não dispensa as anteriores variáveis como a própria projecção de força no trabalho ou uma entidade mais superior.

Contudo, nem sempre é assim, nos casos que possam parecer mais difíceis, temos duas opções:
  1. Ou reforça-se o trabalho projectando mais força nele, ou então apostando numa Entidade Superior;
  2. Ou para se ter uma garantia superior do sucesso do mesmo procede-se à realização de um trabalho anterior ao de Amarração com o intuito de cortar aquele cordião umbilical que liga o Alvo das influências que podem comprometer o trabalho.
Este trabalho com vista a (2.) pode ser feito de diferentes modos e de diferentes tipos, tanto pode ser algo simples como um mero desmancho ou envenenamento da relação que o Alvo mantém com pessoa X. Ou então pode ser algo mais complexo e superior que passa não só pelo afastamento mas pela criação de um hiato entre essas pessoas. Geralmente este último procedimento é recomendado quando a esfera de influência entre a pessoa X e o Alvo é muito grande.
Então um trabalho de Amarração entre Comendador e Alvo que esteja sujeito a estas variáveis pode encontrar a necessidade da realização de 2 trabalhos para melhor se alcançar o fim a que se pretende.


(3.) Quando ou o Alvo ou o Comendador ou mesmo Ambos foram víctimas de algum tipo de trabalho, tanto à relação como à própria pessoa;


Contudo, dentro dos casos especiais existem ainda uns mais complicados e delicados para se lidar.

Entre esses acontecem casos em que ou o Alvo ou o Comendador foram previamente victimas de algum tipo de Trabalho. Dentro desta categoria já vi muita coisa e vou agora mencionar os principais:
  1. Quando o Comendador e o Alvo tinham uma relação forte e esta foi desfeita com recurso a um trabalho;
  2. Quando o Comendador e o Alvo tinham uma relação forte e esta foi desfeita com recurso a um trabalho, e uma terceira pessoa Amarrou-se ao Alvo (similar àquilo descrito em cima mas desta vez o Comendador e Alvo encontram-se em lados opostos);
  3. Quando o Comendador ou o Alvo não têm uma relação forte mas algum deles foi víctima de algum trabalho. É importante ter em conta não só o tipo mas também a força desse trabalho, podendo encontrar-se algum destes:
    1. Imprecação;
    2. Maldição;
    3. Contaminação;
    4. Pregação;
    5. Cessação;
    6. Forma menor de Possessão;
    7. Desmancho;
    8. Amarração;
    9. Diminuição;
    10. Altercação;

Mesmo nestes casos às vezes basta apenas a Amarração para a coisa funcionar e o Comendador alcançar o que pretende seguindo o lema: «Fazer o Máximo com o Mínimo», outras vezes é necessária outra abordagem.
A abordagem mais comum nestes casos, e volto a recordar que «cada caso é um caso», passa por começar por retirar os obstáculos, nestes casos seria necessário limpar aquilo que previamente foi feito. Este tema dará uma série de posts em que mais à frente explicarei como isso se processa, mas por agora irei resumir que devem seguir-se três passos:
  1. Identificar o problema, esta identificação passa por saber em concreto o que é que foi feito;
  2. Relacionado com o ponto anterior, e caso se verifique haver algo, saber o nome da Entidade responsável por aquilo que foi feito (devo salientar que apesar de ser possível saber a proveniência do ataque, nem sempre isso é possível)
  3. Sabendo o que foi feito e a Entidade empregue para tal, remover a Entidade. Ao contrário do que o senso-comum pensa isto não é uma luta entre Entidades. Ou seja, entre as entidades não existem lutas como se de um videojogo se tratasse, aquilo que pode acontecer é uma espécie de licitação que pode ser resolvida de dois modos:
    1. Saber o que a Entidade Hostil pretende para parar de fazer o que está a fazer ou para desmanchar o que foi feito, trata-se então de oferecer mais do que aquilo que foi previamente oferecido;
    2. Ou, procurar uma Entidade topo de hierarquia superior em ordem a dar comando de suspensão do trabalho que havia sido feito
Com respeito a isto, convém atender o que anteriormente foi dito sobre o escalonamento hierárquico das Entidades.
Uma vez com aquele procedimento realizado pode-se então concentrar-se no trabalho próprio da Amarração ou Magia do Amor.


(4.) e (5.) Quando o Alvo ou o Comendador se encontram enquadrados dentro do plano das Entidades, e quando um deles é um Vocacionado


Outro caso ainda especial e mais raro é quando Alvo ou Comendador se encontram de alguma maneira ou forma dentro dos planos das «Entidades». Bom este é um tópico polémico e de díficil explicação. De forma muito rara e sem saber muito bem o porquê e o como, nós vivemos dentro desta enorme «trama», alguns preferem «tragédia» da própria existência. Este tema enquadra-se mais dentro da interação e relação das Entidades connosco, do que própriamente dentro das «Amarrações». Este brota de um mistério quase tão antigo como a própria humanidade, se observarmos a própria Magia teve origem quando o homem começou a compreender de forma revelada esta nova dimensão da sua existência e da sucessão de interacções.

Foi muito em parte devido a esta interação que as «Entidades» viram-se enquadradas na nossa cultura, e na nossa tentativa explicativa de as compreender e melhor entender, nos paradigmas religiosos de então.

Qualquer um de nós na «Cultura Ocidental» (vou dizer assim para simplificar), estou influenciado pela narrativa «Ocidental», influenciada por si na «nossa tradição religiosa», que nos informa de que as «Entidades», de sua designação cultural e popular como «Demónios», que têm nome de origem Grega, mas cujo nome perdeu o contexto de inteligibilidade que lhe conferia sentido, vêem ao mundo pelo facto de se terem revoltado contra Deus (sendo que este «Deus» é concebido segundo a nossa tradição religiosa ocidental), pelo que cairam no «Mundo» e, que por sua vez, vieram habitá-lo connosco e desde então eles «governam o mundo», pelo que toda a sua acção no mundo visa «afastar os homens da verdadeira adoração a Deus» e, consequentemente, os planos que para nós têm incluem este fim último.

Ou seja, na nossa cultura ocidental esta é a versão normal ou tradicional na qual enquadramos as Entidades na coabitação da existência connosco. Contudo, se formos ler esta mesma história no contexto Grego original, ou no contexto Egípcio original, ou no contexto Extremo Asiático, ou no contexto Indo-Americano, ou mesmo no contexto do Médio Oriente, encontramos similitudes ao mesmo tempo grandes diferenças.

A nossa explicação «Ocidental» para este facto deriva em última análise de uma explicação «Religiosa» que apesar das mutações tem toda a sua explicação no povo Hebraico e no início da Tradição Religiosa Hebraica.

Se me perguntarem, pessoalmente essa narrativa de explicação das «Entidades», na verdade não têm como fim último «explicá-las», mas somente o de ASSUSTAR as pessoas em ordem a serem mais facilmente MANIPULADAS pela Religião Ocidental.

Apesar de reconhecer que este tema precisa até da minha parte maior esclarecimento por agora vou sintetizar nos seguintes pontos: que as entidades têm para alguns de nós certos planos isso parece assim ser, que esses planos são insondáveis para nós também me parece assim ser.
Mas, que apesar disso, NÓS NÃO ESTAMOS CONDENADOS AOS SEUS PLANOS, isto porque: AS ENTIDADES TÊM LIMITES e A EXISTÊNCIA NÃO ESTÁ PREVIAMENTE DETERMINADA, ou seja, NÓS POSSUÍMOS O LIVRE-ARBÍTRIO. Sendo que deste último ponto, o livre-arbítrio é um dos principais pontos pelo qual qualquer Magia, inclusive a da Amarração pode falhar. Em última instância as ENTIDADES NADA PODEM EM NÓS SE DISSERMOS VEEMENTE NÃO ÀS SUAS INSÍDIAS.

Para finalizar, com isto queria dizer que as pessoas para as quais as Entidades têm planos, nenhuma Magia que tentamos lançar sobre elas que vá em direção oposta ao planos das Entidades irá resultar.

Consequentemente, e resultado disso, algumas pessoas são Vocacionadas ou para as seguir, ou para serem Magos, ou para fazerem algo que elas pretendam. Aos Vocacionados não são concedidos trabalhos que resultem se de alguma forma esse trabalho comprometer ou for em direcção oposta do plano das Entidades.

Por último, recordo que esses mesmos planos não estão determinados que resultem, eles podem não funcionar se apesar das suas insídias decidirmos em livre-consciência dizer que não.


(6.) Quando o Alvo sofre de algum problema ou desordem mental e psicológica;


Em verdade este tema devia de ter sido inserido no post sobre o alvo, mas eu preferi enquadrá-lo nos casos especiais.

Regra geral, nunca se deve lançar uma Amarração sobre um Alvo que tenha problemas mentais e psicológicos, pois a coisa pode simplesmente não funcionar. A Entidade para trabalhar bem sobre um Alvo precisa que este esteja mentalmente e psicológicamente saudável. Ao contrário do que se pensa as pessoas com problemas psicológicos e mentais não são mais influenciáveis às Entidades. Mas, bem antes pelo contrário, podem se tornar altamente imprevisíveis.

Além disso, e em regra geral, deve-se excluir sempre a realização de uma Amarração se o Alvo não é Mentalmente ou Psicologicamente São. 


(7.) Quando ou o Alvo ou Comendador se encontram numa situação muito rara;


Dentro desta categoria, vou colocar os casos muito mas muito raros que podem acontecer e que de certa maneira podem estar relacionados com os pontos anteriores.

Um destes casos, pode acontecer quando um obstáculo à relação do tipo (3.), é lançado pessoalmente por um outro Mago(a).

Conheço um caso em que uma Pessoa A estando unida a uma Pessoa B, viu o seu amado ser separado dela por Magia Negra e com a mesma Magia a Pessoa C amarrou-se à Pessoa B, sendo o raro deste caso que a Pessoa C é um Mago(a) tendo um pacto Tácito.

A tentativa de resolução de um caso raro deste tipo é que a Pessoa A através de um pacto Parcial consiga libertar a Pessoa B daquilo que foi sujeita, visto que o pacto Parcial da Pessoa A está explicitamente dirigido a conseguir esse fim, enquanto que o pacto Tácito da Pessoa C não está dirigido a esse fim(nem pode estar), e apenas a Pessoa C dele usou para realizar o que era necessário ao Desmancho e à consequente Amarração, e para isso não deu equivalente à pessoa A. Mas a pessoa A também tem a desvantagem de não ter um pacto Tácito coisa que pode também dar mais influência à Pessoa C.

Por isso este é um tipo de caso 50-50%.

(8.) Quando é «Sem Causa Procedente»

Este é aquele tipo de casos que pode ser de origem de alguns dos pontos anteriores mas do qual não se conhece a procedência da causa do porquê da Amarração não funcionar.

O meu mestre designava-os por «Sem Causa Procedente», uma designação Renascentista para casos nos quais parecia não haver «Causa Procedente» que levasse um caso a não resultar, ou a resultar de modo oposto ao pretendido. Estes casos são no entanto muito mas muito raros.

Este tipo de casos aplica-se a toda e a qualquer Magia.


Este post já vai longo, no próximo irei continuar a abordar a relação entre as Entidades e Nós.


Amarração ou Amarrações : Feitiço e Magia do Amor - Tudo aquilo que precisa de saber (Parte 13: A Ética ou Moral da Amarração - Magia do Amor)


Chegou agora a altura de falar de um tema que me parece importante a saber a Ética ou a Moral das Amarrações ou Magia do Amor.
AVISO: Saliento desde já que este tema é muito delicado, e que por motivos de espaço e para todos o perceberem decidi simplificar ao máximo. Devo desde já dizer que não procuro aqui fazer uma Apologia da Amarração, nem uma Condenação da Amarração. As minhas opiniões aqui expostas, não traduzem tudo o que penso e acho sobre o mesmo assunto. Apesar de poder vir a incorrer em riscos de má interpretação daquilo que aqui escrevi, considero o tema demasiado importante para ser ignorado. Por isso, prefiro abordar o tema do que simplesmente ignorá-lo mesmo correndo riscos interpretativos.

Antes demais é importante esclarecer um outro mito que já fui abordado ao longo dos posts, a que chamo do Mito da Negação da Liberdade.

Este mito basicamente diz que as pessoas que estão a ser Alvos de um processo de Amarração vêm o seu livre-arbitrio negado e consequentemente tornam-se uns meros Fantoches dos Comendadores, sem qualquer espaço para escolherem, vendo assim a sua liberdade completamente negada e aprisionada.

Como já tive oportunidade de ir explicando se há coisa que pode fazer com que uma Amarração não funcione é o facto do Alvo mesmo sobre acção das Entidades poder a qualquer altura dizer em consciência e de livre vontade Não às Entidades. Como já expliquei a nossa realidade é indeterminista, ou seja não está determinada e não é previsível. Na consequência disso, e da natureza da nossa própria subjectivadade um dos limites que em qualquer trabalho de Magia as Entidades possuem é o facto de não conseguirem remover a liberdade Humana.
Por conseguinte, a nossa liberdade é existêncial, e nenhum trabalho de Magia consegue negar este ponto. Numa Amarração bem sucedida o Alvo teve de dizer Sim à Entidade.
Consequentemente, um Comendador que se encontre a viver com um Alvo não está a viver com uma Marioneta, mas com uma pessoa Livre que disse Sim ao Trabalho mesmo que condicionada ou persuadida. Tanto é que como já expliquei num post anterior, se o Comendador fizer borrada pode ver o Alvo a afastar-se dele.

Prosseguindo é agora importante considerar como é possível o Alvo relacionar-se com o Comendador se não vê a sua Liberdade Negada.

Uma metáfora explicativa e um conceito que gosto de usar para explicar isto é o de Persuasão.
Portanto, todas as insídias e tentações das Entidades sobre o Alvo vão no sentido de Persuadir o Alvo não só a desejar uma melhor relação com o Comendador (consoante o tipo de trabalho), bem como a colocar o Alvo a Actualizar esses desejos numa relação real e concreta com o Comendador.

Vejamos, quando alguém se dirige a uma grande superfície comercial, a pessoa está a ser persuadida através de cores, imagens, ideias e sons a dirigir-se a determinados estabelecimentos comerciais. No fundo o trabalho do Marketing e Publicidade é esse mesmo, fazer com que as pessoas se interessem por um determinado producto e o desejem, com o intuito de depois darem o passo de não só desejá-lo como comprá-lo.
Esta persuasão é como já indiquei realizada através de Ideias que são transmitidas às pessoas. Quando observamos determinados anúncios publicitários a entidades bancárias em que mais do que falar do próprio Banco, aparece o mundialmente conhecido treinador de futebol José Mourinho a falar sobre si ou algum outro tema, vemos que a publicidade desta Entidade Bancária procura persuadir a obtenção de novos clientes transmitindo uma ideia de Segurança/Escolha Acertada/Confiança/Profissionalismo, etc...
Ou seja, estas ideias que são transmitidas não tanto pelas cores ou sons, mas pela presença de uma figura pública de competência reconhecida, são os meios pelos quais aquela publicidade procura não só que possíveis clientes tenham o desejo de depositar naquele banco a sua confiança, bem como para além do desejo o cheguem mesmo a fazer.
Em ambos os casos, seja o de alguém que vá a uma grande superfície comercial ou dos anúncios publicitários com figuras públicas que transmitem determinadas ideias, qualquer pessoa está a ser Persuadida não só a desejar bem como a tornar real o seu desejo.
E, no entanto, nenhum de nós está a ver a sua liberdade de decisão negada, nenhum de nós é um fantoche, porque apesar da persuasão somos nós que em liberdade temos a última palavra sobre aquilo que fazemos.

O mesmo acontece com as Amarrações, mudando apenas que a Persuasão é realizada por uma Entidade, e quando o trabalho é bem sucedido o Alvo apesar de manter com o Comendador um vínculo mais forte do que uma pessoa mantém com o seu Banco, o Alvo mantém a sua liberdade, isto porque o Alvo vem de livre-vontade (a saber, persuadido) a actualizar aquilo que foi levado a desejar com o Comendador.

Uma vez com isto em mente podemos agora prosseguir para a Ética.

Então, de forma bastante simplista até porque a Ética e a Moral têm muito que se lhe diga, vou resumir a Ética e a Moral, como a procura da Felicidade Pessoal ou Comunitária em Sociedade.

A Ética encontra-se e faz parte de diferentes dimensões da nossa vida, mesmo que não a tenhamos algum dia estudado. Ela encontra-se nos nossos costumes sobre o como se deve fazer e se se deve fazer, ela encontra-se nas nossas leis sobre o que é legal e ilegal, ela encontra-se na política sobre o que é comunitariamente certo e errado, ela encontra-se nos nossos comportamentos como bons ou maus e também se encontra na nossa mente, nos nossos projectos ou intenções como devo ou não devo.

Ao mesmo tempo e ao contrário do que o Homem durante muito tempo pensou, a ética e a moral encontram-se relativizadas no espaço e no tempo. Com isto quero dizer que não existe um conjunto de leis morais universais que todos os seres racionais (como Kant) devam ou não seguir. Ou seja, quero afirmar que a Ética e a Moral encontram-se circunscritas nas culturas em que crescemos e habitamos. Por exemplo, se for convidado para jantar em Portugal e chegar à mesa e comer aquilo que o anfitrião colocou no meu prato com as mãos (sem pedir autorização e com os talheres diante de mim) então o meu comportamento é moralmente errado pois estou a ser «mal-educado» é uma «falta de respeito». Contudo se eu for convidado para jantar em certas culturas da Indía e chegar à mesa e comer aquilo que o anfitrião me colocou no prato com recurso a talheres, então o meu comportamento é moralmente errado pois estou a ser «mal-educado» é uma «falta de respeito» (em certas culturas Indianas os convidados devem comer a comida com as mãos, como sinal de agradecimento pelo convite). 
Ou seja, aquilo que é certo ou errado de se fazer em determinadas situações depende da cultura em que estou inserido.

Mas para além de depender da cultura em que estou inserido, também depende dos valores que cada um tenha.
Hoje em dia muito se ouve sobre «crise de valores», esse termo é um equívoco. Na verdade, os valores não estão em crise, o que eles estão é a ser substituídos por valores que antigamente não eram considerados valores mas desvalores. Por exemplo, antigamente as pessoas tinham o valor de respeitar os mais velhos e cuidar ao máximo do pai e da mãe. Era impensável antigamente os filhos abandonarem os pais em centro de idosos e mal os visitarem. Contudo, hoje em dia vê-se infelizmente com frequência filhos que deixam os pais ao abandono quando estes se tornam inválidos. Em verdade, o que aconteceu não foi o desaparecimento do valor, mas a transferência do mesmo para a ideia de que «eles estão para morrer e dão trabalho, é mais importante seguir a minha vida em frente» (escrevi deste modo para simplificar). Ou seja, aquilo que antigamente era um valor hoje passou para alguns a ser um desvalor, e aquilo que antigamente era um desvalor (não cuidar de pai e mãe) passou a ser para algumas pessoas um valor.

Esta mudança e transformação dos valores deve-se em muito à mesma mudança na sociedade. Em grande medida, as transformações da nossa sociedade são as responsáveis pelas transformações dos valores.

Independentemente disso, cada pessoa comporta em si mesmo um conjunto de valores, e não me refiro àquilo que as pessoas proclamam mas àquilo que as pessoas fazem. Não é muito díficil abrirmos algum meio de comunicação social e observarmos políticos a fazer juramentos na sua tomada de posse e logo de seguida fazerem algum discurso em que enalteçam esses valores e logo de seguida abrirmos os meios de comunicação social e constatármos que estão a fazer exactamente o contrário daquilo que haviam proclamado. Será que os valores se alteraram em tão curto espaço de tempo? Não, só que existe uma diferença entre aquilo que se diz e aquilo que se pensa, e geralmente sabe-se aquilo que se pensa por aquilo que se faz.

Por conseguinte, todos nós temos uma tabela de valores (por assim dizer), que nos ajudam a alcançarmos o fim da Ética, a saber, a felicidade e para o fazer temos de viver numa sociedade, sendo que a sociedade nos ajuda a termos a nossa tabela de valores, ao mesmo tempo que a sociedade pode ser um obstáculo ou uma via para alcançarmos a felicidade.

Para exemplificar, todas as pessoas de uma maneira ou de outra buscam a felicidade, mas como já podemos compreender esta busca é informada pelos valores que temos e pelo que a sociedade possibilita.
Portanto, e simplificando, há pessoas para quem a sua felicidade passa por obter muito dinheiro e para elas a ganância ou riqueza a qualquer custo é um valor. Há ou outras para quem a sua felicidade passa por obter muito poder, e para elas o cinismo ou a agressividade pode ser um valor. Há pessoas para quem a sua felicidade passa por ter materialmente muitas coisas (mais ter coisas do que dinheiro, até porque como vários de vós, já devem ter conhecido pessoas que amontoam grandes quantias de dinheiro só por amontoar e não gastam em nada) e para quem a posse é um valor. Há outras pessoas para quem a sua felicidade passa por ter uma vida honrada, e para elas a virtude e a rectidão são valores. Há outras pessoas para quem a sua felicidade passa por terem uma vida ao lado da pessoa que amam e para elas a família e a fidelidade são valores. Há outras pessoas para quem a sua felicidade passa por fazer da sua vida um auxílio aos outros ou a causas, e para elas o altruismo e generosidade são valores. Etc... Etc... Etc...

Isto está explicado de forma simplista apenas para perceberem a imagem.

Como tal, se é Éticamente ou Moralmente correcto um Comendador desejar e realizar uma Amarração com um Alvo apenas depende do juízo e dos valores do Comendador.

A maior parte dos Comendadores que procuram estes trabalhos valorizam a relação. Contudo, convém ao Mago filtrar comparativamente com a sua própria tabela de valores, se deve ou não realizar determinado trabalho. Se é verdade que existem Magos que realizam qualquer trabalho e deixam o juízo moral a quem pede o trabalho, há outros que em consciência colocam barreiras naquilo que fazem ou não fazem.

Mas a verdade, é que ninguém pode condenar como a infração de uma lei universal uma Amarração quando o fim último da mesma é alcançar determinada relação com o Alvo, apesar de ser livre para o fazer. Em última instância, a moralidade ou não da Amarração assenta no juízo do próprio Comendador, pois regra geral é ele quem irá viver com o Alvo sabendo como em parte conseguiu isso. Agora, poder-se-á questionar: «Então e o Alvo?»
De um ponto de vista, o Alvo pode ser uma víctima, ele não pediu a Amarração disse «Sim» encontrando-se persuadido. Contudo, como expliquei no início deste post o «Alvo» é como a pessoa que está exposta à persuasão publicitária, eu não considero as pessoas que fazem compras em determinadas lojas ou aderem a determinados pacotes publicitários como «víctimas». Somente os considero «víctimas» quando aquilo a que foram «persuadidos» se tornou mau para os próprios.
Um exemplo disso é quando os «Comendadores» em vez de proporcionarem uma vida «boa» ao Alvo, cometem alguma borrada que leva à ruptura da relação. Ai eu considero a «Amarração» como moralmente errada.

Devo salientar, no final deste post que este é um tema muito sensível e delicado, que efectivamente necessitaria de uma maior reflexão. Em parte a minha opinião aqui exposta está sintetizada e tenho receio que conduza a interpretações erróneas ou igualmente simplistas. Não procuro defender as «Amarrações» como algo Moralmente Bom ou como algo Moralmente Mau. Principalmente, considero que a Avaliação Moral da mesma deve em Primeira Instância ser realizada pelo Comendador, e se for necessária Arbitrada pelo Mago(a).
Por último, é uma questão que ficará sempre em aberto: «Os fins justificam os meios?»

Amarração ou Amarrações : Feitiço e Magia do Amor - Tudo aquilo que precisa de saber (Parte 14: Respostas e Esclarecimentos das Dúvidas dos Leitores Amarração - Magia do Amor)

Neste post vou procurar responder às principais questões que me foram feitas sobre os posts aqui colocados. Infelizmente devido à escassez de tempo não tenho podido responder a todos os e-mails que me são enviados com questões sobre esclarecimentos sobre um ou outro ponto. Como tal, decidi agrupar as questões mais colocadas e aproveitar agora para as responder. Agradeço desde já a todos os leitores pelos imensos feedbacks e perguntas que tenho recebido, e que por motivos de tempo, não tenho podido responder pessoalmente.

ATENÇÃO: Este post também vai acarretar os seus riscos, visto algumas das coisas que aqui vou mencionar poderem ir contra algumas das crenças pessoais dos leitores. Aviso desde já que não quero faltar ao respeito a alguém, sendo que neste espaço procura-se respeitas todas as crenças.


Breve Prelúdio


O principal propósito deste Blogue é ser um espaço de divulgação e informação.
Infelizmente, tal como disse no início desta série de posts, existe uma grande desinformação. A própria internet que é uma ferramenta tão boa, acaba às vezes inadvertidamente por ser uma fonte não de informação mas de desinformação. Passo a explicar.

A História do nosso Conhecimento, é uma história percorrida por diferentes culturas ao longo dos tempos. As culturas nos seus múltiplos contactos, umas com as outras, trouxeram influências benéficas e prejudiciais. Regra geral, esta história do contacto multicultural trouxe mais benefícios do que prejuízos.

Se observarmos, em muitas áreas do Saber a troca de ideias provenientes de outras culturas trouxe avanços. Por exemplo, na área da Matemática desde a partilha dos algarismos, até à introdução do conceito de Zero (0), passando pelos primórdios da Álgebra, encontramos uma partilha de saberes oriundos de diferentes culturas que beneficiaram o nosso Saber Matemático.

Mais contemporaneamente, a área da Gastronomia beneficiou dos múltiplos costumes e combinações provenientes de diferentes culturas, hoje encontramos receitas e pratos com influências asiáticas ou africanas que ajudam a enriquecer a nossa própria gastronomia.

Contudo, nem sempre é assim, e por vezes é importante saber distinguir aquilo que enriquece pela mistura, daquilo que pode ser prejudicial e originar uma verdadeira salada.

Por exemplo, a presença excessiva com a respectiva imposição de uma determinada cultura com seus costumes sobre outra pode ser prejudicial quando esta última abraça de forma cega todas as suas práticas e inadvertidamente abafa as suas próprias origens culturais. Basta para isso ver como no início dos Descobrimentos os missionários católicos conseguiram subverter determinadas culturas ao seu modelos Europeu, separando algumas delas das suas próprias raizes e tradições. O processo começava na cristianização terminando numa aculturação.

Certas vezes quando o multiculturalismo é em demasia, pode-se dar uma tal assimilação ou combinação que pode descaracterizar diferentes culturas ao mesmo tempo. Por vezes, este processo pode ser positivo, outras vezes pode ser negativo.

Agora, já podemos chegar àquilo que pretendo transmitir no início deste post.
As ditas «Ciências Ocultas» em parte foram victimas deste processo de multiculturalismo de crenças, porque sofreram uma tal junção de combinações diferentes, que considero eu, as afastaram mais de um aprofundamento do conhecimento do que as aproximaram, focando principalmente a informação junto do grande público. Eu sei que esta minha declaração pode ser entendida de forma polémica, mas a enuncio apenas para exemplificar um fenómeno que o considero mais prejudicial do que benéfico nas «ciências ocultas».

Para exemplificar isto que estou a dizer e antes de aplicá-lo fiz este diagrama com o intuito de mostrar que de três distintas culturas: X, Y e Z; deram resultado num exemplo de multiculturalismo excessivo à cultura #.
Diagrama que exemplifica a origem da Cultura # como a soma indiscriminada de Crenças da Cultura X, Y e Z. Para perceber melhor este diagrama recomendo que clique na imagem para ampliar.



Com este diagrama pode-se perceber que o sistema de crenças da Cultura # pode ser descrito como
Cultura # = Crença A e F da Cultura X + Crença G e L da Cultura Y + Crença Q e R da Cultura Z

Agora no que é que isto diz respeito às «Ciências Ocultas» e mais precisamente às Amarrações? Bom isto é o Prelúdio que vos queria explicar, para que tenham em mente à maioria das questões que me foram feitas, pois elas em certo sentido brotam daqui. Isto resulta de forma ampla do facto das «Ciências Ocultas» serem um aglomerado de diferentes crenças, provenientes de diversas fontes, fundidas sem um critério que pretenda validar e demarcar as crenças legítimas das ilegítimas, ou seja, sem um critério que pretenda separar o trigo do joio, demarcando aquelas que efectivamente enriquem o património do Saber daquelas que não enriquecem, e que para além de redundantes são prejudiciais ao todo. E vamos agora perceber isso com respeito à maior parte das questões colocadas pelos leitores.

Algumas das perguntas dos leitores podem categorizar-se em três temas de fundo:
  1. Vidas Passadas e Reencarnação:
    1.  "Com uma relação a 0 neste mundo é possível uma amarração com alguém que tenhamos tido uma relação numa vida passada?"
    2. "De que forma uma amarração pode prejudicar a minha reencarnação?"
    3. "Existe a possibilidade de garantir uma amarração que perdure para uma futura reencarnação?"
  2. Energias e Espírito:
    1.  "Podia explicar o processo da fusão de energias do comendador e alvo no plano espiritual?"
    2. "E quando comendador e alvo não estão no mesmo plano espiritual é possivel unir as suas energias?"
    3. "É preciso que o comendador tenha tido relações sexuais com o alvo? Ouvi dizer que a energia sexual é eterna e que assim ajuda à união de energias eternas"
    4. "Preciso de renovar a minha amarração quando as energias cósmicas mudarem?"
  3. Médiuns, Poderes e Visões
    1. "Posso saber a resistência do alvo com recurso a um médium?"
    2. "Consegue-se saber o processo de amarração através de uma vidente?"
    3. "Pensei fazer uma amarração mas uma senhora disse-me que a pessoa que eu queria estava a ser protegida pelo falecido pai"
    4. "Um médium disse-me que é impossível a minha união porque tenho um encosto"
Decidi colocar aqui algumas das questões que inadvertidamente foram as mais colocadas, e que no fim de contas são aquelas que mais inquietam os leitores. A todos desde já agradeço as vossas questões.

Este tema é delicado, e agora poderão melhor o porquê de ter iniciado este post com aquele prelúdio.

Muitas destas questões têm raizes em crenças. Cada leitor e cada pessoa tem dentro de si o seu sistema de crenças. Muitas das «crenças» erróneas sobre as «ciências ocultas», resultam do facto de os leitores receberem desinformação. Esta desinformação brota principalmente do início da globalização, quando certos «autores do oculto» em vez de estudarem divulgaram de forma sensacionalista livros e coleções de ensaios com misturas de tudo e mais alguma coisa.

Não é díficil nenhum leitor se dirigir a uma livraria e encontrar nas estantes do «esoterismo» ou «ciências ocultas», montes de livros que tratam imensos temas de maneiras diferentes, muitas das vezes contraditórias entre si e que alegam ser a panaceia de todo o conhecimento «sobrenatural». Nós encontramos reencarnações, forças cósmicas, energias místicas, consciências quânticas, teorias da conspiração planetária, vidências, sonhos e calamidades, energias sexuais, etc....

Muitos destes temas e a maneira que são explorados resultam de um movimento apedidado de «New Age» ou «Nova Era» que resultam de uma mistura pela mistura de crenças sem critérios que procura pegar em temas de diferentes tradições, retirando-as do contexto que lhes conferia inteligibilidade, inserindo num novo contexto e procurando conferir-lhes inteligibilidade não pela sua ligação a uma narrativa cultural mas pela junção de outras crenças que perderam o contexto que lhes conferia inteligibilidade. Desse modo umas crenças suportam as outras, a imagem explicativa que me vem sempre à mente é o de uma Árvore sem raizes apenas feita da soma de ramos cortados a outras árvores. Para melhor exemplificar isso procurei uma imagem que mostrasse a ideia que vos quero transmitir:
Imagem Explicativa do movimento «New Age»


Infelizmente, o movimento «New Age» vingou e conseguiu infiltrar-se de forma bem sucedida nas «ciências ocultas» tanto que a maior parte dos livros que se encontram naquela estante de livros que vos expliquei é ele de uma maneira directa ou indirecta descendente da «New Age». Como tal, outra coisa que caracteriza a «New Age» para além do desenraimento são as constantes auto-contradições e incoêrencias das suas crenças.

Expliquei isto, porque nota-se nas questões feitas pelos leitores o enquadramento «New Age», não quero de alguma forma atacar os leitores, mas apenas evidenciar isto que pelas conversas que tenho tido não se apercebem da influência «New Age» das suas crenças.

Tendo isto por mente posso agora passar às questões.

Sinceramente, e sei que é a crença partilhada por muita gente, não creio e os grandes clássicos da Magia não crêem em Vidas Passadas e Reencarnações. Como tal às perguntas (1.1); (1.2); (1.3) a resposta é não.

Ao contrário do que vem escrito na maioria dos livros «New Age» a reencarnação não nasce apenas no Oriente com o Budismo e afins. Podemos ir para mais perto e observar que os Gregos já possuiam essas crenças, até o livro «O Fedro» do Platão que aqui já recomendei, quando chegam a meio do livro podem lá encontrar descrita a narração de como supostamente uma alma poderia ascender ao céu encontra outra a puxaria para a Terra para assim sucessivamente Reencarnar. A crença da Reencarnação não é algo puramente oriental. Curiosamente essas crenças nasceram do facto dos nossos antepassados não terem um pensamento temporal linear.
Passo a explicar, só recentemente é que na história da humanidade o tempo foi concebido enquanto linear ou seja similar a uma recta que parte imaginemos do 0 e caminha em linha recta em direcção a (+oo) sem tocar no ponto de origem. Para os nossos antepassados, eles observavam o mundo à sua volta como um enorme cíclo de repetições, para os gregos o facto de as estações do ano repetirem-se de forma cíclia, o facto das formas da lua também se repetir de forma cíclica, juntamente com o observarem o constante ciclo das colheitas, das pessoas e dos animais, em que uns morriam e outros nasciam, fê-los pensar que o tempo era como um enorme cíclo em que tudo estava condenado a repetir-se.
É desta repetição Grega que surge a ideia do Mito do Eterno Retorno, que no sex. XIX é retomado pelo fílosofo Nietzsche nos seus livros. Foi esta ideia que teve por detrás do surgimento da ideia de encarnação, que chega agora até aos nossos dias de forma completamente deturpada. Pessoalmente não creio na reencarnação, e respeito quem tenha tal crença. Por agora, não vou avançar muito mais neste tema, mais à frente irei dedicar um post somente a ele, mas por agora apenas vou afirmar que a resposta é Não. 


Com respeito às energias algo de similar acontece, as energias foram temas pegados de tradições antigas, juntas às emergentes ideias da física do princípio do sec. XX que formaram um cocktail de ideias sobre nós e energias, que mais recentemente viram a incorporação da mecânica quântica para cientificamente legitimar esta salada de ideias.
Como é obvío usam a mecânica quântica de forma abusiva daquilo que os modelos teóricos procuram representar, mesmo que actualmente na comunidade científica acha um conflito de interpretações sobre a mesma, não é preciso estudar-se muito para perceber que estas ideias das Dimensões Quânticas, e das Consciências Quanticas com as Energias Cósmicas e outros tantos proclamados pela «New Age» apenas é um tecido formado por linhas e padrões contraditórios.

Um dos problemas de responder a esta questão é como é que eu e o leitor compreendemos o conceito de «Energia». Para que um diálogo seja proveitoso, os interlucutores de um diálogo têm que concordar entre si no significado dos termos utilizados. Caso contrário como diz a expressão popular: «Misturamos Alhos com Bugalhos».
Vou tentar descrever o que entendo por energia começando de forma negativa, ou seja dizendo aquilo que não considero ser. Não considero «Energia» como um pseudo-existente Metafísico. Eu creio que o conceito de energia deva ser naturalizado, e descrito como a ciência o faz como Energia Cinética e Energia Potencial. Sendo estas dimensões exclusivas da matéria e das partículas que a constituem. Por isso mesmo e respondendo às questões que me foram feitas nada disso se verifica.

Secalhar para clarificar vou explicar a questão das relações de outra forma. Tal como havia dito nos posts em que tratei as relações, aqueles valores que exemplifiquei repito são apenas metáforas explicativas, e não metáforas factuais. Fiz este esquema para ser mais claro:



As relações entre as pessoas não são resultados de energias que têm de se fundir. Todas as nossas teias de relações encontram-se na nossa mente. É lá que temos as nossas memórias, assim como os sentimentos que experienciamos ao longo da vida. Tudo isso é vivido materialmente no nosso cérebro. Os vínculos entre duas pessoas acontece nos nossos cérebros e faz parte da nossa vida social e mental. O trabalho espiritual das Entidades em nós, é o resultado da estimulação mental/espiritual nas nossas mentes. Quando as Entidades fazem os alvos desejar, fazem-no através da estimulação mental. Quando somos persuadidos pela publicidade que expliquei no post anterior, a nossa mente é estimulada. Este estímulo resulta de processos internos, mas os processos internos acontecem porque fomos estimulados externamente.

Por isso é que não pode haver Amarrações com pessoas das quais não temos contacto nem relação, ou seja vínculo 0, porque as Entidades não têm matéria no Alvo para trabalhar. O facto do trabalho das entidades nos Alvos ser tão personalizado deve-se ao facto de que cada caso é um caso, cada pessoa encerra em si própria uma identidade única e uma narrativa pessoal. Dentro dessa narrativa, faz parte as pessoas da nossa vida, tenhamos ou não um vínculo forte com elas. É das memórias, da nossa personalidade e temperamento que as Entidades movem no sentido de persuadir o Alvo em direção a alguma coisa.

Os nossos vínculos não resultam de processos cósmicos energéticos, e muito menos de energias sexuais. Se observarem, caros leitores, pessoas com casamentos de 60 anos com muitos anos de relações sexuais praticadas entre elas, caso sejam victimas da doença de Alzheimer podem esquecer completamente quem foi o seu Amor e Companheiro de todo uma vida. Quando o cérebro e a função da memória fica irremediavelmente doente e afectada a própria identidade e narrativa da pessoa fica comprometida.

A história do vínculo entre duas pessoas nos seus altos e baixos, não resulta de energias e não é metafísica, é algo bem concreto e definido nos processos mentais de cada um. As entidades actuam em nós através da estimulação desses processos, e mesmo assim nos seus limites de interação nós nunca estamos completamente nus a elas.


Com respeito à última pergunta, a minha crença e a tradição da Magia revela que o Homem só consegue o que consegue com auxílio das Entidades. Eu sou igual aos leitores, não tenho poderes, não tenho visões. Ao contrário do que se pensa, a vidência só é possível mediante um universo determinista, a consequência de um universo determinista é que não existe liberdade ou subjectividade. Pois o universo determinista é aquele em que tudo está fechado porque tudo vai ser como é não podendo ser de outra maneira, não há espaço para a arbitrariedade ou para a indeterminação. Só é possível conhecer o futuro se ele estiver fechado e consequentemente receptivo a ser lido, pois já está «escrito» o que irá acontecer. Mas a experiência com as entidades revela nos seus limites a indeterminação do próprio universo.

Tal como disse à pouco, nem as entidades quando perscrutam o nosso interior são capazes de «ver tudo», nós não somos um cofre totalmente aberto a elas, e nós nunca conhecemos verdadeiramente o interior de uma pessoa. Aquilo que faz que uma pessoa seja única é ao mesmo tempo aquilo que tem de inacessível. Muitas vezes nós podemos calcular, estimar e prever o comportamento ou o modo de ser de uma pessoa, mas isso não é conhecimento é sempre um palpite que se pode ou não realizar.

Ao longo de muito tempo tenho conhecido imensos médiuns, e não estou a dizer que eles mentem propositadamente, acredito que muitas pessoas acreditam ter dons e agem de boa vontade. Mas tudo o que encontrei são pessoas convencidas de um dom que às vezes pode acertar outras vezes falhar consoante o grau de previsibilidade das suas crenças futuras. Mesmo acontecimentos pouco prováveis podem ser de antemão previstos sem haver verdadeira vidência. Por exemplo, as pessoas que acertaram nos jogos de azar como o Euromilhoes e outras lotarias cujas probabilidades são baixíssimas não sabiam de antemão que aquela iria ser a chave premiada, apenas tiveram palpites que felizmente para elas estiveram correctos.

Sei que este é um outro tema delicado que mais tarde aprofundarei. Mas a resposta é negativa a todas essas questões

Aviso desde já que não quero faltar ao respeito de alguém ou das suas crenças.

No seguinte post porque este já vai longo vou deixar Bibliografia que penso ser importante para se melhor compreender tudo aquilo que tenho vindo a escrever


Amarração ou Amarrações : Feitiço e Magia do Amor - Tudo aquilo que precisa de saber (Parte 15: Os Diferentes Tipos de Amarração - Magia do Amor)

 "A ti, senhora, eu trago esta coroa por minhas mãos tecida (...) recebe amada senhora, das minhas pias mãos, este diadema para os teus louros cabelos. Dentre os homens, só a mim é dada esta honra: conviver contigo e contigo trocar palavras, ouvindo a tua voz, mas sem ver o teu rosto." Hipólito em Eurípides


Chegados aqui e antes de terminar esta longa série de posts vou de forma simples abordar os diferentes tipos de Amarrações. Decidi não colocar no princípio este tema, porque me parecia mais importante em primeiro explicar como se processam e só depois falar dos diferentes tipos.

Se observarem a pertinência de eu ter começado esta saga de posts com a história das Amarrações ou Magia do Amor deve-se ao facto de com base nos conceitos Gregos, em parte donde se dá início a uma sistematização da Amarração ou Magia do Amor, podemos melhor compreender os diferentes tipos.

Comecemos então por observar que os tipos de Amarrações hoje em dia são similares às suas origens Gregas podendo dividir-se os tipos com respeito a duas caracteristícas:
  1.  À finalidade (ou tipo de vínculo a ser trabalhado).
  2.  À força ou meta que se pretende para a finalidade (ou tipo de vínculo).
Então podemos desde já compreender que os tipos de amarração se dividem ao longo dos três conceitos Gregos de Amor (ou relações), volto aqui a colocar essa informação presente desse post anterior:
  1. Philia (que pode ser conceptualmente traduzido por Amor de Amizade ou de filiação, desta palavra chega-nos de forma imperfeita na nossa linguagem os conceitos de amizade a algo, como por exemplo: Columbofilia, Algofilia, etc.)
  2. Eros (que pode ser conceptualmente traduzido por Amor Sexual ou todos os aspectos da sexualidade mas intrinsecamente ligadas ao Amor, como por exemplo a descrição em Língua Portuguesa de Sexo como «Fazer Amor» ou «Relação Amorosa». Este termo está presente na nossa linguagem como: Erotismo, Erótica, etc.)
  3. Ágape (que pode ser conceptualmente traduzido por Amor Perfeito ou Puro. Neste termo encontra-se o amor de reciprocidade, de uma amor que representa fidelidade, altruismo, entrega total, amor genúino e puro. Infelizmente este termo não se encontra presente na nossa linguagem, e quando aparece está ligado ao contexto religioso cristão, como por exemplo naquele livro pateta que podemos encontrar em qualquer livraria ou na estante da Fnac de um Padre vestido de Franciscano.)
E subdividem-se ao longo do nível de força que é empregue, ou grau final de vínculo, geralmente distinguindo-se três:
  1. Telestérion (que significa literalmente iniciação e também sala de iniciação) que é a projeção mais fraca de força, visa apenas alcançar pouco «valor» dentro do vínculo final a ser criado.
  2. Enthousiasmós (que significa literalmente ser «inspirado por Deus» ou «inspirado por Entidades» ou também significa literalmente «possuído») que é um termo grego que nos chega hoje como a palavra entusiasmo. No contexto actual das Amarrações ou Magia do Amor é por assim dizer a finalidade da Amarração mais normal nos dias de hoje. Só por nota, os gregos distinguiam ainda quatro origens, ou quatro caracteristícas:
    1. Pneumata («sopros»)
    2. Dynameis («potências»)
    3. Anathymiaseis («fumigações»)
    4. Atmoi («vapores»)
  3. Domínio que teve origem na Idade Média e visa ser um caso especial, não tanto em vínculo mas pela força final empregue. Curiosamente, este tipo de Amarração tem as suas armadilhas, uma delas é que pode ser traiçoeira e difícil de alcançar. Já pela sua natureza requer uma projecção de força maior, mas essa projeção superior não significa necessariamente alcançar melhores resultados em menor tempo ou  às vezes o valor inicial pretendido. Além do mais, os Alvos sujeitos a este trabalho costumam ficar mais possessivos e ciumentos.
Em ordem a simplificar e actualizar vamos entender daqui para à frente estes três tipos como:
  1. Iniciação (ou Leve)
  2. Normal (ou Média)
  3. Domínio (ou Forte)
Para sintetizar fiz este simples diagrama para exemplificar as ramificações dos tipos de Amarrações:
Também em ordem a simplificar vamos entender os três grandes tipos de amarração como:
  1. Para Amizade (Philia)
  2. Para Erotismo ou Sexo (Eros)
  3. Para Relação Amorosa Estável (Ágape)
Contudo, como já tive oportunidade de explicar num post anterior, estes diferentes tipos não são estanques entre si. Quando uma Amarração tem como fim último desenvolver o vínculo em Eros acaba também por aumentar o vínculo em Philia e em Ágape. Ou seja, uns puxam os outros, mas aquele que vê o seu expoente máximo é aquele que se tem como objectivo ou meta a alcançar. Para melhor compreender isto, basta perceber que estes diferentes vínculos estão relacionados uns com os outros, pois uma relação não é constítuida por uma só vertente, pode haver uma que subressaia de entre as outras, mas as outras estão lá, como já escrevi:
  1. Que geralmente uma Amarração em Ágape fornece proporcionalmente o maior aumento tanto em Philia como em Eros, sendo este último o que mais sobe depois de Ágape.
  2. Que geralmente uma Amarração em Eros fornece proporcionalmente menor aumento do que a anterior em Ágape e Philia, sendo esta última o que mais sobe depois de Eros.
  3. Que geralmente uma Amarração em Philia fornece proporcionalmente menos aumento do que as anteriores em Eros e Ágape, sendo esta última o que mais sobe depois de Philia.
Agora, com respeito a alguns casos práticos recomendo o seguinte, todavia cada Comendador deve fazer o seu próprio discernimento:
  1. Manter (ou Salvar) uma relação com um Cônjuge:
    • Ágape
  2. Evitar um Divórcio:
    • Ágape
  3. Reconquistar uma relação onde houve um divórcio:
    • Ágape
  4. Reconquistar um namoro perdido:
    • Ágape
  5. Conquistar uma pessoa próxima:
    • Ágape
  6. Conquistar uma paixão:
    • Ágape
  7. Reconquistar uma Amizade:
    • Philia
  8. Fortalecer uma Amizade:
    • Philia
  9. Realizar um fetiche sexual:
    • Eros
  10. Manter uma relação puramente sexual:
    • Eros
 Por último, existe ainda um outro tipo de Magia dos Relacionamentos, que curiosamente antigamente entrava dentro deste género de Magia.

As Amarrações ou Magia do Amor, fazem parte de um grupo maior de Magia que é a Magia do Relacionamento. O que distingue estas é que o objectivo é Unir, criar vínculos, criar laços. A outra, que mencionei nos casos especiais, é uma Magia do Relacionamento mas em que o objectivo é exactamente o oposto deste, ou seja, desfazer laços, destruir laços.

Da mesma maneira que se pode criar vínculos também se os pode destruir. E o processo, em verdade, não é muito distinto de todo este, a diferença reside no facto dos objectivos serem proporcionalmente inversos.

Talvez no futuro venha aqui a escrever sobre esse tema, mas por agora não.

Como ainda não tive oportunidade de colocar disponível a Bibliografia que pretendia deixo isso para o próximo post.

Amarração ou Amarrações : Feitiço e Magia do Amor - Tudo aquilo que precisa de saber (Parte 16: Post conclusivo, alertas, recomendações Amarração - Magia do Amor)


Chegámos ao fim da série de posts sobre amarrações. Apesar disso muito ficou por escrever e por dizer. Nos livros que estou a escrever e que infelizmente estão mais atrasados do que aquilo que desejava, a parte que diz respeito às amarrações é somente técnica, pois os fundamentos da magia estão descritos anteriormente. Se observarem nesta série de posts no meio da parte técnica tive de colocar fundamentos teóricos, pois sem os fundamentos teóricos os aspectos técnicos podem ser impercéptiveis e aspectos importantes a ser compreendidos podem passar despercebidos.

Todo o conteúdo destes posts será colocado por ordem ascendente numa página que criei neste menu aqui de cima com o título: Amarrações. Foi uma excelente recomendação de um leitor para que seja mais fácil a consulta sequencial de toda a informação que aqui coloquei, desde já o meu agradecimento por esta sugestão.

Espero que esta série tenha ajudado os leitores a melhor perceberem a Magia dos Relacionamentos, nomeadamente a Magia das Amarrações. Ao longo desta série de posts fui desmistificando uma série de mitos relacionadas com as amarraçõs que povoam o senso-comum desinformado das pessoas.

As Amarrações e Magia do Amor funcionam na realidade. Contudo, tenho encontrado muitas pessoas que comigo vêm ter já totalmente descrentes nas possibilidades da Magia, nomeadamente no que diz respeito às Amarrações.Creio que esta descrença surge de dois factores:
  1. Dentro do ramo das ditas «ciências ocultas» e dentro destas o sub-ramo da Prática Mágica, existem muitos burlões, existem muitas pessoas que não sendo burlões não têm formação e conhecimento suficiente para praticarem rituais de forma correcta, e em verdade, só conheço em Portugal cerca de três dúzias de pessoas que realmente praticam Magia.
  2. O facto de uma Amarração bem sucedida não ser alvo de publicidade, mas antes exigir silêncio e descrição. Sendo a única publicidade existente aquela que resulta dos fracassos e não dos sucessos. Quando a Amarração alcançar o seu fim, as pessoas devem guardar silêncio até dos Alvos do trabalho feito, e depois por uma questão de estigma social ninguém anda por ai a dizer que mantém um casamento ou um namoro porque fez uma Amarração. O silêncio é ao mesmo tempo fundamental para a Amarração, mas prejudicial para a forma como as pessoas vêm as Amarrações. Por outro lado, considero que aqueles testemunhos que se podem observar em certos sites são fraudulentos. Quem se Amarra com sucesso deve guardar silêncio sobre o que fez, até do facto de procurar o serviço deve guardar silêncio, e quando obtiver aquilo que deseja deve permanecer em silêncio.
    As pessoas nem imaginam a quantidade de relações felizes que por ai vemos que são fruto de Amarrações e de Magia.

Relacionado com o ponto (1.), e com a descrença das pessoas face a este tipo de Magia, resulta das imensas ofertas de Amarrações e do facto delas serem fraudulentas. Como expliquei ao longo deste posts existem algumas formas das pessoas perceberem se estão a ser enganadas. Vou repetir aqui algo que já expliquei:

  1. É o mito de que a Magia e consequentemente as Amarrações são como Fast Food. Magia não é Fast Food. Ou seja, quando realizada não existem resultados imediatos e instantâneos, Magia e por conseguinte a Amarração demora tempo a operar até se alcançar o objectivo pretendido. Infelizmente as pessoas não têm paciencia e querem resultados em tempos absurdos como 2 Dias ou 15 Dias. Por isso é que tantas são enganadas por anúncios que prometem trazer o seu amor de volta em tão curto espaço de tempo. Como se costuma dizer: «A pressa é inimiga da perfeição».
  2. É o mito de que a Magia é Milagreira. A realização da Magia não é a realização de Milagres. A Magia tem limites e fronteiras. Este mito está intrinsecamente relacionado com o anterior. Nomeadamente, no que diz respeito às Amarrações ou Magia do Amor há certas coisas que são impossíveis de se alcançar. Por conseguinte, as Amarrações têm também elementos necessários para se obter sucesso, um deles é o Comendador e o Alvo conhecerem-se pessoalmente. Existem muitas pessoas que são enganadas porque lhes prometem em 5 dias obter uma amarração com «celebridades» da TV que nunca as viram na vida. Uma amarração não funciona sem ter havido contacto entre Alvo e Comendador, por conseguinte não é possível que uma pessoa que nunca tenha conhecido minimamente o George Clooney possa obter aquilo que pretende com uma Amarração.


Agora se juntarmos a estes dois mitos aquilo que as pessoas querem e pensam que é e não é então podemos melhor compreender porque é que existem tantos casos defraudados nas Amarrações. E isto deve-se a três factores que as pessoas desejam e projectam na Amarração e que ficam decepcionadas quando lhes digo que a coisa não é bem assim, as amarrações fraudulentas costumam apresentar estes factores:
  1. Quanto mais rápido melhor, então se for em uma semana ainda melhor;
  2. Quanto menos trabalhoso melhor, então se a pessoa não tiver de fazer rigorosamente nada e esperar que tudo lhe caia de bandeja ainda melhor;
  3. Quanto mais milagroso melhor.
São estes os três factores responsáveis por haverem tantas Amarrações defraudadas. Regra geral as pessoas querem Amarrações em tempo Record, sem lhes dar trabalho, e sem ouvirem falar em obstáculos ou dificuldades ao processo.
Tive uma vez uma senhora que recomendada por outra pessoa veio ter comigo. Ela desejava uma Amarração mas exigia que acontecesse em 1 Semana, com uma série de condições sobre o Alvo. Eu disse à senhora que isso era impossível. Ela ficou chateada pelo meu «não» e disse-me que havia outras pessoas que entre 2 a 7 dias traziam de volta o Amarrado. Eu disse duas coisas à senhora: a primeira é que iria certamente ser enganada, e a segunda que dentro em breve nos iriamos ver.
Acontece que essa senhora foi procurar os serviços de 4 pessoas diferentes que prometiam os resultados milagrosos, todos falsos, depois veio ter comigo e vive hoje com o marido. 

Por último devo salientar para quem desejar alguns livros que podem ser uma mais valia na compreensão das Entidades e como elas agem em nós.

Quando comecei a ser um formando do meu Mestre uma das coisas que ele me obrigou a ler foi os grandes livros clássicos do Misticismo. Estes livros escritos pelos grandes mestres da mística, e não confudamos mística com vidências ou energias, eram o resultado de uma série de grandes pessoas ao longo da história de diferentes confissões religiosas e outros nem religiosos eram, que tinham uma grande sensibilidade para as moções e as experiências espirituais. Estes mestres escrevem como é óbvio no contexto de que fazem parte. Mestre Eckhardt escreve no seu contexto Católico e Jalāl Balkhī escreve no seu contexto islâmico. Mas o meu mestre era unânime, estas pessoas notáveis ao longo da história foram aquelas que conseguiram compreender como nós somos estimulados pelas Entidades, e subsequentemente aprendermos como elas agem em nós. Isso percebe-se quando nós lemos estes grandes mestres. 

Recordo-me que no final da tarefa, na altura enfadonha de ler aqueles místicos quando pensava que o meu Mestre me iria por a ler todos os Grimoiriuns, eu percebi o porquê do meu Mestre me ter exigido aquilo. E hoje, agradeço cada vez mais as opções que o meu Mestre tomou para a minha formação e estou-lhe muito grato.

Para os Comendadores costumo em certos casos recomendar um livro, que apesar de ser um livro sério mascarado de ficção é um excelente resumo da acção das entidades em nós, e para quem já leu os clássicos vai perceber que a estrutura de fundo do livro é similar à história da Mística.
Esse livro tem de títulos em língua portuguesa os seguintes: «Vorazmente teu», «Cartas do Inferno», «Cartas de um Diabo ao seu Aprendiz». Contudo, o título original do livro que aqui deixo à vossa disposição é «The Screwtape Letters».
O autor é o C.S. Lewis, o mesmo dos livros e agora filmes das Crónicas de Narnia pelo qual ele é mais famoso. Contudo, apesar disso ele era um Cristão acérrimo, professor universitário, apologista cristão que neste livrinho que vos recomendo poe em contexto contemporâneo a história e a forma como as Entidades trabalham em nós. Devo desde já avisar que este livro é uma ficção, as «Entidades» não têm sobrinhos ou tios e não andam em escolas para aprender a chatear os «humanos», mas aquilo que desejo que tenham em conta é a forma subtil como as entidades nos movem através de tentações, desejos e moções da nossa mente. É claro que só recomendo este livro a quem queira começar por algum lado. Mas aviso desde já que este livro é ficção, mas é uma boa metáfora explicativa.
Para quem quiser ler este livro que recomendo basta carregar neste link: LEWIS, C. - The Screwtape Letters. Nova Iorque: Harper Collins, 1941.

Qualquer dúvida, pergunta ou esclarecimento não hesite em contactar.


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